FOLHA DE S. PAULO
EUA derrubam site que vaza documento secreto
Criticado por governantes e países atingidos pela divulgação de documentos secretos de sua diplomacia, o governo dos EUA conseguiu tirar do ar por pelo menos cinco horas o site WikiLeaks, autor do vazamento.
Por pressão feita pelo Departamento de Segurança Doméstica dos EUA e pela Comissão de Segurança Nacional do Senado americano, a Amazon, que fornecia servidores ao WikiLeaks, retirou o serviço do ar.
No final da tarde, o site voltou a ser acessado por intermédio de um servidor europeu. A Amazon Web Services – parte da Amazon.com, popular site de venda de livros e outros produtos – não quis comentar.
A pedido de corte sueca, a Interpol (polícia internacional) colocou Julian Assange, fundador do WikiLeaks, na lista dos mais procurados. Ele é acusado de crimes sexuais e coerção ilegal. Assange nega.
Dilma escolhe Patriota para o comando do Itamaraty
A presidente eleita, Dilma Rousseff, informou a integrantes da equipe de transição que o futuro ministro das Relações Exteriores será Antonio Patriota, atual secretário-geral do Itamaraty.
Outro cargo próximo da definição é o de secretário da Receita Federal: deve ser escolhido Carlos Alberto Barreto, presidente do Conselho Superior de Recursos Fiscais.
Dilma queria indicar uma mulher para o Itamaraty, mas não encontrou nenhuma em condições de assumir o ministério e optou por Patriota, de quem é próxima.
Ele substituirá Celso Amorim, um dos ministros mais longevos da gestão Lula.
Na Receita, Carlos Alberto Barreto conta com a simpatia da presidente eleita. Tem também o aval do ministro Guido Mantega (Fazenda) e o apoio de Antonio Palocci (futuro ministro da Casa Civil).
Ao convidar Mantega para permanecer no posto, Dilma pediu que ele fizesse mudanças em sua equipe, principalmente na Receita Federal, órgão que lhe deu dor de cabeça em seu período de ministra da Casa Civil e durante a campanha presidencial.
Brasil teme terror em 2016, dizem americanos
O governo brasileiro demonstrou “grande abertura em áreas como compartilhamento de informações e cooperação com o governo dos Estados Unidos -a ponto de admitir que pode haver a possibilidade de ataques terroristas” durante a Olimpíada de 2016, no Rio.
Esse relato consta de um telegrama confidencial de 24 de dezembro do ano passado preparado pela ministra conselheira Lisa Kubiske, da Embaixada dos EUA em Brasília.
No despacho, ela relata a seus superiores as oportunidades comerciais e de aproximação estratégica com o Brasil durante eventos esportivos globais, como a Copa de 2014 e a Olimpíada.
Pelo menos uma diplomata brasileira, Vera Alvarez, chefe da Coordenação-Geral de Intercâmbio e Cooperação Esportiva do Itamaraty, é citada também falando sobre o risco de terrorismo no país.
“[Ela] admite que terroristas podem atingir o Brasil por causa da Olimpíada, uma declaração pouco usual de um governo que oficialmente acredita que não exista terrorismo no Brasil”, relata.
Durante a campanha para sediar o evento, o presidente Lula sempre citou como ponto positivo o fato de o Brasil não ser alvo de terrorismo.
Para americanos, apagão pode ter sido sabotagem
Integrantes do governo brasileiro admitiram de maneira reservada a diplomatas dos EUA que o apagão elétrico de novembro de 2009 pode ter sido causado por “interesses do setor privado” americano com o objetivo de tentar “ganhar mais acesso comercial” ao sistema de distribuição energética no país.
Essa informação consta de um telegrama diplomático secreto americano datado de 1º de dezembro de 2009, assinado por Cherie Jackson. Também segundo esse relato, ao qual a Folha teve acesso, o ONS (Operador Nacional do Sistema) descartou a ação de piratas cibernéticos no apagão que atingiu 18 Estados.
Negociação entre eleita e Cabral gera crise com PMDB
A estreia da presidente eleita, Dilma Rousseff, na negociação com sua base de apoio para a montagem do governo gerou uma crise com o principal aliado, o PMDB.
A principal fonte de desgaste foi o anúncio feito pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), de que seu secretário Sérgio Côrtes assumiria o Ministério da Saúde.
O partido ficou tão insatisfeito com a proposta apresentada ontem que o vice-presidente eleito, Michel Temer, veio a público dizer que a legenda não aceita ter apenas quatro ministérios e quer comandar cinco.
Segundo relatos, Temer ficou “magoado” por não ter participado da negociação.
PT e PMDB definem rodízio na Câmara
PT e PMDB fecharam um acordo para o comando da Câmara. Pelo entendimento, a presidência da Casa ficará com os petistas nos primeiros dois anos do mandato de Dilma Rousseff, enquanto os peemedebistas assumem o segundo biênio.
