O Estado de S. Paulo
Itamaraty pede a embaixadas reavaliação da política externa
Por ordem do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, os principais departamentos do Itamaraty, as embaixadas e a missão do Brasil na Organização das Nações Unidas preparam uma reavaliação da política externa brasileira. Esse trabalho, com conclusão prevista para março, tratará de temas como os direitos humanos em países de regimes autoritários, o papel do Brasil nas questões relacionadas ao Irã e o relacionamento com os Estados Unidos.
O Estado obteve informações sobre o despacho confidencial enviado por Patriota aos diplomatas brasileiros com representantes do País na Europa e no Oriente Médio. Essa ordem teria partido depois de uma conversa entre o ministro e a presidente Dilma Rousseff, que já fez declarações na contramão de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, em relação à condenação da iraniana Sakineh Ashtiani. Para Dilma, os direitos humanos não são negociáveis.
Mais uma vez, comando da Câmara ficará com baixo clero
Pela segunda vez em seis anos, um racha no PT vai dar a um deputado oriundo do baixo clero a presidência da Câmara dos Deputados. Na terça-feira, o ex-metalúrgico gaúcho Marco Maia (PT) deverá ser eleito com mais de 400 votos, segundo previsão dos líderes partidários.
Mas, ao contrário do azarão do baixo clero Severino Cavalcanti (PP-PE), que em 2005 venceu dois candidatos petistas no plenário, o racha no PT que beneficiou Maia ocorreu no processo de escolha do candidato. Uma vez escolhido, ele passou a contar com o apoio dos 21 partidos que têm representação na Câmara dos Deputados. Além de Maia, o único deputado que anunciou candidatura é Sandro Mabel (PR-GO), embora sem apoio de sua própria legenda.
Sarney caminha para nova gestão à frente do Senado sem fazer reformas
Prestes a assumir a presidência do Senado pela quarta vez, José Sarney (PMDB-AP) encerra hoje sua atual gestão sem aprovar a prometida reforma administrativa na Casa. O Senado mantém velhos vícios, estrutura inchada, falta de controle de funcionários fantasmas, excesso de mão de obra terceirizada e de cargos de diretores, além de apadrinhados do senador e de colegas espalhados em gabinetes e secretarias.
Em 2009, no auge do escândalo dos atos secretos revelados pelo Estado, Sarney prometeu aprovar uma reforma interna e entregar uma Casa “modernizada”. “O Senado está cumprindo o que prometeu à nossa sociedade”, afirmou, em plenário, no dia 29 de outubro daquele ano.
Mesmo após escândalos, aliados mantêm cargos
Aliados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), continuam empregados na Casa mesmo após os escândalos administrativos de 2009. Um dos órgãos usados para abrigar esses apoiadores é o Conselho Editorial do Senado. Lá estão lotadas, por exemplo, as jovens Nathalie Rondeau e Gabriela Aragão Mendes, segundo o site do Senado. A primeira – aspirante a modelo – é filha do ex-ministro Silas Rondeau, afilhado político de Sarney. A outra é filha de Aluizio Mendes, secretário de Segurança Pública da governadora Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão.
Dilma e Lula em promoção no PT
As fisionomias sorridentes da presidente Dilma Rousseff e de seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, entraram em liquidação. Às vésperas de completar 31 anos, o PT resolveu promover uma megapromoção de aniversário, vendendo a preço de banana camisetas de campanha com as fotos de Dilma e Lula, bandeiras do partido, lenços de cabeça e até livros.
Na sede do PT, a lojinha instalada logo à entrada do prédio anuncia a queima do estoque. O saldão petista reúne sobras da maratona eleitoral, enfeites com homenagens a Lula e camisetas produzidas sob medida para o dia da posse de Dilma, em 1.º de janeiro.
Em tempos de aperto para pagar dívidas de 27,7 milhões, herdadas da campanha de Dilma, a imagem da primeira mulher presidente é vendida por uma pechincha. Duas camisetas com fotos dela, com ou sem a companhia de Lula, saem agora pelo preço de uma: R$ 10.
