Correio Braziliense
Arruda: Roriz quer ganhar no tapetão
O escândalo que desmontou o governo, devastou a credibilidade da Câmara Legislativa e expôs o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) com a divulgação de imagens de políticos escondendo maços de dinheiro tem um maestro na visão do principal alvo da Operação Caixa de Pandora. Para o governador José Roberto Arruda (DEM), o responsável por sua derrocada é o seu principal adversário político: o ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Arruda afirma que Durval Barbosa gravou vídeos, manipulou imagens e até pode ter corrompido empresários com objetivo de construir uma trama com força para tirá-lo do poder e ganhar as eleições de 2010 no “tapetão”. Arruda admite que manteve em seu governo um aliado com 32 processos na Justiça por supostos desvios de recursos públicos, a quem considerava um amigo e um “excelente articulador”. Apesar dos rumores no meio político em Brasília, o governador nega que tenha passado três anos sendo chantageado por Durval. Disse que só soube da existência do vídeo em que aparece recebendo dinheiro há pouco tempo, quando, então, orientado pelos advogados teria exigido que o secretário registrasse o recebimento dos comprovantes da compra de panetones, versão que sustenta para explicar o destino dos recursos.
Câmara cria CPI para tirar o corpo fora
Os deputados distritais de todas as cores partidárias se uniram ontem para tentar reduzir os prejuízos causados pelas denúncias que recaem sobre a Câmara Legislativa. A estratégia definida em reunião ontem à tarde, que durou quatro horas, foi desviar o foco sobre a Casa direcionando a munição contra o Governo do Distrito Federal (GDF). Pela primeira vez, por unanimidade, os parlamentares decidiram abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a “corrupção” no Executivo local. Algo inédito na Casa.
Pagamento de empresários
Em novo vídeo divulgado ontem, um representante da empresa Info Educacional(1) aparece em uma gravação entregando R$ 298 mil a Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais. De acordo com o inquérito em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o repasse teria a finalidade de alimentar o suposto esquema de corrupção montado por integrantes do governo local. O encontro ocorreu em 20 de outubro. Parte dos recursos teria sido repassada no mesmo dia. A outra, segundo a investigação da Polícia Federal, seria destinada ao governador José Roberto Arruda e ao vice Paulo Octávio, ambos do DEM.
Ultimato às terceirizações
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Valec Engenharia regularize, em 60 dias, as terceirizações existentes na execução das obras do trecho Anápolis-Uruaçu (GO) da Ferrovia Norte-Sul, atendendo as exigências da Lei de Licitações (8.666/93). A estatal responsável pelo empreendimento deve comprovar que as empresas subcontratadas têm capacidade técnica para concluir a obra. A Valec também terá de cancelar imediatamente as parcerias que não atendam os requisitos previstos em lei. Trata-se de uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), orçada em R$ 778 milhões. Com percentual de execução de 25%, a construção se arrasta há dois anos.
Unidos para liberar o PAC
O governo tanto fez que até a oposição tem se mostrado disposta a trabalhar pela liberação de recursos para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) suspensas por conta de indícios graves de superfaturamento. Em ano pré-eleitoral, em que todos precisam que o Executivo libere dinheiro para as emendas individuais, os parlamentares agora aceitam a ideia de que a modificação dos contratos irregulares pode ser a saída para incluir as obras no Orçamento de 2010.
Voo bem solitário
Sete deputados e dois senadores. Esse foi o quorum do lançamento do governador do Paraná, Roberto Requião, como pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo grupo do PMDB que é contrário ao alinhamento com o PT da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A pré-candidatura, à revelia da cúpula peemedebista, foi esvaziada pelo líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). A presidente em exercício do PMDB, Íris de Araújo (GO), não estava para receber o documento de Eduardo Pinho Moreira e Waldyr Pugliese, presidentes dos diretórios de Santa Catarina e do Paraná, respectivamente, que pedia ao Diretório Nacional para considerar o nome de Requião. A saída foi o próprio Moreira, que também é vice-presidente nacional, dar o documento como protocolado. “Tivemos uma surpresa quando um dos líderes tentou esvaziar nosso encontro. Eu não faria isso com ele”, criticou Requião.
