(1) Spinoza (1632 – 1677), filósofo holandês de origem judia, cuja família abandonara Portugal para fugir às perseguições aos cristãos novos, judeus convertidos à força ao catolicismo. Por seu antidogmatismo e independência de espírito, acabou excomungado pelas autoridades judaicas de Amsterdam. Principais obras: Tratado teológico-político(1670; edição brasileira da Martins Fontes); Ética; Tratado político; e Tratado da correção do intelecto — os três últimos títulos fazem parte de suas obras póstumas e integram o volume "Espinosa" da coleção OS PENSADORES, S. Paulo: Nova Cultural, 1997, com numerosas edições/reimpressões anteriores e posteriores.
(2) Locke (1632 – 1704), médico e pensador inglês cujo empirismo (nada existe na mente que antes não tenha passado pelos sentidos) foi um dos fundamentos da ciência moderna e da doutrina liberal. Obras principais: Ensaio sobre o entendimento humano (1690, publicado na íntegra no volume "Locke" de OS PENSADORES, São Paulo: Nova Cultural, 1997) e Segundo tratado sobre o governo civil (1689-1690, em edições/impressões anteriores da mesma coleção).
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(3) Hume (1711-1776), filósofo e escritor escocês, expoente maior do ceticismo moderno (nas ciências empíricas — aquelas cujo objeto se situa fora de nossa mente, tais como a física, a química, a biologia e também a política, entre outras — as relações de causa e efeito não podem ser demonstradas irrefutavelmente, ao contrário do que ocorre nas chamadas ciências formais — cujo objeto está dentro da nossa mente, a exemplo da lógica e das matemáticas. Assim,as conexões de causa e efeito que aprendemos a traçar na vida cotidiana decorrem, na verdade, do hábito). Teve o conjunto de suas obras colocado no Index dos livros proibidos pela Igreja Católica. Obras principais: Tratado da natureza humana (1739); Investigação sobre os príncípios da moral (1751); Investigação acerca do entendimento humano (publicada na íntegra no volume "Hume" de OS PENSADORES. S. Paulo: Nova Cultural, 1996, juntamente com parte dos seus Ensaios morais, políticos e literários; a coleção completa desses mesmos ensaios acaba de ser reunida, em um único volume, pela Topbooks, numa edição co-patrocinada pelo Instituto Liberdade, de Porto Alegre, e o Liberty Fund.
(4) Montesquieu, por extenso Charles-Louis de Secondat, barão de la Brède e de Montesquieu (1689 – 1755), magistrado e escritor francês cuja obra principal é Do espírito das leis (1750), publicada na íntegra, em dois tomos, no volume "Montesquieu" de OS PENSADORES, S. Paulo: Nova Cultural, 1997. Escreveu antes Cartas persas, deliciosa crítica, disfarçada de relato de viagem, aos costumes e à etiqueta do antigo regime absolutista francês, e Considerações sobre as causas da grandeza dos romanos e da sua decadência (1721 e 1734, respectivamente).
(5) Smith (1723 – 1790), moralista escocês e pai da teoria econômica liberal, com sua obra A riqueza das nações (1776), publicada integralmente no volume "A. Smith"da coleção OS ECONOMISTAS, da Abril Cultural (várias reimpressões). Idéia central: não é da benevolência do padeiro, do açougueiro e do cervejeiro que provém o meu jantar, mas sim da complementaridade entre o que eu procuro e eles me ofertam. Outra: a divisão do trabalho gera especialização, que, por sua vez estimula a produtividade, tanto entre os setores econômicos de um mesmo país, como entre as nações; oferta e demanda se encontram no mercado, instituição impessoal que se regula automaticamente como se movida por mão invisível. Professor de Lógica e Filosofia Moral na Universidade de Glasgow, escreveu também A teoria dos sentimentos morais (1759), da qual há edição parcial em espanhol (México, DF: Fondo de Cultura Económica, 1992).
