Folha de S. Paulo
Ministro aprovou 7 sindicatos fantasmas
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, concedeu registro a sete sindicatos patronais no Amapá para representar setores da indústria que, segundo o próprio governo local, não existem no Estado. Os certificados saíram a pedido do deputado Bala Rocha (PDT-AP), dirigente do partido de Lupi, que afirma ter se valido da proximidade partidária com o ministro. Nenhum dos presidentes desses sindicatos é industrial. São motoristas de uma cooperativa de veículos controlada por um aliado de Rocha. Os sindicatos têm registros em endereços nos quais não há estrutura montada. As certidões foram dadas pelo ministério em abril e agosto de 2009 e levam a assinatura de Lupi, ao lado da inscrição “certifico e dou fé”, e do então secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros.
O ministério foi avisado por ofício pela Federação das Indústrias do Estado do Amapá, em fevereiro de 2009, de que esses sindicatos não tinham representação. Como resposta, a pasta alegou que “não cabe ao ministério apurar se os integrantes da entidade possuem indústria no ramo ao qual pretendem representar” e que apenas sindicatos poderiam fazer esses questionamentos. Em agosto deste ano, o deputado Vinícius Gurgel (PRTB-AP) enviou ofício ao gabinete de Lupi reiterando as suspeitas de irregularidades.
Entre os sindicatos criados está o das Indústrias da Construção e Reparação Naval. A produção de navios no Estado é zero, segundo o secretário de Indústria do Amapá, José Reinaldo.
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Trabalho afirma que seguiu a lei e nega ação política
O Ministério do Trabalho diz que não atendeu a interesses políticos para conceder o registro aos sete sindicatos do Amapá e que seguiu os “procedimentos previstos nos normativos legais que tratam da matéria”. Conforme o ministério, a impugnação feita pela federação das indústrias do Amapá foi arquivada “por se tratar de entidade de grau diverso, não ferindo a unicidade sindical” e porque se considerou que “todos os requisitos exigidos legalmente para a concessão dos registros sindicais” foram respeitados.
O deputado Bala Rocha (PDT-AP) confirma que procurou o ministério a pedido dos sete sindicatos porque “tem facilidade para fazer esse acompanhamento” do registro, já que o ministro é do seu próprio partido. Sobre os sindicatos representarem indústrias que não existem no Estado, ele afirmou que “a organização sindical é livre”.
Site divulga foto que contraria versão de Lupi sobre carona em aeronave
Um site do Maranhão divulgou ontem imagens do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, utilizando em 2009 a aeronave que, segundo a revista “Veja”, teria sido bancada por um dono de ONGs beneficiadas pela pasta. No sábado, o ministério negou por meio de nota que Lupi tivesse usado a aeronave, um modelo King Air de prefixo PT-ONJ. De acordo com o texto do ministério, o avião que “acompanhava o Ministro Lupi na agenda não se trata de um modelo King Air, conforme a revista Veja afirmou, mas do modelo Seneca.”
A foto foi divulgada pelo site “Grajaú de Fato”. O Ministério não respondeu aos recados deixados pela Folha ontem.
Deputado diz que empresa emprestou avião para Lupi
Ex-assessor do Ministério do Trabalho, o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA) disse que seu partido “arrumou” um avião “cedido” por uma empresa do município de Imperatriz para deslocamento de Carlos Lupi durante viagem em 2009. “A logística montada no Maranhão foi de responsabilidade de políticos regionais. Em momento algum eu dei valores e disse que foi pago pelo PDT.” De acordo com a revista “Veja”, Lupi fez uma viagem oficial no Maranhão em dezembro de 2009 a bordo de um avião do empresário Adair Meira, que controla duas ONGs beneficiárias de convênios com o ministério no valor de R$ 10,4 milhões. A revista diz que o voo custou R$ 70 mil, o que o deputado nega. O Ministério do Trabalho divulgou nota atribuindo ao PDT a responsabilidade pelo avião usado na viagem. Disse ainda que Lupi cumpriu “agendas oficiais e partidárias”.
