Folha de S. Paulo
Patrocinado por estatais, 1º de Maio terá Lula e Dilma
Cinco estatais do governo Lula (Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e Eletrobras) desembolsaram R$ 2 milhões para bancar as festas do 1º de Maio, hoje em São Paulo, das principais centrais sindicais do país, a qual comparecerão o presidente e a pré-candidata, Dilma Rousseff (PT).
A título de patrocínio, as cinco autarquias do governo, do qual Dilma foi ministra até o final de março, destinaram verbas para os festejos de CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e UGT (União Geral dos Trabalhadores), que farão um ato unificado com outras centrais menores.
A CUT, cujo evento receberá R$ 1 milhão, estampou em seu material de divulgação a logomarca do próprio governo federal: “Brasil, um país de todos”.
A Força informou que também receberá R$ 1 milhão das mesmas autarquias, com exceção do BNDES, e que sua lista de patrocinadores inclui várias empresas de capital privado. O governo patrocina anualmente esses eventos, mas é a primeira vez, em oito anos de governo, que Lula comparecerá.
As duas centrais não quiseram detalhar quanto cada estatal se comprometeu a bancar. Procuradas, a Petrobras, a Caixa e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgaram os valores (leia nesta pág.). A UGT captou R$ 100 mil da Petrobras.
Segundo técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ouvidos pela Folha, a passagem de Lula e Dilma nos eventos poderá ser questionada na Justiça por uso da máquina pública em ato de pré-campanha.
Centrais sindicais dizem que Serra foi convidado
À frente dos dois atos de pré-campanha de Dilma Rousseff, a CUT e a Força argumentam que também convidaram o tucano José Serra para as festas, mas ele não manifestou interesse em participar. A assessoria do pré-candidato e o PSDB não confirmaram a informação.
“A referência no 1º de Maio é o trabalhador, numa fábrica há votos para todo mundo. Convidamos o Serra e o [Geraldo] Alckmin, somos pluralistas. Na Força mesmo tem gente que apoia o PSDB”, disse o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves.
“Convidamos autoridades de todas as esferas, parlamentares, políticos, mas não obtivemos resposta”, afirmou o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima.
A Petrobras confirmou o repasse de R$ 500 mil. “Serão destinados R$ 200 mil para a CUT, R$ 200 mil para a Força e R$ 100 mil para a comemoração do Dia do Trabalho organizado pela União Geral dos Trabalhadores.”
A estatal justificou: “Os eventos que as centrais realizam no Dia do Trabalho têm previsão de receber cerca de 1,6 milhão de pessoas, com grande repercussão em São Paulo, o maior mercado consumidor brasileiro e dos produtos da Petrobras. Além de dar grande visibilidade à marca, os eventos geram retorno positivo de imagem”.
Dilma cita número que até PF desconhece
Para comparar as ações da Polícia Federal nos períodos de Lula e FHC, a pré-candidata petista Dilma Rousseff usou em pelo menos três entrevistas um número que nem a própria PF sabe como surgiu.
Ao tentar atestar a eficiência da PF no governo Lula de forma quantitativa, Dilma afirmou que foram feitas 1.012 operações especiais desde 2003, número que consta na página da PF na internet, contra 29 na gestão de Fernando Henrique.
A Folha questionou a PF sobre o número. A resposta da assessoria foi que não existe levantamento exato a respeito de anos anteriores a 2004 e, portanto, não teria como informar o número de operações referentes aos anos anteriores.
O mistério continuou quando a Folha questionou a assessoria de imprensa da pré-candidata sobre a origem da estatística citada nas entrevistas.
No primeiro contato, a informação foi que o dado havia sido obtido no governo. No dia seguinte, informalmente, assessores disseram que os números vieram de pesquisas em jornais, relatórios e internet. Por fim, a equipe da petista disse que consultaria o “pessoal de conteúdo”. Três dias depois do primeiro contato, não houve resposta oficial.
Petista diz que fala muito porque tem conteúdo
A pré-candidata petista Dilma Rousseff foi para o ataque ontem e defendeu suas falas técnicas e discursos longos, dizendo que eles têm “conteúdo” e que ela não é “superficial”.
