Folha de S. Paulo
Partido de Kassab tem viés pró-Dilma em 12 Estados
Definido pelo prefeito Gilberto Kassab como “nem de direita nem de esquerda nem de centro”, o PSD (Partido Social Democrático) nasce com claro viés pró-governo. Das 23 unidades da federação onde está formado, em 12 o comando é de aliados da presidente Dilma Rousseff. No mapa do DNA do novo partido, a Folha considerou “oposicionistas” as seções capitaneadas por notórios críticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
São seis: São Paulo (Kassab e o vice-governador Guilherme Afif Domingos), Rio de Janeiro (Indio da Costa, ex-vice de José Serra), Santa Catarina (o governador Raimundo Colombo), Paraná (o ruralista Eduardo Sciarra), Tocantins (a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA) e Goiás (Vilmar Rocha, secretário de Marconi Perillo). Mesmo nessas seções, os caciques preferem o rótulo de “independentes”. “Eu sou identificado com a oposição, porque fui candidato a vice do Serra. Mas tudo o que eu defendi a Dilma está fazendo: privatização de aeroportos, defesa dos direitos humanos”, diz Indio da Costa.
DEM encolhe e refaz caminho à direita
Após perder um governador, 17 deputados federais, um vice-governador, o prefeito da principal capital do país e dois senadores, o DEM prepara uma guinada à direita para tentar fisgar o eleitorado conservador e estancar a sangria causada pela criação do PSD. A perda de filiados levou a um momento de desespero em que, além de cogitar a fusão com o PSDB, o partido chegou a discutir uma espécie de “suicídio político”.
Alckmin liga PSD a ação para “dizimar oposição” no país
Num discurso com tom acima do usual, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ligou a criação do PSD, do prefeito paulistano Gilberto Kassab, a uma ação para “dizimar a oposição” no país. Ele protestou contra o esvaziamento das siglas oposicionistas em convenção tucana ontem, em São Paulo. Minutos antes, o ex-governador José Serra, aliado de Kassab, disse que a saída de tucanos para a nova legenda é “normal” e que o PSD não será “inimigo” do PSDB. Sem citar a sigla de Kassab, Alckmin culpou sua criação pelo enfraquecimento de PSDB, DEM e PPS, partidos que mais têm sofrido com a debandada de filiados.
Demissão é maior nas companhias de origem chinesa
Jornadas de trabalho longas, horas extras frequentes, teleconferências de madrugada, vigilância constante dos chefes, metas de produção irrealistas e inegociáveis. Essas são características da gestão empresarial chinesa, segundo mais de 30 trabalhadores, ex-funcionários, consultores e sindicalistas ouvidos pela Folha. Embora reflitam hábitos culturais milenares da nação asiática, vêm causando estranhamento entre os trabalhadores brasileiros. O choque cultural tem se traduzido em tempo de permanência de brasileiros em empresas chinesas muito abaixo da média do mercado.
Levantamento feito pela empresa de recrutamento Michael Page a pedido da Folha indica que a taxa de rotatividade nas empresas chinesas no Brasil é de 42%. De cada 10 funcionários contratados, 4 deixam a empresa no período de 12 meses. O percentual é 40% maior que o registrado por empresas brasileiras e 68% superior ao verificado em multinacionais americanas e europeias. O levantamento foi realizado com base nos recrutamentos feitos pela Michael Page em 2010 e no primeiro trimestre deste ano.
Receita baixa dificulta cessão de aeroporto
A privatização de aeroportos sonhada pelo governo Dilma Rousseff esbarra na realidade econômica. Alvos declarados do programa, os aeroportos de Brasília (DF), Viracopos (SP) e Confins (MG) têm baixo volume de receitas, o que pode impedir o governo federal de fazer um edital de concessão semelhante ao previsto para o lucrativo Guarulhos (SP) a fim de viabilizar as obras necessárias.