(6) Kant (1724 -1804), filósofo alemão que nasceu e passou toda a vida em Koenigsberg, Prússia — hoje Kalinigrado, Rússia. Sua reflexão sistemática nos campos da epistemologia (teoria do conhecimento), ética e estética influenciou praticamente todas as escolas de pensamento posteriores, sobretudo na Alemanha. Seu trabalho mais conhecido é A crítica da razão pura (1781; segunda edição de 1787. Nosso conhecimento do mundo é mediado pelo sistema nervoso, constituído de categorias que condicionam esse conhecer, tais como tempo, espaço, casa-efeito; temos acesso aos fenômenos, em outras palavras, manifestações exteriores da realidade, mas nunca à essência dessa realidade, o que Kant chamou de coisa-em-si.), cuja íntegra corresponde ao volume "Kant" de OS PENSADORES. Escreveu, também, entre muitos outros tratados, Crìtica da razão prática (1788); Crítica da capacidade de julgar (1790); e Fundamentos da metafísica dos costumes (1785). A ética preconizada por Kant condiciona a validade de qualquer preceito moral à sua universalizabilidade (perdão, leitores!); trocando em miúdos: só devo fazer aos meus semelhantes o que eu gostaria que eles me fizessem — como se vê, uma tentativa de fundamentação laica da famosa regra aúrea da reciprocidade, presente desde muitíssimo antes nos ensinamentos das grandes religiões mundiais. Uma boa via de acesso ao pensamento político liberal de Kant é sua A paz perpétua (um projeto filosófico), 1795, com segunda ed., ampliada, em 1796, onde ele prega uma confederação de Estados soberanos como antídoto à guerra; esses Estados deveriam ser republicanos (=não-despóticos): o poder dos governantes limitado pelo consentimento dos governados, expresso mediante mecanismos de representação. Para Kant, as diferenças formais entre os governos (monarquias, aristocracias, democracias) eram menos cruciais que a distinção entre repúblicas e despotismos. O melhor exemplo do que ele queria dizer é dado pelos reinos europeus de hoje em dia (Grã-Bretanha, Países Baixos, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Suécia, Espanha), muito mais republicanos que a maioria das democracias do Terceiro Mundo.A tese de Kant é que Estados com sistema representativo em bom funcionamento não fariam guerra uns aos outros, pelo simples fato de que os cidadãos, com voz e voto na política de seus respectivos países, seriam suficientemente racionais para não aceitarem servir como carne de canhão às pretensõles expansionistas de seus governantes; o perigo da guerra residiria, assim, nas relações entre Estados despóticos ou na agressão movida por um despotismo contra um regime republicano. Nesse mesmo trabalho, derivava Kant, de sua ética, a noção de que ninguém tem o direito de fazer dos semelhantes meios, instrumentos, para a consecução dos próprios objetivos (cada pessoa deve ser considerada como um fim em si mesma), razão pela qual não cabia ao Estado interferir nos projetos de vida dos seus súditos, mas tão-somente zelar para que estes não se prejudicassem mutuamente interferindo nos projetos uns dos outros. Daí a pertinência da metáfora do governo como guarda de trânsito, encarregado de evitar desastres e conflitos envolvendo motoristas e pedestres, sem jamais pretender impor-lhes um determinado itinerário; nesta concepção ultraliberal, os deveres do Estado deveriam limitar-se a distribuir justiça e punir os recalcitrantes. Veja BOBBIO, Norberto, Direito e Estado no pensamento político de Immanuel Kant (edições brasileiras: UnB e Mandarim/Siciliano). Edição portuguesa da Paz perpétua: Edições 70, 1996.
(7) Os Federalist Papers (ed. bras.: Artigos federalistas, Rio: Nova Fronteira, 1993) foram publicados, sob o pseudônimo Publius, na forma de uma série com 85 artigos por jornais de Nova York, entre 1787 e 1788, sendo seus autores Hamilton (1755 ou 1757 – 1804) — constituinte americano por NY e depois primeiro secretário do Tesouro americano — e Madison (1751 – 1836) — constituinte pela Virgínia, depois secretário de Estado do governo Thomas Jefferson e quarto presidente dos Estados Unidos –, com a colaboração de John Jay (1745 – 1829), diplomata e primeiro presidente da Suprema Corte Americana, defendendo a transição do modelo de confederação (estados constitutivos mantém sua soberania, com moeda e políticas externa e de defesa próprias), adotado pelos Estados Unidos na proclamação de sua independência (1776) para o de federação ( estados conservam ampla margem de autonomia em seus assuntos internos, mas abdicam da soberania em favor do governo da União), consagrado pela Constituição de 1787, finalmente promulgada em 1789, e procurando disso persuadir a legislatura de Nova York, a fim de que seus membros aceitassem (e ratificassem) o projeto constitucional aprovado pela Convenção da Filadélfia.
(8) Von Humboldt (1767 – 1835), filósofo, estudioso de línguas e reformador universitário alemão, irmão mais velho do naturalista Alexander von Humboldt (1769 – 1859), escreveu Dos limites da ação do Estado (1792), recentemente publicado em português pela Topbooks, graças a co-patrocínio Instituto Liberdade (Porto Alegre)/Liberty Fund.
