O Estado de S. Paulo
PF pede investigação contra ministro do Trabalho por gasto com ‘fantasmas’
A Polícia Federal concluiu inquérito sobre desvio de recursos do Ministério do Trabalho e pediu a abertura de investigação sobre o titular da pasta, Manoel Dias, no Supremo Tribunal Federal. Conforme relatório concluído na semana passada e remetido à Justiça, há indícios da participação de Dias em esquema para empregar militantes do seu partido, o PDT, como funcionários fantasmas de uma entidade que firmou convênios com o ministério, recebendo R$ 11 milhões.
A investigação da PF partiu de revelações de um ex-dirigente do PDT em entrevista ao Estado em setembro do ano passado. Ex-presidente da Juventude do partido em Santa Catarina, John Sievers – que à época era presidente do diretório estadual do PDT – contou que em 2008, a mando do ministro Dias, recebia pagamentos mensais da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Tijucas e Itajaí Mirim (ADRVale), com sede em Brusque (SC) e comandada por pedetistas. Na prática, porém, prestava serviços à Universidade Leonel Brizola, braço da legenda para a formação política da militância.
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“Quem me passou (as orientações) foi o Manoel (Dias). Meu salário foi pago através da ADRVale”, afirmou Sievers.
As afirmações ao Estado foram reiteradas à PF. Outros filiados ao PDT confirmaram que constavam da folha de pagamentos da ONG sem nunca ter trabalhado para ela. Em seu relatório, a PF pede a remessa dos autos ao Supremo, única instância que pode autorizar investigação criminal de ministros. Dias, cuja base eleitoral é Santa Catarina, nega ter dado ordem para as irregularidades e diz não temer a abertura de um inquérito: “Nunca me envolvi em corrupção”, disse.
Dilma tenta gerir tensão política no varejo até a eleição
A sete meses das eleições, a presidente Dilma Rousseff tentará resolver pontualmente as insatisfações da base aliada, ou seja, vai gerir as pressões no varejo até outubro para, só depois, em caso de vitória, colocar em prática um plano de reestruturação da coalizão. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), o vice Michel Temer (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), têm papel fundamental nessa estratégia.
A presidente conta com o tradicional esvaziamento do Congresso em ano eleitoral para reduzir os danos políticos. A superação dos entraves das alianças regionais nas disputas pelos governos dos Estados e a conclusão da reforma ministerial também serão determinantes.
Plano futuro. Dilma já começou a dar mais poder a Mercadante para que ele lide com os problemas de imediato. E, se conseguir ser reeleita, a presidente planeja consolidar o papel da Casa Civil como o centro das negociações políticas e recriar o chamado “núcleo duro” do Palácio do Planalto.
Em conversas com amigos, ela tem dito que “não é fácil carregar o governo nas costas” e admite que o perfil técnico desenhado por ela para a Casa Civil, após a queda de Antonio Palocci, em 2011, está esgotado.
O plano é reforçar a equipe de assessores parlamentares e retomar as reuniões semanais com ministros da “cozinha” do Planalto, como Casa Civil, Secretaria-Geral, Relações Institucionais, Comunicação, Justiça, e a própria Vice-Presidência.
O objetivo desses encontros seria o de detectar qualquer rebelião “no nascedouro” – de brigas no Congresso a protestos de rua, passando por queixas de empresários – e discutir os rumos da administração.
Na Sapucaí, Aécio Neves critica infraestrutura para Copa
O pré-candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, foi à Sapucaí na primeira noite de desfiles para aplaudir o empresário José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, homenageado pela Beija-Flor, e aproveitou para criticar o governo federal ao falar sobre as obras de infraestrutura para a Copa do Mundo e as verbas para a segurança pública.”De tudo o que foi prometido em termos de infraestrutura para a Copa, 23% de obras ficaram no meio do caminho, por incompetência do governo federal. Espero que pelo menos dentro do campo o Brasil arrebente”, afirmou.
