O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein morreu enforcado por volta às 6h da manhã deste sábado (1h da manhã em Brasília), na Zona Verde de Bagdá, região fortemente protegida da capital iraquiana em cumprimento à sentença determinada pela Justiça daquele país em 5 de novembro. A informação foi publicada pelas agências internacionais e pelos principais jornais do Brasil
A condenação foi dada a Saddam por sua participação nos assassinatos de 148 xiitas da cidade de Dujail depois do fracasso de um complô para matá-lo em 1982, assim como na tortura e a deportação de centenas de moradores de Dujail.
O presidente Lula disse neste sábado (30) que a morte de Saddam Hussein não resolve o problema do Iraque. "Não sei se foi um julgamento ou uma vingança. De qualquer forma, acho que não resolve o problema do Iraque. Acho que a violência vai continuar", afirmou Lula, após participar da abertura de uma exposição de fotos da campanha eleitoral no PT, em Brasília.
Leia abaixo a nota da agência Folha on line:
Saddam Hussein governou o Iraque de 1979 a 2003, quando caiu durante a invasão americana ao país. Conseguiu fugir, mas foi capturado e respondeu a processos por genocídios, acusado pelos EUA de desenvolver armas de destruição em massa. Um tribunal de apelações de Washington rejeitou ontem o pedido formulado pelos advogados do ex-presidente do Iraque para impedir a sua execução.
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Os advogados de Saddam Hussein solicitaram a um tribunal dos Estados Unidos que o ex-presidente iraquiano não passasse da custódia americana às mãos de oficiais iraquianos. Com isso, esperavam deter a execução, informaram fontes judiciais.
Saddam Hussein é encontrado no Iraque por tropas da coalisão lideradas pelos EUA
As ruas de Bagdá foram tomadas pela comemoração, conforme mostrou a rede de TV "CNN". Iraquianos que afirmavam ter sofrido sob o regime ditatorial de Saddam Hussein diziam que este era um dia de "comemoração, Justiça e vingança".
Enterro
Raghad Saddam, a filha mais velha do ditador iraquiano, pediu que seu pai seja enterrado em Sana, capital do Iêmen, após sua execução, informou a rede de televisão "Al Jazira". Segundo a emissora, que cita "fontes iemenitas", Raghad pediu ao governo iemenita que "intervenha para que Saddam Hussein seja enterrado em Sana".
Raghad vive na Jordânia desde a queda do regime de seu pai, em abril de 2003. Ela quer que o corpo seja enterrado no Iêmen de forma provisória, para ser levado de volta ao Iraque após "a saída das tropas de ocupação do país", acrescentaram as fontes. Saddam Hussein foi ditador no Iraque de 1979 a 2003, quando os Estados Unidos invadiram o país e depuseram-no. Durante esse período, o Iraque protagonizou três guerras.
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Morre a oitava vítima dos ataques no Rio
Uma das vítimas dos ataques no Rio de Janeiro na quinta-feira (28) morreu no Hospital Estadual Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, na madrugada deste sábado (30), segundo informações do portal G1. Elias Batista dos Santos, 42 anos, estava com 75% do corpo queimado e era um dos passageiros do ônibus da viação Itapemirim que foi incendiado por bandidos, em Cordovil, no subúrbio da cidade.
Elias, segundo a reportagem, trabalhava como camelô, era casado e tinha três filhos. "A ex-mulher, duas filhas, a irmã dele e um cunhado já estão no hospital. Elias morava em Varre-Sai, no Noroeste Fluminense, mas era mineiro. Ele tinha pego o ônibus em Campos e ia para São Paulo fazer compras para vender no réveillon", explica o texto.
O camelô é a oitava vítima que morreu queimada após a ação criminosa e outras sete pessoas estão no Instituto Médico Legal e vão passar por exames de DNA.
Leia mais sobre o assunto na reportagem do G1 que segue abaixo:
Delegacia é assaltada
Dois homens armados invadiram a 48ª DP, em Seropédica, na Baixada Fluminense. Os bandidos roubaram a arma de um policial e todo o armamento pesado da delegacia. Foram levados uma pistola, quatro fuzis e quatro metralhadoras. Policiais fazem buscas nas proximidades. Apesar do assalto, o policial que estava sozinho de plantão não foi ferido.
A assessoria da Polícia Civil informou que o chefe de Polícia Civil, Ricardo Hallack, determinou que seja aberta sindicância para saber por que não havia reforço na delegacia de Seropédica. O efetivo na delegacia será reforçado.
O chefe de polícia disse ainda que a “Operação Caçador” continua no Grande Rio, com cerca de cem carros. As áreas onde houve reforço policial, foram indicadas pelo serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública.
Novos ataques durante a madrugada
Houve tiroteio por quase duas horas entre policiais e bandidos na favela da Cidade de Deus, na Zona Oeste. Segundo a polícia, barricadas foram montadas pelos traficantes para interceptar carros em uma avenida ateando fogo em vários móveis, mas equipes da polícia chegaram e impediram os assaltos.
Em Bangu, na Zona Oeste, a 34ª delegacia de polícia foi alvo de um grupo de criminosos. As balas só não atingiram o prédio porque os bandidos não conseguiram chegar mais próximos. Os policiais perceberam o ataque e iniciaram uma troca de tiros . As marcas ficaram nos muros e paredes de casas vizinhas. Um carro foi usado como escudo pelos agentes. Os homens fugiram, mas antes, ainda jogaram uma granada. Um morador de rua que estava na calçada foi baleado no tórax e está em observação no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo.