Ao menos 37 cidades terão hoje protestos contra a corrupção
Pela terceira vez no ano, internautas de todo o país devem ir hoje às ruas participar de protestos contra a corrupção. Ao menos 37 cidades têm atos agendados e promovidos em redes sociais. Os manifestantes unificaram a pauta de reivindicações em três temas principais, diz Cristine Maza, do movimento carioca “Todos juntos contra a corrupção”.
Eles querem o fim do foro privilegiado, que permite que autoridades sejam julgadas diretamente em instâncias superiores da Justiça. Além disso, reivindicam que a corrupção seja considerada crime hediondo, tendo sua pena elevada. Os manifestantes defendem ainda a Lei da Ficha Limpa, cuja constitucionalidade está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal. A lei prevê que políticos condenados em julgamentos por mais de um juiz sejam impedidos de assumir cargos eletivos. Essas reivindicações estão entre as mais votadas numa enquete realizada na internet.
Eleição no PA opõe comércio à agricultura
A proposta de divisão do território do Pará em três Estados criou uma disputa entre o setor de serviços, concentrado na região metropolitana de Belém, e o agropecuário, com força no interior. Os comerciantes são contrários à divisão por acreditarem que a economia de Belém se enfraquecerá, enquanto os fazendeiros defendem os novos Estados com a esperança de obter melhorias de infraestrutura na área rural. Um plebiscito a ser realizado no próximo dia 11 de dezembro decidirá se o Pará dará origem a mais outros dois Estados: Carajás (região sul) e Tapajós (oeste). A campanha começou em setembro e tem o engajamento maciço dos dois setores.
‘Palavra de governador é prova’, diz Agnelo
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), se negou a apresentar provas de que o depósito de R$ 5.000 feito por um lobista em sua conta bancária era apenas o pagamento de um empréstimo feito em caráter pessoal. Ao ser questionado sobre o tema, o petista afirmou, via assessoria, que a “palavra de um governador de Estado já é, por si, uma prova”. Agnelo era diretor da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) quando, no dia 25 de janeiro de 2008, recebeu em sua conta pessoal um depósito de R$ 5.000 feito por Daniel Tavares, que trabalhava como lobista para a farmacêutica União Química.
Conforme a Folha revelou, Agnelo liberou no mesmo dia certificado para que a empresa pudesse participar de licitações. A Anvisa abriu investigação sobre o caso. A farmacêutica nega irregularidades. Na segunda-feira da semana passada, Agnelo afirmou que o depósito foi a devolução de um empréstimo feito ao lobista. Ele disse que deu o montante em espécie, “em caráter pessoal, sem documento ou contrato”.
Corregedora defende punições mais duras para magistrados
A corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Eliana Calmon defendeu ontem mudanças na lei para endurecer as punições a juízes. Sabatinada no programa Roda Viva, da TV Cultura, Calmon foi indagada sobre fama de ser “brava”. “Eu sou temida. Muitas vezes eu resolvo problemas graves com as corregedorias locais com um telefonema”, respondeu. A Loman (Lei Orgânica da Magistratura) precisa ser modificada para adequar as punições à atualidade, disse Calmon.
O Globo
Rocinha terá obras de R$ 756 milhões até 2014
A ocupação da Rocinha pelas forças de segurança para instalação da 19ª UPP da cidade abre caminho à retomada, pelo Estado, da execução de obras da primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1) que estavam paradas, como a construção de plano inclinado, creche, biblioteca e urbanização. Serão investidos R$ 51 milhões até 2012, além de R$ 700 milhões até 2014 relativos à segunda fase do PAC, que inclui a construção de um teleférico com nove estações ligado à Linha 4 do metrô. Fora o PAC, outro projeto importante, previsto para ser concluído em até três meses, é o do Parque Ecológico, que será implantado pelo governo do estado no alto do morro como alternativa à instalação de muros para conter o crescimento desordenado da favela. Dos 26 milhões já investidos, serão gastos ainda R$ 5 milhões, o que totaliza R$ 756 milhões em obras até a Copa do Mundo.
Convênios longe da transparência
Ogoverno patina há três anos para implementar o sistema que, de acordo com decreto assinado pelo ex-presidente Lula em 2008, deveria oferecer ao público condições de acompanhar em tempo real o detalhamento e a prestação de contas de convênios firmados entre a União e entidades privadas sem fins lucrativos. Até hoje, o Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv) não atingiu suas funcionalidades e é acessível apenas a quem está familiarizado com suas ferramentas. Os problemas do Siconv já provocam até mesmo disputa entre a Controladoria Geral da União (CGU) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), vinculado ao Ministério da Fazenda.
