Fábio Góis
A oposição anunciou hoje (terça, 18) que vai manter a obstrução à pauta de votações em plenário. O anúncio foi feito há pouco pelos líderes partidários Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino (DEM-RN). Oficialmente, os oposicionistas argumentam que a interrupção dos trabalhos é uma reação ao contingenciamento, por parte do governo federal, de uma fração dos recursos reservados às emendas de bancada, apresentadas pelos partidos na Câmara e no Senado ao Orçamento da União.
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Mas, a despeito da justificativa oficial, o fato é que a situação de crise deflagrada no Senado – que vai de atos administrativos secretos a suspeitas de desvio de recursos públicos pela Fundação José Sarney, no Maranhão, ambos os casos envolvendo o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-RN) – ainda acirra as divergências entre base aliada e oposição. Uma demonstração de que a repercussão da crise, embora tenha diminuído, ainda causa prejuízos à produção legislativa.
Além disso, ao menos dois colegiados prometem intensificar as divergências: a CPI da Petrobras, que promove depoimentos sem muitos resultados práticos, e o Conselho de Ética do Senado – em que o presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado de Sarney, arquivou todos os pedidos de investigação contra o peemedebista e um contra Virgílio (leia mais). Amanhã (19), às 14h, haverá audiência para a votação dos recursos contra os arquivamentos, o que deve provocar discussões acaloradas entre as partes.
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