Os líderes da oposição decidiram votar o Supersimples antes de obstruir a pauta do Senado. O projeto, que teve alterações aprovadas pela Câmara, pretende unir oito impostos federais que incidem na receita bruta das micro e pequenas empresas.
Os senadores consideram que a não-votação da proposta irá prejudicar o empresariado, por isso garantem que votarão as cinco medidas provisórias que trancam a pauta. A mais polêmica delas é a que cria o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade, subdividindo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
“Estamos buscando o apoio de outros líderes da oposição para fazer uma obstrução para valer”, disse o líder do DEM, José Agripino Maia (RN). Segundo ele, as MPs e o Supersimples serão votados mesmo que Renan Calheiros (PMDB-AL) esteja presidindo a sessão. “Não tem como não fazê-lo. Ou fazemos isso ou não aprovamos o Supersimples. E isso não podemos fazer, pois prejudicaríamos os empresários”, acrescentou ele.
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O líder do PSDB na Casa também garantiu que seu partido começará a oposição após a votação do Supersimples, mas lamentou a situação. “Isso é uma pena, porque vai impedir a nomeação de embaixadores e diretores de agências. Mas é um direito nosso”.
Para Virgílio a estratégia de Renan de permanecer na presidência do Senado foi “equivocada” porque ele perdeu a “extraordinária base de apoio dele”.
Denúncias
Em reunião de bancada na tarde de hoje, o DEM também decidiu entrar com uma nova representação contra o senador Renan Calheiros para que sejam apuradas as denúncias veiculadas essa semana na revista Veja. De acordo com a publicação, o presidente do Congresso havia comprado empresas de comunicação usando laranjas.
“Esta analisando com o PSDB a possibilidade de apresentar uma representação conjunta”, afirmou Agripino.
Quanto às denúncias de que o irmão de Renan, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL) teria vendido uma fábrica para a Schincariol por um valor acima do preço de mercado em troca da interseção de Renan junto à Receita Federal e ao INSS para favorecer a empresa, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, disse que “esse é um problema da Câmara por envolver um deputado”. (Rodolfo Torres e Soraia Costa)
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