O Globo
Oposição pressionará Planalto para investigar mais Rosemary
A oposição cobrará do Palácio do Planalto explicações sobre a sindicância interna que comprovou que a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa Noronha valeu-se do cargo e de sua proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para usufruir mordomias como a hospedagem na embaixada brasileira em Roma, durante viagem de férias. A intenção é verificar a extensão das investigações, já que as denúncias contra ela eram mais graves. A ex-assessora foi investigada pela Polícia Federal por formação de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência para obter benefícios financeiros.
Carandiru: Condenados podem ficar impunes
Condenados na madrugada de ontem a 156 anos de prisão pela morte de 13 dos 111 detentos durante a invasão da Casa de Detenção do Carandiru, em outubro de 1992, os 23 policiais militares responsáveis pelos crimes poderão recorrer em liberdade e não têm prazo para ir para a cadeia. Outros três foram absolvidos por não estarem na cena do confronto.
A decisão foi apertada, e os jurados se dividiram no julgamento da conduta dos militares – quatro deles votaram pelas condenações e três foram contra -, o que abre espaço para a defesa dos réus questionar a sentença em recursos em instâncias superiores.
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Logo depois de proferidas as sentenças, ainda na madrugada de ontem, a advogada Ieda Ribeiro de Souza anunciou que irá recorrer. Para Ieda, a condenação por apenas um voto não reflete a vontade da sociedade brasileira. Em 2006, outro recurso conseguiu absolver, no Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, o coronel Ubiratan Guimarães, comandante da invasão, que cinco anos antes fora condenado pelo tribunal do júri.
Terror em Boston: para polícia, suspeitos planejavam mais ataques
A captura, na sexta-feira, de um dos suspeitos de terem cometido o atentado na Maratona de Boston – o outro morreu horas antes – foi celebrada por americanos de diversos setores. Mas, depois de atingido o objetivo, as críticas ao fato de o FBI (polícia federal americana) ter interrogado em 2011 Tamerlan Tsarnaev, morto em confronto com a polícia, e não ter descoberto nenhuma atividade terrorista ligada a ele, têm sido numerosas, principalmente vindas de parlamentares da oposição ao governo do presidente Barack Obama.
Também vêm do Congresso dos Estados Unidos avaliações de políticos dos partidos Democrata (o de Obama) e Republicano a favor de que Dzhokar Tsarnaev, o suspeito detido, seja julgado em um tribunal federal. Com isso, há a possibilidade de que seja condenado à morte, pena não prevista no estado de Massachusetts, onde foram cometidos os crimes dos quais os irmãos Tsarnaev – que estariam planejando mais ataques, segundo autoridades – são suspeitos.
Uma pista entre centenas de imagens
Investigadores assistiram a centenas de imagens até chegarem aos dois suspeitos do ataques à Maratona de Boston. Num dos vídeos, um dos irmãos Tsarnaev aparece colocando a mochila no local da explosão.
Pré-sal: sonda tem risco de virar ‘gringa’
Símbolo da política de conteúdo local do Brasil – de estímulo ao desenvolvimento da indústria nacional -, a primeira sonda de exploração do pré-sal, prevista para ser entregue à Petrobras em meados de 2015, corre o risco de ser construída no exterior. O motivo são as obras em ritmo lento do estaleiro Jurong, no Espírito Santo. Como até o mês passado só 15% do empreendimento haviam sido concluídos, a plataforma poderá ter todo o seu casco feito em Cingapura, sede da SembCorp e dona do Jurong. E mais: o casco da segunda unidade, para julho de 2016, também está sendo fabricado em Cingapura. Isso significa, de acordo com fontes, a geração de 800 empregos na Ásia, considerando que cerca de 26% das obras da estrutura naval já foram realizadas.
Mensalão: sai hoje a íntegra do acórdão
Adormecido há quatro meses, o processo do mensalão entra hoje em nova fase, com a publicação da íntegra dos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – documento com cerca de oito mil páginas e a reprodução de tudo o que foi dito em plenário nos quatro meses e meio de julgamento. Amanhã, começa a contar prazo de dez dias para os advogados dos réus apresentarem recursos.
