Folha de S. Paulo
Ato com apoio a Serra recebe R$ 540 mil em verba pública
O encontro religioso em que pastores da Assembleia de Deus pediram orações pela eleição de José Serra (PSDB) e o saudaram como “futuro presidente”, no sábado, em Santa Catarina, recebeu dinheiro de administrações do PSDB. Juntos, o governo de Santa Catarina e a Prefeitura de Camboriú (84 km de Florianópolis), ambos administrados por correligionários de Serra, destinaram R$ 540 mil para a realização do 28º Congresso Internacional de Missões. O patrocínio das administrações tucanas representou dois terços dos R$ 800 mil orçados para o encontro -que, segundo os organizadores, reuniu 160 mil pessoas em dez dias.
O governador tucano Leonel Pavan repassou R$ 300 mil ao evento através de um fundo de fomento ao turismo do Estado. Também convidado a discursar, Pavan, que tenta viabilizar sua candidatura à reeleição em Santa Catarina, foi aplaudido no sábado quando anunciou o repasse feito pelo governo do Estado à organização do congresso evangélico.
Verba não influenciou convite a tucano, diz ONG
A ONG Gideões Missionários da Última Hora, que promoveu o 28º Congresso Internacional de Missões, negou que o patrocínio que recebeu de administrações tucanas tenha influenciado o convite ao pré-candidato tucano José Serra para discursar no evento. A entidade, dirigida por pastores da Assembleia de Deus, afirmou ter convidado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e as pré-candidatas à Presidência Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), que é evangélica. “Se a Dilma tivesse vindo, teria sido tratada da mesma forma. Os pastores pediriam orações para o sucesso dela”, disse Calebe Moreno, designado pela organização para responder às perguntas da Folha.
Partidos montam times de advogados para guerra judicial
A guerra de representações travada por PSDB e PT na Justiça Eleitoral três meses antes do início oficial da campanha não deixa dúvida: a eleição presidencial de 2010 terá um alto grau de judicialização e trará maiores desafios para as equipes jurídicas dos partidos. Essa é a expectativa de políticos e dos próprios advogados que vão trabalhar nas campanhas eleitorais. Faltando poucos detalhes para a contratação dos defensores, os nomes à frente dos times jurídicos dos partidos não devem ser novos, mas a estrutura, o número de advogados e a complexidade do trabalho deverão ser bem maiores que nas últimas eleições.
PT-MG quer adiar decisão de palanque para Dilma
Enquanto o PT-MG apurava os votos da prévia realizada ontem para indicar o nome do pré-candidato ao governo de Minas que irá para mesa de negociação com o do PMDB, petistas montavam uma estratégia para empurrar para junho a decisão do palanque único de Dilma Rousseff no Estado. No segundo colégio eleitoral do país, o senador Hélio Costa (PMDB), que lidera as pesquisas eleitorais, tem a vantagem em relação ao ex-ministro Patrus Ananias e ao ex-prefeito Fernando Pimentel, petistas que disputaram a prévia. Patrus largou na frente na apuração -às 20h12, com 16% das urnas apuradas (são 605, uma em cada cidade apta a votar), ele tinha 51,6% dos votos contra 48,4% de Pimentel. O resultado deve sair hoje.
Jovem, classe média e evangélicas viram público-alvo do PV
Com base em pesquisas de opinião, o PV identificou três tipos de eleitores mais simpáticos à candidatura de Marina Silva à Presidência. O levantamento virou uma espécie de bússola para os assessores que escolhem os compromissos dela nas viagens pelo país. Apesar da afinidade, os grupos têm perfis bem diferentes entre si. São eles: a classe média “ecologicamente correta”, os jovens entre 16 e 24 anos e as mulheres pobres e evangélicas. Como a senadora disputará a eleição com pouco dinheiro e tempo de TV, a ordem é concentrar os esforços -e modelar o discurso de campanha- para conquistar o voto de quem já parece disposto a apoiá-la.
Em fase política, Datena elogia Serra, mas vota em Dilma
De propósito ou sem querer, foi para ele que José Serra (PSDB) falou pela primeira vez como candidato “assumido” à Presidência -momento havia meses perseguido por todos os repórteres de política do país. De olho na mesma ribalta, Dilma Rousseff (PT) venceu a timidez de debutante em eleições e para ele cantou “El Día que me Quieras”. Assim, entre uma confissão e um tango, o apresentador de TV José Luiz Datena, 52, se tornou vedete da pré-campanha. Mostrados de corpo inteiro ao lado do robusto apresentador no estúdio do “Brasil Urgente”, atração popular do final da tarde na rede Bandeirantes.
