Folha de S. Paulo
Diretor monta ato pró-Dilma no comando de órgão federal
Instalado no comando de um órgão estratégico da máquina pública, o diretor-presidente do Serpro (serviço de processamento de dados do governo federal), Marcos Mazoni, desempenha simultaneamente a função de arregimentar servidores na Esplanada e organizar carreatas em Brasília para a campanha de Dilma Rousseff (PT).
O ponto de encontro, segundo o próprio Mazoni, é o estacionamento do Serpro. A convocatória dos funcionários é feita pela internet, em horário de expediente.
A maioria da comitiva petista é composta de servidores do Serpro, do Ministério da Educação e da Casa Brasil, órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia para acesso gratuito à internet.
Segundo a legislação eleitoral, funcionários públicos não podem participar de campanha em horário de trabalho. As recomendações constam da cartilha da AGU (Advocacia-Geral da União), avalizada pela Comissão de Ética Pública da Presidência.
O dirigente atua em parceria com Marcelo Branco, coordenador de Dilma na internet, de quem é amigo. Gaúchos, trabalharam juntos no órgão de processamento de dados do RS.
Um dos eventos ocorreu anteontem. O número um do Serpro fez o chamado pelo seu Twitter, às 11h34: “Hoje vamos fazer uma carreata pró-Dilma ao meio dia aqui em Brasília”. Ontem, ele mandou o seguinte recado, às 11h43, para Branco: “Avisa a “companheirada” de Brasília que estamos fazendo carreatas todas as quintas ao meio dia saindo da frente da sede Serpro”.
A partir da semana que vem, os atos pró-Dilma conduzidos por ele serão semanais. “Para não precisar toda hora dizer, vai ter uma programação permanente, toda quinta-feira”, disse à Folha.
Petista diz que, em vez de almoçar, esteve em carreata
O diretor do Serpro, Marcos Mazoni, afirmou que abdica do horário de almoço para fazer campanha para Dilma Rousseff em Brasília. “Se eu fizer fora do horário de trabalho, não vejo problema. Foi ao meio-dia, em vez de almoçar fomos numa carreata com os carros particulares.”
“É um pouco das nossas relações de militância de longa data, que está espalhada pelos ministérios”, afirmou, sobre as carreatas. “Sempre fizemos isso, desde os tempos de Porto Alegre, na onda vermelha, que era sacudir bandeiras nas esquinas.”
O petista disse que, quando tem tempo disponível, acompanha Marcelo Branco, da campanha de Dilma. “Quando tenho tempo fora do Serpro, estou junto dele.”
Tucano diz que denúncias são eleitoreiras
O senador Marconi Perillo (PSDB-GO), investigado pela suspeita de ter recebido propina de R$ 2 milhões, chamou de “eleitoreira” e “café requentado” as denúncias que constam em inquérito no Supremo Tribunal Federal.
Ao se defender no Twitter, Perillo deu duas versões para as medidas adotadas pelo governo do Estado para beneficiar frigoríficos.
Reportagem da Folha revelou que Perillo é investigado pelo STF pela suspeita de ter recebido propina de frigoríficos, quando governou o Estado, para modificar leis que favorecessem o setor.
Vice-presidente do Senado, Perillo é favorito às eleições para o governo de Goiás. Empresários foram flagrados em grampos telefônicos discutindo “ajudar” Perillo com R$ 2 milhões para conseguir benefícios fiscais -que de fato foram concedidos três meses após as conversas.
Nos diálogos, eles dizem que seria feito um decreto para regulamentar os benefícios. Ontem, no Twitter, Perillo disse primeiro que não assinou o decreto. “Foi assinado pelo governador em exercício na época.”
“O candidato sou eu”, afirma Anastasia
O governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), 49, candidato à reeleição, diz que, apesar de ver com naturalidade a defesa da dobradinha “Dilmasia”, “provará” nos palanques que seu candidato é o tucano José Serra. Ele esteve nesta semana nos EUA para assinar contratos de empréstimos de quase US$ 600 milhões com Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Cerca de 20 pontos atrás do senador Hélio Costa (PMDB) nas pesquisas, ele afirmou que seu maior desafio é se tornar conhecido.
Folha – Como o sr. vê a chamada chapa “Dilmasia”?
Antonio Anastasia – Em Minas temos bases políticas dos governos federal e estadual que se interligam. Esse nome [Dilmasia] surgiu, mas tenho deixado claro que nosso candidato é o Serra. Temos que nos preocupar em organizar o nosso lado. Na urna, a decisão será do eleitor.
