O Estado de S. Paulo
Na TV, Serra atacará Enem e Haddad vai explorar renúncia
Os candidatos a prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) voltam hoje à propaganda eleitoral no rádio e na televisão para dar início a uma campanha de comparação de propostas e gestões passadas, mas também a postos para um “duelo ético” envolvendo os partidos e políticos aliados de ambos. Os programas e as inserções diárias vão ao ar até o dia 26.
A campanha tucana não deixará de explorar o tema do mensalão – na semana passada, o ex-ministro José Dirceu foi condenado por corrupção ativa -, mas em doses mais comedidas. A prioridade será questionar a capacidade administrativa de Haddad. Para isso, vai levar ao ar os problemas relacionados ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as greves nas universidades federais. O objetivo é criticar a passagem do petista no Ministério da Educação.
A campanha petista, por sua vez, vai reapresentar Haddad ao eleitorado e usar depoimentos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para desgastar o tucano, vai citar a renúncia de Serra à Prefeitura em 2006, um ano e três meses após assumir o cargo.
Leia também
‘Azarões’ do 1º turno ampliam bancadas de partidos pequenos
Candidatos a prefeito de partidos pequenos bem votados no 1.º turno ajudaram a atrair votos de legenda para vereador, no qual o eleitor opta por um partido e não por um candidato específico. Com isso, garantiram ou ampliaram as vagas nas Câmaras Municipais para suas siglas.
Em São Paulo, a ascensão de Celso Russomanno fez o voto de legenda no PRB saltar 57 vezes em relação a 2008, contribuindo para a obtenção de seis vagas pela coligação do partido. É como se 12% dos eleitores de Russomanno tivessem digitado o 10, número do PRB, duas vezes na urna, uma para prefeito e outra para vereador.
No total, foram 164 mil votos de legenda para o partido, número suficiente para preencher quase duas vagas na Câmara. Em 2008, foram 2,8 mil. A quantidade de votos para candidatos específicos da sigla cresceu 14 vezes menos que o voto de legenda.
Maioria do STF tende a absolver réus em caso de empate
O julgamento do mensalão será retomado hoje no Supremo Tribunal Federal com a expectativa de um empate e a consequente absolvição dos réus. Na semana passada, cinco ministros votaram pela absolvição de três dos acusados de lavagem de dinheiro. Outros dois votaram pela condenação e devem hoje ser acompanhados pelos três ministros que ainda vão votar.
O impasse deve levar a Corte à absolvição dos réus, pois ministros, entre eles o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, defendem que o empate beneficia o acusado. Com isso, Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes do governo Lula, e os ex-deputados Paulo Rocha (PT-PA) e João Magno (PT-MG) se livrariam da acusação de lavagem de dinheiro. Eles receberam dinheiro das empresas do pivô do mensalão, Marcos Valério. Conforme o Ministério Público, eles teriam dissimulado a origem do dinheiro.
Tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV foi decisivo
Como já havia ocorrido na eleição de 2008, os porcentuais de votos e tempo de exposição no horário eleitoral andaram juntos no 1.º turno de 2012. A maioria dos candidatos eleitos ou que passaram para o 2.º turno está também entre os que apareceram mais nas propagandas de rádio e TV.
Dos candidatos que tinham o primeiro ou o segundo maior tempo de TV nas capitais, 71% ficaram em primeiro ou em segundo lugar na apuração dos votos. Ao analisar os porcentuais de votos e de exposição no rádio e na TV de todos os 191 candidatos nas 26 capitais do País, a matemática revela uma forte correlação entre as duas taxas.
A eleição para Câmara
Das 58 seções eleitorais da capital, em 13 o nome mais votado para vereador ficou fora da lista de titulares da próxima legislatura. Já candidatos com vínculo a grupos organizados ampliaram participação.
Desafios Brasileiros
Pela primeira vez, o Brasil está entre os 50 países mais competitivos, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial. Mas ocupa o 48º lugar entre 144 analisados. Melhorar os níveis educacionais, investir em infraestrutura e reduzir a mão forte do Estado são alguns gargalos apontados no 1° caderno da série “Desafios Brasileiros”, uma iniciativa de O Estado de S. Paulo e O Globo, que aborda competitividade.
Produtividade no pré-sal surpreende a Petrobrás
As explorações do pré-sal, especialmente na Bacia de Santos, têm surpreendido a Petrobrás. Os primeiros quatro poços do campo gigante de Lula estão produzindo 50% mais do que o previsto. O êxito serve para ofuscar internamente a acentuada queda de produção no pós-sal da Bacia de Campos. Em Santos, o índice de sucesso é de 90%, ante cerca de 30% da média mundial. Diante do potencial, o governo adotará um novo modelo de concorrência.
Negócios
Após investir R$ 22 bilhões em tecnologia em 5 anos, o Bradesco se prepara para era dos juros mais baixos. (Págs. 1 e Negócios)
Turquia bloqueia espaço aéreo
A Turquia proibiu aviões sírios de sobrevoar seu território. Bashar Assad tem “abusado’’ dos voos civis no transporte de equipamento militar, segundo o governo turco.