O acerto é uma dor de cabeça a menos para a presidente eleita, pois pacifica as relações entre as duas principais forças da Casa, onde o PT é a maior bancada.
Um documento selando os termos do compromisso deve ser assinado na próxima semana. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, ligou ontem para o presidente do PMDB e vice-presidente eleito, Michel Temer (SP), para comunicar a decisão.
Para viabilizar o acordo, os petistas desistiram de exigir procedimento semelhante no Senado, onde a lógica é inversa. Lá, o PMDB é maioria e, o PT, o segundo grupo mais forte.
Os dois partidos disputavam o comando da Câmara no período de 2011-2013, crucial à governabilidade da presidente eleita. Com o pacto, o PMDB abre mão do direito de disputar a presidência agora, com a garantia de ter o apoio do aliado para comandar a Casa nos dois últimos anos da legislatura.
“Retardatário” no apoio a Dilma, PSC leva R$ 4,7 mi do PT
O PSC, legenda que às vésperas da campanha eleitoral abandonou a candidatura de José Serra (PSDB) para aderir a da petista Dilma Rousseff, foi um dos maiores beneficiários da distribuição de recursos por parte do PT, que arrecadou R$ 130,6 milhões.
A prestação de contas petista apresentada à Justiça Eleitoral revela que o nanico PSC recebeu R$ 4,7 milhões, ficando atrás apenas da própria Dilma, do senador eleito Lindberg Farias (PT-RJ) e do governador eleito Agnelo Queiroz (PT-DF).
Osmar Dias, que também negociou com o PT a sua candidatura ao governo do Paraná até o último momento, foi contemplado com R$ 3,7 milhões, via PDT-PR.
A ajuda financeira a partidos aliados não é exclusividade do PT. Neste ano, por exemplo, o PSDB repassou R$ 1 milhão ao PTB, legenda que fez parte da coligação oficial de José Serra.
A troca de apoio político por dinheiro não é novidade nas eleições. Em 2002, o PT e o deputado Valdemar Costa Neto fecharam o apoio do PL (hoje PR) a Lula mediante repasse de R$ 10 milhões, segundo o congressista.
Ele afirmou que o compromisso havia sido firmado na presença de Lula no apartamento do então deputado Paulo Rocha (PT). Em depoimento enviado ao Supremo Tribunal Federal, o presidente confirmou que participou da reunião, mas negou ter sido informado do pagamento.
“É um apoio muito normal a um aliado do PT que estava apoiando Dilma”, afirmou o senador Osmar Dias, ponderando que a ajuda financeira está declarada na prestação de contas.
Sobre a demora do apoio do PDT a Dilma, Dias justificou: “Eu tinha preferência por sair ao Senado e o PT tinha muito interesse na minha candidatura ao governo. Por isso demorou, não que eu estivesse interessado em apoiar outra candidatura”.
O pastor Everaldo, vice-presidente do PSC, afirmou que a negociação com o PT “foi política”. “Não tivemos nenhum entendimento referente isso [repasses]. A gente passou longe disso.”
Segundo ele, a composição de palanques regionais pesou na decisão de aderir à campanha. Sobre a ajuda de R$ 4,7 milhões (30% do total da arrecadação do PSC), disse que “foi o tesoureiro do partido que correu atrás”.
O PT não se manifestou até a conclusão desta edição.
Senadores aprovam projeto de cadastro de bom pagador
O Senado aprovou ontem projeto que cria o “cadastro positivo”, uma lista de bons pagadores que ficará à disposição das instituições financeiras para consulta.
A ideia é que, de posse das informações, as instituições financeiras possam cobrar juros menores de quem paga suas contas em dia e taxas mais altas dos que já atrasaram pagamentos no passado -e que, portanto, estariam mais propensos a voltar a fazer isso novamente.
O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O projeto aprovado pelo Senado, porém, não determina como deve ocorrer a implementação do cadastro.
O projeto diz apenas que os consumidores devem informar aos sistemas de proteção ao crédito, para a formação do cadastro positivo, as “características e o cumprimento das obrigações contraídas” em serviços de crédito ou financiamento.
O governo vai regulamentar o funcionamento do cadastro por meio de decreto ou medida provisória.
Câmara aprova partilha para a exploração na camada pré-sal
A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de hoje o projeto que muda o modelo de exploração de petróleo do pré-sal de concessão para partilha e cria o fundo social para aplicar os recursos oriundos de sua produção. O projeto segue para a sanção do presidente Lula.
Na votação, o governo conseguiu adiar para 2011 a discussão sobre a divisão dos royalties de petróleo.
O novo modelo de partilha será aplicado na área do pré-sal que ainda não foi leiloada, que equivale a dois terços das reservas já descobertas.
O governo passará a receber parte da produção em óleo e a Petrobras participará de todos os consórcios com ao menos 30% e será a única operadora das reservas.
Outros dois projetos do pré-sal, o que permitiu a capitalização da Petrobras e o que criou a PetroSal, já foram aprovados pelo Congresso e sancionados por Lula.