(9) Benjamin Constant de Rebecque (1767 – 1830), escritor, ensaísta e político franco-suíço, autor do importante ensaio "Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos" (baseado em conferência que proferiu no Ateneu de Paris, em 1819), que fundamenta o moderno regime representativo, publicado na revista Filosofia Política, 2, 1985 (UFRGS/Editora L&PM), com apoio do CNPq. Entre várias obras, escreveu famoso romance psicológico (Adolphe, em 1806). Avesso tanto ao absolutismo do antigo regime Bourbon quanto ao regime do Terror robespierriano e, mais tarde, também ao império de Napoleão Bonaparte, reconciliou-se com este e redigiu o projeto liberal dos chamados Cem Dias — período compreendido entre a volta do imperador do exílio na ilha de Elba, Mediterrâneo, e seu degredo definitivo na ilha de Santa Helena, Oceano Atlântico, depois de derrotado pelas forças sob o comando britânico do duque de Wellington em Waterloo, na Bélgica (1815). A inovação de Constant, que introduziu no texto o chamado Poder Neutro, à parte da tríade Legislativo-Executivo-Judiciário, frutificaria no Brasil, sob a forma do Poder Moderador (privativo da Coroa, assessorada pelo Conselho de Estado), na Carta outorgada pelo imperador Pedro I, em 25 de março de 1824.
(10) Mill (1806 – 1873), economista, lógico e publicista inglês, filho do filósofo utilitarista escocês James Mill (1773 – 1836). Obras principais de Stuart Mill: Sistema de lógica (1843), Princípios de economia política (1848) , Considerações sobre o governo representativo (1861, uma defesa da adoção do sistema eleitoral da representação proporcional — mediante o qual as diversas correntes de opinião e os grupos de interesse da sociedade são espelhados no parlamento — contra o sistema majoritário do voto distrital puro, em vigor na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos até hoje — o vencedor em cada distrito ganha a cadeira de deputado respectiva, e a minoria fica sem representação, mesmo havendo perdido por pequena margem de votos) e Sobre a Liberdade, com mais de uma edição no Brasil, genial panfleto contra qualquer ingerência na esfera individual de decisão e ação do indivíduo, proveniente quer do governo, quer da opinião pública, que não se justificasse pela proteção do mesmo direito de terceiros.
(11) De Tocqueville (1805 -1859), escritor e político francês, autor, entre outras obras, de A democracia na América (primeiro volume publicado originalmente em 1835 e o segundo, em 1840. Edições brasileiras: Belo Horizonte/ S. Paulo: Itatiaia/Edusp, 1977, em volume único; e, mais recentemente, S. Paulo, Martins Fontes, em dois volumes); O antigo regime e a revolução (1856; ed. bras.: Brasília: UnB, 1989); e Lembranças de 1848 ( póstuma, 1893; ed. bras.: S. Paulo: Companhia das Letras, 1989). Na primeira, Tocqueville baseou-se-se em suas observações de viagem aos Estados Unidos para fundamentar sua famosa tese do inexorável avanço da igualdade no mundo ocidental — entendido como tendência crescente à deslegitimação das desigualdades fundadas quer nos costumes, quer nas leis –, com seus aspectos positivos e negativos; na segunda, valendo-se de farta documentação histórica, sustentou que, a par das óbvias rupturas com o passado, ainda assim o Estado criado pela Revolução francesa manteve e aprofundou a centralização administrativa do antigo regime; na terceira, recapitulou seus 10 anos de Câmara dos Deputados, como representante de um distrito da Normandia, com ênfase na crise política e social que derrubou o regime da Monarquia de Julho de 1830 (do rei Luís Filipe de Orleans) e produziu a Segunda República francesa, em que Tocqueville atuaria por pouco tempo como ministro das Relações Exteriores do presidente Luís Bonaparte, até o autogolpe dado por este,em 1851, empalmando o poder como Napoleão III. Preso por protestar contra o fechamento do Legislativo naquele episódio, Tocqueville acabaria se recolhendo a um exílio interno até sua morte, graças ao qual trouxe à luz a primeira parte do já referido O antigo regime e a revolução, obra que ficaria incompleta. Em 2003, graças ao erudito empenho de J. O. de Meira Penna, a editora da UniverCidade, do Rio, publicou edição crítica do Ensaio sobre a pobreza, de um ainda jovem Tocqueville (1835).
(12) Acton (1834-1902), expoente do catolicismo liberal inglês. O texto de duas palestras que proferiu em Bridgnorth, em 1977, é competentemente resumido pelo economista liberal brasileiro Roberto Fendt e publicado em fascículo da série Clássicos do Liberalismo como encarte ao número 26 , 2004, da revista Banco de Idéias, do Instituto Liberal (título: "Ensaios sobre a história da liberdade").