A expectativa da defesa dos condenados é reverter a situação de seus clientes. Porém, o STF sequer decidiu se os condenados têm direito aos embargos infringentes – recurso capaz de mudar o resultado do julgamento. Entre os ministros, não há consenso sobre o cabimento dessa apelação.
Paraguai: conservador vence eleição
O empresário Horacio Cartes venceu ontem as eleições presidenciais do Paraguai, levando de volta ao poder o Partido Colorado. Suspenso de Mercosul e Unasul após impeachment relâmpago de Fernando Lugo, o país espera voltar aos blocos.
Liberdade de expressão: ONGs temem por TVs da Venezuela
A troca do comando da estatal VTV e o aumento do tom contra as redes Globovisión e Televen pelo presidente Nicolás Maduro levam ONGs a temerem que a Venezuela fique sem um canal para opiniões críticas ao governo.
Educação: bônus por avaliação em xeque
Em Atlanta (EUA), uma diretora escolar fraudou resultado do exame de desempenho de alunos para receber prêmio em dinheiro. Especialistas debatem se esse tipo de incentivo dever ser implementada.
O Estado de S. Paulo
BNDES abandona política de apoio a ‘campeãs nacionais’
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abandonou a política de criação de empresas “campeãs nacionais”, diz o presidente, Luciano Coutinho, em entrevista a Raquel Landim, Ricardo Leopoldo e Irany Tereza. A avaliação é de que a política, iniciada no governo Lula com empréstimos em condições generosas e compras de participação dessas empresas, chegou “até onde podia ir”, porque o número de setores para projetar companhias líderes é “limitado”. Coutinho estima que a taxa de investimento chegará a 20% do Produto Interno Bruto em 2014, o que significaria uma “retomada”, ainda que distante dos 25% considerados ideais. E prevê que o PIB pode crescer “tranquilamente” 4,5% no que vem.
SP vai criar agência para atrair PPPs e investimentos
A prefeitura de SP vai criar agência para atrair Parcerias Público-Privadas (PPPs) e investimentos para a cidade, afirma o secretário de Finanças, Marcos de Barros Cruz, a Artur Rodrigues e Leandro Modé. A aposta será em PPPs de saúde, educação e infraestrutura. “O foco é o grande investidor”, disse. A agência seguirá modelo de Londres e Nova York.
Paraguai elege acusado de contrabando
O multimilionário Horacio Cartes, do Partido Colorado, venceu ontem a eleição presidencial do Paraguai, relata o enviado especial Roberto Simon. Com Cartes, novato na política e acusado de ser o maior contrabandista de cigarros para o Brasil, colorados retomam sua histórica hegemonia no país, dez meses após a queda de Fernando Lugo.
Perseguições: esperança de brasiguaios
Para os brasileiros e seus descendentes que trabalham nas terras férteis doAlto Paraná, Departamento (Estado) paraguaio que faz fronteira com o Brasil, as eleições de ontem representam o fim de um ciclo de invasões e perseguições, patrocinadas pelo ex-bispo Fernando Lugo, deposto pelo Senado em junho do ano passado, Sentindo-se abandonados e traídos pelo governo brasileiro, que não os apoiou quando suas terras foram invadidas, mas ficou do lado de Lugo quando ele foi destituído, os “brasiguaios”, como são chamados, esperam, que o novo presidente e Congresso paraguaios os protejam.
Orlândia se volta para o “desprezado” deputado Feliciano
No início de 2012, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) propôs uma lei para tomar sua cidade natal a “capital nacional do futsal” – Orlândia, a 362 km da capital, abriga o atual campeão nacional do futebol de salão e o maior ídolo do esporte, Falcão. Um ano depois, o município de 39 mil habitantes obteve a projeção nacional almejada pelo parlamentar. Não pelos dribles nas quadras, mas pelo arranjo partidário que o levou ao comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Orlândia e o pastor ainda dão o que falar. As polêmicas resultantes do conflito entre o Feliciano pastor evangélico e o Feliciano presidente de uma comissão laica deram maior projeção política ao deputado, inclusive em sua cidade. O parlamentar obteve em Orlândia 2 mil dos 212 mil votos que fizeram do estreante nas umas o 12.o deputado mais votado do Estado em 2010. Feliciano saiu sem apoio de grupos locais e até o fim de 2012 queixava-se de não ter sido recebido ou procurado pelo ex-prefeito Rodolfo Meireles (PSDB), mesmo depois de eleito.