O relator do projeto na Câmara, Antônio Palocci (PT-SP), que não registrava presença na Casa desde 4 de agosto, apresentou parecer que manteve a adoção da partilha e criou o fundo social, mas adiou a repartição dos recursos e retirou a determinação para que a União compense financeiramente os Estados produtores.
“Se a União compensar financeiramente os Estados produtores, com dinheiro do fundo, não haverá fundo.”
Palocci também defendeu no seu relatório a exclusão de destinação obrigatória de 5% do fundo para a Previdência.
“Não acho correto pagar à Previdência, uma coisa permanente, com recursos finitos. O poço de petróleo seca.”
Maioria é favorável à Ficha Limpa, diz pesquisa
A grande maioria dos brasileiros é favorável à aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa, revela sondagem de opinião pública feita pela FGV Direito-Rio na semana seguinte às eleições.
“Trata-se de um imperativo moral, semelhante às Diretas Já”, diz Joaquim Falcão, professor de direito constitucional da FGV Direito-Rio.
“A Ficha Limpa é uma determinação do eleitor, não depende de partidos, do Congresso, nem das disputas do Supremo”, diz Falcão.
Foram entrevistados por telefone, entre os dias 5 e 9 de novembro, 1.300 pessoas, numa amostra com base nos parâmetros da Pnad 2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Condenado por morte de Celso Daniel é preso no ABC
A Polícia Civil de São Paulo prendeu ontem Marcos Roberto Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de prisão pela participação no assassinato do prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel. Ele estava foragido e foi julgado à revelia há duas semanas.
Motorista de um dos carros que foram usados na ação, em 2002, Santos fugiu pouco antes de ser realizado o júri popular que o condenou.
Segundo o delegado Cosmo Stikovics Filho, a polícia o encontrou quando realizava outra investigação em Diadema (SP).
Soldados que vivem em favelas sofrem ameaças do tráfico
Soldados do Exército que participam da ocupação do Complexo do Alemão (Rio) e moram em favelas dizem estar sendo ameaçados por traficantes ligados a facção criminosa Comando Vermelho, relatam Rogério Pagnan e Joel Silva. Pelo menos cinco deles receberam ordem dos criminosos para não retomar as suas casas.
Há cerca de 800 homens do Exército no Alemão, o tenente-coronel Cláudio Casali, um dos chefes da operação, confirma que soldados foram pressionados por traficantes supostamente ligados ao CV. Segundo Casali, a Secretaria de Segurança Pública já foi informada, e a Polícia Civil deverá investigar as ameaças.
O GLOBO
Polícia caça chefe do Alemão e bando na Floresta da Tijuca
Quatro dias após a vitória das forças de segurança no Complexo do Alemão, aparecem em outros pontos do Rio pistas dos bandidos que haviam sido cercados por lá. Desde ontem a polícia faz buscas na Floresta da Tijuca, mais precisamente na Vista Chinesa, na Zona Sul do Rio, à procura de chefões do tráfico que dominavam o Complexo do Alemão. Um deles seria Fabiano Atanázio da Silva, o FB, que invadiu com seis cúmplices uma casa na Estrada da Vista Chinesa, e fizeram quatro reféns. Uma das vítimas foi um perito da PF do Rio, que foi rendido, encapuzado e ficou sob a mira das armas durante mais de cinco horas. Desde segunda-feira, a Corregedoria Geral Unificada (CGU) da policia recebeu 27 denúncias de maus-tratos e abusos praticados por agentes das forças de segurança que ocupam o Complexo de favelas do Alemão. A PM pôs no local um carro com alto-falantes para receber denúncias.
Dilma não quer mais Côrtes no Ministério
Azedou a relação da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e a indicação do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, para o Ministério da Saúde está praticamente enterrada. A própria Dilma e coordenadores da equipe de transição desautorizaram anúncios sobre a escolha de Côrtes e avisaram que o secretário só será ministro se todo o PMDB referendar a indicação, dentro da cota a que terá direito. Além desse problema, o PMDB exige cinco pastas, uma além do que Dilma pretende dar ao partido.
Ao encerrar uma reunião entre especialistas e integrantes da equipe de transição sobre os desafios para a saúde, Dilma tomou a iniciativa de afirmar, quando fotógrafos e cinegrafistas entraram para fazer imagem do encontro, que ainda não havia escolhido o substituto de Temporão:
– Ainda não escolhi meu ministro da Saúde. Mas ele honrará a tradição de Temporão e de Adib Jatene – disse a presidente eleita, reafirmando o perfil de excelência na área médica.
MP apura novas denúncias na gestão Côrtes
Cotado até ontem para assumir o Ministério da Saúde, Sérgio Côrtes está diante de duas novas suspeitas de irregularidades em sua gestão. O Ministério Público estadual vai investigar dez contratos da secretaria, feitos em 2008, que apontam indícios de superfaturamento de R$21 milhões na contratação de mão de obra terceirizada. Além disso, o MP abriu outro inquérito para apurar a atuação de empresas privadas que fazem exames para o sistema público.