(13) Weber (1864 – 1920), jurista, economista, historiador e politólogo alemão, um dos mais influentes pçensadores do século XX. A meu ver, os melhores títulos de introdução ao pensamento weberiano são seus Ensaios de sociologia, organizados por Hans Gerth e C. Wright Mills, co várias edições braileiras (Zahar, Guanabara, LTC); o livro de Reinhard Bendix, Max Weber (um perfil intelectual), Brasília: UnB, várias reimpressões; e o monumental (e canônico) Max Weber (uma biografia), escrito por sua viúva, Marianne Weber, e finalmente publicado há pouco no Brasil pela Casa Jorge Editorial. O leitor interessado na metodologia weberiana precisa conhecer, de Gabriel Cohn, professor emérito da Universidade de São Paulo, Crítica e resignação (fundamentos da sociologia de Max Weber), S. Paulo: T. A. Queiroz, 1979, com reimpressões mais recentes. A obra propriamente política de Weber mais acessível ao leitor brasileiro, além do texto de sua conferência "A política como vocação" (no já referido volume de Ensaios de sociologia), é o importante ensaio Parlamento e governo, Petrópolis: Vozes, 1993. E, para uma breve análise comparativa dos pensamentos políticos de MW e Tocqueville, consulte o meu ensaio "Alexis de Tocqueville e MW (respostas políticas ao individualismo e ao desencantamento na sociedade moderna", publicado na coletânea A atualidade de Max Weber, organizada por Jessé Souza, Brasília: UnB, 2000, pp. 163-196, o qual reproduz a "Introdução" à minha tese de doutoramento em Ciência Política, "Homo democraticus/Homo burocraticus (Tocqueville, Weber e a política como arma contra o individualismo e o desencantamento)", defendida, em 1999, no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), disponível em www.iuperj.br
(14) Keynes (1883 – 1946),inglês, um dos maiores economistas do século passado. Tentou salvar o capitalismo dos efeitos política e socialmente devastadores da Grande Depressão mundial, desencadeada pela quebra da bolsa de Nova York, em 1929, receitando o aumento dos gastos governamentais (obras públicas, principalmente) para criar empregos e fortalecer a demanda agregada. A receita, constante de sua mais prestigiosa obra — A teoria geral do emprego, do juro e do dinheiro –, foi em grande medida aplicada pelo ex-presidente americano Franklin Roosevelt, por meio da legislação econômica e social do New Deal, embora, em retrospectiva histórica, hoje saibamos que o impulso decisivo para que os Estados Unidos saíssem da depressão, ‘puxando’ a economia mundial, foi a mobilização econômica destinada a garantir a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Ao final do conflito, Keynes, que já havia participado da delegação britânica à conferência de paz de Paris (Tratado de Versalhes,1919, fim da Primeira Guerra Mundial — 1914 a 1918) e condenado duramente as pesadas ‘compensações’ impostas à Alemanha pelos vencedores (especialmente a França) no texto As conseqüências econômicas da paz, participou ativamente dos trabalhos na conferência de Bretton -Woods, Estados Unidos, onde foi traçada a arquitetura institucional da economia internacional (Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional), em torno da hegemonia americana. Para uma visão de conjunto do seu pensamento de , veja o volume "Keynes" da coleção Grandes Cientistas Sociais, publicada pela editora Ática.
(15) Ortega y Gasset (1883 – 1955), espanhol, autor de ampla obra ensaística consagradora da filosofia raciovitalista, muito conhecido pela frase "Eu sou eu e a minha circunstância". Um dos seus textos de maior significado sociopolítico é A rebelião das massas, de 1930, publicado no Brasil pela Martins Fontes.
(16) Von Mises (1881 – 1973), economista liberal austríaco, radicado nos Estados Unidos, tendo lecionado na Universidade de Nova York. Sua obra maior, o livro Ação humana, foi publicada no Brasil pelo Instituto Liberal (www.il.org.br), assim como o manual econômco introdutório As seis lições.
Mises entronizou o consumo como motor da economiar e criticou a mentalidade anticapitalista da grande maioria dos intelectuais, inconformados e ressentidos do sucesso material de empreendedores que consideram menos brilhantes e, quase sempre, tipos vulgares e de um profundo mau gosto. (Seusespécimes abundam nos departamentos de Ciências Humanas das universidades de nossa pátria, onde ensinam os jovens a odiar o capitalismo democrático e a cultuar tiranos genocidas como o russo Vladimir Ilitch Ulianov, dito Lênin [1870-1924];o chinês Mao Zedong [1893 – 1976];o moribundo ditador cubano Fidel Castro [1926];e o seu irrequieto discípulo venezuelano,Hugo Chávez, além de candidatos frustrados à tirania, como o comunista italiano Antonio Gramsci [1891 -1937], que apesar — ou, quem sabe, por causa — do fracasso político representado por sua morte em um cárcere do regime fascista de Benito Mussolini [1883 -1945], tem sua vida e obra fortemente cultuadas nos círculos intectuários de nossa pátria, em razão de sua tese favorável à conquista do poder político pelos meios mais ou menos pacíficos de uma nova hegemonia intelectual e moral protagonizada por professores universitários, escritores, jornalistas e outros ocupantes de posições estratégicas na mídia de massa.)
