Em acordo de delação premiada, o ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho acusa o deputado federal e ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (MDB-PR) de receber propina no esquema investigado pela Operação Carne Fraca. De acordo a reportagem do jornal O Globo publicada nesta quarta-feira (3), o delator, preso desde março de 2017, aponta o ex-ministro de Michel Temer (MDB) como um dos responsáveis por sua indicação ao cargo e afirma que Serraglio teria recebido de cerca de R$ 10 mil em espécie. O deputado nega as acusações.
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A delação de Daniel Gonçalves, apontado como líder do esquema, foi homologada no fim do mês passado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli. A Operação Carne Fraca, deflagrada em março de 2017, investiga um esquema de fiscalização irregular e liberação de licenças de frigoríficos. Em uma conversa telefônica gravada durante as investigações, Serraglio se referia a Daniel como “o grande chefe”. Além do ex-ministro, a delação do ex-fiscal também implica o deputado Sergio de Souza (MDB-PR) e outros políticos do partido no Paraná. Souza também nega as acusações.
Em nota, Serraglio afirmou que “é fácil mentir” e questiona as declarações do delator de que teria repassado valores ilícitos em espécie a ele. “Pergunto: onde e como ele passou valores? Onde os sacou, como os transportou, quando e onde os entregou ? O que vale é a palavra de quem quer ser solto. Negocia a honra alheia e é premiado”, disse Serraglio.
O ex-ministro também negou ter agido para que Daniel Gonçalves fosse indicado ao cargo de fiscal do Ministério da Agricultura no Paraná, e que a indicação foi da bancada paranaense do partido. O principal fiador da indicação foi o então deputado Moacir Micheletto, morto em 2012.
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