“Se fosse homofóbico, não me aceitaria; ele respeita a minha opinião”
“Só resolvi falar porque é muita injustiça contra uma pessoa que, de repente, não é esse monstro que todo mundo está divulgando.” Para o decorador e dono de uma empresa de eventos Aluísio Antônio de Souza, de 35 anos, amigo do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) há 15 anos, os ataques contra o parlamentar são para prejudicar sua carreira política, Souza é responsável pela decoração das casas de Feliciano e foi citado por ele como um amigo gay, para justificar que ele não era homofóbico. “Não estou a favor dele, simplesmente acho que ele tem todo o direito de achar e “desachar” o que quiser. Só que comigo ele respeita. Não acho que ele pense assim.”
Viúva de piloto de banda critica o conterrâneo
Em Orlândia, uma família em especial sentiu-se incomodada com as pregações do pastor e deputado Marco Feliciano (PSG-SP) divulgadas recentemente no YouTube. A viúva e as duas filhas do piloto Jorge Martins, comandante do avião Learjet 25, que caiu em março de 1996 com a banda Mamonas Assassinas, são da mesma cidade do parlamentar, hoje presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
“Foi um comentário infeliz, numa hora infeliz”, diz a empresária Cristiane Parreira Martins, de 43 anos. “Sou moradora de Orlândia há 43 anos, tenho uma filha de 20 anos e uma de 18 e sou conhecida na cidade, como ele é. Foi uma atitude, uma pregação infeliz.” No vídeo, em um culto em 2005 em Camboriú (SC), Feliciano diz que sua mulher estudou com a viúva do piloto.
Barbosa recebe medalha de Aécio e não cita mensalões
Relator do processo do meu salão, que condenou dirige i tes do PT envolvidos no escândalo, : o presidente do Supremo Tribunal Federal: (STF) Joaquim Barbosa, recebeu ontem das mãos do senador tucano Aécio Neves (MG) a Medalha da Inconfidência, dada pelo governo de Minas, em Ouro Preto, antiga capital do Estado.
Aécio, potencial candidato do PSDB à Presidência, e o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), fizeram de Barbosa a figura central da cerimônia realizada anualmente no dia da morte do inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Aécio negou conotação política no evento.
Mercado resiste a Dilma e busca opções
A lua de mel que o mercado financeiro viveu com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissipou-se na gestão da presidente Dilma Rousseff. A atual política econômica tornou-se alvo de críticas do setor que, a um ano e meio da eleição, mostra preferência pelos nomes do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
O Estado conversou com dez influentes integrantes do mercado, entre os quais banqueiros, economistas de instituições financeiras, operadores e donos de fundos de investimento. Com o compromisso de não se identificarem, eles traçaram um diagnóstico convergente sobre a gestão Dilma. Emitiram, ainda, opiniões sobre a sucessão do ano que vem e os demais presidenciáveis.
Governo reduz idade mínima para mudar sexo
A partir dos 18 anos, transexuais poderão fazer cirurgia de mudança de sexo na rede pública, segundo determinação do Ministério da Saúde. O tratamento hormonal poderá ser iniciado aos 16.
Governo paga 33% mais por bolsista na Espanha
O governo brasileiro paga, em média, 33% mais do que deveria com taxas de matrículas e mensalidades dos bolsistas do Ciência Sem Fronteiras (CsF) na Espanha – 4º maior destino do programa. O valor anual de € 2,4 mil (R$ 6,2 mil) repassado as universidades espanholas por aluno e superior aos € 1,8 mil (R$ 4,7 mil) pagos por qualquer estudante brasileiro que decide fazer o mesmo intercâmbio por conta própria. A diferença de valores já custou até o momento cerca de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos.