(17) Hayek (1899 -1992), outro grande representante da chamada escola econômica austríaca. Sua obra mais popular é O caminho da servidão (InstitutoLiberal), publicado pela primeira vez em Londres, em 1942. Foi professor da London School of Economics e ganhou o Nobel de economia de 1974, dividindo-o com o sociólogo e economista sueco Gunnar Myrdal, estudioso dos problemas do subdesenvolivmento e também do negro nos Estados Unidos, com teses opostas ao ferrenho antiintervencionismo estatal de Hayek.Outros livros impoetantes: A Constituição da lberdade (edição UnB/revista Visão, início dos anos 80) e Law, legislation and liberty (1978, ao que eu saiba não traduzido)
(18) Aron (1905 -1983), filósofo da história, sociólogo, analista político e estratégico francês: As etapas do pensamento sociológico (Martins Fontes),O ópio dos intelectuais (UnB), Paz e guerra entre as nações (UnB), Pensar a guerra/Clausewitz (UnB, em dois tomos), Estudos políticos (UnB, 1985) e o Marxismo de Marx (Arx), entre numerosas obras,importantíssimas todas elas. Na Paris do pós-guerra, enquanto seu antípoda ideológico, o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, demonizava o imperialismo americano e aplaudia o totalitarismo comunista da União Soviética de Stalin — antes de tornar-se maoísta e vedete crepuscular da revolta estudantil de maio de 68 …-, fazendo vista grossa às execuções ou prisões em campos de oncentração de inúmeros opositores (reais ou imaginários) daquele regime, Aron, em obras como Dezoito lições sobre a sociedade industrial (UnB), Democracia e totalitarismo,A luta de classes, Em defesa da Europa decadente (com edições portuguesas), bem como em suas colunas de Le Figaro e L’Express, sem dar bola para a patrulha ideológica esquerdista, esbanjava lucidez analisando o sucesso do modelo híbrido de economia de mercado, democracia política e intervenção do Estado na promoção do bem-estar e da coesão sociais, vigente na América e na Europa ocidental, contra o pano de fundo da rivalidade Leste-Oeste na guerra fria como disputa de poder entre a aliança de nações capitalistas democráticas pertencentes à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos Estados Unidos, de um lado, e o bloco formado pela antiga URSS e seus regimes-satélites da Europa oriental, de outro.
(19) Berlin (1909 – 1997), ensaísta e historiador das idéia inglês de origem judaica,nascido em Riga, Letônia. Por toda a vida ligado ao All-Souls College da Universidade de Oxford, escreveu obras, já consideradas clássicas sobre o liberalismo e também sobre o antiiluminismo romântico, sobretudo alemão, tais como Quatro ensaios sobre a liberdade (UnB, 1981), Vico e Herder (UnB), Limites da Utopia (Companhia das Letras, 1991) , O sentido da realidade Civilização Brasileira, 2000, incluindo o ensaio "Discernimento político") e Contra la corriente (México, DF: FCE, 1992). Muitos dos seus mais famosos escritos inte gram a coletânea Estudos sobre a humanidade, organizada por Henry Hardy e Roger Hausheer (Companhia das Letras, 2002). Para a biografia de Berlin, muito interessante não só pelo que ele pensou e escreveu, mas também pelos episódios que viveu (analista do serviço de inteligência britânica na embaixada em Washington durante a Segunda Guerra Mundial) e pelas grandes personalidades mundiais que conheceu, veja Isaiah Berlin(uma vida), de Michael Ignatieff (Record, 2000) e Com toda a liberdade (Perspectiva, 2003), longa entrevista ao escritor iraniano Ramin Jahanbegloo, atualmente prisioneiro em seu país, onde poderá mesmo ser condenado à morte pelo regime teocrático xiita.
(20) Friedman (1912 – 2006), o mais influente pensador econômico do final do século passado, Nobel de economia de 1976, ex-professor da Universidade de Chicago, estando, nos seus últimos anos, ligado como pesquisador à Hoover Institution for War, Revolution and Peace, da Universidade Stanford, Califórnia. Autor de uma famosa história monetária dos Estados Unidos, de 1867 a 1960 — onde reafrmou o clássico diagnóstico liberal da inflação como fenômeno decorrente do excesso de meios de pagamento sobre a disponibilidade de bens e serviços — e de livros de popularização de suas idéias, escritos com sua mulher, Rose: Capitalismo e liberdade (de 1962; ed. bras.: coleção OS ECONOMISTAS, da Abril Cultural, várias reedições) — em que apresentou a proposta liberal de políica social baseadano pagamento mensal de uma renda mínima a quem ganhasse abaixo de determinada quantia, o que permitiria eliminar as imensas burocacias governamentais de previdência e assistência sociais –, A tirania do status-quo e Livres para escolher (ed. bras.: Record).
(21) Sarmiento (1811 – 1888), escritor e estadista argentino, presidente da República entre 1868 e 1874. Em seu livro Facundo, analisou e discutiu a tradição caudilhesca do Pampa como obstáculo à implantação de uma sociedade liberal moderna.