SIP debate situação da mídia argentina
A crescente hostilidade contra veículos de comunicação na Argentina foi o tema de destaque de ontem da 68º Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa.
Avião em pane para Viracopos
A única pista de pousos e decolagens do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, foi interditada às 20h de sábado, após um avião de carga ter apresentado problema mecânico. Até as 19h de ontem, 140 voos que deveriam decolar ou pousar em Viracopos já haviam sido transferidos para Congonhas e Cumbica.
Folha de S. Paulo
Supremo finaliza hoje capítulo sobre lavagem de dinheiro
O Supremo Tribunal Federal deve encerrar na sessão de hoje do julgamento do mensalão a discussão sobre lavagem de dinheiro. Faltam os votos dos ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e do presidente, Ayres Britto.
Em seguida, se houver tempo, será iniciada a votação da penúltima “fatia” do julgamento, que trata dos pagamentos feitos ao publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes. Eles são acusados de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Na última quinta-feira, os sete ministros consideraram que não havia provas para condenar o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, e os assessores Anita Leocádia e José Luiz Alves.
Haddad diz sofrer ataque pessoal por “kit gay”
O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse ontem que seu adversário José Serra (PSDB) faz ataques pessoais a ele quando critica o kit contra a homofobia produzido durante sua gestão no Ministério da Educação.
Em entrevista à Folha, o tucano disse que o chamado “kit gay” era de doutrinação e malfeito. O material visava combater a homofobia nas escolas, mas sua distribuição foi suspensa pela presidente Dilma Rousseff após críticas da comunidade evangélica.
“É um ataque pessoal. Ele [Serra] sempre distorce a informação, eu não vou mais comentar. Eu já estou cansado desse tipo de ataque”, afirmou o petista.
Prefeito do Rio lança novo vice para Dilma em 2014
Uma semana após ser reeleito prefeito do Rio com a maior votação do país, Eduardo Paes (PMDB) antecipou a sucessão presidencial de 2014 e lançou o nome de seu aliado e governador Sérgio Cabral como candidato a vice de Dilma Rousseff (PT).
Escancarando o racha no partido, o prefeito defendeu ontem Cabral como substituto de Michel Temer, líder peemedebista que tentou eleger Gabriel Chalita em São Paulo, mas que foi derrotado.
“O que a gente pensa para a aliança PT-PMDB para 2014, o que eu quero, é que o Sérgio Cabral seja o vice da Dilma. A gente gosta e respeita o vice-presidente Michel Temer, mas agora é a vez do governador Sérgio Cabral ser o vice”, afirmou Paes, durante a 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa.
Famílias de PMs mortos vão à Justiça para receber seguro
Após 42 disparos de fuzil, o PM Carlos da Silva Cardoso, 31, tombou em frente à padaria no bairro do Limão (zona norte de São Paulo), perto de casa, em abril de 2006. O assassinato, cometido por traficantes, precedeu a onda de ataques que matou dezenas de agentes de segurança do Estado. O crime também deu início a uma ação na Justiça para que sua família receba o seguro de vida previsto pela corporação.
Advogados ouvidos pela Folha dizem que ações como essa são cada vez mais frequentes devido a ondas de ataques contra policiais. O benefício de cerca de R$ 100 mil é concedido apenas nos casos em que as vítimas foram mortas em serviço ou no caminho do trabalho.
A maioria dos PMs, porém, foi morta em dias de folga. Só neste ano, de 67 policiais da ativa assassinados, apenas três estavam em serviço. O total de vítimas chega a 84 quando somado o número de PMs reformados que foram mortos.
Entrevista da 2ª – Armínio Fraga
Banco Central tem que explicar cortes recentes de juros
As reduções mais recentes da taxa de juros preocupam e “mais um corte neste momento requer uma explicação do Banco Central”, diz o ex-presidente do BC (1999-2002) Arminio Fraga, 55. Em entrevista na última quarta, um dia antes da reunião que baixou a Selic pela décima vez consecutiva -para 7,25%-, Fraga considerou esse movimento arriscado num cenário de inflação persistentemente acima da meta (“que é 4,5%, não é 5,2%”). E desnecessário para a economia em pleno emprego.
Considerado o pai do regime de metas de inflação, o economista assumiu o BC em meio à crise da desvalorização do real e do fim do câmbio fixo, no governo FHC. Recebido com desconfiança por trabalhar com o megainvestidor George Soros, ganhou depois reputação internacional como “o nerd que salvou o Brasil da falência”. Descrito como “exímio operador”, Fraga prefere garantir sua fama nos campos de golfe. Em uma tacada, acertou os dois recentes governos petistas pelo atraso na infraestrutura do país.