EUA temem não poder ouvir suspeito de Boston
As forças policiais e a Justiça dos EUA correm o risco de jamais conseguir interrogar Dzhokhar Tsamaev, de 19 anos, suspeito de coautoria das explosões que mataram 3 pessoas e feriram mais de 170 na Maratona de Boston, há uma semana. O jovem sofreu um ferimento na garganta e corre o risco de morrer.
“Não sabemos se seremos capazes de questionar esse indivíduo”, disse ontem o prefeito de Boston, Thomas Menino, à emissora ABC. “Ele levou um tiro na garganta. Isso não quer dizer que ele não possa se comunicar, mas agora ele está em uma condição que não nos permite extrair nenhuma informação”, disse o senador Dan Coats, do Comitê de Inteligência do Senado, também à ABC.
Novo júri do Carandiru terá ex-chefe da Rota
A condenação a 156 anos de prisão de 23 PMs da Rota que agiram no primeiro andar do Pavilhão 9 da Casa de Detenção vai ser usada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra os próximos 31 réus do processo, que devem ser julgados em setembro. Trata-se de tropa das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), responsável pelo maior número de mortes ocorrido no presídio – 73 dos 111 detentos.
Folha de S. Paulo
Emergência infantil tem espera de até 6 h em SP
Recepções lotadas, pacientes irritados, longas esperas. Cenas comuns na rede pública de saúde se tornaram também rotina nos prontos-socorros infantis dos hospitais privados de São Paulo.
Em horários de pico, crianças esperam em média duas horas pela consulta com um pediatra, constatou a Folha numa ronda feita nas principais unidades que têm esse serviço na semana passada. No Santa Catarina, segundo funcionários, a espera chegava a seis horas na terça.
Prisão de PMs do Carandiru pode demorar mais 10 anos
Condenados a 156 anos de prisão cada um, a maioria dos 23 policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru deve permanecer atrás das grades em tempo integral por apenas cinco anos –ou 3% da pena.
Isso porque o condenado pode pedir a mudança para o semiaberto (que permite trabalhar ou estudar fora durante o dia) após cumprir um sexto de sua pena.
A maior parte dos juízes entende que esse cálculo deve ser feito sobre 30 anos, tempo máximo que uma pessoa pode ficar presa no Brasil, e não sobre a pena total, o que daria 26 anos.
Opositor vence no Paraguai e quer diálogo com o Brasil
Após cinco anos de jejum, o Partido Colorado, que governou o Paraguai por seis décadas, teve seu retorno ao poder confirmado pelo voto. O candidato do partido, o empresário Horacio Cartes, 56, derrotou o liberal Efraín Alegre por pouco menos de dez pontos percentuais na disputa pelo mandato até 2018. Com 81% das urnas apuradas ontem, Cartes tinha 45,9% dos votos contra 36,8% de Alegre. Não há segundo turno no país. A posse ocorre em agosto.
Em seus dois discursos de vitória – na sede de sua campanha, num bairro nobre de Assunção, e na sede do Partido Colorado, no centro -, Cartes pediu a união entre os partidos e a confiança da população.
Pré-candidatos, Mercadante e Padilha viajam mais a SP
Pré-candidatos do PT ao governo paulista em 2014, os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde) têm concentrado em São Paulo seus compromissos oficiais fora de Brasília.
O Estado é o mais visitado pelos dois, que usam as viagens para anunciar benefícios para municípios, entregar obras e divulgar ações do governo federal. Os custos desses deslocamento são pagos pela União.
Entre janeiro de 2012 e a última sexta-feira, Mercadante teve compromissos oficiais longe da capital em 51 dias. Em 28 deles, esteve em São Paulo. Ou seja: 55% das viagens de Mercadante incluíram o Estado no roteiro.
Ministros negam que agenda oficial de viagens tenha caráter eleitoral
Os ministérios da Educação e da Saúde negaram que as viagens dos ministros Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha tenham caráter partidário ou eleitoral. A pasta da Educação informou que Mercadante cumpriu em São Paulo “agendas inerentes” à função de ministro, como visitas a universidades e institutos federais e encontros com autoridades, “em conformidade com todas as regras do serviço púbico”.