Dilma chegou a dar um puxão de orelha discreto em um de seus coordenadores de campanha, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que afirmou em entrevista que ela deve dar respostas “mais objetivas e concisas”. Fogo amigo semelhante veio também do jornalista Ricardo Kotscho, ex-secretário de Imprensa de Lula, e do marqueteiro Duda Mendonça.
“Eu acho que o Pimentel queria dizer outra coisa. É impossível você discutir certas questões sem entrar e explicar. […] Se a pergunta é mais complexa, a resposta é mais complexa. Se é mais simples, a resposta é mais simples”, disse ela ontem, em Santos.
Pouco antes, questionada sobre a advertência do consulado dos EUA para que cidadãos do país evitem a Baixada Santista, Dilma falou por 10 minutos.
Maior sigla sem aliado nacional, PP se divide entre Serra e Dilma
Assediado pelas duas principais candidaturas à Presidência, o PP (Partido Progressista) está rachado nos Estados. Em 11, a legenda deve participar de chapas que defenderão o voto no tucano José Serra. Já em outros dez, a tendência é de coligação com apoiadores da petista Dilma Rousseff.
O levantamento feito pela Folha aponta que nos outros seis Estados o PP está indefinido sobre em qual palanque nacional deve subir.
Principal partido ainda “solteiro” na polarização nacional, o PP participa hoje do governo Lula -comanda o Ministério das Cidades-, mas está balançado pela especulação de que seu presidente, senador Francisco Dornelles (RJ), será convidado para ser vice de Serra.
O apoio formal do PP proporcionará ao candidato à Presidência 1min20s no tempo de propaganda na TV -nos blocos de 25 minutos. Se permanecer neutro, o PP não entra no cálculo da divisão do tempo.
Na quarta, a Executiva Nacional do partido decidiu consultar os Estados, adiando a definição para maio ou junho sob a alegação de que havia se alterado o quadro apurado no início deste ano, quando, segundo os dirigentes, era de 20 a 7 pela adesão à candidatura Dilma.
O levantamento da Folha mostra que o cenário alterou-se para o equilíbrio. Dos 11 Estados que tendem a participar de coligações serristas, os principais são Rio Grande do Sul e Minas, onde o PP deve ficar com a vice nas candidaturas tucanas. O PSDB desses Estados ameaça romper o acerto caso o PP nacional feche com Dilma.
PT vai à Justiça contra PSDB; tucanos, contra o presidente
A dois meses do início oficial da campanha eleitoral, PT e PSDB trocam acusações na Justiça Eleitoral.
Ontem, o Diretório Nacional petista apresentou duas representações contra o PSDB por conta do site Gente que Mente (gentequemente.org.br), criado e abastecido por tucanos desde junho de 2009.
A oposição, por sua vez, decidiu ingressar no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o presidente Lula por propaganda eleitoral antecipada.
DEM, PSDB e PPS vão questionar o pronunciamento de Lula em cadeia nacional sobre o Dia do Trabalho. Para os três partidos, o presidente fez uma defesa pública da candidatura de Dilma Rousseff (PT) ao Palácio do Planalto.
Na ocasião, Lula declarou que o povo é “maduro”, “sabe escolher”, e, por isso, vai continuar a conduzir o Brasil “no rumo certo”.
Já o PT, em ação endereçada ao TSE, acusa o PSDB de fazer campanha negativa antecipada contra Dilma na internet. O partido pede a cobrança de multa de até R$ 25 mil e a retirada do conteúdo do Gente que Mente da internet.
Lula vai assumir a tarefa de desmontar discurso de Serra
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avocou para si uma “tarefa” que os operadores da campanha presidencial da petista Dilma Rousseff consideram “estratégica”.
Caberá ao presidente, por decisão dele próprio, a missão de “desconstruir” o discurso “continuísta” do oponente tucano, o ex-governador José Serra.
Em privado, Lula recomendou “calma” aos coordenadores do comitê oficial. Acha que devem se preocupar mais com Dilma e menos com o rival.
Ele disse que cuidará do tucano “no momento certo”. O presidente avalia que hoje só duas tribos seguem os desdobramentos da campanha: políticos e jornalistas.
Na opinião de Lula, o eleitor só vai se ligar no processo sucessório em agosto, quando a propaganda eleitoral chegar ao horário nobre da televisão.
