Em depoimento à CPI dos Cartões Corporativos, o ministro do Esporte, Orlando Silva, garantiu que todos os gastos feitos por ele com seu cartão corporativo foram "exclusivamente para cumprimento de agenda de trabalho, gastos com transporte, alimentação e hospedagem".
Segundo o ministro, a decisão de devolver ao Tesouro R$ 34.378,37, recursos que foram gastos com cartão corporativo, foi pessoal e política. "No processo penal o ônus da prova cabe ao acusador, na política, o ônus da prova é do acusado", destacou Orlando Silva.
Apesar de ter sido denunciado por gastar pouco mais de R$ 8 ao comprar uma tapioca em Brasília, o ministro disse que optou por devolver qualquer valor que pudesse levantar suspeita contra ele. O dinheiro devolvido, conforme destacou Orlando Silva, foi retirado de uma poupança pessoal sua mantida no Banco do Brasil.
"A partir da avaliação da CGU eu me reservarei ao direito de pedir cada centavo de volta", avisou o ministro.
Orlando Silva admitiu que se confundiu ao comprar a tapioca, disse que foi pegar seu cartão pessoal e acabou pegando o corporativo. Ao ser questionado pelo relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), se alguma vez já havia feito a confusão contrária – usado o cartão pessoal para pagar despesas públicas–, Orlando Silva disse que isso já havia acontecido três vezes.
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O ministro lembrou que os cartões corporativos não pedem senha, apenas assinatura e que são muito parecidos com os cartões pessoais. Ele afirmou, ainda, que nunca fez saques com seu cartão e que esta é a única fonte de fundos de sua pasta desde maio de 2006, quando assumiu o cargo.
Confusão
Indignado com a leveza das perguntas feitas pelo relator ao ministro do Esporte, o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) questionou se Orlando Silva havia ajudado a formular as perguntas de Luiz Sérgio.
Aos berros, o petista exigiu respeito e disse que não iria agüentar aquele tipo de insinuação. (Rodolfo Torres e Soraia Costa)
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