Em Guarulhos, onde o governo pretende que a iniciativa privada construa o terminal de passageiros número 3 (o T3) e fique com as receitas comerciais dele (lojas, estacionamento, espaços de restaurantes, entre outros), as atividades comerciais dos dois terminais existentes renderam 432% acima do custo delas em 2009, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Para um custo anual de R$ 45 milhões (não contadas as despesas internas da sede da Infraero e a depreciação), o faturamento foi de R$ 237 milhões. O valor estimado da obra do T3 é R$ 653 milhões.
Anistia deu R$ 1,2 mi a presidente do PT
O novo presidente do PT, Rui Falcão, recebeu do governo federal uma indenização de R$ 1,24 milhão, em valores atualizados, por ter sido perseguido durante a ditadura militar (1964-1985). Ele participou da luta armada e obteve o benefício após declarar à Comissão de Anistia que ficou impedido de trabalhar como jornalista por perseguição política.
A quantia foi fixada em setembro de 2003, no início do governo Lula. O cálculo, retroativo, considerou que o petista teria direito a remuneração mensal equivalente à de um editor de jornal entre os anos de 1991 e 2002. Neste período, ele também recebeu salários da União, do Estado e da Prefeitura de São Paulo ao exercer funções de deputado estadual, deputado federal e secretário municipal de governo.
Falcão foi procurado anteontem, mas não atendeu aos pedidos de entrevista.
Classe média tem inflação mais branda
O surto inflacionário dos últimos meses atingiu com menos força a classe média, o grupo social que virou alvo prioritário das lideranças políticas e dos partidos, de olho nas eleições de 2012. De acordo com um estudo feito para a Folha pelos economistas Heron do Carmo, da USP (Universidade de São Paulo), e Jackson Rosalino, a inflação foi de 6,11% as famílias com renda entre 3 e 10 salários mínimos.
A ponderação permite enxergar com mais precisão o índice correspondente à classe média do que o principal índice de preços do país, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que abrange famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. O IPCA registrou alta de 6,51%, estourando, pela primeira vez em seis anos, o teto da meta do governo, de 6,5%. A consultoria Datapopular estima que 96 milhões de brasileiros façam parte hoje da classe C, considerando famílias com renda mensal de três a dez salários mínimos.
O Estado de S. Paulo
‘Bolsa-aluguel’ eleva salário de promotores em 5 Estados
Promotores e procuradores estão se valendo de legislação que eles mesmos criaram – e que só eles podem mudar para engordar os próprios salários. Documentos obtidos pelo Estado revelam que ao menos 950 deles recebem mensalmente auxílio-moradia de até R$ 4,8 mil. A regalia é paga até a promotores aposentados, informam os repórteres Felipe Recondo e Leandro Colon. O benefício deverá ser temporário, mas é liberado em pelo menos cinco Estados: Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Santa Catarina. São gastos R$ 40 milhões por ano essa despesa dos promotores, cujos salários chgam a R$ 24 mil. Investigação do Conselho Nacional ddo Ministério Público mostra que, com a incorporação do auxílio, a remuneração supera o teto constitucional de R$ 26,7 mil.
Ministra recebe auxílio por dia não trabalhado
A ministra Ana de Hollanda (Cultura) recebe do governo diárias em fins de semana sem compromissos oficiais no Rio, onde tem residência. Ela costuma marcar compromissos oficiais fora de Brasília, sobretudo no Rio, às sextas e segundas e receber diárias até mesmo por sábados e domingos não trabalhados. A ministra admite ter levado o auxílio sem agenda oficial, mas alega que sai mais barato do que fazer nova viagem de ida e volta a Brasília.
Uma ministra isolada e em busca de apoio na classe cultural
A ministra Ana de Hollanda iniciou uma operação “abafa” para apagar incêndios no Ministério da Cultura e conter o clamor por sua substituição. Em dois dias, houve um pedido de abertura de CPI por conta das denúncias de irregularidades no Escritório Central de Arrecadação de Direitos (Ecad), deputados petistas manifestaram desagrado com a condução da pasta e houve um aumento de quase mil assinaturas num manifesto contra a política cultural do governo.
