O presidente Lula disse hoje (5) que os dez novos ministros que assumiram no lugar daqueles que vão disputar as eleições de outubro terão de “trabalhar muito mais” do que seus antecessores para garantir a continuidade das obras iniciadas pelo governo federal.
Em seu programa semanal de rádio, Lula afirmou que ele próprio vai intensificar os trabalhos na reta final de seu mandato e que aposta no sucesso da estratégia de promover os secretários-executivos a ministros. Na avaliação do presidente, essa é a “chance da vida” de seus auxiliares.
“Optei por levar esses companheiros ao cargo de ministro e permitir que eles concluam as obras em que eles próprios já estavam trabalhando. Nós vamos fiscalizar muito mais, trabalhar muito mais junto dos ministros, para que as coisas aconteçam com maior rapidez”, disse o petista no Café com o Presidente.
Na reunião que terá nesta segunda-feira com os novos ministros, Lula disse que vai pedir celeridade no andamento de ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida, programa habitacional do governo, e mostrar as perspectivas da economia para 2010.
“Estamos seguros de que 2010 será um ano muito importante para o Brasil. No primeiro trimestre, a gente já mostrou claramente o crescimento da política industrial, da agricultura, da construção civil, da geração de empregos. Precisamos passar para os ministros novos essa visão que nós estamos tendo do governo e estabelecer com eles uma regra de trabalho”.
Leia a íntegra do Café com o Presidente:
“Apresentadora: Presidente, na semana passada tomaram posse dez novos ministros. Essas alterações vão significar mudanças no governo?
Presidente: Não significa nenhuma mudança do governo do ponto de vista da orientação do governo, das diretrizes que já estão definidas, das obras que já estão contratadas. Até porque nós entendemos que não é possível, faltando nove meses para terminar o mandato, alguém imaginar começar uma obra nova, tentar inventar um outro programa. Ou seja, nós precisamos consolidar todos os programas que já estavam em andamento, concluir aqueles que precisam ser concluídos e que podem ser concluídos, e ao mesmo tempo avançar o máximo possível nas obras já pré-estabelecidas, seja no PAC, seja no Minha Casa, Minha Vida, seja nos outros programas próprios de cada ministério. E eu optei em promover os secretários executivos por uma razão muito simples, ou seja, não é possível você tentar, faltando pouco tempo para terminar o campeonato, você contratar jogadores novos. Ou seja, você precisa trabalhar com os jogadores que você tem. Como os secretários executivos eram as pessoas que, direta ou indiretamente estavam mais próximos do ministro, e que parte deles executavam as coisas que já tinham sido programadas pelo governo, eu optei por levar esses companheiros ao cargo de ministro, e permitir que eles concluam as obras que eles próprios já estavam trabalhando como secretário executivo. Eu estou convencido, Luciano, que esta foi a melhor forma para que a gente mantenha a continuidade. Ou seja, que a gente não pare. Porque você imagina um ministro novo, ele tem que chamar um novo chefe de gabinete, ele tem que chamar um novo secretário-executivo, até as pessoas conhecerem a máquina, acabou o meu mandato. Como eu quero continuidade e quero que as obras andem a todo o vapor, ou seja, eu optei por fazer com que os meus secretários-executivos, na maioria dos casos, fossem ministros, salvo alguma exceção, e eu penso que o governo, a partir dessa segunda-feira, vai entrar em campo a todo o vapor. A reunião que eu vou ter com ministro é para poder fazer os ministros trabalharem mais, para que os ministros possam assumir a responsabilidade. Nós vamos fiscalizar muito mais, trabalhar muito mais junto dos ministros, para que as coisas aconteçam com maior rapidez.
Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do Presidente Lula. Presidente, então, foi por isso que o senhor convocou esta reunião geral com todos os novos ministros, para manter o ritmo de trabalho?
Presidente: Veja, o assunto, na verdade, é mostrar aos companheiros novos como é que anda a economia brasileira, porque é importante que eles tenham noção da clareza que o conjunto do governo, que o Presidente da República e o Ministro da Fazenda estão vendo, de perspectiva de crescimento econômico para o ano de 2010. Nós estamos seguros que 2010 será um ano muito importante para o Brasil. Ou seja, em 2010 a gente, no primeiro trimestre, já mostrou claramente o crescimento da política industrial, o crescimento da agricultura, o crescimento da construção civil, o crescimento da geração de empregos é muito forte. E nós, então, precisamos passar para os ministros novos essa visão que nós estamos tendo do governo, e estabelecer com eles uma regra de trabalho. Eu não sei se você assiste jogo de televisão, mas de vez em quando, quando o técnico vai substituir um jogador, sabe, ele chama o jogador e fica fazendo uma pequena preleção ali, que ele tem que entrar pela direita, pela esquerda, pelo centro, que ele tem que chutar para gol, ou seja, o que nós vamos fazer é uma preleção para que o time novo que está entrando em campo faça os gols, sabe? Eu diria, se puder até um pouco mais do que a gente vinha fazendo. Que cada ministro se dedique mais, porque é a chance da vida deles. Ou seja, é a oportunidade da vida deles, ou seja, cada companheiro desses que vai ter nove meses no ministério, é a chance que eles têm de fazer um trabalho extraordinário e marcar a sua passagem pelo governo. Portanto essa reunião, para mim, é muito importante. Certamente muitos ministros vão conhecer os novos ministros agora. Somente a Casa Civil já conhece todo mundo, porque ela fazia muitas reuniões com os secretários-executivos dos ministérios, e o restante dos ministros vai ter conhecimento agora. E eu vou tentar estabelecer uma afinidade maior. São todos jovens, ou seja, com disposição de trabalhar, e nós vamos trabalhar muito mais. E aí eu vou ter que me dedicar muito mais. Eu até já falei para a Marisa, se você achava que eu estava trabalhando muito, pode se preparar porque daqui para a frente, nós vamos ter que trabalhar muito mais, vamos ter que fiscalizar muito mais, vamos ter que estar em cima muito mais. Porque se a gente amolecer, ou seja, muita gente acha que “ah, tá no final do mandato, vamos parar”… E a minha lógica é o seguinte: No final do mandato nós temos que trabalhar mais. Trabalhar muito mais, porque as coisas estão para acontecer exatamente agora.
Apresentador: Muito obrigado, presidente Lula, e até a próxima semana.”
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