O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), recebeu hoje o requerimento para a criação de uma CPI mista das Sanguessugas. O documento, apresentado pelo Psol, PPS e PV, contou com o apoio de 210 deputados e 30 senadores.
Para que a CPI seja instalada, o próximo passo é conferir as assinaturas. Os parlamentares que mudarem de idéia tem até o fim dessa etapa para retirar seus nomes, hipótese que poderia inviabilizar a CPI. Pelo regimento interno são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. Como o número apresentado ficou acima do necessário, a avaliação dos defensores da CPI é de que dificilmente ela será engavetada.
Apenas dois dos 16 deputados acusados de envolvimento na máfia da venda de ambulâncias superfaturadas assinaram o requerimento: João Correia (PMDB-AC) e Maurício Rabelo (PL-TO). O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), único senador citado no esquema, preferiu não apoiar a CPI.
Viana sinalizou que o governo não tem interesse nessa nova comissão e fará de tudo para abortá-la. Ele sustenta que as investigações podem ser usadas pela oposição para atacar ainda mais integrantes da base aliada que teriam participado do esquema das ambulâncias. “A oposição pode usar a CPI para um novo confronto da base com o governo”, advertiu.
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O senador afirmou ainda que, com a proximidade da Copa do Mundo e do início das campanhas eleitorais, criar uma CPI neste momento produziria poucos resultados. “Além disso, qual a condição que a Câmara tem de fazer uma investigação quando as suspeitas recaem sobre tantos nomes daquela Casa?”, questionou.
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) defendeu um acordo entre os partidos para que a CPI não seja politizada. “Acho que tem que se fazer um acordo para mostrar que não terá disputa política, mas que existe o lado do bem e o do mal. O que não pode é todo mundo ficar sob suspeita”, afirmou.
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