Contrato feito após ida de Lula à Costa Rica é investigado
Licitações vencidas por construtoras brasileiras no exterior para execução de obras que tiveram o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva são investigadas por suspeita de corrupção e irregularidades.
Na semana passada, o chefe do Ministério Público da Costa Rica, Jorge Chavarría, determinou a abertura de investigação sobre a concessão, por 30 anos, da rodovia mais importante do país à OAS, que desembolsará US$ 524 milhões. Estima-se que ela recupere o valor em cinco anos e arrecade US$ 4 bilhões na vigência do contrato.
O Ministério Público investigará se houve tráfico de influência e enriquecimento e associação ilícitos. O inquérito se baseia em petição de advogados, segundo a qual o contrato tem “a finalidade de enriquecer a OAS”.
Governos e empresas negam irregularidades
Os governos da Costa Rica e do Panamá informaram que preparam estudos para sanar irregularidades encontradas. A Costa Rica anunciou a retirada do ministro de Transportes, Pedro Castro, da negociação da concessão para a OAS e a suspensão do início das obras. O ministro foi assessor da empreiteira.
Divulgação de votos do mensalão dá início a recursos dos advogados
O STF (Supremo Tribunal Federal) disponibilizará hoje os votos escritos dos ministros no julgamento do mensalão, dando a largada para que os advogados procurem formas de contestar a decisão da corte.
Na sexta-feira da semana passada, um resumo do acórdão foi divulgado no “Diário de Justiça Eletrônico” reafirmando os principais pontos da decisão, como, por exemplo, o que considerou o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) o organizador e controlador do esquema.
Barbosa cobra igualdade em cerimônia da Inconfidência
Orador oficial da cerimônia em Ouro Preto (MG) que celebra a Inconfidência Mineira, o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, afirmou ontem que o Brasil ainda não tem uma igualdade social “aceitável”.
Barbosa discorreu sobre os ideais de liberdade e igualdade dos inconfidentes, que tiveram como símbolo o mártir Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), o Tiradentes.
Parentes de magistrados são 16% do TJ-RJ
Há dias circula a informação de que há uma articulação para tornar Marianna Fux, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, desembargadora do Rio. Se a operação for bem-sucedida, não será inédita. Cerca de 16% desses cargos no Tribunal de Justiça do Estado são ocupados por parentes de magistrados ativos ou aposentados.
A taxa de parentesco aumenta no chamado quinto constitucional, em que um quinto das vagas é destinado a membros do Ministério Público e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Dos 36 desembargadores hoje na ativa e que foram escolhidos desta forma, 10 têm algum vínculo no Judiciário.
CNBB quer recuperar as Comunidades Eclesiais de Base
“É um jeito de fazer com que os leigos lá na base comecem novamente a se articular”, disse d. Severino Clasen, presidente para comissão para o laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao defender uma CEB menos ideológica.
Correio Braziliense
Uma capital com fôlego de campeã
Numa demonstração de que a cidade está pronta para receber grandes eventos, mais de 4 mil inscritos disputaram ontem a 7ª Maratona Brasília Revezamento. Na categoria masculina, venceu a equipe GranCursos/Caixa A. Na feminina. A SuperCei/Poupex, da fera Lucélia Peres. E, na mista, a SuperCei/Poupex/Dalmo Ribeiro. Entre os participantes, brilharam veteranos, atletas cadeirantes, corredoras charmosas — como a apresentadora Daniella Cicarelii — e, acima de tudo, os brasilienses fãs de provas de rua.
Munição para mais ataques
Investigadores do Departamento de Polícia de Boston acreditam que os suspeitos de causar o atentado que matou três pessoas e feriu mais de 170 há uma semana, durante a Maratona de Boston, provavelmente planejavam outros ataques. O chefe de polícia Ed Davis, em entrevista à emissora americana CBS, relatou que as autoridades encontraram um arsenal de explosivos caseiros depois da captura de Dzhokhar Tsarnaev, 19 anos, no subúrbio da cidade, na última sexta-feira. O jovem teria passado o dia escondido em uma lancha no jardim de uma casa até ser preso. O outro suspeito, Tamerlan Tsarnaev, 26 anos, era irmão de Dzhokhar e foi morto durante um tiroteio com policiais na madrugada de quinta para sexta.