Os indícios de superfaturamento rondam os contratos firmados em 15 de outubro de 2008, com 10 empresas – Personal, Bello Rio, Dinâmica, Construir, CNS, Nova Rio, Hope, Atrio-Rio, VP Consultoria e Bandeirantes – que forneceram à rede estadual de saúde funcionários de nove categorias, de auxiliar de serviços gerais a coordenador operacional.
Volta da CPMF fora dos planos iniciais da presidente eleita
Pelo menos no início de seu governo, a presidente eleita, Dilma Rousseff, não pretende elevar tributos ou recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), derrubada no Congresso em dezembro de 2007, para aumentar as verbas para a Saúde. Seu objetivo principal, especialmente no primeiro ano de mandato, é melhorar a gestão no setor.
A garantia foi dada por Dilma aos participantes de uma reunião sobre os desafios na saúde, incluindo o ministro José Gomes Temporão, o ex-titular da pasta Adib Jatene, diretores de hospitais, secretários estaduais de Saúde, acadêmicos, epidemiologistas e representantes de laboratórios.
Deputados do PMDB criticam Dilma e cobram cinco pastas para o partido
Com o partido dividido e insatisfeito com os rumos das negociações para a formação do primeiro escalão do governo Dilma Rousseff, a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados decidiu acirrar o clima e pôs em prática uma estratégia agressiva para derrubar a indicação do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) – o secretário estadual Sérgio Côrtes – como ministro da Saúde.
Em reunião dos atuais e novos deputados do partido, ontem, o ex-governador de Minas Newton Cardozo, parlamentar eleito, e outros criticaram a condução de Dilma nas negociações e cobraram mais pastas para o PMDB. Querem cinco. Dilma oferece quatro. O deputado Antônio Palocci, futuro chefe da Casa Civil, passou o dia conversando com Temer e outros peemedebistas.
PT nordestino deverá gerir Bolsa Família
O PT do Nordeste, com os governadores Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE) à frente, terá um ministério de peso no governo Dilma Rousseff e poderá tirar de Minas uma das maiores vitrines eleitorais do governo: o Bolsa Família do Ministério do Desenvolvimento Social. Os aliados nordestinos de Dilma deverão ficar também com o Ministério do Desenvolvimento Agrário; o mais cotado para a vaga é o o ex-governador do Piauí e senador eleito Welington Dias (PT). O Nordeste poderá ter quatro ministérios. Dias tem um forte adversário no PT: o presidente da Petrobras Bio Combustível, Miguel Rossetto. Amigo de Dilma, Rossetto ocupou o cargo no primeiro mandato do presidente Lula.
Falta qualidade à educação no país, diz estudo
Um estudo do movimento Todos pela Educação concluiu que apenas 14,8% dos estudantes que concluem o ensino fundamental e 11% dos que terminam o ensino médio sabem matemática. O desempenho em língua portuguesa também é ruim.
Para médicos, planos afetam atendimento
Pesquisa mostra que 92% dos médicos já sofreram interferência dos planos de saúde sobre como devem atuar. Para 75% dos profissionais, há limitação a exames. Mais da metade se queixou sobre restrições a período de internação dos pacientes.
Ministério Público quer saber quem realmente controla o grupo Ongoing
O Ministério Público Federal (MPF) apura denúncia feita pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) e pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), de que o grupo português Ongoing pode ter driblado a legislação brasileira para controlar mais do que 30% do capital de empresas de comunicação no país, limite imposto pela Constituição para estrangeiros.
O Ongoing detém 29,9% do capital da Empresa Jornalística Econômico SA (Ejesa), dona dos jornais “Brasil Econômico”, “O Dia”, “Meia Hora” e “Marca”. Os outros 70,1% são da brasileira radicada em Portugal Maria Alexandra de Almeida e Vasconcellos, casada com Nuno Vasconcellos, português controlador do Ongoing.
O ESTADO DE S. PAULO
Governo reforça fronteiras em apoio à operação no Rio
Em apoio às operações de combate ao tráfico no Rio, o governo federal montou cerco na fronteira do Brasil com Paraguai e Bolívia, por onde entram mais de 80% das drogas e armas que abastecem o crime organizado no País. A medida é parte da Operação Sentinela, desencadeada em março, com apoio logístico das Forças Armadas e cerca de 1.500 homens. Estão envolvidas a Polícia Federal, que comanda as ações, a Força Nacional de Segurança Pública, a Polícia Rodoviária Federal e tropas especiais dos Estados da região. Convocada às pressas pelo Conselho de Secretários Estaduais de Segurança Pública, uma reunião em Brasília aprovou ontem documento apoiando um plano conjunto dos governos federal e fluminense para evitar a migração de bandidos em fuga para outros Estados. Em São Paulo, a Polícia Rodoviária Federal intensificou operações na Rio-Santos e na Dutra.
