É crescente o pessimismo com relação à crise econômica mundial. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), que até o ano passado estimava que a recessão ceifaria cerca de 20 milhões de empregos em todo o mundo até 2010, divulgou hoje (28) dados em que eleva para 50 milhões a projeção do número de desempregados até o fim deste ano. O diretor do órgão, Juan Somavia, defendeu o levantamento dizendo que a mensagem é realista, não alarmista.
O relatório da entidade foi divulgado em Genebra, na Suíça, no início da manhã desta quarta-feira. O documento traça diversos cenários para as taxas de desemprego no mundo. E mesmo na perspectiva mais otimista estima que, ao fim de 2009, 18 milhões de trabalhadores perderiam seus empregos. O crescimento em relação ao ano passado seria de 6,1%.
Outras duas possibilidades foram traçadas pelos técnicos da organização. Em um deles, o número de desempregados em todo o mundo, por conta da crise mundial, chegaria a 30 milhões. No outra, chegaria à casa dos 50 milhões, deixando ainda outras 200 milhões de pessoas, a maioria residentes em países em desenvolvimento, como o Brasil, na faixa da extrema pobreza.
Leia também
Somavia destacou que sem uma ação integrada, os governos enfrentarão uma recessão de proporção global. “Estamos enfrentando uma crise global de emprego. Muitos governos estão conscientes e ativos, mas uma ação internacional mais decisiva é coordenada é necessária para evitar uma recessão”, sustentou.
O relatório da OIT, agência ligada às Nações Unidas, diz ainda que, por conta da crise, 45% dos trabalhadores de todo o mundo podem ter a renda familiar reduzida a US$ 2 diários por pessoa. Como o levantamento foi produzido e divulgado na Suíça, técnicos do escritório da OIT no Brasil não quiseram comentar os números. (Daniela Lima)
Leia Mais: Crise criará 2,4 milhões de desempregados, prevê OIT
Deixe um comentário