Folha de S. Paulo
Programa social consome metade dos gastos federais
Com o impulso do reajuste do salário mínimo e da reformulação do Bolsa Família, os programas sociais de transferência de renda alcançaram peso inédito no gasto público e na economia do país.
Recursos pagos diretamente a famílias representaram mais da metade -exatos 50,4%- das despesas do governo federal no ano passado, excluídos da conta os encargos da dívida pública.
Dados recém-apurados da execução orçamentária mostram que o montante chegou a R$ 405,2 bilhões, distribuídos entre o regime geral de previdência, o amparo ao trabalhador e a assistência.
Trata-se de 9,2% do Produto Interno Bruto, ou seja, de todos os valores recebidos pela população e pelas empresas instaladas no país.
13 mil famílias deixam lista da miséria após extra de R$ 2
“Com R$ 2 não dá para comprar nem meio quilo de frango. Comprei um coco hoje com R$ 2”, afirma Luiza Sousa, 51, desempregada em Demerval Lobão, no Piauí. Para o governo, ela e seus quatro filhos deixaram de ser “miseráveis” no fim de 2012, quando passaram a receber, cada um, R$ 2 mensais do programa Brasil Carinhoso.
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Com esse programa, famílias já beneficiadas pelo Bolsa Família recebem um complemento financeiro para tecnicamente deixar a miséria. Segundo os critérios do governo, uma família com renda mensal de até R$ 70 por pessoa é “miserável”.
Ex-miseráveis vivem de maneira precária, mas têm o que comer
Famílias que nos últimos meses deixaram a miséria com o complemento do Brasil Carinhoso enaltecem Dilma, Lula e o Bolsa Família, enquanto ainda vivem sob uma estrutura precária, sem emprego, porém com mais comida no prato.
Esse foi o quadro encontrado pela Folha há duas semanas em diferentes municípios do Piauí, onde conversou com famílias que tecnicamente são ex-miseráveis.
Antônia Pereira Galvão, 35, dona de casa em Joaquim Pires (a 229 km de Teresina), recebeu um complemento de R$ 28 no Bolsa Família, que agora atingiu R$ 162 mensais e ajuda a sustentar o marido e os três filhos.
Programas são bem-sucedidos e estão em fase de ‘consolidação’, diz ministério
Programas de transferência de renda como o Bolsa Família e o seu complemento, o Brasil Carinhoso, são bem-sucedidos, estão ajudando milhões de famílias a deixar a pobreza extrema e, de acordo com o governo federal, se encontram em fase de “consolidação”. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, uma análise dos valores extremos de complemento de renda provoca uma avaliação distorcida da realidade.
Governo do Rio ignora controle de auditoria
O governo do Rio ignora a maior parte das recomendações e das regras criadas por seu próprio sistema de controle interno, de acordo com dados da Auditoria-Geral do Estado (AGE). O retrato consta de relatório do órgão.
Segundo o levantamento, além de não seguir as orientações, a maioria das secretarias estaduais não mantém a rotina de envio de relatórios obrigatórios para a AGE, responsável por evitar mau uso do dinheiro público.
Condenado, João Paulo faz defesa de Renan em SP
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado no processo do mensalão, defendeu Renan Calheiros (PMDB-AL), recém-eleito presidente do Senado e acusado pela Procuradoria-Geral da República de três crimes.
Em discurso ontem, durante encontro da corrente majoritária do PT em Carapicuíba (Grande SP), João Paulo lançou dúvidas sobre o procurador-geral, Roberto Gurgel, que, às vésperas da eleição no Senado, denunciou Renan sob a acusação de peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e uso de documento falso.
PMDB consolida papel de escudo de governo
Criado pela ditadura militar para ser um grupo de oposição consentida, o Movimento Democrático Brasileiro nasceu de forma anômala. Foi formado em 1966 e passou a abrigar uma frente de políticos expelidos dos partidos proscritos pelo regime. Esse agrupamento desengonçado estava em todo o país, mas cada facção local tinha seus interesses. A falta de sintonia persiste até hoje.
Quando a ditadura extinguiu todas as siglas políticas, o Brasil passou a ter só duas agremiações legais. De um lado ficou a governista e pró-ditadura Arena. Do outro, o MDB, no papel de oposição emasculada. A Arena e o MDB foram forjados da mesma matéria-prima. Herdaram políticos de todas as siglas extintas.
