Folha de S. Paulo
‘Eu não vou fugir do Brasil’
“A burguesia acorda tarde. Eu saí da cama faz tempo e estou morrendo de fome”, diz José Dirceu ao abrir a porta de seu apartamento, em SP, às 9h de sexta-feira. Réu no processo do mensalão, ele saiu de circulação desde o início do julgamento e há meses recusa todos os pedidos da imprensa brasileira para uma entrevista. Na semana passada, recebeu a coluna para um café. À mesa, suco de laranja, abacaxi, café com leite, pão e frios.
O julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) entra na reta final. A condenação de Dirceu parece certa. Até seus interlocutores próximos admitem a possibilidade. As penas máximas para os crimes de que é acusado chegam a 15 anos. A Folha revelou que ele já conversou com o presidente Lula sobre a hipótese de ser preso.
“Essa história que inventam de que vou sair do Brasil não combina comigo”, afirma o ex-ministro. “Saí [na década de 60] porque fui expulso do país. Cassaram a minha nacionalidade. Eu era um apátrida, não podia viajar. Quem me impedia de voltar era a ditadura militar. E mesmo assim eu voltei para o Brasil, duas vezes, colocando a minha própria vida em risco. Eu iria embora agora?”.
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Mensalão atrasaria se fosse analisado na 1ª instância, diz juiz
O juiz federal Jorge Gustavo Macêdo Costa, 40, que foi responsável pela fase de inquérito do mensalão em Belo Horizonte, diz que se o caso tivesse ficado na primeira instância ainda não estaria pronto para ser julgado.
À Folha, ele diz que o Supremo Tribunal Federal tem julgado o caso de acordo com as provas, independentemente de quem seja o réu. Costa foi o juiz que, em 2003, condenou Marcos Valério à prisão por sonegação. O empresário pagou o tributo e o processo foi extinto.
STF dá início a julgamento do ‘núcleo político’ do mensalão
O STF (Supremo Tribunal Federal) começa a julgar hoje o capítulo que trata da acusação de que o mensalão foi usado para assegurar apoio parlamentar ao governo Lula, em esquema comandado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu com o apoio de outros dez políticos.
Nas 23 sessões de julgamento ocorridas até agora, o Supremo atestou ter havido desvio de dinheiro público, misturado a empréstimos bancários, para abastecer o esquema -10 dos 37 réus já receberam condenações; três foram absolvidos.
Na fase que tem início hoje, os ministros da corte decidirão se o dinheiro desviado foi usado para comprar apoio no Congresso Nacional, como sustenta a acusação da Procuradoria-Geral da República.
Russomanno é alvo da Igreja Católica em missas dominicais
A Igreja Católica em São Paulo deflagrou ontem uma ofensiva contra a Igreja Universal e a candidatura de Celso Russomanno (PRB) a prefeito da capital. Ele é líder isolado das pesquisas de intenção de voto.
A Arquidiocese determinou a padres de suas 300 igrejas que lessem durante as missas de ontem artigo do cardeal arcebispo dom Odilo Scherer -maior autoridade católica da cidade- com críticas à campanha de Russomanno e à “manipulação política da religião”.
O candidato é apoiado pela Universal, que é ligada ao PRB e tem divergências doutrinárias com os católicos.
Russomanno diz que não fará ‘guerra santa’ em SP
Em resposta à nota assinado pelo cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, o candidato do PRB à prefeitura, Celso Russomanno, disse que não iria polemizar com o cardeal. “Não vamos fazer uma guerra santa em São Paulo.”
Durante carreata pelos bairros de Brasilândia e Parada de Taipas, na zona norte, Russomanno afirmou que os ataques à sua candidatura são demonstração de “desespero” de seus adversários.
Perguntado sobre a influência da Igreja Universal em sua campanha, o candidato se recusou a comentar o assunto. “Não adianta mais a gente ficar discutindo o sexo dos anjos”, disse. Marcos Pereira, coordenador de campanha de Russomanno e presidente nacional do PRB, é bispo licenciado da instituição.
Gasto federal com anúncios dispara perto das eleições
O início do período eleitoral marcou um aumento no volume de pagamentos de verbas de propaganda para veículos de comunicação pela Presidência da República. Em julho, R$ 16,2 milhões foram pagos a jornais, rádios, TVs e sites pela Secom (Secretaria de Comunicação Social), órgão vinculado à Presidência e responsável pela maior fatia da publicidade da administração direta -estatais não entram nessa conta.
De abril a junho, foram repassados, ao todo, R$ 13,4 milhões para veículos de comunicação -em três meses somados, portanto, os gastos foram menores do que os registrados apenas em julho.
