Rodolfo Torres
O deputado oposicionista Jerônimo Reis (DEM-SE) reafirmou nesta sexta-feira (29) apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 367/09, a chamada PEC do Terceiro Mandato, mesmo após a matéria ter sido devolvida a seu autor, o peemedebista Jackson Barreto (SE).
Jerônimo destaca que não se comprometeu com o mérito da matéria, apenas com sua tramitação, e que o assunto deverá ser tratado dentro do partido. “Não me arrependo de ter assinado”, afirma, complementando que mantém “bom relacionamento” com o autor da matéria.
“Minha assinatura não está dando um terceiro mandato a Lula”, ressalta o oposicionista sergipano, explicando a PEC condiciona um terceiro mandato para cargos do executivo (presidente da República, governadores e prefeitos) somente após uma consulta popular.
Reis e seu correligionário Betinho Rosado (RN) foram os únicos oposicionistas que não retiraram suas assinaturas do documento, protocolado ontem na Mesa Diretora da Câmara. Ao todo, após pressão dos partidos, 13 deputados da oposição (cinco do PSDB e oito do DEM) retiraram suas assinaturas do documento. (leia mais)
A proposta, que chegou a contar com 183 adesões, acabou com 166 assinaturas (cinco a menos do que o mínimo necessário, 171). A Secretaria Geral da Câmara chegou a montar um esquema de plantão até à meia-noite dessa quinta-feira (28) para receber pedidos de retirada de assinaturas.
Jerônimo Reis ressalta que não foi procurado por ninguém do partido para retirar sua assinatura do documento e avalia que a PEC não desperta interesse. “Não existe interesse da parte de ninguém. O próprio presidente Lula disse que não queria”, afirmou.
O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), negou qualquer retaliação interna aos deputados que não retiraram suas assinaturas. “Está tudo tranquilo.” O Congresso em Foco não localizou o deputado Betinho Rosado, que está em viagem pela Amazônia.
Por sua vez, o deputado Jackson Barreto afirmou que continuará na próxima semana a coleta de novas assinaturas para que a matéria possa tramitar na Casa. (leia mais)
Caso seja aprovada em dois turnos pela Câmara e pelo Senado até setembro, a PEC permite que o presidente Lula, os governadores e os prefeitos reeleitos disputem uma nova reeleição no próximo ano.
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