O Globo
Ao lado de Garotinho, Dilma ataca os ‘falsos cordeiros’
Em seu primeiro dia de voo solo como pré-candidata a presidente, a ex-ministra Dilma Rousseff participou de evento da cúpula do PR que a aproximou ainda mais do casal Garotinho, o que pode complicar sua relação com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição. Em encontro reservado após a solenidade de posse do senador Alfredo Nascimento como presidente do PR, Dilma avisou que não participará da festa de lançamento da pré-candidatura de Garotinho ao governo do Rio, no próximo sábado. Mas, em discurso no qual endureceu o tom nos ataques ao PSDB e fez citações religiosas, ressaltou laços históricos com o agora primeiro-secretário do PR, levando o ex-governador a sair do encontro otimista quanto ao seu apoio. No discurso, Dilma citou parceria bem-sucedida com os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho. No final, posou para fotos com o aliado político.
PSDB reage e diz que Dilma faz ‘terrorismo’
O PSDB reagiu ontem às críticas feitas pela presidenciável petista, Dilma Rousseff, classificando seu discurso de “descompensado e terrorista”. Para o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), o tom mais agressivo dos ataques da ex-ministra à oposição seria um reflexo da retomada da trajetória de crescimento da candidatura do tucano José Serra, identificada pela última pesquisa do Datafolha e outras internas encomendadas pela cúpula tucana. Guerra destacou que no Rio Grande do Sul, por exemplo, Serra já teria aberto uma vantagem de mais de 20 pontos em relação à adversária petista.
No ano eleitoral, mais verba para PAC
Na primeira reunião entre a nova equipe da Esplanada e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos dois primeiros meses deste ano foi 136% maior do que em janeiro e fevereiro do ano passado. Os números confirmam tendência prometida ao longo do ano passado pelo próprio Lula de que o último ano de seu governo, e também de eleição, seria o “ano do investimento”. Segundo dados do site Contas Abertas, no primeiro trimestre deste ano, o total investido em obras do PAC chegou a R$3,9 bilhões. O valor é maior do que a soma do dinheiro liberado nos primeiros trimestres de 2007, 2008 e 2009 – um total de R$3,6 bilhões. Os recursos empenhados para o PAC também cresceram nos primeiros três meses deste ano, chegando R$6,7 bilhões.
Pré-candidata vai a reduto de Aécio
A pré-candidata petista, Dilma Rousseff, dá início hoje à sua peregrinação em busca de votos em Minas, com uma ida a Ouro Preto, onde visita o Memorial aos Inconfidentes para depositar flores. Em seguida, Dilma almoçará com o prefeito da cidade, Ângelo Oswaldo (PMDB), seu velho amigo, e outros prefeitos de partidos aliados de municípios próximos. Ainda em Ouro Preto, segundo o diretório estadual do PT, ela irá à Igreja de Nossa Senhora do Pilar, uma construção do século XVIII.
MP faz ato em repúdio à lei que pune promotores
Ao confirmar presença no ato público de repúdio ao projeto de lei n.º 265/07, conhecido como Lei Maluf, hoje, em Brasília, o procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes, disse que a proposta, de autoria do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), é claramente uma “tentativa de vingança e de criar embaraços aos membros do Ministério Público”. O projeto prevê punições a promotores e procuradores que eventualmente agirem com má-fé ou promoverem perseguição política e promoção pessoal no ajuizamento de ações públicas. Também penaliza os responsáveis pela ação com multa equivalente a dez vezes o valor gasto pelos acusados para se defenderem em processo, e prevê condenação de até dez meses de prisão aos autores.
Programa de Marina terá colaboração de Ricupero
Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco em 1994, quando foi lançado o Plano Real, Rubens Ricupero será um dos conselheiros da senadora Marina Silva (PV-AC) para a elaboração de seu programa de governo, segundo o PV. Ontem, a pré-candidata do PV à Presidência afirmou que, caso eleita, manterá os fundamentos da política macroeconômica dos governos Fernando Henrique e Lula (superávit primário, metas de inflação e câmbio flutuante), mas disse querer se diferenciar do PT e do PSDB pela “qualificação” do desenvolvimento. Segundo a assessoria da pré-candidata, assim como o economista Eduardo Gianetti da Fonseca, o ex-ministro Ricupero fará parte da equipe como colaborador. O biólogo e ex-secretário do Ministério do Meio Ambiente na gestão de Marina, João Paulo Capobianco, é o coordenador do programa de governo.
