Líderes oposicionistas reagiram no Congresso à revelação de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) acusou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de lhe oferecer dinheiro e ajuda na Justiça para que não fizesse acordo de delação premiada. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que, confirmada a denúncia, Mercadante deveria ser preso por tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, a exemplo do que ocorreu com o próprio Delcídio, em novembro do ano passado. Segundo ele, ação do ministro mostra “podridão” do atual governo.
“Pau que dá em Chico dá em Francisco. O mesmo argumento utilizado pela justiça para prender o senador Delcídio do Amaral deve ser usado para o caso do ministro Aloizio Mercadante. A matéria mostrou que Mercadante ofereceu benefícios para o senador Delcício não demolir o governo com as informações que tinha conhecimento. Não sou do Judiciário, o que defendo é a isonomia de tratamento para ambos”, disse o senado, referindo-se à reportagem da revista Veja, que informou em primeira mão sobre a denúncia contra Mercadante.
Delcídio foi preso após ser flagrado prometendo mesada de R$ 50 mil e rota de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso por participação no esquema de corrupção na Petrobras. O senador foi solto no dia 19 de fevereiro após fazer acordo de delação premiada. O senador entregou à Procuradoria-Geral da República gravações em que Mercadante oferece ajuda financeira e no Judiciário ao ex-líder do governo por meio do assessor de imprensa de Delcídio. O áudio foi publicado no site de Veja.
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O ex-líder do governo afirmou acreditar que o ministro agiu a mando da presidente Dilma. “Além da demissão, cabe uma ação da Justiça, pois fica claro que, a mando da presidente Dilma, o ministro teria tentado comprar o silêncio de Delcídio. É mais uma obstrução da Justiça que pode render a prisão de outro senador petista”, avaliou o líder do PPS, para quem o governo de Dilma Rousseff está esfacelado, vivendo um processo de metástase”, disse o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR). O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), também defendeu que Mercadante tenha o mesmo tratamento dispensado a Delcídio por tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato. Segundo o tucano, se tiver “dignidade”, Dilma demitirá o ministro imediatamente.
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