Confrontado com as deficiências do Siconv, o controlador-geral da União, Jorge Hage, admitiu que a torneira dos desvios em convênios só poderá ser fechada depois que o sistema estiver integralmente operacional.
Sem lupas ou escutas
Excursionar pelos corredores da Controladoria Geral da União (CGU) é certamente menos palpitante que correr os olhos pelas auditorias produzidas ali, com a crônica das perversões e malabarismos cometidos com o dinheiro público Esplanada afora. O ambiente é silencioso, com um quê de biblioteca. Tomado por pilhas de processos, parece bem mais uma repartição pública do que sugeriria o imaginário sobre um órgão que investiga corrupção.
Os analistas de finanças e controle não usam lupa e não recorrem a escutas. Passam o dia com os olhos vidrados na tela do computador ou debruçados sobre planilhas e processos, à moda antiga. Têm mais um jeitão de nerds, e só se despem desse estereótipo às 15h30m, quando uma professora de ginástica, devidamente uniformizada, chama cada grupo ao corredor para uma aula de ginástica laboral, ao som de blues.
Procurador quer abertura total do Siconv
O procurador da República Bruno Caiado Acioli quer que o governo federal seja obrigado a abrir o Siconv, o portal dos convênios, para o acesso geral e irrestrito de qualquer interessado em acompanhar gastos com dinheiro público. Hoje, o acesso aos dados mais relevantes do portal é limitado a órgãos governamentais e às ONGs, muitas delas nem um pouco interessadas na transparência. O pedido para abrir o Siconv foi feito numa ação que tramita na 4 ª Vara Federal desde o ano passado e apura irregularidades no repasse de recursos para ONGs pelo Ministério do Trabalho.
O procurador cobra também que os ministérios cumpram a obrigação de abastecer o portal com todas as informações sobre convênios, desde o momento da apresentação das propostas até a prestação final das contas. Hoje, já existe essa exigência, mas alguns ministérios não a respeitam. Muitas vezes, informações preciosas sobre contratos expressivos só são incluídas no sistema numa fase em que a fiscalização teria poucas chances de evitar o desvio do dinheiro.
Dono de ONGs diz que conhece Lupi e que providenciou avião, mas não pagou
O empresário Adair Meira, dono de três ONGs financiadas pelo Ministério do Trabalho, contestou ontem as declarações do ministro Carlos Lupi de que os dois não se conheciam. Em tom de desafio, o empresário sustenta que tem “elementos suficientes” para fazer o ministro refrescar a memória. Meira confirmou que “providenciou” o avião que, segundo a revista “Veja”, foi usado por Lupi para fazer visitas ao Maranhão em dezembro de 2009. Em depoimento na Câmara, na quinta-feira passada, Lupi negou qualquer vínculo com Meira.
– Queria contestar essa história do ministro. Eu queria dizer claramente que o ministro está equivocado ou está sem memória. Acho que essas palavras bastam por enquanto: ele está equivocado ou sem memória – disse Meira, ao GLOBO.
O dono das ONGs Fundação Pró-Cerrado, Renaspi e Cepros disse que Lupi não poderia, em hipótese alguma, ignorá-lo, como fez na Câmara. Questionado sobre as supostas relações com Meira, Lupi negou qualquer proximidade com o empresário. E até deu a entender que nem sabia qual era o nome dele.
Em MG, verba para aliado
O Ministério do Trabalho assinou convênio de R$2 milhões com a Fundação Educacional Minas Gerais, que pertence ao ex-deputado Ruy Muniz (DEM), aliado do presidente do PDT em Montes Claros (MG), Carlos Pimenta, atual secretário estadual de Trabalho em Minas. O convênio com o ministério, comandado pelo pedetista Carlos Lupi, foi assinado no início de 2010. Nessa época, Pimenta e Muniz acertavam detalhes para uma dobradinha na campanha eleitoral do ano passado: Pimenta para deputado estadual e Muniz para deputado federal.