Gabeira ainda pode negar Cesar?
O deputado Fernando Gabeira (PV) acha que o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) “é o melhor candidato para o Senado”, como ele afirmou mês passado num evento do DEM, ou não quer saber do ex-prefeito em seu palanque na campanha a governador do Rio, como disse o PV em seguida? Para cientistas políticos, o vaivém da relação do pré-candidato verde com Cesar Maia já teria feito com que as imagens dos dois comecem a ser associadas. Os analistas também acreditam que a necessidade de um palanque forte para o tucano José Serra no Rio vai pressionar Gabeira a aceitar o DEM de Cesar, aliado do PSDB. Ontem, na Câmara de Vereadores do Rio, nenhum vereador do DEM compareceu a um evento organizado por Gabeira para falar das eleições deste ano.
Sindicalistas fazem lobby por caça sueco
O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e o presidente do Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, enviaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva declaração na qual tentam demover o Planalto de comprar os caças franceses Rafale, da Dassault, para recompor a frota da Força Aérea Brasileira. A decisão política já foi anunciada, mas enfrenta resistência em setores da Aeronáutica e da indústria especializada. Para Marinho e os sindicalistas, a melhor opção para o país é o modelo Gripen NG, da Saab (Suécia). Segundo a declaração do setor sindical, a proposta francesa é uma caixa-preta e a promessa de transferência de tecnologia é “uma intensão evasiva”.
TCU alerta para nova onda da gripe suína
A precariedade dos serviços públicos de saúde compromete o tratamento da gripe suína no Brasil. A constatação está em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que acompanhou as medidas de combate e prevenção do Ministério da Saúde na primeira onda de ataque à doença, inverno passado. Os técnicos concluíram que, sobrecarregada, a estrutura de atendimento não foi capaz de oferecer resposta ágil em caso de agravamento, como recomenda o próprio governo, o que prejudicou o uso do antiviral Tamiflu nas condições adequadas.
Passaportes caninos e felinos
O governo vai oferecer passaporte de trânsito para cães e gatos que viajarem acompanhando os donos para fora do país. O documento será fornecido gratuitamente pelo Ministério da Agricultura dentro de 90 dias. O objetivo da medida é tornar mais rápido o processo de embarque e desembarque. Para obter o documento, o proprietário deverá procurar um médico veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura. Além disso, quem optar pelo passaporte terá de implantar um microchip do tamanho de um grão de arroz na nuca do animal, para facilitar a sua identificação em qualquer país. Hoje, esse dispositivo só é adotado nas viagens ao Japão e à União Europeia.
Folha de S. Paulo
Dilma diz que tucanos são “lobos em pele de cordeiro”
Em seu primeiro ato público após deixar o governo, Dilma Rousseff subiu o tom de suas críticas aos tucanos. Procurou colar no pré-candidato do PSDB, José Serra, a imagem de representante de oposição ao dizer que os aliados do ex-governador “são e sempre foram anti-Lula” e representam “lobos em pele de cordeiro”. Fora da Casa Civil há seis dias, a pré-candidata do PT à Presidência recebeu ontem em evento o apoio do PR (Partido da República), ocasião em que chamou a oposição de “forças do atraso”, acusando-a de ter governado somente para os ricos e de ter “quebrado” o país. Apesar do tom duro, a ex-ministra disse que o partido não irá patrocinar “terrorismo”, “crítica baixa, desrespeito e pessoalização” na campanha.
Mudança de tom é reação à tática serrista
O comando de campanha de Dilma Rousseff sentiu o golpe e deu a ordem após reunião ontem para definir a estratégia da pré-candidata petista: “A partir de agora, todo esforço será direcionado para tirar a pele de cordeiro dos lobos do PSDB”. A decisão visa a conter o que a equipe de Dilma identifica como uma “inflexão” no discurso do pré-candidato tucano, José Serra, que nos últimos dias fez elogios ao presidente Lula e à sua política econômica. O marqueteiro João Santana recapitulou toda a estratégia e a abordagem dos discursos de Dilma. Apontou também para formas de radicalizar na tentativa de confrontar a candidata do PT com o PSDB.