Na Argentina, Dilma adverte outros vizinhos
Na primeira viagem internacional depois da posse, Dilma Rousseff encontra-se hoje com a presidente Cristina Kirchner. Dilma deve reafirmar a parceria estratégica entre os dois países. Em entrevista a jornais argentinos, ela enviou recado para Bolívia, Equador e Paraguai, dizendo que não aceitará quebra de compromissos empresariais e comerciais.
Repressão militar cresce no Egito
As Forças Armadas do Egito apertaram ontem as medidas para conter os protestos de manifestantes que exigem a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak. Na Praça Tahrir, epicentro da crise, caças da Força Aérea fizeram voos rasantes, buscando um efeito psicológico de intimidação contra os ativistas. O presidente não deu qualquer sinal de estar pensando em deixar o poder. Jornais independentes já falam em 150 mortos.
Importação de itens de média e alta tecnologia quase triplica
A indústria brasileira vem perdendo espaço para produtos importados nos setores mais dinâmicos da economia. Em seis anos, quase triplicou a importação de itens do grupo de média-alta tecnologia, que inclui de veículos automotores a eletroeletrônicos. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostram que o consumo desses produtos subiu 76% entre 2004 e 2010, mas a produção local cresceu só 40%; as importações supriram a diferença.
Folha de S. Paulo
EUA defendem “transição” no Egito
No sexto dia de protestos pela queda de Hosni Mubarak, 82, o governo dos EUA, seu aliado mais importante, sinalizou maior distanciamento do ditador egípcio. A secretária de Estado, Hillary Clinton, cobrou uma “transição ordenada” rumo à democracia -sem, no entanto, pedir claramente a saída de Mubarak. O ditador, há 30 anos no poder, surgiu cercado de militares, tentando dar demonstração de força. O sinal da TV Al Jazeera, uma das principais fontes de informação dos manifestantes, foi bloqueado. O toque de recolher foi antecipado das 16h para as 15h.
Numa clara manobra de intimidação, aviões e helicópteros militares deram rasantes sobre a multidão na praça Tahrir, centro nervoso dos protestos, no Cairo. Mas, no chão, soldados de novo evitaram coibir os manifestantes. No mesmo local, o oposicionista Mohamed ElBaradei juntou-se à multidão. “Tenham paciência, a mudança chegará nos próximos dias”, disse. Embora o número de mortos tenha sido menor do que nos dias anteriores, o domingo, dia útil no Oriente Médio, foi de caos nas principais cidades. O comércio e os bancos ficaram fechados.
Segurança contra saques tem até crianças
Uma onda de pânico se espalhou pelo Cairo após duas noites de saques e atos de vandalismo atribuídos a capangas leais ao ditador Hosni Mubarak e a criminosos que escaparam da prisão em circunstâncias ainda não esclarecidas. Anteontem surgiram os primeiros relatos de saques em várias áreas da cidade, incluindo o bairro de classe média Maadi, que a Folha visitou na tarde de ontem.
Um dos principais alvos dos vândalos que agiram no setor foi o supermercado da rede francesa Carrefour, situado em uma área de pacatas ruas residenciais. A fachada da loja estava parcialmente destruída, e na calçada ainda havia restos de tijolos arremessados. Segundo testemunhas ouvidas pela reportagem, homens desceram de um carro, invadiram a loja destruindo “tudo que encontraram pela frente” e roubando produtos.
“Falhas” de Havana serão criticadas, promete Dilma
A presidente Dilma Rousseff citou ontem, em entrevista a jornais argentinos, o regime de Cuba como exemplo de sua posição em relação aos direitos humanos. Questionada sobre a ditadura, disse que se deve protestar “contra todas as falhas que existam em relação aos direitos humanos em Cuba”, ressalvando, porém, que está havendo uma “transformação” naquele país.
A declaração indica mais uma vez uma possível inflexão quanto ao tema na comparação com Lula. A presidente chega hoje à Argentina, em sua primeira viagem internacional no cargo. Segundo um assessor, a viagem busca passar a mensagem de que ela terá um engajamento na defesa dos direitos humanos, o que será simbolizado pela reunião na Casa Rosada, a sede do governo argentino, com as avós e mães da praça de Maio -grupos de mulheres que buscam desaparecidos da última ditadura (1976-83).