Cotado para Agricultura, Blairo doou a Dilma R$ 1 mi
Cotado para assumir uma pasta no futuro governo de Dilma Rousseff, possivelmente a Agricultura, o senador eleito Blairo Maggi (PR-MT), além de ter se empenhado na eleição da petista à Presidência, colaborou financeiramente com a campanha. Por intermédio de suas empresas, o ex-governador de Mato Grosso doou R$ 1 milhão para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, administrado pelo PT.
Foram duas doações, registradas na contabilidade oficial da campanha petista. O mais curioso é que elas ocorreram na semana passada, muito depois do término da eleição. O empresário, um dos maiores produtores de soja do mundo, ajudou a fechar a conta da campanha de Dilma.
“Fizemos mesmo a doação (a empresa) porque houve um pedido do comitê financeiro para fechar as contas e a companhia tinha caixa”, admitiu o ex-governador ao Estado. Ele afirmou, ainda, que não chegou a ser convidado para ser ministro e que disse a Dilma que não poderia assumir a Agricultura por conta dos negócios da família. “Eu atrapalharia mais do que ajudaria.”
A maior doação foi feita pela Amaggi Exportação e Importação Ltda.: R$ 700 mil, na quinta-feira passada. No dia seguinte, a Agropecuária Maggi Ltda. doou mais R$ 300 mil ao mesmo Comitê Financeiro Nacional.
Anteontem Blairo foi convidado a acompanhar a presidente eleita em viagem a Tucuruí, no Pará, para inauguração de duas eclusas construídas por outro doador da campanha de Dilma, a Camargo Corrêa. Se emplacar mesmo no ministério, ele deverá entrar na cota do PR.
R$ 28,4 milhões foi o total doado a Dilma por empreiteiras contratadas pelo governo
Empreiteiras que contribuíram receberam R$ 1,2 bi em obras
Ao menos 12 empreiteiras e construtoras que doaram para a campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) são fornecedoras do governo federal. Só em 2010, receberam, por ora, R$ 1,247 bilhão. Juntas, doaram R$ 28,4 milhões ao comitê da petista ou ao seu partido.
Nenhum outro setor econômico recebe tanto dinheiro do governo federal. Isso dá pistas da razão pela qual o segmento de construção foi o que mais contribuiu para a campanha de Dilma. Foi responsável por um em cada quatro reais que entraram nas contas do comitê.
A Construtora Andrade Gutierrez, por exemplo, doou R$ 5,1 milhões ao Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, administrado pelo PT. Recebeu, apenas em 2010, R$ 391 milhões do governo federal, principalmente pelas obras da Ferrovia Norte-Sul.
Nas doações para a petista, até eleitor fictício colabora
Um lote inusitado de pequenas doações chama a atenção na prestação de contas da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. O valor dessas contribuições é irrisório, somando apenas R$ 221, divididos em 17 doações de R$ 13 cada. A surpresa é a identificação do autor da contribuição. Ele se identifica simplesmente como “Não vote na Dilma”.
Além disso, todas as doações são feitas utilizando o mesmo número de CPF. Não há nenhuma irregularidade nisso. O problema é que o número de CPF registrado nas doações simplesmente não consta da base de dados da Receita Federal, sendo, possivelmente, simplesmente fictício, o que aumenta a evidencia de ter sido uma brincadeira.
A doação foi feita via cartão de crédito ao Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República do PT e pode vir a ser considerada oculta, pois o valor deve ser revertido ao Fundo Partidário.
PMDB reage e veta Côrtes para a Saúde
Menos de 24 horas depois de ter sido anunciado como o escolhido para o Ministério da Saúde da presidente eleita, Dilma Rousseff, o médico ortopedista Sérgio Luiz Côrtes viu seu nome revogado do cargo em meio a uma crise política envolvendo o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e a bancada peemedebista na Câmara.
Cabral era o padrinho da indicação, que não foi acatada nem pelo vice de Dilma, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), nem pela bancada do partido.
Dilma ficou irritada com o que chamou de “precipitação” no anúncio de nomes do ministério. Em reunião com médicos, ontem, no Centro Cultural Banco do Brasil, ela afirmou que os indicados para o setor ainda não foram definidos. “Eu queria deixar claro para vocês que ainda não escolhi o meu ministro da Saúde”, alertou, diante de uma plateia formada por nomes de peso, como o cardiologista Adib Jatene. E acrescentou: “Mas ele (o novo ministro) honrará a tradição de Temporão e Adib Jatene”.
“O anúncio precipitado do nome de Côrtes o fez, provavelmente, dormir ministro e acordar sem a pasta”, resumiu o deputado Rocha Loures (PR). Em reunião na Câmara, as lideranças do PMDB rejeitaram endossar o nome do secretário de Saúde do Rio. Se a presidente quiser mantê-lo, ele entra como parte de sua “cota pessoal”, disseram.