“Vamos ressuscitar os aloprados”, diz tucano
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o partido vai partir para o debate ético com o PT, inclusive ressuscitando o escândalo dos “aloprados”, mas que a missão ficará a cargo dos caciques tucanos. O pré-candidato do partido, José Serra, não vai para a linha de frente dos ataques, segundo o coordenador da campanha do paulista. “Deixa o Serra em casa. Ele não precisa [falar a respeito de escândalos]”, disse Guerra, em resposta a declarações da ex-ministra e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, que afirmou que “esse debate é muito bom para a gente”.
No Twitter, Serra invoca imperador romano e diz que “sorte está lançada”
Comedido ao falar publicamente sobre os detalhes da decisão de deixar o governo de São Paulo para concorrer à Presidência da República, o pré-candidato José Serra (PSDB) soltou o verbo no Twitter nos últimos dias.
No microblog, o ex-governador comentou a saída do cargo com seguidores. “Quase toda a minha vida foi feita de incertezas e acasos. A sensação é de “alea jacta est” [em latim, a sorte está lançada]… e seja o que Deus quiser”, publicou, às 3h25 de sábado. A frase é atribuída ao imperador romano Júlio César ao tomar uma de suas decisões mais difíceis, a de iniciar uma guerra para tomar o poder.
Marina discute enchente, mas poupa Serra
Em reunião cuja pauta central era o problema das enchentes na região do Grande ABC, a senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à Presidência da República, evitou críticas diretas a José Serra (PSDB-SP), que acabou de deixar o governo de SP, e afirmou que o problema é de responsabilidade dos governos estadual e federal. Os estragos causados pela chuva em São Paulo são um dos pontos que a campanha da pré-candidata petista, Dilma Rousseff, deve explorar como vulnerabilidade de Serra. Somente no último verão, 78 pessoas morreram em todo o Estado em consequência da chuva, deixando 22 mil desalojados.
Presidente vai inaugurar creche com nome da mãe
Duas semanas após criticar publicamente políticos que fazem obras para exibir o nome de parentes, na abertura do Fórum Mundial Urbano da UN-Habitat, o presidente Lula vai inaugurar hoje obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), feita com recursos federais, que leva o nome de sua mãe. É o Espaço de Desenvolvimento Infantil Dona Lindu, uma creche construída no Complexo do Alemão pela Prefeitura do Rio, com recursos federais e contrapartidas municipais. A obra custou R$ 1,26 milhão e abrigará até 120 crianças, de três meses a cinco anos e 11 meses.
Gilmar Mendes defende voto em presídios
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, defendeu a realização das eleições em presídios, mas admitiu que elas não ocorrerão onde houver risco à segurança. Segundo ele, o pleito de 2010 será considerado um “aprendizado institucional”. “Naqueles locais em que, por razão de segurança pública, não houver a recomendação para que se realize nesse pleito as eleições nos presídios, nós não vamos fazê-lo, mas estamos enfaticamente recomendando [que elas ocorram]”, disse Mendes.
O Estado de S. Paulo
Presidente do PSDB reage a Dilma e cobra ‘biografia do tesoureiro do PT’
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), aceitou desafio da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, de trazer o debate ético para a campanha eleitoral. Ele cobrou da ex-ministra que começasse esclarecendo o “dossiê dos aloprados”, o mensalão do PT e a biografia do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. O caso dos “aloprados” – conforme a definição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – está ligado ao falso dossiê de corrupção que seria usado contra candidatos tucanos nas eleições de 2006. O PSDB também quer explicações sobre o caso Bancoop, a cooperativa habitacional que deu calote em vários associados e que era dirigida por Vaccari.
Meirelles descobre que ainda tem muito a aprender no PMDB
Preocupado em evitar qualquer tipo de problema interno que possa atrapalhá-lo no caminho de vice da petista Dilma Rousseff, o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), procurou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no domingo à noite. Temer fez um apelo para que Meirelles continue a integrar a equipe de peemedebistas que está preparando um programa de governo do PMDB, a ser apresentado à Executiva do partido em maio. Posteriormente, a proposta será entregue a Dilma, que ontem confirmou ser o PMDB o dono da vice. Como a disputa entre Temer e Meirelles para integrar a chapa de Dilma causou fissuras, havia até o temor de que o presidente do BC se retirasse da equipe escolhida para fazer o programa. Além de Meirelles, o time peemedebista tem o ministro Nelson Jobim (Defesa), o ex-ministro Mangabeira Unger, o vice-presidente da Caixa, Moreira Franco, e o ex-deputado Delfim Netto.
