A oposição nunca esteve tão em alta no Congresso quanto no governo Lula. Nada menos que quatro parlamentares da oposição estão entre os dez mais influentes da Câmara e do Senado, de acordo com pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

A pesquisa é feita da seguinte maneira: primeiro, escolhe-se os cem parlamentares mais influentes do Congresso. Em seguida, esses selecionados votam nos destaques. Dessa vez, o campeão foi o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), seguido do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Depois dos presidentes da casa, aparecem dois parlamentares da oposição, o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) e o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Só depois surgem os dois líderes do governo, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o deputado Professor Luizinho (PT-SP).

Outros dois oposicionistas – os senadores José Agripino (PFL-RN) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) – completam a lista, que tem ainda o líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

"É a primeira vez que isso acontece. Nas listas anteriores, a oposição comparecia com no máximo 20% ou 30%", diz o analista político Antônio Augusto Queiroz, diretor de documentação do Diap.

Essa é a ordem de colocação dos dez destaques do Congresso:

1 – Deputado João Paulo Cunha (PT-SP) – 60 votos

2 – Senador José Sarney (PMDB-AP) – 57 votos

3 – Deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) – 47 votos

4 – Senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) – 41 votos

5 – Senador Aloizio Mercadante (PT-SP) – 38 votos

6 – Deputado Professor Luizinho (PT-SP) – 34 votos

7 – Senador Renan Calheiros (PMDB-AL) – 29 votos

8 – Senador José Agripino (PFL-RN) – 25 votos

9 – Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) – 22 votos

10 – Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) – 21 votos

Queiroz aponta outras conclusões que podem ser tiradas da pesquisa. Uma delas é de que o poder, que nas edições anteriores parecia ocupado pelos deputados, se deslocou para o Senado. Nada menos que seis senadores estão na lista dos dez mais influentes.

Outra conclusão é de que está havendo uma renovação das lideranças. Pela primeira vez, nomes como os dos senadores Jorge Bornhausen (PFL-SC) e Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) não aparecem nas primeiras colocações.

Veja a lista completa dos destaques do Congresso (leia mais).