Trabalho afasta pedetista de representação em RR
O superintendente do Ministério do Trabalho em Roraima, Mário Souza da Rocha, teve o pedido de demissão publicado ontem, depois que a Justiça determinou seu afastamento por suspeita de improbidade administrativa. Rocha chegou a assumir a presidência regional do PDT, partido do ministro Carlos Lupi, e assumiu o posto no Trabalho em 2009.
Apesar da acusação de improbidade, o pedetista foi exonerado a pedido, ou seja, pediu demissão, segundo portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem. No domingo, O GLOBO revelou que o PDT comanda 13 superintendências regionais do Trabalho. Segundo o procurador da República Leonardo de Faria Galiano, Rocha fracionou a compra de móveis em dois contratos para burlar a Lei de Licitações. O ex-superintendente é réu em dois processos, um cível e outro criminal.
Nova equipe de Aldo vem de fora do PCdoB
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, anunciou ontem os três primeiros nomes de sua equipe. No entanto, dois dos que serão substituídos, ligados ao PCdoB, permanecerão na pasta. A funcionária do Banco Mundial Paula Pini será secretária-executiva; o diplomata Carlos Cardim, chefe da Assessoria Internacional; e o vice-almirante da reserva Afonso Barbosa, secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social.
Aldo disse que levou em conta critérios técnicos, políticos, mas também pessoais:
– São escolhas técnicas, políticas, administrativas. Levei em conta a experiência de vida de cada um e o compromisso com o interesse público e profissional. E também a afinidade pessoal.
Era dia de trabalho
Apesar de ontem ter sido considerado dia normal de trabalho, os corredores e plenários da Câmara dos Deputados e do Senado estiveram vazios na véspera do feriado. Não houve quorum suficiente para abrir a sessão ordinária da Câmara e contar o prazo regimental para a votação, em segundo turno, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2015. Apenas 19 deputados estavam na Câmara às 14h30m; seriam necessários pelo menos 51 para que a sessão fosse aberta. É preciso a contagem de cinco sessões ordinárias entre as votações do primeiro e do segundo turnos da PEC.
Brasileiros vão às ruas pelo fim da impunidade
O feriado da proclamação da República, comemorado hoje, virou pretexto para milhares de brasileiros saírem às ruas em protesto contra a corrupção. No Rio – às 10h, em Manguinhos, e às 15h, na Cinelândia e em Copacabana – e em pelo menos mais 32 cidades do país, internautas vão pedir o fim da impunidade e apoiar iniciativas como a Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados ou que renunciaram ao cargo para evitar a cassação.
No Centro do Rio, o movimento “Todos Juntos Contra a Corrupção” vai montar um varal com notícias de denúncias.
– A ideia é colocar o máximo de notícias sobre corrupção desde que começou essa onda de denúncias. Comprei uma corda de 300 metros e espero que as pessoas possam colocar lá o que a gente vê todo dia – diz Cristine Maza, uma das organizadoras do protesto.
Justiça diploma Capiberibe senador
Pouco mais de um ano após ser eleito senador pelo Amapá, com 130.411 votos, João Alberto Rodrigues Capiberibe (PSB) foi diplomado ontem para assumir o cargo. A cerimônia foi conduzida pelo vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá, desembargador Raimundo Vale. Inimigo político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Capiberibe ainda não tem data marcada para tomar posse no Senado. Na semana passada, a Mesa Diretora se reuniu para fechar o dia em que Capiberibe poderá assumir seu mandato, mas a situação permanece indefinida.
Lula grava participação em programa do PT
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou uma participação no programa partidário do PT que vai ao ar no início de dezembro. A propaganda está sob a batuta do publicitário João Santana, o marqueteiro da última campanha de Lula e de sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff.
A gravação foi feita na sexta-feira em seu apartamento de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, onde Lula repousa devido ao tratamento contra um câncer na laringe, descoberto no fim de outubro. Com a doença de Lula, os petistas chegaram a acreditar que o ex-presidente não fosse participar do programa político, mas ele decidiu fazer a gravação.