Heroísmo mobiliza 5.000 voluntários em Santa Maria
Há uma semana, o médico socorrista e cirurgião geral, Ewerton Nunes Morais, 60, estava mais uma vez de plantão no HU (Hospital Universitário) de Santa Maria. Segundo a Defesa Civil, cerca de 5.000 pessoas atuaram como voluntários.
Pouco depois das 2h30, recebeu a notícia do incêndio na boate Kiss, a balada preferida pelos estudantes da cidade. Logo, Morais saberia: lá também estava o seu filho, Luiz Arthur, 25.
Constraste sob suspeita
A morte de três pacientes de Campinas após exames de ressonância magnética colocou sob suspeita a segurança do contraste, composto químico aplicado nos pacientes antes do exame para melhorar a qualidade das imagens.
O soro fisiológico, injetado após o procedimento, também está sendo investigado. Seis lotes de soro e dois de contraste foram interditados.
Enquanto a causa das mortes segue desconhecida, muitas pessoas cancelaram os exames agendados ou se recusaram a fazê-los utilizando o contraste, segundo Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).
O Estado de S. Paulo
Lula traça estratégia para governo de SP
O PT começou a montar a estratégia, considerada prioritária pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar tirar o PSDB do Palácio dos Bandeirantes na eleição de 2014. A direção do partido debate internamente dois caminhos: fazer uma aliança com uma sigla aliada e tirar a cabeça de chapa do PT ou lançar um ministro da presidente Dilma Rousseff como candidato a governador de São Paulo.
As duas estratégias foram debatidas há dez dias em reunião com Lula, em São Paulo. Voltaram à pauta na segunda-feira em almoço em Brasília do qual participaram integrantes do partido.
Planalto já calcula o preço a pagar ao fortalecido PMDB
Sem adversários fortes para ameaçar suas vitórias, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi eleito presidente do Senado, na última sexta-feira, e o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) deve ser o escolhido como presidente da Câmara amanhã. O Planalto chancelou a opção pelas duas candidaturas em nome da manutenção do PMDB como aliado preferencial dentro da base parlamentar e na campanha presidencial de 2014.
O governo sabe, porém, que em acordos com o PMDB há sempre um preço a ser pago: Henrique e Renan pretendem lançar suas candidaturas a governador em seus Estados e para isso querem o apoio do PT e da presidente Dilma Rousseff. A cúpula do partido também espera manter Michel Temer na vice-presidência com Dilma, quer mais um ministério – o de Ciência e Tecnologia para o deputado Gabriel Chalita (SP) – e ainda reivindicará a cabeça de chapa para o governo de São Paulo, daqui a um ano e oito meses.
‘Sem um projeto nacional, PMDB despolitiza debate’
A volta de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado e, como se espera amanhã, a chegada do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ao comando da Câmara só são possíveis porque há “uma completa despolitização nas relações entre Executivo e Legislativo”. Despolitização patrocinada, em grande parte, por um partido – o PMDB – que, ao mesmo tempo, é um sócio poderoso do governo, mas “não tem projeto político claro, reduzido que está a uma enorme federação de interesses locais”. Ao fazer essa avaliação, o cientista político e professor Leonardo Avritzer, da Universidade Federal de Minas Gerais, traz uma pergunta provocadora: “Qual é o programa que Renan Calheiros vai executar no comando do Senado?”
No papel, Brasil é 2 Estados de SP maior do que o oficial
Um em cada quatro municípios brasileiros tem sobrecadastro de terras. O problema acontece quando o total das áreas declaradas pelos proprietários nos cartórios supera a superfície real da cidade.
Dessa forma, no papel, o País tem 9,1 milhões de quilômetros quadrados, 600 mil mais do que a medida oficial – ou duas vezes o tamanho do Estado de São Paulo. Fraudes são a razão mais comum para a diferença. Mas não é só. Peritos também apontam como problema a desatualização dos registros e as condições precárias em que são feitos. Há casos como o da cidade de Ladário, em Mato Grosso do Sul. De acordo com o IBGE, a superfície do município é de 34.250 hectares. Mas a soma dos cadastros é dez vezes maior.
Quase o dobro de terra
Em Teodoro Sampaio, região de conflito agrário, o registro supera em 42% a área real, relata José Maria Tomazela, enviado ao Pontal.