O sr. e Aécio se engajarão na campanha de Serra?
Claro, eu e o governador Aécio o apoiaremos. Vamos aparecer os três nos palanques tanto quanto possível. É natural que num primeiro momento tenha havido frustração. Todos nós manifestamos o desejo de ter Aécio [candidato a presidente]. Mas ele próprio achou melhor não ser candidato agora. Então o que temos de fazer é fortalecer o partido.
Congresso jurídico é pago por bancos e empresas
Bancos públicos e privados, estatais, construtoras e empresas de telefonia, num total de 35 empresas, desembolsaram R$ 3 milhões para patrocinar o 2º Congresso das Carreiras Jurídicas de Estado, que ocorreu de terça-feira até ontem em Brasília.
O evento reuniu cerca de 2.000 convidados, sendo que 800, entre eles juízes federais, procuradores, peritos criminais federais e advogados públicos, tiveram passagens, alimentação e hospedagem em vários hotéis de Brasília custeadas pela organização do congresso.
Teoricamente, essas são pessoas que poderão investigar e julgar eventuais causas relativas àquelas empresas.
A verba, de acordo com os organizadores, foi proveniente dos patrocinadores privados e públicos, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Eletrobras, entre outros.
Organização e empresas afirmam que não existe conflito de interesse
A organização do Congresso afirmou não ver problema em receber verba de empresas. “Não acho que cause qualquer influência”, disse o procurador Mauro Hauschild, um dos organizadores.
Ele disse que alguns patrocinadores não pagaram cotas, mas colaboraram com material ou mão de obra.
A Folha obteve resposta de 16 das 35 empresas patrocinadoras. Todas elas consideram que não há conflito.
A CEF e a Petrobras compararam o patrocínio a anúncios que fazem na mídia.
“A Caixa não considera existir conflito de interesse da mesma forma que entende não há tal conflito quando faz patrocínio à Folha no Prêmio Top Of Mind ou faz anúncios publicitários na Folha, sabendo que o jornal pode publicar matérias envolvendo a Caixa”, diz nota.
Com suspeita de isquemia, vice passa hoje por avaliação em SP
O vice-presidente da República José Alencar deverá passar hoje por uma avaliação médica para verificação da suspeita de um quadro de isquemia (irrigação sanguínea insuficiente para a atividade normal de um tecido ou órgão), segundo a sua assessoria de imprensa.
Atualmente no exercício da Presidência da República, devido a viagem do presidente Lula à África, Alencar está internado desde quarta-feira no hospital Sírio-Libanês para avaliação de um quadro de hipertensão.
Dependendo do resultado dos exames, Alencar poderá ser submetido a um tratamento clínico ou a um cateterismo (procedimento para diagnosticar obstrução nas coronárias ou resolver problemas cardíacos) para realizar avaliação mais precisa sobre o quadro, de acordo com o assessoria.
O Globo
Ninguém segue e nem fiscaliza as novas regras de aeroportos
No Santos Dumont não há posto da Anac; em Guarulhos, ele fecha cedo
As novas regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que completam um mês na próxima terça-feira, ainda não mudaram o padrão de (mau) atendimento nos aeroportos brasileiros. As companhias aéreas continuam cometendo abusos e falta fiscalização.
O primeiro balanço da Anac mostra que houve 915 queixas nesse período, mas a abertura de processos administrativos só é feita após 3 meses. Os problemas vão de atrasos e cancelamentos de voo e overbooking (a venda de bilhetes além dos assentos disponíveis).
Repórteres do Globo estiveram em aeroportos de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo e constataram falhas. No Santos Dumont, por exemplo, não existe posto da Anac. Em Guarulhos, São Paulo, a maior parte dos voos (internacionais) sai entre 22h e meia-noite, mas o posto da Anac fecha às 22h. Em Congonhas, fica só até 20h.
Enquanto isso, no Galeão…
A polícia vai indiciar por tentativa de homicídio os quatro taxistas já identificados e acusados de agredir um colega no Aeroporto Internacional Tom Jobim. Um deles já responde por casos de agressão e formação de quadrilha. O terminal já registrou dez incidentes semelhantes, só este ano.
Estados não investiram R$ 11,8 bi da Saúde
Auditoria do Ministério da Saúde revela que os estados brasileiros deixaram de investir R$ 11,8 bilhões de verbas federais destinadas ao setor em 2006 e 2007. O Rio teve o menor repasse em 2006 (2,76%). Alguns estados deixaram o dinheiro em aplicações; outros pagaram a dívida pública ou os aposentados.