Numa outra ação, os policiais conseguiram recuperar dois fuzis, duas pistolas, um revólver, uma granada, cocaína embalada para a venda e oito bombas. Todo o material foi apreendido durante uma investida da polícia na favela do Muquiço, na Zona Oeste, que fica perto da Avenida Brasil – uma das principais vias expressas da cidade. Na operação, os policiais chegaram a trocar tiros com os bandidos. Cinco homens suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas foram mortos.
A polícia continuou o esquema reforçado nas ruas com carros nos principais acessos da cidade. O trabalho ajudou os policiais a recolher rádio transmissor, garrafas com gasolina e bombas de fabricação caseira que, segundo as investigações, seriam usadas em novos ataques e que estavam na favela Nova Holanda, na Zona Norte, onde na quarta-feira (27), vários carros haviam sido incendiados.
Apesar do esforço da polícia, o clima de tensão e medo ainda acompanhou os moradores do Rio – dois dias depois do ínicio da onda de ataques contra alvos civis e militares, que deixou 18 mortos. As empresas de ônibus repetiram o toque de recolher imposto na noite de quinta-feira (28) e nesta sexta-feira (29), outra vez foi difícil sair ou chegar à Zona Oeste da cidade.
Ônibus é incendiado na noite de sexta-feira
Bandidos botaram fogo, na noite desta sexta-feira (29), em um ônibus da empresa Glória em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O ônibus foi atacado quando passava pela Estrada Abílio Augusto Távora, no bairro Dom Bosco. Segundo os bombeiros, sete homens que estavam em um carro obrigaram o ônibus a parar, exigiram que os passageiros descessem e incendiaram o veículo em seguida. Não houve feridos. Bombeiros do quartel de Nova Iguaçu controlaram as chamas. Os policiais militares afirmam que há ligação entre esta ação e a série de ataques da quinta-feira (28) no Rio e na Região Metropolitana.
Questão agrária
Mast invade fazenda de ex-ministro da Agricultura
Integrantes do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast) que estavam acampados às margens da PR-439, em Abatiá, a cerca de 350 quilômetros de Curitiba, no norte do Paraná, invadiram na manhã deste sábado (30) parte da Fazenda Ribeirão Bonito, pertencente à família do ex-senador e ex-ministro da Agricultura, José Eduardo de Andrade Vieira. É o que informa reportagem de Evandro Fadel, correspondente do jornal O Estado d S.Paulo no Paraná.
Os sem-terra alegam, diz o texto, que estão "pressionando" o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que lhes encontre um assentamento definitivo. Segundo a reportagem, os líderes do Mast afirmam que, em um ano e meio de acampamento, duas pessoas morreram atropeladas e também alegam que a fazenda é improdutiva.
"O filho do ex-ministro, Germano Vieira, disse que o advogado da família registrou boletim de ocorrência e estava entrando com pedido de reintegração de posse", explica a reportagem. Gernano classificou a invasão de "pura bandidagem" e informou que a fazenda é produtiva com criação de gado de "primeira qualidade".
Ainda segundo o jornal, o superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, disse que a ocupação da fazenda "não vai adiantar nada". Segundo Lisboa, o Incra já comprou, em Jundiaí do Sul, município vizinho, as fazendas Itambé, ocupada pelo Mast, e Pau D´Alho, ocupada pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). O superintendente do Incra também informou que falta apenas lavrar a escritura para que as negociações sejam encerradas.
Mesmo sendo aliados tradicionais do PT e cabos eleitorais do presidente Lula desde as eleições de 2002, os movimentos sociais ligados à questão agrária tentam mostrar independência do governo e promoveram reinvindicações só interrompidas justamente em períodos eleitorais. Antes mesmo do início do segundo mandato do presidente Lula a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Movimento dos Sem-Terra (MST) comunicaram na última quarta-feira (27) que vão apresentar uma proposta formal pedindo o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o fortalecimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Leia mais.
UDR rejeita proposta de extinguir MDA
O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, contestou ontem (29) a proposta que o Movimento dos Sem-Terra (MST) para que dê status de ministério ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e acabe com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O ruralista disse ao jornal O Estado de S.Paulo que "o desejo do MST e de seus aliados na Igreja é aprofundar a ideologização da reforma agrária no País.”
Segundo Nabhan, o ideal seria extinguir o MDA e subordinar o Incra ao Ministério da Agricultura. “Enquanto o controle da questão agrária estiver com o Incra, irão prevalecer critérios políticos e não técnicos. No Incra a reforma é 100% ideológica e não vai terminar nunca.”
Na pasta da Agricultura, de acordo com Nabhan, prevaleceriam aspectos técnicos: “É lá que estão os especialistas que entendem de desenvolvimento agrícola e colonização agrária. A reforma tem que ser tratada de forma técnica, como acontece com a Embrapa, uma instituição que sempre deu certo.”
Na mesma reportagem, o deputado estadual e coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), frei Sérgio Görgen (PT), apoiou a proposta do MST. “Para resolvermos o impasse da questão fundiária no País precisamos de uma instituição especializada e forte”, disse, referindo-se ao Incra.
Para o representante do MPA, diz o texto, é preciso diferenciar interesses dos pequenos agricultores, que já estão na terra, dos daqueles que ainda lutam por um lote. O Desenvolvimento Agrário vem tentando unir as duas questões, segundo Görgen, sem sucesso.
Görgen rejeita, segundo a entrevista, que qualquer proposta de devolver a questão da agricultura familiar à Agricultura: “Não sei qual seria o novo desenho administrativo, mas sei que o Ministério da Agricultura não se interessa pelos pequenos.”
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