O Globo
Aos estados e municípios, a lei. À União, os gastos
Considerada um marco nas finanças públicas do país, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) completa dez anos amanhã contabilizando conquistas expressivas no controle e na transparência das contas dos estados e municípios. Mas, em relação à União, mostrou-se incapaz de brecar a escalada de gastos que ameaça o equilíbrio fiscal. A falta de uma trava para as despesas de custeio e a fixação de limites frouxos para os desembolsos de pessoal facilitaram o crescimento das despesas correntes na esfera federal, abrindo espaço para a redução do superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida). Enquanto estados e municípios elevaram em 235% o superávit entre 1999 e 2009, o esforço da União caiu 36,6%.
Ficha Limpa : Passeata na orla do Rio
Pelo menos 500 pessoas participaram ontem, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, de caminhada para pressionar o Congresso a aprovar até 5 de maio proposta de iniciativa popular que tenta vetar, nestas eleições, a candidatura de condenados pela Justiça, o projeto Ficha Limpa. Na passeata, estiveram o pré-candidato ao governo do Rio Fernando Gabeira (PV), artistas e parlamentares. Fiscais do TRE-RJ repreenderam manifestantes com a camisa “Movimento Marina Silva”.
A evangélicos, Serra compara fumantes a ateus
Pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra participou sábado à noite, em Camboriú (SC), do 28º Congresso Internacional de Missões dos Gideões Missionários da Última Hora – que reuniu diversos ramos evangélicos. Foi o único compromisso público no 1º de Maio do tucano, que, em discurso para cerca de dez mil pastores e fieis, pediu orações para sua campanha. Ele ressaltou a importância dos cuidados com a saúde – como a vacinação contra a gripe suína – e relacionou o fumante a uma “pessoa sem Deus” na vida.
– A pessoa que fuma sabe que o cigarro vai fazer mal, mas continua assim mesmo. Depois, adoece e mesmo assim continua fumando. Assim é uma pessoa sem Deus. Sabe que Ele está ali, mas não o procura – afirmou o tucano.
1º de Maio: PSDB prepara ação contra Lula
Depois de acompanhar os eventos das centrais sindicais no Dia do Trabalho, patrocinados com dinheiro público, a assessoria jurídica do PSDB prepara mais uma representação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desta vez, além de campanha eleitoral antecipada, o PSDB vai argumentar que houve uso de recursos públicos. A nova ação deverá ser protocolada nesta segunda-feira, junto com uma outra questionando o uso eleitoral do pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV convocado por Lula na última quinta-feira.
– Estamos de novo chocados. Após ser multado duas vezes, agora ainda há o agravante do patrocínio com dinheiro público. O dinheiro público não aguenta mais desaforos – disse Ricardo Penteado, advogado do PSDB.
Governo reage e oposição faz coro com FH
As críticas ao governo Lula, feitas em artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, publicado ontem no GLOBO, acenderam a discussão entre oposição e governo. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o artigo – no qual FH acusa a administração petista de usufruir de conquistas da gestão tucana – demonstra que a oposição ainda não digeriu o bom desempenho do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Padilha, depois de criticar ações do governo, como a ampliação do Bolsa Família e a vinculação do aumento do salário mínimo à variação do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país), agora a oposição reconhece essas medidas.
Em Minas, candidatos do PT às prévias admitem acordo com PMDB
Os dois petistas que disputam a indicação do partido para o governo de Minas, o ex-ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel, assumiram que haverá acordo com o PMDB para a formação de palanque único no estado para a pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT). Eles descartaram a possibilidade de uma intervenção no diretório estadual para a definição da chapa. Os dois, no entanto, negaram que a realização de prévias na legenda seja apenas formal. Ambos afirmaram que não deixarão de antemão a cabeça de chapa ao governo. Desde o início da manhã até o fim da tarde de ontem, petistas de todo o estado foram às urnas para escolher o nome que será apresentado ao PMDB, que deve indicar o deputado federal Michel Temer (SP) como vice de Dilma, e aos demais partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a formação de uma aliança no estado. Os peemedebistas defendem a candidatura do senador Hélio Costa, que lidera as pesquisas de intenção de voto, para o governo mineiro.
‘Falta interesse político para legalizações’
A falta de vontade política é o principal entrave para que o governo conceda mais títulos de propriedade a famílias que moram em áreas carentes, na opinião de líderes de entidades que lutam pela moradia popular no Rio e em São Paulo. Reportagem publicada ontem pelo GLOBO mostrou que o programa Papel Passado, criado em 2003 pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a promessa de regularizar títulos de propriedade de um milhão de famílias até 2006, beneficiou apenas 136 mil famílias, que têm em mãos os títulos registrados em cartório.
– Atingir a meta é um processo complicado. Tem de fazer alterações demais, desde nos cartórios até nas equipes técnicas para esse trabalho. Se não tem uma equipe que conheça e tenha tempo para fazer o levantamento das áreas que serão beneficiadas, o governo não vai conseguir levar adiante essa política – afirma Marcelo Braga Edmundo, coordenador da Central de Movimentos Populares no Rio.