Foi o próprio governador Cabral que, no Rio, anunciou formalmente a suposta escolha de Sérgio Côrtes para suceder a José Gomes Temporão. “Foi feito o convite por mim, em nome da presidente, e ele aceitou”, confirmou Cabral na terça-feira à tarde, no Rio. No encontro da noite anterior, na Granja do Torto, Dilma advertiu o governador de que a indicação teria de passar pelo crivo do PMDB na Câmara e no Senado.
Newtão vocaliza desgosto do PMDB: ‘Vou quebrar o pau’
A insatisfação do PMDB com o xadrez ministerial armado pela presidente eleita Dilma Rousseff foi verbalizada ontem pelo ex-governador de Minas Newton Cardoso, eleito para seu terceiro mandato na Câmara. Na primeira reunião da bancada com os novos deputados, ele acusou Dilma de “ingratidão” e o PT de levar os melhores ministérios.
“A Dilma na campanha só faltou falar uai. Mas, depois que venceu a eleição com uma diferença de mais de 1,7 milhão de votos em Minas, sumiu do Estado e tirou nossos ministros. Que ingratidão!”, disse Newtão, como é conhecido.
Newtão promete liderar a bancada do PMDB contrária ao governo Dilma. “Eu vou quebrar o pau aqui”, prometeu.
Nomes estão na cota da presidente, avisa Temer
Mais no papel de porta-voz do PMDB do que de futuro parceiro da presidente eleita Dilma Rousseff no Planalto, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) aumentou a tensão na base aliada ontem. Segundo ele, os peemedebistas pinçados ou cogitados para ocupar uma vaga na Esplanada são da “cota pessoal” de Dilma e não representam o partido. Dilma manterá Nelson Jobim na Defesa e teria cogitado a escolha do secretário de Saúde do Rio, Sergio Côrtes, para a Saúde.
“Não é que não consideremos a cota pessoal, mas não considero essa cota pessoal como sendo do PMDB”, afirmou Temer, após conversa de cerca de uma hora com o presidente do Senado, José Sarney, e o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL). Para Temer, a cota do PMDB é de cinco ministérios, fora Jobim.
O vice foi enfático ao defender o controle de cinco ministérios.
Dilma vai insistir em salário mínimo de R$ 540
A presidente eleita, Dilma Rousseff, vai fincar pé na proposta de R$ 540 para o salário mínimo em 2011. Ela já foi sondada por integrantes da equipe de transição e não mostrou nenhuma inclinação a melhorar a oferta a ser apresentada às centrais sindicais, que defendem R$ 580.
Por isso, nenhuma nova proposta foi apresentada pelo governo e as negociações estão num impasse. Representantes das centrais sindicais aguardam a segunda rodada de negociações com o governo desde a semana passada. A primeira conversa ocorreu no dia 18, quando ficou combinado que outra reunião seria realizada no dia 24. Ela não ocorreu, nem foi remarcada até hoje. “Vamos pressionar para ver se conseguimos esta semana”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos.
Condenado por morte de Celso Daniel é preso
A Polícia de São Paulo prendeu ontem Marcos Roberto Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de reclusão sob acusação de ter participado do grupo que sequestrou e fuzilou o prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), crime ocorrido em janeiro de 2002.
Bispo, de 37 anos, foi localizado em uma casa no Piraporinha, Vila Nogueira, em Diadema (Grande São Paulo). Ele será removido para o Centro de Detenção Provisória de Diadema.
Aos policiais do Setor de Investigações Gerais da Delegacia Seccional de Diadema que o cercaram às 10 horas da manhã ele tentou inicialmente negar sua verdadeira identidade e até exibiu uma carteira de habilitação em nome de Maurício Nogueira. Mas a estratégia não deu certo. Acabou autuado em flagrante por uso de documento falso.
Bispo foi condenado à revelia, no último dia 18, por um júri popular no Fórum de Itapecerica da Serra. Foi o primeiro julgamento do caso Celso Daniel – outros seis acusados poderão ser julgados, entre eles o empresário Sérgio Gomes, o Sombra, apontado pelo Ministério Público como mentor do plano que vitimou o petista.
Segundo o promotor Francisco Cembranelli, Bispo dirigiu a perua Blazer usada para levar Celso Daniel ao cativeiro. O promotor convenceu os jurados de que o petista foi vítima de crime encomendado – o prefeito teria decidido dar um fim em suposto esquema de corrupção em sua administração.
Reunião do clima ‘não vai dar em nada’, diz Lula
Ainda na UTI, Alencar lê trechos de sua biografia
O vice-presidente José Alencar deve ser submetido a uma nova sessão de hemodiálise hoje no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, segundo o médico Paulo Hoff. Ontem, ele realizou a segunda sessão na semana, por conta de complicações renais e continua internado na unidade de terapia intensiva (UTI).