(22) Paz (1914 -1998), peta, diplomata e humanista mexicano. Nobel de literatura de 1990. Autor de El laberinto de la soledad(México, DF: Fondo de Cultura Económica, 1959, segunda edição), visão erudita e original da formação sociocultural de seu povo. Escreveu a melhor introdução que conheço à antropologia estruturalista, Claude Lévi-Strauss, o el nuevo festin de Esopo Ed. bras.: Perspectiva). Ensaios políticos: El ogro filantrópico– com este título, só pode mesmo tratar-se do Estado na América Latina… — (México: Joaquín Mortiz, 1979. Ed. bras.: Guanabara, 1989) e Tiempo nublado (Barcelona: Seix Barral, 1983).
(23)Tavares Bastos (1839 – 1975), político e escritor alagoano, deputado geral , pelo Partido Liberal, no segundo reinado. Em A província — republicada em 1997 pelo Senado Federal — pregou a descentralização administrativa. Escreveu, também, entre outros trabalhos, Os males do presente e as esperanças do futuro (1861), Cartas do solitário (1862) e Estudos sobre a reforma eleitoral (1873).
(24) Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (1849 – 1910), escritor, estadista e diplomata pernambucano. Em sua obra O Abolicionismo defendeu a libertação dos escravos e propôs políticas de promoção social e humana do negro para sua inserção no mundo do trabalho livre. Em Um estadista do Império (1897-1899, recentemente republicado pela Topbooks), biografia de seu pai, o senador José Tomás Nabuco de Araújo, traçou um amplo e minucioso panorama da política brasileira no segundo reinado. Membro-fundador da Academia Brasileira de Letras. Advogado do Brasil na questão de limites com a Guiana Inglesa, foi o primeiro embaixador brasileiro em Washington, onde morreu.
(25) Salles de Oliveira (1887 – 1945), engenheiro e estadista paulista. Fundou a Universidade de São Paulo (USP), em 1934, quando interventor federal em seu estado, designado pelo presidente Getúlio Vargas para aplacar a resistência paulista após a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932. Eleito governador em 1935, era forte candidato à eleição presidencial programada para 1938, mas teve sua ascensão truncada pelo golpe político-militar do Estado Novo, um ano antes. Preso e, em seguida, exilado na Europa, voltou, a saúde seriamente abalada, em 1945, quando a ditadura varguista chegava ao fim, apenas para morrer no mesmo ano. Seus Escritos políticos foram organizados por Antônio Paim e publicados pela Arx/Siciliano, em 2002.
(26) Merquior (1941 -1991), diplomata, ensaísta e grande divulgador do liberalismo no Brasil do final do século XX.Sua longa relação de obras inclui: Rousseau e Weber (dois ensaios sobre a teoria da legitimidade), tema de sua tese de doutoramento pela London School of Economics, ed. bras.: Zahar; As idéias e as formas; O argumento liberal; e A natureza do processo (todos títulos publicados pela Nova Fronteira). Historiou e analisou, com precisão e elegância as grandes correntes do liberalismo e os seus principais autores na obra póstuma Liberalismo (antigo e moderno), publicada peola Paz e Terra em 1991.
Nelson Rodrigues (1912 – 1980) considerava Roberto (de Oliveira) Campos (1917 – 2002) a maior inteligência do Brasil; também neste ponto, estou com Nelson e não abro. Embaixador do Brasil em Washington e na Corte de St James (Londres), ministro do Planejamento de 1964 a 1967 (governo do marechal-presidente Humberto Castelo Branco), foi também senador por seu Mato Grosso natal, sob a legenda da Arena, depois PDS, em seguida PPR, finalmente PPB (hoje PP), quando participou da Constituinte de 1987/88 criticando o exagerado estatismo da Carta ali produzida. Depois do Senado, foi eleito três vezes deputado federal pelo Rio de Janeiro. Os bem-humorados e fundamentados artigos dominicais para O Globo (reproduzidos no Estado de S. Paulo e mais tarde na Folha de S. Paulo) desancavam a teimosia do atraso brasileiro e traduziam para o leitor as complexidades da política internacional, tendo sido compilados em vários livros, dentre os quais, Além do cotidiano, O século esquisito e Ensaios imprudentes (Record). Foram a minha primeira escola de liberalismo. Sua defesa da participação de capitais estrangeiros na economia brasileira, de modo a compensar nossa crónica deficiência de poupança interna e reduzir a defasagem tecnológica do país, e sua oposição à política de reserva de mercado para informática, que considerava fator de prolongamento dessa mesma defasagem, levaram as esquerdas e setores da direita patrioteira a tachá-lo de Bob Fields, símbolo do entreguismo etc. Campos seria vingado pela história: pouco tempo depois da derrocada do comunismo soviético, no início dos anos 90, o Folhetim, caderno de idéias então publicado pela Folha de S. Paulo, estampou na capa seu sorriso de satisfação, de quem ri por último, com a frase: OK, BOB, VOCÊ VENCEU. Seu livro de memórias, A lanterna na popa (Topbooks, 2001, quarta edição, revista e aumentada, em dois volumes). é indispensável para quem quer conhecer os bastidores políticos e econômicos das grandes decisões nacionais e internacionais do último meio século, narradas por alguém que testemunhou de perto muitos desses lances, quando não os protagonizou.