É quando pretende, segundo a expressão que usou, “entrar em campo”. Até lá, disse o presidente, a prioridade deve ser a preparação da pré-candidata petista.
Tucano vai a encontro de evangélicos
Sem palanque de peso nas festas das centrais sindicais, o pré-candidato José Serra (PSDB) vai usar o 1º de Maio para se aproximar de eleitores evangélicos, longe de SP.
Apesar da proximidade do PSDB com setores da Força Sindical e da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Serra aceitou convite do PSC para viajar a Camboriú (SC), onde participa do 28º Congresso Internacional de Missões, que reúne diversos ramos evangélicos.
Segundo os organizadores, o tucano será apresentado como pré-candidato a um público estimado em cerca de 150 mil pessoas. Está previsto um rápido discurso de Serra para a plateia. Em seguida, ele acompanha parte das pregações dos pastores.
É a primeira incursão do tucano ao eleitorado evangélico nessa pré-campanha. Mas, nos bastidores, as conversas com lideranças evangélicas têm sido frequentes.
O presidente do PSDB e coordenador nacional da campanha de Serra, senador Sérgio Guerra, diz que o partido vem negociando apoio com “diversos segmentos”.
Reformas são “consensos ocos” congelados, diz Marina
A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse ontem em Londrina (PR) que interesses contrários às necessidades do país impedem o andamento das reformas.
Segundo ela, as reformas política, tributária, previdenciária e trabalhista se transformaram em “consensos ocos” congelados por deputados e senadores.
Marina disse esperar que uma proposta do senador Pedro Simon (PMDB-RS) para a convocação de uma “constituinte exclusiva” para as reformas consiga prosperar em 2011.
Ela afirmou que o momento atual ainda é de “largada” na corrida presidencial e que os eleitores estão “prestando atenção nos pré-candidatos” apresentados.
De acordo com Marina, os números das pesquisas são promissores.
“A sociedade está despolarizando as eleições”, disse.
A retirada da candidatura de Ciro Gomes (PSB), antes mesmo de iniciada a campanha, foi criticada. “Lamento a operação para excluir o Ciro Gomes pelos mesmos que, depois, devem tentar cooptá-lo”, afirmou.
Cartórios ficam abertos neste fim de semana
Termina no próximo dia 5 o prazo para quem quer tirar o título de eleitor ou que deseja transferir o domicílio. Esse também é o limite para os que precisam alterar dados pessoais na Justiça Eleitoral.
Para isso, os cartórios de todo o país estarão abertos no fim de semana. Quem quiser pode solicitar o título ou atualizar suas informações no site do Tribunal Superior Eleitoral (www.tse.jus.br), procurando o campo Título Net.
É necessário preencher um formulário virtual e depois comparecer a um cartório, em até cinco dias, portando carteira de identidade, comprovante de residência, título anterior (se for renovação), certificado de reservista (para os homens) e protocolo do atendimento on-line.
O primeiro turno das eleições está marcado para o dia 3 de outubro.
Projeto prejudica investigação de crime na web, dizem especialistas
A proposta de lei sobre direitos e deveres relativos à internet elaborada pelo Ministério da Justiça traz uma regra prejudicial às investigações sobre autores de crimes cometidos com o uso da rede, segundo afirmaram especialistas em direito eletrônico em debate ontem na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo.
As críticas recaíram sobre o artigo do projeto de lei (intitulada Marco Civil da Internet) que determina que provedores não poderão manter registros de acesso de usuários a serviços na web sem autorização expressa dos internautas. Os especialistas dizem que hoje a guarda desses registros pelos provedores permite o rastreamento de autores de delitos.
A preocupação com o projeto foi apresentada pelo gestor de inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Emerson Wendt, e pelos advogados Coriolano Santos, Renato Opice Blum e Juliana Abrusio.
O Globo
1º de Maio – Centrais fazem ato para Lula e Dilma com verba pública
Eventos terão R$ 1,72 milhões de patrocínio de estatais como CEF e Petrobras
Depois de sete anos de governo sem ter ido aos eventos do 1º de Maio das centrais sindicais, o presidente Lula confirmou presença hoje em todos eles, em São Paulo, sempre acompanhado de sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff.