De acordo com Hoff, Alencar está animado e a continuidade da hemodiálise depende de avaliações nos próximos dias. O médico disse ainda que o objetivo é fazer o tratamento sem pressa para que Alencar possa participar da posse de Dilma Rousseff. “O plano é estar em Brasília no dia 31 de dezembro para descer a rampa (do Palácio do Planalto) com Lula”, contou.
Ontem, Alencar recebeu a visita de Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Recebeu exemplar do livro José Alencar – Amor à vida, da jornalista Elaine Cantanhêde. O vice-presidente folheou a publicação e leu trechos da obra. Disse que poderia ler mais à noite. “Ele demonstra ter bastante força”, contou Andrade ao sair do hospital.
CORREIO BRAZILIENSE
A armadilha dos importados
Em novembro, os brasileiros gastaram US$ 868 milhões por dia em produtos provenientes do exterior. Recorde de US$ 17,3 bilhões nas importações resulta no menor saldo da balança comercial desde janeiro. Para o governo, aumento na demandavemda indústria, que estaria adquirindo mais insumos, mas o setor teme sucateamento e desemprego.
Novo Ministério: Aliados e Lula ainda dominam indicações
A presidente eleita, Dilma Rousseff, tem pouca margem de manobra para dar a cara que gostaria à equipe de governo. Entre as imposições do mentor Luiz Inácio Lula da Silva e dos cargos em disputa pelos partidos aliados, ela conseguiu emplacar até agora seis nomeações de sua lavra pessoal, o que representa cerca de 15% do total de pastas distribuídas na Esplanada.
O governo de Dilma poderá chegar a 40 pastas, 38 herdadas do presidente Lula e duas que poderão ser criadas por ela. Até agora, anunciou-se apenas a instalação do Ministério de Micro e Pequenas Empresas, mas está em gestação a construção de uma secretaria, com status de ministério, para tratar de aeroportos. Existe também a possibilidade de essa estrutura ser incorporada à Secretaria de Portos.
Do total, 21 ministérios estão jogados no balaio de divisão com os partidos aliados. O restante está na esfera de influência e nomeação da presidente. Nesse corte, Dilma escolheu pessoalmente José Eduardo Cardozo (Justiça), Paulo Bernardo (Comunicações), Fernando Pimentel (Desenvolvimento e Indústria), Miriam Belchior (Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Outros seis foram escolhas de Lula, confirmadas pela presidente eleita
Por Dutra, Valadares é ministro
O PSB recebeu a informação da equipe de transição de que o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) será ministro do Turismo numa composição conjunta para abrir uma vaga no Senado para o presidente do PT, José Eduardo Dutra. Os empecilhos que haviam — resistências do partido e do próprio parlamentar — foram superados, segundo um dirigente socialista.
O sinal da equipe de transição veio junto da confirmação de que o partido também indicará o ministro de Integração Nacional, como antecipou o Correio no domingo. A expectativa é de que a definição ocorra em uma reunião entre a presidente eleita, Dilma Rousseff, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a ser realizada até o começo da próxima semana. Os socialistas ainda mantêm a expectativa de que continuarão no comando da Secretaria de Portos, sem abrigar a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero. A avaliação de integrantes do partido é de que o órgão específico do setor aéreo será uma estrutura independente.
Tijolo reciclado
O químico Alexandre Rangel, formado pela Universidade Católica de Brasília, desenvolveu uma alternativa sustentável para o reaproveitamento de alumínio. Ele descobriu que o lodo, substância retirada no descarte do metal, produz tijolos mais resistentes e ecologicamente corretos. A inovação também reduz a extração de argila.
A guerra das UTIS
Secretaria de Saúde fará auditoria em contratos para rever dívida com hospitais particulares. Conveniados demitem 80 funcionários.
Secretariado: Agnelo conversa e crescem as especulações
O governador eleito ainda não discute nomes para a sua equipe e garantiu que no dia 20 anunciará todos os seus secretários. Enquanto isso, os partidos se mobilizam para conquistar espaço. A educação e a área social são as pastas mais disputadas.
Procura-se!
Após a divulgação de documentos secretos dos EUA, o fundador do site WikiLeaks é caçado pela polícia de 188 países.
Aposentadoria: Mais dois meses para contribuir com o INSS
Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, o fator previdenciário terá que ser alterado, para efeito do cálculo das pensões. A nova tabela será aplicada a partir deste mês. Estudo do IBGE projeta que os nascidos em 2009 poderão chegar aos 73,17 anos de idade.
Segurança: Fuga de traficantes preocupa secretários
Atentos ao risco de os chefes do tráfico carioca se refugiarem em outros estados, secretários de segurança terão ajuda do governo federal para ampliar o cerco aos criminosos. Ontem, 42 toneladas de drogas apreendidas começaram a ser incineradas em Volta Redonda (RJ).