(27) Paim (1927, em Jacobina/BA), dono da mais cativante biografia entre os intelectuais que conheço. Desiludido com o marxismo, que conhecera na prática, na primeira metade dos anos 50, quando, membro do PCB, foi destacado para a Escola de Quadros do PCUS, em Moscou, aproximou-se do pensamento liberal, assim inaugurando uma carreira intelectual brilhante e produtiva. Ex-professor de filosofia na PUC e na Universidade Gama Filho, no Rio, hoje se divide entre Lisboa, onde leciona no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Portugal, e Brasília, atuando como assessor do Instituto Tancredo Neves (dentro em breve Instituto Liberdade e Cidadania), do PFL. Seu ritmo de lançamento supera a média de um livro por ano, com obras influentes nas áreas de história da filosofia, análise sociopolítica e divulgação da cultura humanística, tais como: História das idéias filosóficas no Brasil (quinta edição, Londrina: Universidade Estadual de Londrina [UEL], 1997) ; Problemática do culturalismo (Porto Alegre: EdiPUC-RS, 1995; O liberalismo contemporâneo (segunda edição, Rio: Tempo Brasileiro, 2000); Evolução histórica do liberalismo (em co-autoria, BH: Itatiaia, 1987); a minúscula e preciosa ‘lista das listas’ de Grandes Livros, Leituras ligadas à cultura geral (Rio: Expressão e Cultura, 2001). Colaborou em O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, entre numerosos periódicos brasileiros, e atualmente é articulista quinzenal de O Público, de Lisboa.
(28) Lafer (1941, na capital paulista), jurista, cientista político e escritor, é professor -titular de Direito Internacional da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP). Foi ministro das Relações Exteriores do governo Collor e do primeiro governo FHC (1992 e 1995 – 1999, respectivamente).Celso Lafer é o pioneiro e maior divulgador no Brasil do pensamento da filósofa judia alemã Hannah Arendt (1906 – 1975), de quem foi aluno na Universidade de Cornell, estado de Nova York, por onde se doutorou em Ciência Política, com tese sobre o Plano de Metas do governo do presidente Juscelino Kubitschek. Algumas de suas principais obras: Hannah Arendt (pensmamnto, persuasão e poder), Paz e Terra, 1979; O sistema político brasileiro (estrutura e processo), Perspectiva, 1975; Hobbes, o direito e o Estado Moderno, publicado pela Associação dos Advogados de São Paulo, em 1980; Paradoxos e possibilidades e O Brasil e a crise mundial (ambos sobre relações internacionais e política externa; Nova Fronteira, 1982, e Perspectiva, 1984, respectivamente); Desarmamento, comércio e direitos humanos, pela Paz e Terra, 1999 (uma visada sobre estes três temas mundiais sob a perspectiva de sua esxperiência como embaixador do Brasil aos órgãos das Nações Unidas sediados em Genebra);e Ensayos liberales (México:FCE, 1993).
(29) O embaixador aposentado, ensaísta, analista junguiano e ex-professor de Relações Internacionais na UnB, José Osvaldo de Meira Penna (90 anos em 2007!) é o decano da inteligência liberal brasileira. Costumo dizer aos meus alunos que a leitura de seu Em berço esplêndido (Topbooks, segunda edição, revista e aumentada, 1999), original análise do caráter nacional brasileiro, é algo mais proveitoso e instrutivo que a maioria dos cursos de pós-graduação em ciências humanas que eu conheço. Escreve muito e bem; aqui está uma pequena relação de suas obras, todas elas um primor de erudição, que poderiam muito bem ser simbolizadas pelo lema "Tudo que é humano me interessa": A ideologia do século XX (segunda edição, Nórdica/Instituto Liberal); O elogio do burro (Agir, 1980); O espírito das revoluções (Rio: Faculdasde da Cidade, 1997) e o recente Polemos (UnB), diálogo com o evolucionismo darwiniano acerca da agressividade humana.
