A oposição anunciou que, tão logo o Congresso volte do recesso, irá pedir a abertura de uma CPI para analisar as denúncias feitas pelo ex-ministro José Dirceu em entrevista à revista Piauí desta semana. De acordo com Dirceu, a construção do diretório regional do PT no Rio Grande do Sul só foi possível com o dinheiro de caixa dois. Na entrevista, Direceu acusou, entre outras pessoas, o ex-governador do estado Olívio Dutra.
"Tem parlamentares nossos e do PSDB que querem a CPI e nós apoiamos", afirmou o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia, ao Congresso em Foco.
Para o deputado petista Jilmar Tatto (SP), no entanto, a criação de uma comissão para investigar o assunto não passa de uma "bobagem". "Esse é um assunto totalmente ultrapassado. Já foi alvo de CPI no Rio Grande do Sul e não encontraram provas de que tivesse havido caixa dois", lembrou o deputado, que foi um dos postulantes à presidência do partido na eleição realizada em dezembro.
O próprio José Dirceu, após a divulgação da reportagem da Piauí, chegou a pedir desculpas aos militantes gaúchos por suas declarações. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ex-ministro disse que as acusações publicadas não passaram de um mal-entendido. "Jamais afirmei que o PT comprou uma sede custeada por caixa dois", disse Dirceu à rádio "Durante todo o meu relato deixei claro que houve uma denúncia que a Justiça rejeitou por falta de provas".
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"Isso [a abertura de uma CPI] é uma bobagem. A oposição não tem mais o que fazer e fica inventando. Quer fazer CPI por qualquer coisa que aparece. Mas esse é um assunto ultrapassado. Eles não têm objeto e nem assunto para a abertura de uma CPI", acredita o deputado Jilmar Tatto. (Soraia Costa)
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