Petista critica ‘lobos em pele de cordeiro’
Na primeira atividade partidária desde que deixou o comando da Casa Civil, há seis dias, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, subiu o tom contra os tucanos e disse que o povo sabe identificar “lobos em pele de cordeiro”. Afirmou, ainda, que “ninguém quer pé-frio nem azarado” dirigindo o Brasil. Ao participar ontem do encontro do PR, Dilma ensaiou a estratégia a ser adotada por sua campanha: disse e continuará repetindo que quem foi contra o governo durante dois mandatos não pode agora encarnar o pós-Lula. Mesmo sem citar textualmente o PSDB e o ex-governador José Serra, seu futuro adversário na disputa ao Palácio do Planalto, a ex-ministra chamou os tucanos para a briga.
Serra manda recados musicais
Agora ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra disse via Twitter que tirou o primeiro fim de semana fora do cargo “para reorganizar a vida e voltar para casa”. “Hora de parar tudo e acertar as coisas”, afirmou. Mas, pelo que mostram seus outros tweets, sábado e domingo não serviram só para “se acertar”, mas também para se inspirar. A sensação, segundo Serra, é de “alea jacta est”, ou seja, de que a sorte está lançada. Para aproveitar o momento, tudo indica que a arrumação pré-campanha foi embalada por ópera e MPB, com letras recheadas de indiretas para os adversários.
Verdes buscam apoio de Itamar a Marina
O PV está cortejando o ex-presidente Itamar Franco (PPS), numa investida para conquistar seu apoio à candidatura da senadora Marina Silva à Presidência. Em conversas frequentes com o deputado José Fernando Aparecido de Oliveira, pré-candidato verde ao governo de Minas, Itamar tem sido receptivo à aproximação com Marina.
A pré-candidata estará em Belo Horizonte na próxima sexta-feira. Ela almoça com prefeitos, vereadores e lideranças do partido e, depois, participa da posse do novo presidente estadual do PV, Ronaldo Vasconcelos. O coordenador de campanha de Marina, Alfredo Sirkis, disse que há possibilidade de Marina ir a Juiz de Fora no dia seguinte e que o apoio é bem-vindo.
PT lança Mercadante e Marta nos dias 22 e 23
O PT marcou para os dias 22 e 23 deste mês a data de seu encontro estadual, que servirá de palco para o lançamento das pré-candidaturas do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo e da ex-ministra Marta Suplicy ao Senado. O ato, cujos detalhes ainda estão em discussão, será montado com base na mesma receita do Congresso Nacional do PT, que em fevereiro aclamou a ex-ministra Dilma Rousseff como pré-candidata à Presidência. O encontro possivelmente será transformado também em palanque para Dilma no Estado governado até a semana passada pelo pré-candidato tucano à Presidência, José Serra. A ex-ministra, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será convidada a participar do ato.
Candidatos têm passivo de projetos incompletos
Governadores que não podem se reeleger e renunciaram aos cargos na semana passada deixaram como legado promessas descumpridas e obras incompletas, mesmo após o exercício de dois mandatos. Agora, estão em busca de vagas no Senado, onde poderão ficar por ao menos oito anos.
O primeiro a renunciar foi Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que governava Santa Catarina desde 2003. Ele deixou o cargo sem cumprir três das principais promessas de campanha, entre elas a reabertura da Ponte Hercílio Luz, cartão-postal de Florianópolis, que está desativada desde 1982 e ainda aguarda licenciamento ambiental para o prosseguimento das obras.
DF desvia R$ 107 mi de verbas federais, diz CGU
Auditoria feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) detectou desvios de R$ 106,9 milhões na aplicação de repasses federais ao governo do Distrito Federal entre 2006 e 2009. Foram constatadas 177 irregularidades, como pagamentos indevidos, superfaturamento, contratação desnecessária, despesas inelegíveis (gastos não previstos na destinação original dos recursos) e restrição à competitividade. O trabalho dos analistas foi iniciado em dezembro a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a revelação do chamado “mensalão do DEM”, esquema de corrupção que atingiu a cúpula do governo do DF.
CPI da Corrupção tenta ouvir dono da Linknet
A CPI da Corrupção da Câmara Legislativa do DF faz, hoje, a segunda tentativa de ouvir o depoimento de Gilberto Lucena, dono da Linknet, uma das empresas acusadas de abastecer o “mensalão do DEM”, esquema que seria chefiado pelo ex-governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). O depoimento era esperado para a semana passada, mas Lucena não foi à sessão.