As festas de CUT, Força Sindical e outras centrais receberão R$ 1,72 milhão de recursos públicos, de estatais como Petrobras, BB, CEF, BNDES, Eletrobrás e Infraero. Pela legislação, como os eventos são patrocinados com dinheiro público, não pode haver propaganda eleitoral. Mas ontem, no seminário de abertura do “1º de Maio Latino-Americano” da CUT, o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, do PT, utilizou o palanque para promover a candidatura de Dilma e atacar duramente seu principal adversário, o tucano José Serra.
Em assembleia geral marcada para junho, as centrais planejam declarar o apoio conjunto inédito a Dilma.
Enem 2010 deve ficar para novembro
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deverá ser realizado em 6 e 7 de novembro, segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad. O MEC espera seis milhões de inscrições, quase 50% a mais que em 2009. Os resultados sairão no fim de dezembro.
Anistia chama de ‘afronta’ a decisão do STF
Para a Anistia Internacional, a decisão do STF de considerar válida a Lei da Anistia “é afronta à memória dos milhares que foram mortos, torturados e estuprados pelo Estado que deveria protegê-los”.
O Estado de S. Paulo
Petrobrás prevê capitalização de US$ 60 bilhões até julho
Estatal aposta que a operação, a maior já feita para uma única empresa, será autorizada pelo Congresso em maio
A Petrobrás decidiu realizar operação de capitalização de US$ 60 bilhões até o final de julho. Segundo disse o diretor financeiro Almir Barbassa ao Estado, a Petrobrás está segura de que até o fim de maio sairá a aprovação do Congresso para o projeto de lei que garante a operação de cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo de propriedade da União à estatal.
Esse volume, das jazidas do pré-sal, corresponderá à parcela que o Tesouro subscreverá no capital de empresa, não em dinheiro, mas em petróleo.
O projeto prevê que a cessão onerosa se faça primeiro com o repasse de títulos de dívida pública e que, em seguida, servirão para a Petrobrás pagar o petróleo que receberá da União. “Se, apesar de nossa aposta, essa aprovação não sair, então teremos de fazer a capitalização de outro jeito”, afirmou Barbassa.
Embora essa deva ser a maior operação de capitalização de uma única empresa em todos os tempos, a Petrobrás tem certeza do sucesso.
No vermelho
Gastos crescentes, despesas elevadas de juros e o efeito da inflação na dívida provocaram um déficit de R$ 216 milhões nas contas públicas em março, o maior para o mês desde 2001.
ONU critica decisão do STF sobre Anistia
A principal autoridade para direitos humanos na entidade, a sul-africana Navi Pillay, condenou a manutenção da Lei da Anistia e pediu o fim da impunidade no País: “Essa decisão é muito ruim”, disse.
Correio Braziliense
Eurides e Brunelli têm bens bloqueados
Ela ficou conhecida por trancar a porta e abrir a bolsa para esconder um maço de dinheiro. Ele recitou a oração da propina em agradecimento aos serviços de Durval Barbosa.
Eurides Brito e Júnior Brunelli, dois personagens emblemáticos do escândalo revelado pela Operação Caixa de Pandora, se juntam ao ex-presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente – aquele da meia – e estão com os bens bloqueados por determinação da Justiça.
O juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara de Fazenda Pública, atendeu ao pedido do Ministério Público e decretou a indisponibilidade do patrimônio dos acusados. Os promotores exigem de Eurides Brito a devolução de R$ 4,3 milhões aos cofres públicos, além de inelegibilidade e perda de mandato. Em relação a Brunelli, o valor da indenização cobrado é de R$ 5,5 milhões.
Mestres em estelionato
Donos do Instituto Latino-Americano de Línguas (ILAL) são indiciados pela emissão de falsos certificados em conclusão de ensino médio. Polícia estima que mil estudantes se matricularam em faculdades do DF com diplomas sem validade.
Cheiro de cartel
Operação da Polícia Civil, do Ministério Público e do governo federal fez uma varredura em três distribuidoras de gás no DF. As equipes recolheram documentos e computadores a fim de investigar suspeita de cartel na venda de gás de cozinha. O botijão brasiliense é o mais caro do país.
Deixe um comentário