Notificado nesta quarta-feira (30) pela CPI dos Sanguessugas para prestar esclarecimentos, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) criticou o envolvimento de seu nome com a máfia das ambulâncias e disse que a comissão exagerou. O parlamentar criticou o empresário Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam, responsável por acusá-lo, e ganhou o apoio de correligionários.
"Houve exagero, aproveitamento do momento político. Não há prova, documento, nada contra mim, mas mesmo assim vou me defender", afirmou. Na semana passada, Vedoin entregou à Justiça Federal fotos e gravações que comprovariam a participação do senador no esquema.
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Antero protocolou hoje pessoalmente sua defesa na CPI e divulgou várias cópias do documento. Acompanhado do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e do líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), reiterou sua inocência e disse que a comissão não toma cuidado com as acusações que faz. "Querer me envolver com sanguessugas é absolver os sanguessugas. Eu sou é caçador dos sanguessugas", afirmou.
O senador se explicou sobre a foto de uma ambulância do Mato Grosso apresentada por Vedoin à CPI, na qual o tucano aparece ao lado do deputado Lino Rossi (PP-MT), apontado como o maior beneficiário de propinas no esquema. "Foi o carro que o Lino Rossi fez campanha eleitoral em 2001. Como eu iria saber naquela época que comprar ambulância estaria dentro desse esquema todo?", questionou.
Além de Antero, a CPI dos Sanguessugas decidiu notificar nesta terça-feira (29) os deputados Philemon Rodrigues (PTB-PB) e Salvador Zimbaldi (PSB-SP) para que prestem esclarecimentos. Eles também foram acusados por Vedoin de envolvimento na fraude.
Apoio tucano
Antero apresentou ofício em que mostra ter cancelado as emendas que seriam liberadas pelo deputado Lino Rossi (PP-MT), a seu pedido, para a compra de quatro ambulâncias em 2001. O senador afirma que desistiu das emendas devido ao contingenciamento de verbas determinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Também conversei com o secretário de Saúde do estado, que me desaconselhou à liberação das emendas ao afirmar que o problema da saúde é muito maior do que a compra de ambulâncias", ressaltou.
O senador tentou colocar em xeque a credibilidade de Vedoin. "Em depoimento à Polícia Federal em agosto, ele disse que não tinha mais documentos sobre a máfia depois da busca e apreensão feita pela Polícia Federal na sede da Planam. Agora, ele encontra os documentos", disse.
O PSDB divulgou nota de apoio ao senador, assinada por Jereissati e Virgílio. Na nota, os dois tucanos afirmam que analisaram os documentos apresentados por Antero e estão seguros quanto a inocência do parlamentar. "O PSDB não aceita e não se rende ao jogo político de acusações irresponsáveis. Assim também como não aceita, em seus quadros, políticos não comprometidos com a ética e a moral", diz a nota.
Virgílio disse considerar estranho a inclusão de Antero entre os acusados e sugeriu que interesses partidários podem estar em jogo. "Será que não cabe indagar que essas denúncias são justamente contra o senador que denunciou o esquema do Waldomiro Diniz (ex-assessor da Casa Civil da Presidência)? Foi ele quem abriu um rombo brutal nesse governo, com o início das denúncias de corrupção", afirmou o líder.
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