Mário Coelho
O orçamento para organizar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, será revisto. Estimado inicialmente em US$ 2,8 bilhões, ele pode aumentar no decorrer do próximo ano. A afirmação foi feita pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. Ele esteve reunido, no início da tarde desta quarta-feira (18), com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Nuzman disse que veio ao Congresso para agradecer a Sarney pela aprovação do Ato Olímpico, que diferenciou a candidatura brasileira das outras cidades para receber as Olimpíadas de 2016. Ele afirmou que, a longo prazo, os dirigentes “estarão incomodando” os parlamentares para a aprovação de projetos ligados aos jogos olímpicos. “Deixamos em aberto a possibilidade de voltarmos algumas vezes no próximo ano. Afinal, o orçamento para os jogos será revisto ao longo de 2010”, afirmou Nuzman.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse ao Congresso em Foco que é normal um orçamento ser revisto no decorrer da execução do evento. Mas adiantou que a postura da pasta será de cumprir o previsto no caderno de intenções enviado ao Comitê Olímpico Internacional (COI). “Um orçamento pode ser revisto para baixo ou para cima. Mas nossa ideia é permanecer naquilo que foi estabelecido”, disse o ministro. Na candidatura, o Brasil informou que gastaria cerca de US$ 11,6 bilhões em obras de infraestrutura no Rio de Janeiro.
O site questionou Nuzman como o Comitê Rio 2016 pretende captar os recursos para organização dos jogos, se eles virão da iniciativa privada ou dos governos federal, estadual e municipal. O presidente limitou-se a responder que “isso está previsto no caderno de intenções”. Questionado novamente sobre a origem dos recursos, Nuzman afirmou estar “atrasado para um compromisso” e recusou-se a responder mais perguntas.
Problemas
Ao ser questionado por jornalistas sobre problemas recentes – como o apagão elétrico da semana passada – e antigos (a violência no Rio), Nuzman minimizou todos. E ainda afirmou que as cidades finalistas aos jogos de 2016 também tinham as mesmas dificuldades. O Rio disputou a final contra Chicago, Madri e Tóquio. “O Rio tem os mesmos problemas que as grandes cidades”, disse.
O presidente do COB afirmou que recentemente os Estados Unidos passaram por um apagão elétrico. E que as outras três finalistas sofrem com um problema que o Brasil não tem em teoria, o terrorismo. “Os problemas serão resolvidos como em outros eventos”, disse Nuzman, citando a organização do carnaval, das comemorações de ano novo e os Jogos Pan-americanos de 2007.
Com orçamento inicial de aproximadamente R$ 400 milhões, os jogos custaram aos cofres públicos aproximadamente R$ 3,5 bilhões. Dois anos após o encerramento do Pan-Americano, o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda não terminou de fiscalizar o uso de dinheiro público para o evento. Segundo reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense, as suspeitas de irregularidades levantadas pelo tribunal resultaram na abertura de 35 processos.
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