VALOR ECONÔMICO
Investimento direto ganha espaço nos setores básicos
De janeiro a outubro, aumentou a concentração de investimentos estrangeiros diretos nos setores básicos, de commodities, na indústria de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis. O segmento de extração mineral, agricultura e pecuária ficou com US$ 8,1 bilhões, ou 23% de todo ingresso de capital externo para investimento produtivo nas operações de participação no capital, mais que o dobro da média registrada entre 2004 e 2009.
Na indústria, o setor de coque, petróleo e biocombustíveis, que há cinco anos nem aparecia isoladamente nas estatísticas do Banco Central (BC), abocanhou US$ 2,2 bilhões até outubro, mais que o dobro dos US$ 990 milhões de igual intervalo de 2009. Por outro lado, os setores industriais de maior agregação tecnológica – como a produção de veículos, máquinas e material elétrico e de comunicação – viram seu potencial de atração de investimento direto despencar. Na média do período janeiro-outubro dos anos de 2004 a 2009, os três receberam 14% dos recursos externos para investimento produtivo, percentual que ficou em apenas 3,2% nos primeiros dez meses deste ano.
Maioria vê alta de juros em janeiro
O mercado espera a retomada do ciclo de aperto monetário em janeiro. Mas esse cenário pode mudar com a adoção de medidas de contenção ao crédito e elevação dos compulsórios bancários, que estão no radar.
Alta dos preços das commodities, já capturada pelos índices de inflação, emprego, renda e crédito vigorosos, preocupação com a evolução dos gastos públicos e dívidas sobre a autonomia do BC são elementos que justificam a aposta da maioria dos analistas em aumento de juros no curto prazo.
Laboratório rastreia o dinheiro do tráfico
Empresas de pequeno e médio portes nos Estados de São Paulo e Paraná são as principais “máquinas de lavar” dinheiro do comando do tráfico de drogas do Rio. A pista apareceu após os primeiros cruzamentos de dados obtidos com uma nova tecnologia que está auxiliando as investigações policiais. É o Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD), um sistema que reúne um conjunto de softwares e profissionais especializados.
Patricia Alemany, coordenadora do laboratório na Policia, diz que o software faz a leitura e conexão das informações obtidas pelos investigadores em extratos bancários, contas de telefone e relatórios do Fisco. Gera também gráficos e organogramas que apontam conexões entre pessoas investigadas e o caminho do dinheiro movimentado.
Rússia corta pela metade cota para a carne suína
A Rússia reduziu quase pela metade sua oferta de cota para importação de carne suína em 2011, uma decisão que atinge o Brasil e provoca um retrocesso na negociação bilateral que poderá atrasar sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Moscou voltou atrás e baixou sua oferta de cota global de 470 mil toneladas para cerca de 250 mil, surpreendendo o Brasil, que deveria ser um dos principais beneficiados. No ano, até outubro, o país vendeu a Rússia 206,6 mil toneladas, o equivalente a US$ 565,1 milhões. O diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Carlos Marcio Cozendey, advertiu que, com essa nova decisão, “vai ser um problemão para o Brasil dar seu apoio à Rússia” na OMC.
Estrela do filho de Alfonsín sobe na política argentina
Na Argentina, diz o ditado que o peronismo, quando não está governando, também não deixa ninguém governar. O presidente Raúl Alfonsín, da União Cívica Radical (UCR), foi um dos que não conseguiram completar o mandato, iniciado em 1983, como Fernando de la Rúa, que renunciou em meio à crise econômica de 2001. O deputado Ricardo Alfonsín, de 59 anos, filho de Raúl, lança amanhã sua pré-candidatura à Casa Rosada pela UCR.
A 11 meses das e1eições presidenciais, o maior partido de oposição ao governo de Cristina Kirchner está dividido, mas o cenário é bom para Alfonsín, um dos raros políticos que conseguem dialogar com o kirchnerismo estando do lado oposto. A morte do pai, que levou milhões de argentinos às ruas para o funeral, revigorou o “radicalismo” e tornou Ricardo popular. Subitamente, ele se transformou, segundo pesquisas, no político com o melhor índice de imagem positiva no país. Cordial com os Kirchner, Ricardo não poupa críticas a seu governo. “A pobreza não diminuiu como era necessário, a economia não se diversificou, temos problemas na área energética, não atraímos novos investimentos. Enfim, não conseguimos transformar crescimento em desenvolvimento”, diz.
Organização quer trazer o rali Dakar para o Brasil
Os organizadores do rali Dakar têm um projeto pronto para levar ao Brasil a versão 2011-2012 de uma das competições mais importantes do calendário esportivo mundial. Mas sua concretização esbarra na falta de interesse do governo brasileiro, disse o diretor-geral do rali, Etienne Lavigne. Desde julho, segundo ele, a organização tem seus contatos frustrados com o Ministério do Esporte.
O plano prevê a largada na praia de Copacabana, em 29 de dezembro de 2011, e a continuação do trajeto pelo interior de São Paulo e do Paraná, até cruzar a fronteira em Foz do Iguaçu. De lá, seguiria por Paraguai, Argentina, Chile e – possivelmente – Peru.
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