O Estado de S. Paulo
‘Faxina’ de Aldo apenas redistribui dirigentes suspeitos de irregularidades
Duas semanas depois de tomar posse no Esporte, o ministro Aldo Rebelo (PC do B) anunciou ontem os nomes da nova cúpula do ministério. Apesar da faxina nos principais cargos da pasta, Aldo manteve parte dos antigos ocupantes ligados ao PCdoB no ministério, até mesmo os suspeitos de envolvimento com irregularidades no Esporte. É o caso do ex-secretário executivo, ex-número dois do ministério, Waldemar Manoel Silva de Souza, que será substituído pela economista do Banco Mundial Paula Pini, mas que permanecerá na pasta.
“Ele (Waldemar) vai continuar no Ministério, mas ainda não está definido em qual função”, disse ontem Aldo, ao explicar que Waldemar ficará encarregado de transmitir as funções para a futura secretária executiva da pasta. Wldermar foi quem firmou o contrato de R$ 6,2 milhões com um sindicato de cartolas do futebol para um projeto fantasma da Copa de 2014.
PT já reclama de possível fusão de pastas em reforma
O comando do PT fez chegar à presidente Dilma Rousseff que o partido não vê com bons olhos a fusão dos ministérios “das minorias” em uma única pasta. Apesar de ser a primeira mulher eleita presidente do Brasil, Dilma não considera necessário ter uma secretaria especial só para cuidar do gênero feminino, mas enfrenta resistências para fazer o enxugamento da máquina.
A alegação dos petistas contrários à reforma mais ampla é de que essas cadeiras representam “conquistas” dos movimentos sociais e, além de tudo, têm baixo orçamento. Na prática, Dilma só mantém a Secretaria de Políticas para as Mulheres por seu caráter simbólico.
“Nós decidimos, no 4.º Congresso do PT, que as direções do partido, a partir de agora, terão cota de 50% para mulheres. Então, é preciso analisar tudo isso com muito cuidado”, afirmou o deputado José Guimarães (CE), vice-líder do governo e vice-presidente do PT.
PT lança ‘estratégia Haddad’ pelo País
A exemplo do que ocorreu em São Paulo, onde o PT enterrou as prévias para escolher o candidato para a Prefeitura paulistana em 2012, o partido trabalha para evitar eleições internas em outras capitais do País.
Em Porto Alegre, embora o PT tenha dois pré-candidatos à prefeitura, os deputados estaduais Adão Villaverde e Raul Pont, a sigla já decidiu que a escolha será por consenso ou por votação de 350 delegados municipais.
O partido tem evitado prévias no Rio Grande do Sul desde as disputas de 1998 e 2002, quando Olívio Dutra e Tarso Genro brigaram pela indicação para concorrer ao governo estadual, com uma vitória para cada um.
Em tempo de Ficha Limpa, juízes ficam mais politizados
Em 2010, enquanto Dilma Rousseff e José Serra disputavam o Palácio do Planalto, uma outra eleição estava em curso – mais discreta, porém com consequências políticas abrangentes: juízes de todo o País elegiam o novo presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
A oposição era liderada por Nelson Calandra, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, que concentrava sua campanha na defesa “das prerrogativas da magistratura”. Criticava a politização da AMB e encampava o ajuste salarial para o Judiciário, além de sustentar que os poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deviam ser restringidos. Em 26 de novembro, foi eleito com 52% dos votos.
O candidato derrotado, Gervásio Santos, adotava postura oposta: defendia o legado do então presidente, Mozart Valadares, e apoiava a atuação da AMB em temas políticos, como a defesa da Lei da Ficha Limpa.
MP entra com recurso para tentar anular questões do Enem em todo o País
O Ministério Público Federal (MPF) entrou na sexta-feira com um recurso para tentar reverter a decisão da Justiça de anular 14 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) apenas para os alunos do 3.º ano do ensino médio do Colégio Christus, de Fortaleza (CE). O MPF defende que os itens sejam desconsiderados em todo o País. Para o Ministério da Educação, a medida da promotoria é “exagerada” e prejudica candidatos que não têm qualquer ligação com o vazamento de questões para alunos do Christus. O recurso deve ser julgado amanhã pelo Tribunal Regional Federal da 5.ª Região.