Entrevista da 2ª Tariq Ramadan
Filme anti-islã é usado por radicais em seu jogo político
Os protestos que varreram o mundo islâmico nos últimos dias foram alimentados por grupos radicais que emergiram da clandestinidade depois do terremoto político causado pelas revoltas da Primavera Árabe.
A análise é do suíço Tariq Ramadan, 50, um dos principais pensadores do islã no Ocidente. Para ele, os protestos evidenciam a disputa pelo papel primordial de guardiões da religião e colocam pressão sobre os islamitas moderados que chegaram ao poder no Egito e na Tunísia.
“É uma contradição extremamente delicada: como se relacionar com o Ocidente de forma crítica e manter a credibilidade religiosa diante de sua população”, diz ele.
O Estado de S. Paulo
Relator vai votar pela condenação de Dirceu
Um enredo de indícios e provas começará a ser contado hoje pelo relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, para condenar parlamentares e ex-deputados por terem recebido dinheiro para apoiar o governo Lula. O fim dessa história será o voto, provavelmente na quinta-feira, pela condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado pelo Ministério Público como mentor do mensalão e acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha e um dos 23 réus citados nessa fatia do processo.
Para chegar a essa conclusão, conforme apurou o Estado, o ministro Joaquim Barbosa reconstituirá toda a cadeia de fatos que levaria o mensalão para dentro do governo. O relator deve relembrar o contexto da vitoriosa eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, com os problemas financeiros da campanha e as dificuldades de montar uma base de apoio parlamentar sólida ao governo recém-empossado.
O ministro vai relatar as negociações políticas com os partidos que teriam sido conduzidas por Dirceu, passando pelas reuniões na Casa Civil com dirigentes do Banco Espírito Santo e do Banco Rural na presença do empresário Marcos Valério ou tendo-o como intermediário. O primeiro banco teria sido procurado para saldar dívidas do PT e o segundo, usado pelo esquema para distribuir recursos às siglas aliadas.
Lula nega conhecer ou ter recebido Valério no Planalto
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nega que tenha recebido o empresário Marcos Valério, pivô do escândalo do mensalão, no Palácio do Planalto ou na Granja do Torto. Em conversa com o governador da Bahia, Jaques Wagner, na noite de sexta-feira, Lula disse que nem conhece Valério.
“Tenho certeza de que esse cidadão nunca esteve com Lula. Posso garantir que isso é mentira”, afirmou Wagner, numa referência à reportagem da revista Veja desta semana. Segundo a publicação, Valério confidenciou a amigos e parentes que Lula era o “chefe do mensalão” e que o caixa clandestino do PT foi de R$ 350 milhões, mais que o dobro da cifra descoberta pela Procuradoria-Geral da República depois que estourou o escândalo, em 2005.
‘Estou feliz com a vitória do Timão’, afirma ex-ministro
O capítulo crucial do mensalão, que começa a ser julgado hoje, não abalou o domingo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Na iminência de ser condenado como mentor do esquema de compra de apoio político ao governo Lula, o réu não parece tão preocupado com o que lhe reservam os ministros do Supremo Tribunal Federal e, para combater o estresse, divertiu-se com o time do coração, o Corinthians. “Não estou deprimido, pelo contrário. Com a vitória hoje do Timão, estou até feliz”, disse ontem ao Estado, por e-mail, referindo-se ao triunfo corintiano sobre o Palmeiras, por 2 a 0.
Com Lula, Campos descarta Planalto ‘nesse momento’
Dois meses e meio após o rompimento da aliança entre o PT e o PSB em capitais importantes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, fizeram um gesto de aproximação. Convidado para um almoço da campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo, Campos gravou mensagem de apoio para o petista usar no programa de TV e disse não planejar, nesse momento, ser candidato ao Palácio do Planalto nas eleições de 2014.
“Esse pode ser o desejo de alguns, mas não é o meu. Não nesse momento”, afirmou Campos, presidente do PSB. O encontro que selou a trégua entre os dois partidos ocorreu no Centro de Tradições Nordestinas, ligado ao PTN, partido da coligação de Celso Russomanno (PRB).
Minoria cristã do Egito teme represálias
Produzido por um cristão copta nos EUA, o filme Inocência dos Muçulmanos, com ofensas a Maomé, provoca medo de represálias entre os integrantes da minoria religiosa no Egito. “O filme não é bom negócio para ninguém”, disse o cristão egípcio Sam Roes, ao enviado especial Andrei Netto.
‘Estado’ faz hoje debate multimídia
O Grupo Estado, a TV Cultura e o You Tube promovem debate hoje, às 21h15, com os oito principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. Eles responderão a perguntas enviadas por internautas.
Perigo na poluição
Estudo mostra que vizinhos de polo petroquímico do ABC têm maior risco de doença na tireóide, como ocorreu, com as irmãs Sueli e Gilda.