Rubricou, não leu…
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, admitiu que “rubricou sem ler” a primeira versão do programa de governo enviado ao TSE. O texto continha propostas radicais e acabou trocado. Para ela, rubricar não é assinar.
Marina quer UPPs para todo o país
Em visita ao Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, no Centro do Rio, a presidenciável Marina Silva (PV) elogiou as UPPs e defendeu a extensão do programa para todo o país. Durante a programação da candidata, traficantes armados rondavam o morro.
O Estado de S. Paulo
Indexação de aposentadorias ao mínimo custaria R$ 69 bi
Se a medida recém-aprovada estivesse valendo entre 1998 e 2008, rombo subiria de R$ 48,5 bi para R$ 117,9 bi
Se a emenda que reajusta todas as aposentadorias pelo salário mínimo, aprovada na Lei de Diretrizes Orçamentárias, estivesse valendo entre 1998 e 2008, o déficit da Previdência saltaria R$ 69,4 bilhões – de R$ 48,5 bilhões (valor próximo do estimado para este ano) para R$ 117,9 bilhões.
O impacto está em estudo da consultora legislativa Sandra Cristina Filgueiras de Almeida. Em 2008, as despesas com os benefícios do INSS (urbanos e rurais, sem considerar os assistenciais com idosos e deficientes), que foram de R$ 199,5 bilhões, chegariam a R$ 269 bilhões.
Segundo a pesquisa, a vinculação dos aposentadorias com o mínimo requereria recursos adicionais de 2,4% do PIB. Para Sandra, indexar os benefícios da Previdência não significa necessariamente “atender ao segmento mais pobre da população”. Hoje, apenas os benefícios com valor mínimo (piso) são reajustados conforme o aumento do mínimo.
Stédile prevê mais invasões de terra com vitória do PT
O País verá aumento das ocupações de terra caso Dilma Rousseff (PT) vença as eleições e crescimento da violência no campo se José Serra (PSDB) for o escolhido, acredita João Pedro Stédile, fundador do MST.
“Com Dilma, nossa base social perceberá que vale a pena se mobilizar”, disse, em entrevista à Reuters. “Se o Serra ganhar, será a hegemonia total do agronegócio”.
Dilma mudará programa pela terceira vez
O programa de governo da candidata Dilma Rousseff (PT) protocolado no Tribunal Superior Eleitoral será trocado de novo. A terceira versão deverá expurgar propostas radicais, como as críticas à mídia. O novo texto contará com sugestões de PMDB, PSB, PDT, PCdoB, PSC e outros partidos.
Lula agora critica Espanha e Holanda
Para o presidente brasileiro, a Espanha “não apresentou um futebol convincente em nenhum jogo da Copa” e a Holanda “está longe do que era na era de Cruyff (anos 70)”. (Págs. 1 e E2)
Correio Braziliense
Mulher de 46 anos morre durante lipo
Marinalda Araújo Neves Ribeiro queria fazer lipoaspiração no culote e no abdômen. Também pretendia retirar o excesso de pele nos seios e reparar as pálpebras.
O desejo morreu na mesa de cirurgia. A moradora do Park Way, casada e mãe de três filhos, sofreu uma parada cardíaca ao meio-dia de ontem, enquanto era operada na Clínica Magna, Edifício das Clínicas, Asa Norte.
Agentes da Polícia Civil constataram que o local não possui Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas dispõe de equipamentos básicos de emergência, como desfibrilador, em condições normais. Uma das filhas de Marinalda estava na sala de cirurgia no momento do incidente. Ageudo Neves, irmão da paciente, conta que ela adiou a decisão de se submeter ao bisturi por cinco anos.
“Ela não precisava da cirurgia, mas ninguém quer fazer julgamento.” O laudo da perícia sai em 15 dias.
Etanol não compensa
Preço elevado do combustível no DF desafia lógica da produção de cana e desanima donos de carro flex. Postos culpam distribuidoras, que não têm explicação.
Quando é preciso ter modéstia na eleição
Com a forte concorrência eleitoral, políticos são obrigados a traçar planos mais adequados à realidade. Eduardo Azeredo, Wellington Salgado e Sérgio Guerra vão concorrer a cargos inferiores ao que ocupam. Serys Slhessarenko decidiu ficar sem mandato.
Roriz e outros 11 candidatos têm registro contestado
O Ministério Público Eleitoral ajuizou ações de impugnação contra a candidatura do ex-governador Joaquim Roriz, que concorre ao Buriti; do presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima, e do distrital Cristiano Araújo, entre outros. TRE-DF vai julgar o caso até 5 de agosto.
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