Correio Braziliense
Fifa ignora Procon e faz venda casada
A Federação Internacional de Futebol (Fifa) não esperou nem mesmo a Câmara dos Deputados votar a Lei Geral da Copa para iniciar as vendas casadas de ingressos, hospedagem e translados para o evento de 2014. É a lei em tramitação no Congresso que determinará a forma de comercialização dos bilhetes da Copa do Mundo e, apesar de o texto do Executivo tratar da venda de pacotes, a modalidade já foi condenada por órgãos de defesa do consumidor do Brasil e caberá ao Legislativo permiti-la ou não. Por meio da empresa Match Hospitality, pacotes que variam de R$ 1 mil a R$ 4 milhões, segundo a cotação de ontem, são oferecidos no portal da Fifa desde o dia 3 deste mês.
O presidente da Comissão Especial da Copa do Mundo, deputado Renan Filho (PMDB-AL), afirmou que, se a Câmara rejeitar a venda casada na votação da lei geral, a prática da Fifa estará irregular. No entanto, a tendência da Casa é acatar a liberação da venda dos pacotes. “Vai ferir o Congresso se a lei vetar a conduta que eles estão tendo. Mas a lei geral não deve vetar completamente a venda casada”, diz Renan.
Presidente de ONG contradiz Lupi
O presidente da Fundação Pró-Cerrado, Adair Meira, afirmou, na noite de ontem, em entrevista ao Correio, que conhece Carlos Lupi (PDT) e que esteve no jato que transportou o ministro do Trabalho a cidades do interior do Maranhão, em dezembro de 2009. “Eu acho o ministro confuso ou esquecido. Quando ele nega que nos conhece, do jeito que está dando a entender, fica parecendo que temos 300 coisas a esconder. Não é verdade”, contestou Adair.
A denúncia de que Lupi usou um avião patrocinado pelo presidente da entidade financiada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) deixou o ministro em situação ainda mais delicada. Desde julho, quando o Correio publicou reportagens sobre as irregularidades nos convênios da pasta com a Fundação Pró-Cerrado, a estratégia de Lupi é negar que conheça Adair e a ONG. “Eu não tenho nenhuma relação com o senhor Adair Meira”, disse, em depoimento na Câmara, na semana passada. “A Pró-Cerrado faz o quê? Que tipo de capacitação?”, havia afirmado ao Correio, há quatro meses.
Direitos relegados
O jornalista escocês Andrew Jennings, autor de Jogo sujo, o mundo secreto da Fifa, acusa a entidade de reservar pelo menos 12 mil ingressos na abertura, outros 12 mil na final e a mesma quantidade em jogos do Brasil para empresas responsáveis pela organização de pacotes da Copa do Mundo de 2014. De acordo com Jennings, com a reserva antecipada dos bilhetes por parte da entidade, antes mesmo do pontapé inicial, o país terá a desvantagem de não poder contar com os melhores lugares no estádio.
O medo do PT atende por Chalita
O efeito Gabriel Chalita (PMDB) nas eleições paulistanas ainda não foi suficientemente mensurado nas pesquisas, mas já acende o sinal de alerta no PT. A rapidez com que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca um acordo com o PMDB embute uma preocupação concreta: se Chalita consolidar de fato seu nome na disputa e conseguir chegar ao segundo turno contra o ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), a vitória petista estará seriamente ameaçada.
A análise é feita por integrantes da cúpula petista. Chalita tem um ótimo trânsito com tucanos e pessedistas — ele foi secretário de Educação do atual governador, Geraldo Alckmin, e, politicamente, os dois nunca se afastaram completamente. Se o candidato peemedebista disputar o segundo turno contra Haddad, a tendência é que o tucanato o apoie, até mesmo para manter o PT longe da prefeitura de São Paulo.
Ministra visita o Senado
A ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Rosa Weber, indicada pela presidente Dilma Rousseff para o Supremo Tribunal Federal (STF), visitou ontem o Senado, no primeiro contato com os parlamentares que vão sabatiná-la na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. A data da sabatina ainda não está acertada, mas os senadores Eunício de Oliveira (PMDB-CE), que preside a comissão, e Lindbergh Farias (PT-RJ), outro integrante do colegiado, estão negociando para que seja já na semana que vem, provavelmente no dia 23. A ministra teria concordado com a data.
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