Rumos do país
Suplemento especial sobre o seminário Nós da Infraestrutura aborda necessidade de o País aumentar investimentos no setor, hoje equivalentes a 2,3% do PIB.
O Globo
Nova etapa do mensalão – STF começa a julgar núcleo político
O Supremo Tribunal Federal (STF) começa hoje a julgar a parte central do processo do mensalão: os saques em espécie feitos por deputados e assessores de políticos e de partidos na boca do caixa do Banco Rural. O relator, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, devem concordar em pelo menos um ponto: a condenação por corrupção passiva de políticos que receberam dinheiro do valerioduto. A polêmica será mais intensa na discussão sobre corrupção ativa – crime atribuído, entre outros, ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, ao ex-presidente do PT José Genoino e ao ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, que compõem o núcleo político do chamado mensalão. Para o Ministério Público Federal, os três eram os cérebros por trás do esquema.
Embora sem qualquer efeito legal ou prático sobre o julgamento em curso, as supostas declarações de Marcos Valério à revista Veja, de que o ex-presidente Lula sabia de tudo, devem ser assunto presente na sessão de hoje. Segundo entendimento de pelo menos parte da Corte, no crime de corrupção passiva não é preciso comprovar que o corrompido fez algum favor em troca da vantagem indevida. Só o fato de receber o dinheiro com esse propósito já configuraria o crime. Comungam da posição o relator e o revisor.
Encontro expõe fragilidade da aliança de PT e PSB
Paz, pero no mucho . O almoço em clima nordestino realizado ontem, em São Paulo, para apoiar o petista Fernando Haddad e selar a paz entre o PT e o PSB, do governador Eduardo Campos (PE), foi cercado de cuidados que mostram que a crise entre os dois partidos ainda vai longe. Os petistas montaram uma estratégia para evitar que Campos produzisse imagens com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pudessem ser usadas em Recife, em apoio ao candidato do PSB, Geraldo Júlio. O candidato do PT à prefeitura recifense, Humberto Costa, saiu satisfeito do encontro:
– Foi tudo tranquilo – disse Costa, que deixou o Centro de Tradições Nordestinas (CTN) com a promessa de que Lula irá a Recife no fim do mês.
A crise entre o PSB e o PT tem se agravado no Nordeste e em Belo Horizonte, onde Patrus Ananias (PT) disputa com o prefeito Márcio Lacerda (PSB). A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, também se ressente. À entrada do almoço, ela disse que o PSB deveria ter considerado onde o PT está no comando, como Fortaleza e Recife, e evitado a disputa.
Homofobia e religião acirram eleições no Rio
As críticas feitas pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR) ao apoio do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que disputa a reeleição, a políticas de defesa dos direitos dos homossexuais no programa eleitoral de TV do candidato do DEM a prefeito do Rio, Rodrigo Maia, direcionaram a corrida ao Palácio da Cidade para dois temas que pautaram eleições majoritárias anteriores: religião e homofobia. Em participação no programa de TV de sexta-feira passada, Garotinho afirmou que Paes concede apoio aos homossexuais e, depois, “vai para igrejas evangélicas e diz: “Glória a Deus! Aleluia”. Isso é fingimento, hipocrisia”. A declaração levou a uma crise na campanha de Rodrigo, que perdeu um dos principais integrantes do núcleo político-administrativo: Marcelo Garcia, que integrou o secretariado do ex-prefeito Cesar Maia.
Fim de semana de traições partidárias
O fim de semana foi de traições explícitas a alianças políticas firmadas na Região Metropolitana do Rio. Em Niterói, o candidato do PSD a prefeito, Sergio Zveiter, promoveu uma carreata com a participação do presidente do PMDB, Jorge Picciani. Os peemedebistas estão na coligação do candidato do PT e adversário político de Zveiter, Rodrigo Neves. Já em Duque de Caxias, as traições partem dos petistas, que foram às ruas fazer campanha para o candidato Washington Reis (PMDB). O racha tem inviabilizado no município o acordo nacional firmado com o PSB do candidato Alexandre Cardoso.
Marta Suplicy assume ataques a Russomano
A nova ministra da Cultura, Marta Suplicy , tomou para si a tarefa de bater em Celso Russomanno (PRB), líder nas pesquisas de intenção de voto na disputa à prefeitura de São Paulo. Coube a ela as crísticas mais duras, livrando Haddad de ter que proferir ataques diretos ao rival.
– É lobo em pele de cordeiro. Aquilo que ele faz na TV é negócio. É pilantragem. Não é o que parece. Ele faz comércio com a angústia do povo, com a infelicidade – disse Marta, sábado à noite, em comício no bairro do Capão Redondo, o primeiro com a participação do ex-presidente Lula.