A gestão Lula, avalia, rechaçou reformas fernandinas por preconceito ideológico, sem oferecer alternativa. Já Dilma tem demorado para retomar a eficiência no setor, seja por um viés intervencionista nas concessões, seja pela dificuldade de execução. À frente da gestora de recursos que fundou ao deixar o governo, a Gávea Investimentos, administra US$ 7 bilhões, com prazos alongados. Um de seus maiores interesses também é de longo prazo: educação, um “produto” que será colhido não agora, mas daqui a dez anos.
O Globo
Estado fará bairro em área de refinaria
Logo após a ocupação do Complexo de Manguinhos e da Favela do Jacarezinho, onde serão instaladas UPPs até o fim de janeiro, o governador Sérgio Cabral anunciou ontem a desapropriação da Refinaria de Manguinhos. Segundo ele, serão necessários cerca de R$ 200 milhões para a aquisição e a descontaminação do solo do terreno. O projeto, uma parceria entre estado e prefeitura, prevê naquela área a construção de um bairro-modelo, com apartamentos, áreas de lazer, escolas e postos de saúde. O governador anunciou ainda que serão construídas nove mil unidades habitacionais em toda a região. Dizendo-se surpreso com o anúncio, o presidente da refinaria, Paulo Henrique Menezes, informou que pedirá hoje a suspensão das negociações das ações da empresa na Bolsa.
Beltrame: “Não teremos mais uma Faixa de Gaza na cidade”
Em apenas dez minutos, as forças de segurança retomaram ontem as favelas de uma das regiões mais violentas do Rio. O secretário Beltrame disse que a chegada da pacificação àquelas comunidades significa o fim da “Faixa de Gaza” carioca.
Desafios Brasileiros: Uma corrida para chegar ao topo
Apesar de aparecer, pela primeira vez, entre os 50 países mais competitivos, o Brasil ocupa apenas a 48º posição entre 144 nações do ranking do Fórum Econômico Mundial. Melhorar a educação, investir mais em portos, aeroportos, ferrovias, estradas e tecnologia, além de reduzir a mão forte do Estado, são premissas para galgar posições, dizem técnicos de diversos setores para o primeiro caderno especial sobre “Desafios Brasileiros”, iniciativa do GLOBO e de “O Estado de S.Paulo” que aborda o tema “Competitividade”. O governo precisa apostar nas reformas, como a tributária e a trabalhista.
Paes: “Brasil perdeu uma oportunidade com a Copa”
Na Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em São Paulo, ontem, o prefeito Eduardo Paes se queixou do governo por causa dos atrasos nas obras para a Copa do Mundo de 2014. Ele afirmou que o Brasil “perdeu uma oportunidade” de melhorar a sua imagem internacional. Segundo Paes, o país precisa aproveitar os eventos esportivos para mostrar que consegue planejar e “entregar as coisas no prazo”. Ressaltou que a responsabilidade é de todos os níveis de governo.
SIP enviará missão à Argentina em apoio ao “Clarín”
A SIP mandará uma missão à Argentina em solidariedade ao Grupo Clarín, que sofre ameaças do governo Kirchner. José Miguel Vivanco, diretor da Human Rights Watch, critica o Brasil por omissão frente a países que desrespeitam a liberdade.
Correio Braziliense
Por que a classe D é o alvo da vez
A renda do brasileiro cresceu e o crédito está farto. Resultado: famílias que ganham até R$ 958 compram mais bens duráveis e atraem a atenção das empresas. Em 2011, esses consumidores movimentaram R$ 363 bilhões; este ano, serão R$ 409 bilhões.
Maria Sueli – Moradora do Itapoã
O rendimento fixo da família dessa dona de casa é R$ 700, mas o marido, pedreiro, faz bicos. Na sua cozinha, há geladeira nova, e forno elétrico e sanduicheira recém-comprados. A máquina de lavar tem menos de dois meses de uso. Em 2002, 64% dos lares da classe D tinham um televisor. Agora, o aparelho está em 97% das residências.
Marqueteiros começam a ser julgados hoje pelo STF
Ministros do Supremo concluem julgamento de três réus ligados ao PT e, na segunda parte da sessão, deverão começar a julgar o publicitário Duda Mendonça e a sócia dele, Zilmar Fernandes, além de outros oito acusados. Responsável pelo marketing da campanha presidencial de 2002, em que Lula foi eleito, Mendonça teria deixado de declarar o recebimento de R$ 11,2 milhões das empresas de Marcos Valério.
Rio: 20 minutos para a paz
Mais quatro comunidades do Rio voltaram às mãos dos seus donos: os moradores. Manguinhos, Mandela, Varginha e Jacarezinho ficaram livres do jugo da bandidagem em tempo recorde.
Ecstasy e LSD na periferia
O tráfico e o consumo comuns a áreas nobres de Brasília desembarcam em regiões mais pobres. Desde 2010, um bando vende ecstasy e LSD a jovens da periferia. O líder da quadrilha, agora preso, morava em Águas Claras, em uma cobertura superequipada.
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