Velez (1943, na Colômbia), filósofo e analista político, é o mais importante historiador das idéias positivistas no Brasil. Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde coordena o Centro Paulino José Soares de Sousa (nome do Visconde de Uruguai, 1807 – 1866, político conservador, diplomata e estadista do segundo reinado) de Pesquisas Estratégicas.. Recentemente, o Senado Federal republicou seu Castilhismo (uma filosofia da república). Autor prolífico, escreveu, entre outras obras importantes, Oliveira Vianna e o papel modernizador do Estado brasileiro (Londrina, 1997, originalmente sua tese de doutoramento em Pensamento Luso-Brasileiro pela Universidade Gama Filho, Rio, 1982); A democracia liberal segundo Alexis de Tocqueville (Insituto Tancredo Neves em co-edição com o selo Mandarim, da Editora Siciliano, 1998); Ética empresarial (conceitos fundamentais), Londrina: Instituto Humanidades, 2003. Membro do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio, brinda, com freqüência, os leitores de sua revista, Carta Mensal, com perfis biobibliográficos de grandes nomes do pensamento liberal e análises oportunas da conjuntura nacional e internacional.
Gianetti (1957), doutor em economia pela Universidade de Cambridge, foi professor da Faculdade de Economia e Administração de Empresas da USP e hoje dirige o Departamento de Economia da Faculdade Ibmec, São Paulo Sua tese de doutoramento foi traduzida como O mercado das crenças e publicada pela Companhia das Letras, editora de outros livros seus, a exemplo de Vícios privados, benefícios públicos?; Auto-engano; e o mais recente O valor do amanhã.
(30) Veja o site do think-tank American Enterprise Institute for Public Policy Research, influente centro de estudos políticos, econômicos e sociais baseado em Washington (www.aei.org).Conheço, pelo menos, duas obras de Novak, publicadas no Brasil: O Espírito do capitalismo democrático (Nórdica, 1985), título que é uma alusão à famosa tese de Weber, A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904/5; ed. bras.: São Paulo: Pioneira, 1967), que estabeleceu importante conexão entre a doutrina do puritanismo calvinista, o modo como era vivenciada pelos seus fiéis no norte da Europa (temerosos e incertos quanto ao seu destino além-túmulo, já que João Calvino — 1509 – 1564 — , teólogofrancês de Genebra e, ao lado de Lutero, o maior nome da Reforma protestante, sustentava doutrina segundo a qual todos os seres humanos haviam sido predestinados, por Deus, à bem-aventurança ou à danação eterna desde o início dos tempos, não estando ao alcance da limitada e falível inteligência do homem saber das razões orientadoras de Seus imperscrutáveis desígnios) e o surgimento de uma economia dinâmica, inovadora e próspera, baseada na metódica e rigorosa reaplicação dos lucros na expansão dos negócios (se o Senhor não dá sinais,digamos, oficiais de Sua escolha, poder-se-ia, ao menos, tentar obter deixas ‘oficiosas’, com base no maior ou menor sucesso material obtido por qualquer indivíduo na sua profissão ou no seu negócio). Novak quer mostrar que elementos de uma ética favorável ao desenvolvimento da economia de mercado já poderiam ser discernidos nos ensinamentos cristãos de sábios medievais, como o próprio Tomás de Aquino. Sua segunda obra publicada no Brasil é Será a liberdade?, uma análise crítica da Teologia da Libertação, que, ao contrário, exalta as virtudes da pobreza.
(31) Eis aqui os títulos de algumas imprtantes obras de Strauss, nenhuma delas em português, por enquanto: What is political philosophy? (University of Chicago Press: 1988); Natural right and history (idem, 1965); Persecution and the art of writing (idem, 1988); e, com Joseph Cropsey, a organização da monumental Historia de la filosofía política (México: FCE, 1993). O livro comentado no corpo deste artigo é a coletânea Liberalism ancient and modern (Cornell University Press, 1989), especificamente os ensaios "What is liberal education?", "Liberal education and responsibility" e "Perspectives on the good society".
(32) Veja, por exemplo, o já citado texto da conferência de Weber "Politica como vocação", na coletânea Ensaoios de sociologia.
(33) Berlin historiou e comentou magistralmente essa dicotomia em seu ensaio "Dois copnceitos de liberdade", incluído na já citada coletânea Quatro ensaios sobre a liberdade.
(34) Aristóteles, A política (livro VI), Rio: Ediouro, sem data.
(35) Eis aí o cerne da distinção proposta pelo já mencionado Benjamin Constant de Rebecque, entre liberdade antiga e liberdade moderna.
(36) A ética protestante…, p. 131.
(37) No belo livro de memórias de Hook, Out of step (an unquiet life in the twentieth century). New York: Harper and Row, 1987, pp. 161-162.
(38) Veja, por exemplo, ensaio de Weber sobre o socialismo, baseado em sua palestra a oficiais do exército austríaco, na Universidade de Viena, em 1918. Max Weber, Political writings, coletânea organizada por Peter Lassman e Donald Spears. New York: Cambridge University Press, 1994. (Em espanhol: Max Weber – escritos políticos, em dois vols.México: Folios, 1981)
(39) Strauss, Liberalism ancient and modern, p. 262.
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