O líder dos Democratas no Senado, José Agripino (RN), disse há pouco que o seu partido irá recorrer à Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar o episódio do vazamento dos dados dos cartões corporativos, utilizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua esposa, Ruth Cardoso.
Segundo Agripino, a Casa Civil deverá responder por “crime de ameaça, divulgação de dados sigilosos e infração da lei de responsabilidade”.
Quanto à possibilidade de apresentar um novo requerimento na CPI Mista dos Cartões Corporativos para convocar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Agripino foi enfático: “Qualquer requerimento que for apresentado na CPI, e que contrariar o interesse do governo, será ‘tratorado’. Por isso, vamos recorrer a outras instância”. Na semana passada, o governo derrubou, por 14 a sete, o primeiro requerimento de convocação de Dilma.
O democrata voltou a afirmar que não descarta a criação de uma nova CPI, apenas no Senado, onde a oposição conta com mais força.
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Presidente da CPI dos Cartões, Marisa Serrano (PSDB-MS), acredita no consenso para a votação dos 47 requerimentos que estão na pauta do colegiado para amanhã (01). "O que puder se votar por consenso amanhã se vota primeiro", ponderou a tucana, dizendo que os requerimentos "sigilosos" serão discutidos posteriormente, com mais calma.
Questionada sobre as variadas versões para suposto caso do dossiê contra FHC (Dilma fala em "banco de dados"), Marisa disse que o próprio povo brasileiro é que deve avaliar os fatos. "O povo que acompanha normalmente os fatos do país está achando que há muitas versões para o mesmo fato", declarou a tucana, dizendo acreditar que se chegará "a um denominador comum".
Marisa adiantou ainda que, amanhã, conversará com o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), sobre os rumos não só da CPI, mas do próprio Congresso Nacional. "O Congresso vai ter de tomar posição em determinados setores." Na edição desta semana da revista Veja, Garibaldi declarou, em entrevista na seção "Páginas Amarelas", que "o Congresso está na UTI".
Verdade
Já o líder do governo no senado, Romero Jucá (PMDB-RR), saiu em defesa Dilma. “A orientação do governo é falar a verdade, e falar a verdade é defender a Dilma”, anunciou. “O governo repudia a idéia de dossiê. Não houve prática de dossiê”, acrescentou.
Segundo ele, quem preparou o levantamento o fez de forma “equivocada e maldosa” e está sendo investigado. Jucá se reúne hoje às 20h com o presidente Lula para discutir a pauta do Congresso. Segundo ele, a questão sobre o dossiê não será discutida na reunião.
Jucá criticou a postura da oposição que, segundo ele, recorre a factóides de olhos nas eleições presidenciais de 2010. "A oposição não tem o que falar do país, que está crescendo, aumentando o nível de empregos, as obras estão acontecendo. Ou seja, a agenda é positiva para o país", declarou o líder peemedebista.
"Como a oposição quer fazer o embate eleitoral, fica tentando buscar outras questões. Se a oposição quer impedir o presidente da República de andar pelo país anunciando e fazendo obras, eu lamento. Essa não é a postura de quem quer ganhar as eleições de 2010", finalizou Jucá, acrescentando ironicamente que seria mais fácil a oposição escrever uma carta a Lula pedindo apoio ao seu candidato. (Erich Decat e Fábio Góis)
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