Para a oposição, programa atesta incompetência
A execução de apenas 13% das metas do programa Papel Passado, lançado há sete anos com a promessa de regularizar um milhão de residências em áreas carentes, reforçou as acusações do DEM e do PSDB de que os programas do governo Lula que avançam são os herdados da administração anterior e que a gestão petista distorce números e mente. A base aliada classificou as críticas de tática eleitoral.
– O governo Lula é especialista em fazer muito barulho e apresentar poucos resultados. Não surpreende que o PAC Favela não tenha dado em quase nada. Na verdade, o governo atrapalha o país – disparou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO).
MP quer apurar possíveis fraudes na Petrobras
O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, defendeu a abertura de uma investigação para apuração de denúncia publicada ontem pelo jornal “Folha de S.Paulo” indicando que fraudes nas licitações de cinco grandes obras da Petrobras geraram gastos adicionais de R$1,4 bilhão. Esse seria o resultado de acordos e manobras clandestinas de empreiteiras, como a Camargo Correia e a GDK, constatados por peritos da Polícia Federal ao analisar documentos apreendidos em cinco operações realizadas desde 2008.
– Esses fatos narrados pela reportagem devem ser investigados. Eu não posso falar em nome do TCU, mas como representante do Ministério Público posso provocar o tribunal. O lamentável é que esse tipo de operação envolvendo empreiteiras não é uma coisa nova, mas rotineira – observou Marsico.
O Estado de S. Paulo
PT mineiro ignora apelo de Lula, faz prévias e atrapalha palanque de Dilma
Dispostos a adiar ao máximo a definição do candidato da base aliada ao governo de Minas, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, e o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias, disputaram ontem uma prévia no PT e endureceram o tom contra o PMDB. Patrus criticou a política da “moeda de troca” e Pimentel rejeitou “ultimatos”. O novo enfrentamento irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contrariado, Lula mandou avisar os dois de que quer o impasse resolvido até o fim deste mês. Para ele, a “novela” em Minas já começa a atrapalhar a campanha da petista Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.
A prévia foi convocada pelo PT para a escolha do candidato ao Palácio da Liberdade.
Briga de paróquia e comando duplo viram dor de cabeça
Depois de uma temporada de tropeços, o comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência tenta acertar o passo, com a criação de fatos políticos, mas ainda não conseguiu se unificar em torno de uma estratégia. O principal problema reside na coordenação política da “maratona” de Dilma, hoje dividida entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o deputado Antonio Palocci (SP), ex-ministro da Fazenda. A polêmica prévia em Minas, disputada ontem entre Pimentel e o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, é apenas mais um ingrediente para engrossar o caldo petista.
Protesto no Rio defende ‘ficha limpa’, que pode ir a voto nesta semana
Um protesto pela aprovação do projeto “ficha limpa” reuniu 500 pessoas, ontem, na zona sul do Rio. Mais de 1,6 milhão de assinaturas foram coletadas em todo o País pela aprovação da proposta, que barra a candidatura de políticos condenados pela Justiça. O texto está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Amanhã, porém, será colocado em votação um pedido de urgência ao projeto assinado pelos líderes partidários. Se ele for aprovado, a análise pela CCJ será dispensada e a proposta poderá ser votada em plenário esta semana.
Mandato-tampão vira arma eleitoral
Três dos quatro governadores que cumprem mandatos-tampão, depois de substituir os titulares cassados por problemas com a Justiça, são pré-candidatos à reeleição. Todos são do PMDB e trabalham discreta ou publicamente para se eleger, costurando alianças e fazendo promessas e concessões ao eleitorado. São eles: Roseana Sarney, no Maranhão; José Maranhão, na Paraíba; e Carlos Henrique Gaguim, no Tocantins. Rogério Rosso, também do PMDB, empossado no Distrito Federal no último dia dia 19, não deve concorrer à reeleição.
Saída de Ciro põe irmão em saia justa no Ceará
Após descarte pelo PSB nacional da pré-candidatura do deputado Ciro Gomes à Presidência, as alianças dominam o debate no Estado. Irmão de Ciro, o governador Cid Gomes, candidato à reeleição, está diante de uma “escolha de Sofia”: fechar aliança com o PT, que forçou a saída de Ciro, ou com o velho aliado, mas adversário de Lula, o senador tucano Tasso Jereissati. Tasso acredita que somente no final deste mês haverá uma definição. Na sua avaliação, o impacto causado pela saída de Ciro Gomes da corrida presidencial “foi muito grande” e deixou “um vazio” no Ceará. “A gente tinha de deixar a poeira baixar para conversar agora”, diz.