Cabral beneficia outro cliente de sua mulher
Ao ordenar a prorrogação do contrato de concessão da empresa que explora os serviços ferroviários do Rio, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) vai beneficiar mais um cliente do escritório de advocacia de sua mulher, Adriana Ancelmo Cabral. Levantamento feito pelo Estado no Tribunal Regional do Trabalho identificou pelo menos 83 processos em que integrantes do Coelho, Ancelmo e Dourado Advogados defendem a Supervia Concessionária de Transportes Ferroviários S.A. em litígios trabalhistas. Previsto para ser oficializado esta semana, o acordo com o governo do Rio ampliará até 2048 o direito de a empresa operar o serviço. A Supervia é citada por repetidos problemas de superlotação, atrasos, sucateamento de maquinário e até agressões a usuários.
Correio Braziliense
De volta à Câmara e com grana no bolso
A volta de 15 deputados que ocupavam cargos de ministros, secretários estaduais ou municipais provocou uma despesa em dobro para a Câmara. Cada um deles tem direito a uma “ajuda de custo” para cobrir despesas com transporte, no valor de R$ 16,5 mil, exatamente o valor do salário parlamentar — mesmo os que já moravam em Brasília. Ocorre que os 15 suplentes que deixam o cargo (veja quadro) já haviam recebido esse mesmo benefício há um mês e meio, no valor total de R$ 247,5 mil, com a mesma justificativa de “compensação de despesas imprescindíveis ao comparecimento à sessão legislativa”. O curioso é que os parlamentares que reassumem o mandato já passam a contar com uma verba extra para despesas com passagens aéreas de ida e de volta (quatro por mês) para seus estados de origem. O ato da Mesa Diretora que regulamenta a “ajuda de custo” não especifica o que seriam as demais “despesas imprescindíveis”. O dinheiro só pode ser usado em gastos com transporte, mudança, hospedagem e alimentação, por exemplo. Não pode cobrir despesas dos familiares.
Ênfase na cartilha da comparação
A primeira reunião ministerial de Lula com a presença dos 10 titulares que assumiram os cargos na semana passada teve aura de rito de passagem para os calouros. Afinados no discurso, os veteranos do primeiro escalão do governo mostraram simbolicamente o que se espera dos integrantes das principais pastas da Esplanada em eventos públicos, debates e entrevistas em ano eleitoral. O objetivo é reforçar as diferenças entre a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a do tucano Fernando Henrique Cardoso e, assim, fortalecer o discurso de que apenas a candidata do governo, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, dará continuidade às políticas do petista. Ontem, a pré-candidata do PT classificou a oposição como “anti-Lula” e deu o tom do que promete ser o embate a partir de julho.
Candidata afia as “garras”
A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, vestiu ontem, pela primeira vez, um discurso claro de campanha, sem as limitações antes impostas pelo posto de ministra da Casa Civil. No primeiro compromisso como candidata em tempo integral, apostou em uma fala improvisada, pontuada por frases agressivas contra o PSDB, que lança no fim de semana José Serra como concorrente ao Palácio do Planalto. O marketing petista aproveitou a cerimônia de posse do novo presidente do PR, Alfredo Nascimento. O alvo preferido foi Serra, tachado indiretamente de “lobo em pele de cordeiro”. A toada reforçou as diferenças entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os adversários, denominados de “anti-Lula”.
PT leva a aliança, mas não o partido
O PT ganhou a aliança com o PMDB, mas corre o risco de não levar o apoio maciço prometido pelo partido. Nem mesmo após a saída do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, do páreo pela vaga de vice na candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, o deputado Michel Temer (SP) consegue reunir o partido. O PMDB está rachado: pelo menos cinco importantes diretórios estaduais — que reúnem 40% do eleitorado — anunciaram posição contrária à aliança do PMDB com o PT e negam apoio ao nome de Temer como vice.
Munição de Lula usada pela oposição
A guerrilha eletrônica desenvolvida pelo PT e por outros partidos de esquerda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PMDB) acabou sendo um calo no pé da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. A fórmula de investigar os gastos do governo a partir do Siafi — sistema informatizado que registra a execução orçamentária (veja para saber mais) — foi assimilada pelos atuais partidos de oposição (DEM e PSDB) e aprimorada pela organização não governamental (ONG) Contas Abertas, de caráter independente. Tucanos e democratas são atualmente os maiores fiscais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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