Furnas pressionou BNDES em prol de sócio suspeito
Furnas pressionou o BNDES em 2008 pela liberação de um empréstimo de R$ 587,9 milhões para a construção de uma hidrelétrica no interior de Goiás em sociedade com uma empresa considerada suspeita pelos técnicos do banco. O BNDES suspendeu a assinatura do contrato de financiamento após Furnas incluir entre os sócios do empreendimento a Companhia Energética Serra da Carioca.
Além de considerá-la com um “conceito cadastral ruim”, técnicos do banco ressaltaram em relatório interno obtido pela Folha a existência de investigações contra diretores da empresa. O BNDES só liberou o financiamento depois que a empresa saiu do negócio.
Dossiê é “jogo sujo” de petistas, diz Eduardo Cunha
Pivô das denúncias que recaem sobre Furnas, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), diz que não é responsável por atos de Furnas e ataca o que chama de “jogo sujo” de parte do PT para ganhar espaço na estatal no governo Dilma.
O sr. disse que “aloprados” do PT tentam ocupar o espaço.
A origem desses ataques está claramente identificada. É um ex-diretor de operações, chamado Fabio Resende, que utilizou seu padrinho político, o deputado Bittar, apesar de eles serem feitos num documento apócrifo, de ele não ter tido a coragem de assinar. É um processo igual ao dos aloprados. Somos vítima de denuncismo. Não vamos usar o mesmo remédio para matar o veneno deles.
Câmara e Senado elegem seus presidentes amanhã
Congressistas eleitos em outubro tomam posse amanhã, formando base de apoio ao governo maior do que no governo Lula. Dos 513 deputados e 81 senadores, 461 (ou 77,6%) integram partidos aliados de Dilma Rousseff. Logo depois de empossados, os novos congressistas terão a missão de escolher seus presidentes, em eleições que não devem trazer grandes surpresas. Os eleitos comandarão o Congresso pelos próximos dois anos.
Principal aliado de Dilma e com a maior bancada no Senado, o PMDB presidirá a Casa, que impôs a maior derrota do governo Lula no Congresso ao derrubar a CPMF. O partido lançou José Sarney (PMDB-AP) como candidato único -já ocupado por ele há dois anos. Na Câmara, o candidato Marco Maia (PT-RS) é favorito por ter apoio de Dilma, de partidos de base e oposição. PT e PMDB, com as maiores bancadas, respectivamente, fecharam acordo para alternância na presidência da Casa. A ideia é que Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) suceda Maia nos dois últimos anos da legislatura.
Kassab admite usar mudança de regra para sair do DEM
À espera de uma janela para sua filiação ao PMDB, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, admitiu ontem que poderá usar uma adulteração do estatuto partidário como justificativa jurídica para sua saída do DEM. Pela estratégia, o prefeito se valerá de uma manobra que o presidente nacional do DEM e hoje adversário político, Rodrigo Maia (RJ), aplicou para reduzir seu espaço dentro do partido.
Em dezembro de 2007, como publicou a revista “Veja”, Maia alterou artigo do estatuto que conferia ao conselho político do DEM poder de “decidir” sobre coligações e “indicar” candidatos a presidente e vice. Sob o argumento de que “o artigo era ilegal” – já que “o conselho é consultivo e não pode deliberar no lugar das convenções” -Maia trocou “decidir” por “recomendar” e “indicar” por “propor”. Como é presidente do conselho, Kassab pode alegar que foi prejudicado pela mudança. O prefeito admitiu ontem que “essa é uma das hipóteses, caso decida mesmo mudar de partido”.
O Globo
Oposição se articula para fim da ditadura no Egito
Uma semana após o início dos protestos no Egito, a oposição prepara-se para a queda do regime de Hosni Mubaraki e, dividida, briga pela liderança de um governo de transição. O Prêmio Nobel da Paz Mohamed El Baradei, o líder mais conhecido no Ocidente, deixou a prisão domiciliar e pediu a saída imediata do presidente, em discurso na Praça Tahrir, epicentro dos protestos no Cairo. Acompanhado por militantes da Irmandade Muçulmana, lançou-se como líder da transição, mas foi ignorado pela principal coalizão oposicionista, que divulgou manifesto propondo uma Assembléia Constituinte. Já o ditador se reuniu com os militares e ampliou o toque de recolher, mais uma vez ignorado pelos manifestam que voltaram em massa às ruas, informa Fernando Duarte.