“Não sou porta-voz da oposição, mas torço para o Brasil ganhar. O que lamento é que tudo o que foi prometido em termos de legado ficou pelo caminho. O governo considerava quase como um crime a parceria com o setor privado, e só agora mudou de ideia. Só que já é tarde”.
Ele defendeu os protestos de rua, mas afirmou que é preciso aprimorar o policiamento, e culpou o governo federal pela falta de verbas para o setor.
Folha de S. Paulo
Governo reduz viagens de servidores durante a Copa
A chamada inflação da Copa já assusta o governo, que age para contornar a disparada dos preços de passagens aéreas e hospedagem prevista para a época do evento.
A Folha apurou que órgãos federais dispararam circulares ou orientações informais instruindo seus servidores a evitar viagens no período. Se os deslocamentos são inevitáveis, porém, a estratégia é cotizar a locação de casas ou apartamentos.
A Polícia Rodoviária Federal repete experiência testada na Copa das Confederações, no ano passado, quando os preços também subiram.
Neste ano, com o deslocamento em massa de equipes para estradas próximas às cidades-sede –onde, nos cálculos do órgão, haverá aumento de até 50% no movimento de veículos–, policiais já se organizam para alugar casas em conjunto.
Ministério nega aumento de gastos em 2013
Apesar do Siafi, o sistema oficial de contabilidade do governo, indicar que os gastos com diárias, passagens e locomoção aumentaram 29% entre 2012 e 2013, o Ministério do Planejamento disse que houve uma redução de 10%. A pasta não explicou o que considerou no cálculo.
O Planejamento também informou que não há uma política específica para o controle de gastos na Copa. De acordo com a pasta, há um “esforço constante para reduzir gastos de custeio” por parte do governo federal.
O Ministério da Saúde afirmou que seus gastos não dobraram. Segundo a pasta, o item diárias e passagens subiu pouco mais de 20%. As despesas com locomoção –como o aluguel de jatos ou embarcações– não entram nessa conta.
PSDB montará palanques com azarões
A concorrência com o PSB de Eduardo Campos e a simples falta de opções levaram o PSDB a articular o lançamento de uma série de candidatos coadjuvantes a governos estaduais nestas eleições.
Ex-prefeitos, deputados e ex-secretários, todos eles sem grande rodagem nas urnas e considerados azarões, podem ser alçados para garantir palanques regionais ao senador Aécio Neves (MG) na campanha para presidente.
Na eleição de 2010, a polarização entre petistas e tucanos em diversos Estados facilitava a formação das chapas.
Naquela época, a terceira força da sucessão presidencial era o PV de Marina Silva, que não teve peso para lançar candidatos competitivos em quase todos os Estados.
Neste ano, a articulação regional está mais complexa.
Um exemplo é o Rio Grande do Sul. O PSB local largou na frente na disputa por uma aliança com a principal opositora ao PT, a senadora Ana Amélia Lemos (PP), que será candidata a governadora.
Sem ela, uma alternativa dos tucanos seria apoiar o PMDB para garantir um palanque gaúcho a Aécio.
Os peemedebistas locais, no entanto, ainda podem optar por um nome ligado ao vice-presidente Michel Temer, o que inviabilizaria uma união da sigla pró-Aécio.
Isolado, ao PSDB restaria recrutar um nome interno –a direção gaúcha fala em “grande chance” de ocorrer.
Entrevista da 2ª – Luiz Alberto Figueiredo
Defendemos diálogo com os opositores na Venezuela
O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, defendeu que o presidente Nicolás Maduro abra o diálogo com a oposição e os manifestantes na Venezuela, onde protestos já deixaram 18 mortos.
“O presidente Maduro não precisa de recados”, ressalvou Figueiredo, justamente quando mandava dois recados incluídos com excesso de cuidado na nota do Mercosul: o do diálogo e o da condenação à violência “de onde quer que venha” –ou seja, inclusive do governo.