Governo cria ‘Big Brother’ nas estradas
Com custo de R$ 30 milhões, a ANTT vai criar supersistema de controle eletrônico para fiscalizar rodovias e ferrovias do país. Até com GPS, serão acompanhados ônibus interestaduais, movimentação de cargas e atuação das concessionárias.
Correio Braziliense
CPI quer bloquear bens dos laranjas de Cachoeira
Apesar de as atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira estarem suspensas oficialmente até o primeiro turno das eleições, seus integrantes pretendem agir, ainda no início desta semana, para que os bens de parentes, empresas e laranjas ligados aos membros da organização criminosa do bicheiro sejam bloqueados. Reportagem do Correio publicada ontem revelou que José Olímpio de Queiroga Neto, um dos principais braços do esquema no Distrito Federal, preso pela Operação Monte Carlo em fevereiro, tenta vender o patrimônio da quadrilha às pressas, pela metade do preço de mercado, para voltar a ter recursos e, possivelmente, fugir do país. Queiroga está livre desde junho por força de um habeas corpus e atua para se livrar de imóveis comprados por meio de atividade ilícita nas regiões administrativas do DF e cidades do Entorno.
Na reportagem de domingo, o Correio relatou a ação de corretores para vender, por exemplo, um terreno em Santa Maria por R$ 1,5 milhão, já com alvará de construção e preço estimado de R$ 3 milhões. “Tá mais barato porque o cara tá precisando de dinheiro, acabaram com a fonte de lucro dele”, contou um corretor, citando o comparsa de Cachoeira. O lote está em nome da MZ Construtora Ltda., apontada pela Polícia Federal como um canal para “movimentar ou fazer trânsito do dinheiro arrecadado com os jogos de azar no interesse e na manutenção da estrutura criminosa organizada” e de propriedade de Diego Wanilton da Silva Queiroga e Fernanda da Silva Queiroga, filhos de José Olímpio de Queiroga Neto. “Essa corrida para vender é um sintoma de que a parte financeira da organização está sendo estrangulada, ninguém vende um terreno pela metade do preço assim”, comenta o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Chefões do PT no banco dos réus
O capítulo da denúncia do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a escrever parte da história do PT. Está em jogo o destino de três petistas graduados, considerados responsáveis pela vitória eleitoral do partido em 2002, após sucessivas derrotas na disputa pelo Palácio do Planalto. Os ministros vão examinar denúncia de que o ex-todo-poderoso ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-presidente nacional da legenda José Genoino pagaram propina a nove dirigentes partidários em troca de apoio para o governo no Congresso Nacional.
O ex-presidente Lula não está na lista de réus, mas os acordos políticos de sua campanha e dos primeiros anos de seu governo passarão pelo crivo da Suprema Corte. Como vários ministros já declararam ao julgar capítulos anteriores, não será necessário comprovar que o dinheiro foi repassado a políticos em troca de votos em projetos como as Reformas Tributária e da Previdência, descritas na ação penal. Basta que se comprove que os políticos receberam recursos em função do cargo que ocupavam. Essa tese é majoritária no STF e consta do acórdão do recebimento da denúncia do mensalão, ocorrido em 2007.
Delator do esquema começa a ser julgado
Sete anos depois de provocar um abalo na República pelas denúncias do mensalão, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, vai enfrentar, a partir de hoje, o julgamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em meio a um tratamento de câncer, o político pode ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O advogado do petebista, Luiz Francisco Barbosa, tenta amenizar uma eventual pena, com a colaboração do réu no esclarecimento dos fatos. Mesmo sem delação premiada, a lei permite esse benefício no cálculo da pena. Mas, a depender da ótica, essa ajuda pode comprometê-lo. Jefferson é o único que não pode alegar inocência, nem mesmo que não sabia da existência de um esquema criminoso envolvendo Marcos Valério. O empresário ficou conhecido nacionalmente justamente pelas denúncias do petebista.
“Dádiva de Deus” vira problema
Passados quatro anos desde que a notícia da existência de reservas de petróleo sete mil metros abaixo da superfície do mar no litoral brasileiro foi saudada como uma “dádiva de Deus” pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pré-sal tem dado ao governo mais motivos de preocupação do que propriamente de alegria. A demora do Congresso em definir o modelo de rateio dos royalties gerados com a exploração do combustível tem feito a descoberta — tratada como uma panaceia para todos os males do país — causar efeitos colaterais dolorosos sobre esse setor da economia brasileira. Especialistas já falam em encolhimento da área explorada e fuga de empresas, atraídas pelo alvoroço inicial em torno do pré-sal, para outros países com mais segurança jurídica no setor.
Salários: quem disse que não haverá greve de servidor público em 2013?
Representantes do funcionalismo público já admitem que podem voltar atrás no acordo de três anos feito com o governo federal. “Se o governo Dilma acha que colocou uma camisa de força no movimento, está enganado”, disse Josemilton da Costa, da Condsef.
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