A reação de Ana começou com uma reunião na quinta-feira com o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), um dos descontentes com sua gestão, além do envio dos colaboradores mais próximos para interlocução com movimentos culturais e com o governo. Molon havia feito um pedido para que a ministra seja ouvida na Comissão de Educação e Cultura da Câmara a respeito de suas relações com o Ecad.
Delúbio volta à terra natal com fala de candidato
Saudado em pé por companheiros petistas como líder popular, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares participou ontem de seu primeiro compromisso político, uma semana após ter sido anistiado pelo Diretório Nacional do partido. Mais de 200 pessoas compareceram à homenagem a Delúbio – um dos pivôs do escândalo do mensalão – no Centro de Catequese da Paróquia Nossa Senhora Abadia, em Buriti Alegre, a 180 quilômetros de Goiânia.
Discursando em tom de candidato, a todo momento interrompido por aplausos, Delúbio defendeu o governo da presidente Dilma Rousseff e o do antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, o ex-presidente ajuda a exportar a “vitoriosa política de combate à miséria” para países vizinhos e também para a África.
“É duro ver nossos irmãos vivendo dificuldades”, declarou o ex-tesoureiro, na festa em sua cidade natal. Ele frisou que o Brasil tem feito a sua parte e agora tem Lula como “embaixador”. “Vamos aprofundar os programas sociais e implementá-los em outras regiões do mundo.”
Aeroporto pode ter leilão só em 2012
O leilão de concessão das obras dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília pode acabar ficando apenas para maio de 2012, mostra estudo da Infraero e da Secretaria de Aviação Civil Civil ao qual o Estado teve acesso. Mesmo que o leilão seja antecipado, porém, especialistas dizem que as obras terão de ser aceleradas para atender a Copa.
O Globo
Obras do fim do governo Lula estão abandonadas
Doze dias antes do primeiro turno das eleições passadas, o então presidente Lula visitava o trecho da Ferrovia Norte-Sul que ligaria Maranhão a Goiás e anunciava que tudo estaria pronto em dezembro. A obra não foi entregue no fim do ano, nem em 30 de abril, como foi estabelecido no balanço do PAC, e tampouco será concluída em julho, como se anunciou mais tarde. Também a reforma do aeroporto de Vitória, visitado por Lula no auge da campanha para eleger Dilma Rousseff, só deve começar no fim deste ano, segundo a Infraero. De norte a sul, obras usadas para alavancar a campanha do PT continuam paradas, atrasadas ou com problemas decorrentes da pressa eleitoral. Em setembro, quando chegaram ao conjunto habitacional Três Marias, no ASC, egressos de favelas viram Lula dizer que o pequeno apartamento seria um pedaço do céu na terra. Agora, continuam sem luz e água e acham que foram usados eleitoralmente.
Rio, capital de quem mora só
Dados inéditos do Censo 2010 mostram que o Rio é o estado com o maior número de residências com apenas um morador. São 15,57% de lares ou 816 mil pessoas. No Brasil, são 6,9 milhões. Para especialistas, a situação do Rio reflete envelhecimento da população e independência da mulher.
A vitória de Lampião
Fundadores do Lampião da Esquina, jornal defensor da causa gay, Aguinaldo Silva e João Silvério Trevisan elogiam a decisão do STF. Há muito tempo não sentia orgulho do Brasil, disse Silvério.
Galeão investiu apenas 17,5% do orçamento
A Infraero investiu no Aeroporto Internacional Tom Jobim, em 2010, apenas 17,5% do orçamento aprovado pelo Congresso e sancionado pelo então presidente Lula. Em 2009, o Galeão também deixou de usar 64,5% da dotação inicial.
Quatro grandes empreiteiras dividem obras de R$ 138 bi
A decisão do governo brasileiro de entregar para a iniciativa privada a administração dos principais aeroportos do país vem movimentando os corredores das quatro maiores empreiteiras nacionais: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht e Queiroz Galvão.