Com cautela tipicamente diplomática, ele usou várias vezes a palavra “não” para se opor às críticas à política externa do governo Dilma Rousseff, mas reconheceu que o Itamaraty não decide a ida da presidente a Washington, nem questões como médicos cubanos, extradição do foragido do mensalão Henrique Pizzolato e asilo ao ex-senador boliviano Roger Molina.
Ucrânia põe seus reservistas em alerta
A Ucrânia anunciou ontem que pôs os seus reservistas em estado de alerta e fechou o seu espaço aéreo para aviões não comerciais.
As medidas vêm um dia após o Senado da Rússia aprovar o envio de tropas para a região autônoma da Crimeia, que pertence à Ucrânia.
O diretor do Conselho de Segurança Nacional ucraniano, Andrei Parubi, afirmou que o Ministério da Defesa “chamará todos os reservistas necessários às Forças Armadas neste momento”.
O objetivo é “garantir a segurança e a integridade territorial da Ucrânia após a violação dos acordos bilaterais por parte da Rússia, em especial sobre a frota do mar Negro”, disse Parubii.
Governo modifica regra para cessão de terras na Amazônia
O governo federal iniciou uma ofensiva para destravar o processo de concessões florestais, que disponibilizam áreas da Amazônia para extração controlada de madeira, mas cujo interesse pelas empresas têm sido baixo.
A expectativa é colocar cerca de 1,5 milhão de hectares em concessão até o fim do ano. As áreas são exploradas por técnicas de manejo que dão tempo de a floresta se regenerar, minimizando o impacto ao meio ambiente.
Atualmente, porém, apenas 111,8 mil hectares de florestas nacionais são explorados por meio de concessões, modelo criado em 2006 mas que ainda não deslanchou.
Algumas licitações não têm nenhuma empresa interessada, enquanto outras tiveram problemas como atrasos burocráticos, questionamento do resultado de concorrências na Justiça e empresas inabilitadas por não cumprirem os requisitos.
Para contornar a dificuldade, o SFB (Serviço Florestal Brasileiro), órgão do Ministério do Meio Ambiente que cuida do assunto, alterou editais para torná-los mais atrativos e lançou uma rodada de licitações de larga escala no segundo semestre de 2013.
Os gargalos, porém, não foram totalmente superados. Nenhuma empresa apresentou proposta para explorar os 303 mil hectares da Floresta de Amana (Pará). Não houve concorrente para a maior parte dos 440 mil hectares da Floresta de Crepori (Pará).
Isso frustrou a expectativa inicial do SFB de chegar ao fim de 2014 com 2 milhões de hectares sob exploração ou em processo de concessão.
Atualmente há cerca de 640 mil hectares em processo de licitação e, para o segundo semestre, estão previstos dois novos editais totalizando 590 mil hectares.
O Globo
Preso, Jefferson passa mal e é atendido por médico particular
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), delator do mensalão, passou mal na última sexta-feira dentro do presídio Casa do Albergado Coronel PM Francisco Spargoli Rocha, em Niterói, Região Metropolitana do Rio.
Preso há uma semana e diagnosticado com um tumor no pâncreas em 2012, o petebista sentiu fortes dores estomacais e foi encaminhado para a enfermaria da unidade. Ele chegou a ser atendido por seu médico particular e uma enfermeira. A informação foi confirmada ao GLOBO neste domingo pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).
No local, Roberto Jefferson fez um exame de sangue, mas que não apresentou alterações. Segundo relatos de amigos, o ex-deputado está muito magro e teme que esteja com pancreatite, uma inflamação no pâncreas. No mesmo dia em que se sentiu mal, o advogado Marcos Pinheiro de Lemos, que defende o condenado, entrou com novo pedido de prisão domiciliar no Supremo Tribunal Federal (STF).
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