O senador e ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirmou, em matéria publicada hoje (21) no jornal Folha de S.Paulo, que os gastos de publicidade realizados em sua gestão "eram geridos por setores específicos e autônomos do governo". Durante as eleições para a disputa do governo mineiro, em 1998, o tucano teria sido beneficiário do esquema que seria o “embrião” do mensalão.
Investigações realizadas pela Secretaria da Fazenda de Minas, entre 1997 e 2000, apontam que R$ 9,97 milhões foram gastos de forma inadequada durante a gestão do parlamentar frente ao governo de Minas. De acordo com a Secretaria, o resultado das cinco auditorias realizadas mostram que os principais beneficiados, pelo suposto esquema, estariam às agências de publicidade de Marcos Valério, a SMPB e a DNA.
Segundo a Folha, entre as irregularidades estão: pagamentos a mais, promoção de autoridade em publicidade estatal, gastos sem empenho (reserva orçamentária) prévio, apresentação de fatura como comprovante de despesa (o correto é nota fiscal) e serviços sem comprovação. Dois dos responsáveis pelas investigações, ressalta a matéria, são Álvaro Azeredo, irmão do senador e seu secretário da Casa Civil e Comunicação no governo, e Denise Landim, tesoureira da campanha do tucano em 1998 e detentora de cargo de confiança no governo Aécio.
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Em sua defesa, o senador enviou um e-mail ao periódico dizendo que três dos processos que apontaram irregularidades durante a sua gestão, ocorreram no governo do adversário político, Itamar Franco (PMDB), e que "se referem a questões burocráticas". Além disso, Azeredo disse que as empresas SMPB e DNA "eram as maiores agências do Estado e venceram licitações legais".
Na última quinta-feira (18), a presidente do Psol, ex-senadora Heloisa Helena, apresentou representação contra o parlamentar à Secretaria Geral da Mesa do Senado. (Erich Decat)
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