ANJ e Abert vão cobrar de candidatos apoio à liberdade de imprensa no País
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert) vão procurar os principais candidatos à Presidência para cobrar deles um compromisso com a liberdade de imprensa no País. Em agosto, a ANJ convidará José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) a assinar a Declaração de Chapultepec, uma carta de princípios que coloca a “imprensa livre como uma condição fundamental para que as sociedades resolvam seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam a sua liberdade”.
Câmara quer mudar Programa Nacional de Direiros Humanos
Apontado como um instrumento para impor censura prévia por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) é alvo de projetos na Câmara dos Deputados para suspender sua eficácia. Seis propostas para anular – parcialmente ou por completo – o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aprovou o programa estão tramitando nas comissões da Casa, ainda sem prazo para votação. A diretriz estabelecida no PNDH para a garantia do direito à comunicação democrática é apontada como forma autoritária de controle da mídia por parlamentares que querem anular o decreto. O programa propõe o monitoramento do conteúdo editorial das empresas de comunicação, com a previsão de penalidades como multas, suspensão da programação e até cassação da concessão para as que, na avaliação do governo, violarem os direitos humanos.
Correio Braziliense
PF ajudará a coibir abusos de candidatos na internet
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está às cegas. E ainda não sabe como fará ao longo do ano para impor limites ao uso da internet pelos candidatos, partidos políticos e seus seguidores. Nesse trabalho de contenção dos abusos, a Justiça Eleitoral terá a ajuda da Polícia Federal, não só no que se refere a falsos dossiês, mas também na rede mundial de computadores. A PF, entretanto, vai centralizar suas investigações, durante o período eleitoral, em fatos concretos para evitar ser tachada de ter uma atuação política.
A força das redes sociais
A estratégia eleitoral específica para internet ganhou corpo depois que um então senador desconhecido do grande público postulou e venceu a presidência norte-americana quebrando tabus. O sucesso da campanha de Barack Obama, o primeiro negro a assumir a Casa Branca, foi atribuído, em parte, à mobilização de um exército de pequenos eleitores militantes na web descontentes com a postura isolacionista do governo do republicano George W. Bush. Obama mirou nas principais redes sociais da internet para aumentar sua popularidade. No dia anterior à eleição, o então candidato do Partido Democrata arrebatou até 380% a mais de amigos, apoiadores, seguidores e assinantes do que seu adversário, o senador republicano John McCain. Quatro vezes mais pessoas assistiram a vídeos na Internet produzidos pela campanha vencedora do que na do derrotado.
Mais intimidade com a militância petista
Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a estrela maior do Partido dos Trabalhadores, a pupila e pré-candidata do PT às eleições presidenciais, Dilma Rousseff, ainda busca maior afinidade com a militância petista.
Na última sexta-feira, a ex-ministra da Casa Civil fez mais um movimento para aproximar-se dos filiados da legenda. Dilma participou em São Paulo da abertura do encontro nacional de 15 secretarias e setoriais do PT, que abordam temas como a questão agrária, moradia, reforma urbana e a causa indígena. A intenção do evento é apresentar sugestões dos diferentes setores para o programa de governo da petista e aproximá-la dos militantes.
Campanhas se cruzam de novo
As campanhas dos pré-candidatos ao Palácio do Planalto Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se debruçam sobre uma estratégia mimética. Os dois adversários estabeleceram as mesmas prioridades: visitas a Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e nem sequer se preocuparam em participar de diferentes eventos políticos e empresariais.
Depois de participarem na última quinta-feira do Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), feira do agronegócio, a agenda dos dois volta a coincidir hoje na Expozebu, o maior encontro de pecuaristas do Brasil, que ocorre em Uberaba (MG). Ambos estão em ofensiva para conquistar os empresários do setor e adotaram um discurso mais afável aos ouvidos dos grandes agricultores e pecuaristas. Em jogo, a relação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Serra é mais claro ao condenar as invasões de terra. Já Dilma tentou desvincular o grupo do governo, defendeu que os invasores se curvem à lei, mas enfatizou as boas relações entre o MST e o PT.
Petistas já admitem ceder
No dia em que o PT de Minas consultou os militantes para escolher entre o ex-ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel quem será o candidato ao governo do estado, ambos os lados admitiram que o vencedor pode não ficar com a cabeça de chapa da base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois do resultado, previsto para sair hoje à tarde — até as 21h de ontem, com 16% dos 605 municípios apurados, Patrus tinha 51,6% dos votos contra 48,4% de Pimentel —, a tarefa é tentar convencer os outros partidos, especialmente o PMDB, de que o PT tem melhores condições eleitorais de chegar ao Palácio da Liberdade. E a pouca mobilização dos filiados para as prévias de ontem mostrou que não será fácil tirar da jogada o ex-ministro Hélio Costa, pré-candidato peemedebista.
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