Começa a divisão do 2º escalão do governo Dilma
O Palácio do Planalto decidiu estabelecer um novo critério para iniciar o loteamento político do segundo escalão, depois da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, amanhã: a divisão dos cargos será feita proporcionalmente ao mapa de poder real de cada partido no novo Congresso que assume esta semana.
Parlamentares derrotados nas eleições e sem voz não terão vez na partilha. Essa estratégia foi acertada com a presidente Dilma Rousseff pelo chefe da Casa Civil, ministro Antonio Palocci. As escolhas começam a ser definidas esta semana.
A demora para o início das negociações foi motivada pelo temor do governo de fazer uma distribuição antecipada dos principais órgãos e estatais sem ter a garantia de votos correspondentes. Como houve renovação superior a 40%, a ordem é atender a quem tem voto. Com isso, a ideia é evitar o loteamento dos principais cargos com derrotados.
Al-Jazeera é proibida, e China censura revolta
A rede de TV Al-Jazeera, que realiza uma ampla cobertura dos protestos, teve seu sinal cortado ontem e recebeu ordens do governo para encerrar suas operações no país. Na China, a palavra “Egito” foi bloqueada na internet.
Brasileiros reclamam de embaixada no Cairo
Enquanto governos de países como Israel, Turquia e Estados Unidos iniciaram um plano para retirar seus cidadãos do Egito, turistas brasileiros encontram dificuldades de acionar plantão consular.
Anac: Galeão é pior aeroporto brasileiro
O aeroporto do Galeão foi considerado pela Anac o menos eficiente, entre os 16 grandes terminais do país. Ele tem o pior desempenho no indicador que relaciona o volume de passageiros e carga ao custo de operação. O aeroporto de Brasília é o melhor.
O primeiro encontro de duas presidentes
As presidentes do Brasil e da Argentina, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, têm hoje encontro inédito: é a primeira vez que mulheres no comando dos dois países se reúnem. A jornais argentinos, Dilma disse já ter tido uma “pequena divergência com o Itamaraty”.
Recorde de cruzeiros e de turistas
O terminal internacional do Porto do Rio bateu ontem recorde histórico de turistas chegando de navio. Sete transatlânticos formaram uma fila de 2,5km ao longo do cais, trazendo 40 mil pessoas, entre passageiros e tripulantes.
Correio Braziliense
Vale-transporte vira moeda até na Internet
Ao acabar com os velhos passes de papel e automatizar o benefício em forma de cartão, era de se imaginar que as fraudes com vale-transporte pudessem ser eliminadas, ou ao menos reduzidas. Mas a criatividade dos falsários ignorou a tecnologia. E o cartão eletrônico, entregue às empresas pela Fácil — responsável pelo sistema no Distrito Federal —, também tem sido vendido até pela metade do preço aos interceptadores. O esquema chegou às páginas da internet, que oferecem créditos de até R$ 600 em um único vale. O Correio presenciou todo o processo dentro de uma linha de ônibus, quando apenas um cartão chegou a ser utilizado 15 vezes em menos de 10 minutos. A falcatrua é feita na frente de todos, sem qualquer constrangimento — e o pior — sem nenhuma fiscalização por parte das empresas de ônibus.
Pressionado, Mubarak perde apoio até dos EUA
Os manifestantes reunidos na Praça Tahrir, no Cairo, não se intimidaram com os blindados do Exército, levados às ruas para garantir o toque de recolher. Após seis dias, o Egito conta 150 mortos nos protestos contra o presidente Hosni Mubarak. Aliados do ditador deixaram o país, numa demonstração de que a situação do governo é delicada. Em conversa com líderes do Oriente Médio, o presidente dos EUA, Barack Obama, pediu que a transição no aliado Egito seja feita de forma ordenada.
Presos à falta de experiência
Projeto que possibilita a entrada de detentos e egressos no mercado de trabalho tem 2,6 mil vagas disponíveis, mas apenas 423 preenchidas.
Não chores por Dilma, Argentina
Presidente brasileira desembarca hoje no país vizinho, mas já avisou que não poderá agradar os empresários hermanos na questão do dólar.
Farra em compra de remédios
Sete hospitais universitários e sete das Forças Armadas pagaram valores superfaturados em até 1.380% por medicamentos e insumos.
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