Em documentos usados para multar a empreiteira brasileira, o Ministério Público da Suíça aponta que a Odebrecht movimentou 66,5 milhões de francos suíços (cerca de R$ 210 milhões), nas contas que mantinha em seu território, para pagar propina a ex-diretores de estatais e outros funcionários públicos no Brasil. O grupo foi multado, na semana passada, em US$ 200 milhões, como parte dos acordos de leniência fechados pela construtora no Brasil e nos Estados Unidos.
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Se a Odebrecht ficou com os lucros, quem perdeu foi o Estado brasileiro e a população, segundo o Ministério Público suíço. “Os interesses fiscais públicos do Estado brasileiro foram afetados: a comunidade pagou um preço inflacionado pela realização dos projetos dados para a Odebrecht e também financiou a propina.”
Ainda de acordo com os investigadores, foram feitos “pagamentos em contas suíças para o financiamento de campanhas políticas no Brasil e em outros lugares”. Os nomes dos beneficiários, porém, são mantidos em sigilo.
Segundo o Estadão, a Odebrecht criou, em bancos na Suíça, um sistema de caixa dois para obter contratos. As autoridades locais investigaram mais de 300 transações bancárias. Ao todo, aproximadamente 440 milhões de francos suíços (cerca de R$ 1,4 bilhão) das subsidiárias da Odebrecht passaram por instituições financeiras do país entre 21 de dezembro de 2005 e junho de 2014. De acordo com o Ministério Público suíço, o sistema criado pela empreiteira em todo o mundo movimento de forma ilegal US$ 635 milhões.
O grupo se nega a comentar denúncias associadas à Lava Jato. “A Odebrecht não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. A empresa está implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética, transparência e integridade.”
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