ABC fecha 52 mil vagas na indústria; cresce fatia de serviços
As indústrias do ABC paulista fecharam 52 mil postos de trabalho em 2012, número quatro vezes maior do que toda a Grande São Paulo. Pela primeira vez, a área de serviços passou a responder por mais da metade dos empregos na região. A situação se agravou porque as vagas estão concentradas no setor metalomecânico, um dos que mais sofreram com a crise mundial.
Especialistas aprovam só 3 de 11 boates em SP
Leitores do estadão.com.br usaram a hashtag #baladainsegura durante a semana para indicar casas noturnas com problemas pelo País. Foram 986 contribuições. Com base nessas indicações, 11 baladas com possíveis falhas foram visitadas na capital paulista. Dessas, especialistas consideraram apenas três “impecáveis”.
Aumentam queixas contra enfermeiros
Multiplicação de cursos sem fiscalização e más condições de trabalho estão entre os motivos apontados para a alta de 220% de queixas contra técnicos em enfermagem em 2 anos.
O Globo
As últimas 24 horas dos jovens que morreram
Antes de virar herói salvando pessoas no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, o universitário Vinícius Rosado passou o sábado na casa de um amigo, onde também dormiria para poupar o pai, que não sossegava até o filho chegar em casa. Como Vinícius, outros dos 236 jovens que morreram no incêndio viveram um dia de expectativas naquele sábado. Alunos do 8º semestre de veterinária se reuniram num churrasco para, à noite, irem dançar e acabarem perdendo alguns deles. Filhos mandaram torpedos para os pais antes de seguirem para a boate. Houve quem se concentrou para o evento numa academia de dança, e gente que, depois de um dia de trabalho, escolheu a Kiss para relaxar.
Perigo em festas infantis
Pelo menos oito casas de festas infantis estão em situação irregular no Rio. Duas nem constam do cadastro da prefeitura, que admite não saber quantas existem na cidade.
Corrupção na fiscalização
Diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes diz que há fiscais corruptos e empresários que aceitam achaque para regularizar estabelecimentos.
Lá fora, regras rigorosas
Após incêndios que também mataram centenas de pessoas, Estados Unidos e França adotaram regras que impediriam a abertura de uma boate como a Kiss.
PIB patina e revela modelo esgotado
Quase R$ 50 bilhões em desonerações feitas pelo governo em 2012 não foram suficientes para a economia deslanchar. Analistas criticam modelo baseado no consumo e falta de clareza para investir em infraestrutura.
Diárias do Rio só perdem para Paris
Quatro redes — Accor, Othon, Windsor e Grand Tulip — lideram a construção de novos hotéis no Rio. Nessas redes, a diária aqui é mais cara do que em hotéis de Nova York, Tóquio e Roma, só perdendo para Paris.
Perfil: José Nazareth, o Very Well
O ex-contínuo que trabalhou 51 anos no Palácio do Planalto e conheceu 12 presidentes.
Os peões do novo Rio
Funcionário das obras do novo Porto, Wellington Luciano faz parte do exército de 35 mil operários hoje envolvidos na preparação do Rio para a Copa e as Olimpíadas.
Transgênicos anti-HIV
Brasil desenvolve plantas transgênicas que produzem compostos contra Aids.
Correio Braziliense
Dinheiro e amizade: uma relação perigosa
A camaradagem com familiares e amigos é o terceiro motivo que mais leva consumidores à lista de maus pagadores do SPC. Entre os favores estão pegar empréstimo e ceder cartões de crédito a conhecidos, além de ser fiador ou avalista em contratos e financiamentos.
Tragédia em Santa Maria: luto e protesto
Sete dias após o incêndio que matou 236 pessoas na boate Kiss, missas em homenagem às vítimas e manifestações ocorreram em diversas cidades do país. Em Santa Maria (RS), moradores montaram uma cruz em frente ao local da tragédia. Hoje, 10h, na Rodoviária do Plano Piloto, brasilienses realizam um ato de solidariedade.
Denúncias de erro ficam sem punição
Nos últimos três anos, o Conselho Regional de Medicina abriu 1.072 investigações contra médicos do DF, mas apenas dois deles chegaram a ter o registro cassado.
Cartório não dá desconto previsto em lei
Consumidor tem direito a abatimento de 50% das taxas cobradas na compra da casa própria, mas a polêmica interpretação legal tem negado o benefício ao brasiliense.
Escalação fora de campo
Os estudantes Rafaella, Caio e Igor querem estar entre os 11,9 mil voluntários que trabalharão na Copa das Confederações. As inscrições vão até 16 de fevereiro.
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