Trata-se de novo e promissor braço de negócios para as quatro gigantes que, ao longo dos últimos anos, turbinadas por uma quantidade de investimentos no país vista somente na época do “milagre econômico”, na década de 70, deixaram de ser apenas construtoras e se transformaram em verdadeiros conglomerados de infraestrutura, atuando em áreas que vão de petróleo e energia elétrica a telecomunicações e agronegócio.
As cifras impressionam. As principais obras em andamento hoje no Brasil, ou já contratadas, nas quais “as quatro irmãs” estão envolvidas, somam R$ 138,7 bilhões, segundo levantamento feito pelo GLOBO. Boa parte das obras integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como saneamento, reurbanização de favelas e hidrelétricas, entre elas Belo Monte (PA) e as usinas no Rio Madeira (RO).
Geração Obama na encruzilhada
A operação que matou Osama bin Laden deixou desconcertada uma parte da geração O, que fez campanha e se emocionou com o discurso de paz de Barack Obama. Apesar da alta na popularidade do presidente, jovens estudantes, empresários e militantes ouvidos por FERNANDO EICHENBERG duvidam da legalidade da ação, criticam o uso da tortura para obter a informação e reclamam que Obama aumentou a participação dos EUA em guerras, ao contrário das promessas do candidato em 2008. Fiquei com vergonha de ver as pessoas festejando a morte de alguém, mesmo um terrorista, diz Cheryl Johnson, presidente de ONG.
Política habitacional, um século de fracasso no Rio
Cem anos após o início da construção do primeiro conjunto residencial popular, erguido na Zona Norte do Rio pelo então presidente da República, Hermes da Fonseca, a política habitacional não conseguiu deter a favelização nem resolver o déficit de 220 mil moradias. Na cidade, mais de um milhão vivem hoje em conjuntos.
Correio Braziliense
A odisseia da mãe moderna
Amor, paciência, dedicação. As mães modernas estão, sim, à altura desses e de tantos outros elogios. Mas, nos dias de hoje, passam por uma fase de transformação: em blogs e comunidades virtuais, as mulheres abrem o jogo e rejeitam a imagem da mulher perfeita, idealizada. Não fazem mais segredo sobre as frustrações e as dificuldades da maternidade. No Dia das Mães, o Correio conta histórias de guerreiras que enfrentam esse desafio, às vezes com nervosismo e medo de errar. É preciso pensar muito antes de ter um filho, hoje em dia, avisa Fernanda Viana de Paula, 30 anos, que divide as aflições da gravidez com as irmãs Patrícia, 35, e Karina, 31 (foto). Conheça casos de mães que, bravamente, lutam no mercado de trabalho e fazem questão de acompanhar as aventuras dos filhos – até quando eles entram no ringue das artes marciais. Um compromisso tão complexo quanto gratificante. Para a vida inteira.
Previdência: fundos põem R$ 17 bi nos bolsos dos aposentados
Os principais fundos de pensão do país, como Previ, Centrus e Funcef, têm resultados positivos sucessivamente. Agora, distribuem o lucro com 158 mil servidores do Banco do Brasil, da Caixa e do Banco Central. O benefício chega a até 36 parcelas de R$ 11 mil ao mês.
O voto arejado de Ayres
Influenciado pelo espírito aberto e pela cabeça arejada da mãe, ministro Ayres Britto ganhou popularidade como relator do processo que legitimou união entre gays. No discurso, citou Caetano Veloso e Chico Xavier.
Serra sob pressão do PSDB
Na mira de aliados, que o acusam de ter se omitido diante da criação do PSD, ex-governador está no centro de um impasse: a eleição do diretório paulista foi adiada para quinta-feira.
Empreiteiras são campeãs de doações
As construtoras lideram a lista de empresas que mais doaram recursos para os partidos nas eleições de 2010, de acordo com o TSE. Foram repassados R$ 156 milhões. PT foi o partido que mais recebeu.
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