Domésticas: nova polêmica
A discussão sobre a regulamentação de pontos da Lei das Domésticas deve dar um passo importante esta semana. Relator da Comissão Mista que trata da questão no Congresso Nacional, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) vai apresentar sugestões em relação a aspectos que têm levantado polêmica. Entre as sugestões que entregará, estão a multa de 10% sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em vez dos 40% válidos atualmente para os demais trabalhadores, e a contribuição do empregador ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de 7% (percentual que inclui o adicional de 1% a título de seguro de acidente de trabalho) — alíquota que hoje é de 12%.
Projeto para moralizar a terceirização no Estado
Os recorrentes problemas nos contratos firmados com empresas prestadoras de serviço são fontes constantes de prejuízo para a Câmara. Motivada pelas dificuldades domésticas, a Casa trabalha para colocar em prática, ainda este ano, um projeto de lei que vai regulamentar a terceirização no país. O texto mexe diretamente na ferida que afeta a gestão da Casa, e a ideia é passar um pente-fino nas companhias que hoje fazem contrato com o setor público sem qualquer critério de qualidade. A proposta será votada em caráter terminativo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no início de maio e seguirá direto para o Senado.
Barbosa defende política de cotas
Um ano depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a constitucionalidade da adoção de políticas de cotas raciais em instituições de ensino no Brasil, o presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, disse que a decisão seguiu os ideais defendidos por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. “No Brasil contemporâneo, há progressos recentes na promoção do ideário de igualdade de Tiradentes, como é o caso do reconhecimento da desigualdade e da exclusão social histórica de que foi vítima um segmento-chave da comunhão nacional, os negros, fato que levou o nosso STF a chancelar as políticas de ações afirmativas para grupos sociais hipossuficientes em universidades públicas”, declarou Barbosa ontem. Orador oficial da solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto (MG), o ministro também recebeu o Grande Colar, homenagem máxima do governo mineiro.
TCU regulamenta Lei de Acesso à Informação
Quase um ano e meio depois da sanção da Lei de Acesso à Informação (LAI), que abriu os salários dos servidores na internet e estipulou prazos para que dados públicos sejam divulgados, o Tribunal de Contas da União (TCU) finalmente deu o primeiro passo para regulamentar a confidencialidade dos dados. De acordo com proposta aprovada no última quarta-feira, um grupo formado pela Corte terá 120 dias para avaliar quais informações do órgão têm caráter sigiloso e quais podem ser liberadas sem restrições. Antes de encerrar a questão, os ministros ainda analisarão a matéria. O debate veio à tona em meio a um pedido feito por Paula Monteiro de Almeida. Baseada na Lei de Acesso à Informação, ela solicitou um relatório completo das viagens feitas pelas autoridades do TCU nos últimos três anos.
Um aliado que incomoda
À frente da bancada do PMDB há apenas dois meses e meio, o deputado Eduardo Cunha (RJ) já confirmou as previsões do Palácio do Planalto de que dará trabalho como líder da segunda força de apoio ao governo na Câmara. O “fio desencapado”, como é visto pelo governo, avisa que vai apresentar “vários destaques” — sugestões de alteração — ao texto da MP dos Portos, um assunto que é tratado como prioridade pela presidente Dilma Rousseff e cuja discussão no Congresso já se estende mais do que ela queria.
“Sou uma pessoa do embate. Isso se confunde com “dar trabalho””, diz Cunha. “Confusão” ou não, o deputado já está causando preocupações ao Planalto com a sua disposição para o “embate”. Embora negue que esteja dando dor de cabeça ao governo, Cunha se diz insatisfeito com vários trechos da MP dos Portos e, com destaques ao texto, deve complicar a aprovação da medida provisória na Câmara. “O governo rompeu acordos com o relator (o senador peemedebista Eduardo Braga, do Amazonas). E eu ainda vou ver com que parte vou concordar ou não. Não tenho compromisso com o mérito que saiu (do Planalto).”
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