Nordestinos chiam e convencem
A chiadeira da bancada nordestina surtiu efeito ontem na bilionária guerra pelos recursos do pré-sal: a União deve dar uma fatia bem maior dos recursos da nova camada de exploração petrolífera do que a acertada inicialmente com os governadores da região. Em vez de repassar apenas sua parte dos recursos dos royalties do pré-sal da camada já licitada, o governo federal aceitou ceder também uma parte da chamada participação especial aos estados e aos municípios não produtores. Todo esse esforço do governo é para debelar uma crise dentro da base aliada e aprovar, até o fim do ano, o projeto do novo regime de partilha.
O Globo
‘As imagens não falam por si’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que as imagens de gravações mostrando o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), além de assessores e deputados aliados, recebendo maços de dinheiro de um suposto esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal “não falam por si”. Lula inicialmente se esquivou de comentar o escândalo já chamado de mensalão do DEM, dizendo que vai esperar o resultado das investigações. Argumentou que presidente da República “não dá palpite”, apesar das defesas veementes que fez recentemente de aliados como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), por exemplo.
PF contesta defesa de Arruda e diz aque áudio de escutas está intacto
O relatório final da Polícia Federal sobre a Operação Caixa de Pandora deverá desmontar uma das principais linhas de defesa do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). Ele é apontado como o chefe da organização acusada de cobrar propina de empresas com contratos no governo e de repassar parte do dinheiro para deputados e políticos da base aliada. Um policial informou ao GLOBO que a instituição dispõe da íntegra do áudio da conversa em que Arruda e o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa combinam, em 21 de outubro, a partilha de dinheiro, o chamado mensalão do DEM do DF.
Governador volta a jurar inocência
Antes mesmo da decisão oficial do DEM de lhe dar mais oito dias de prazo para se defender num processo disciplinar interno, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, divulgou nota oficial informando que apresentará uma “defesa irrefutável” e que espera um julgamento sereno. Também negou que tenha recorrido a chantagens para não ser expulso sumariamente. Na nota, ele diz que a reunião realizada na residência oficial de Águas Claras, ao contrário de versões “maldosas”, transcorreu “em um clima de elegância e respeito mútuo, sem nenhum tipo de pressão”. Segundo a nota, “o que o governador do DF pediu foi que o partido desse a ele amplo direito de defesa, respeitando os prazos estatutários”.
Ameaçado, DEM dá prazo para Arruda se defender
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), acusado de comandar um esquema de corrupção em seu governo, terá oito dias para apresentar sua defesa à executiva do partido, que planeja julgá-lo de forma definitiva no dia 10. Essa foi a fórmula encontrada pela cúpula do DEM — e contestada por parlamentares que desejavam a expulsão imediata — para aplacar a ira de Arruda, que chegou a fazer ameaças veladas, prometendo revidar caso fosse sacrificado. Até lá, negociadores políticos estarão em campo para evitar estrago maior no DEM, como o temido efeito dominó que poderia afetar outros integrantes do partido.
Governador fez doações para outras campanhas
Apesar das negativas oficiais, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, pressionou integrantes da Executiva Nacional do DEM, para evitar a expulsão sumária, com um trunfo nas mãos: o fato de ter ajudado financeiramente várias campanhas do partido nas eleições municipais de 2008. Segundo integrantes da cúpula do DEM ouvidos pelo GLOBO, Arruda ainda estaria ajudando a saldar dívida de campanha de vários democratas. Parte dos recursos destinados por Arruda teria sido por meio de doações oficiais feitas por empresas. Mas, na tentativa de intimidar os dirigentes e líderes do DEM que pregavam a expulsão sumária do governador, os emissários de Arruda lembraram que ele também teria ajudado o partido com caixa dois. Para explicar a posição dúbia do partido, um dirigente do DEM resumiu: “Quem está contra o Arruda é porque não recebeu dinheiro dele”.
Durval também acusa políticos do PPS do DF
O deputado federal Augusto Carvalho (PPS-DF), que deixou anteontem a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, foi apontado por Durval Barbosa Rodrigues como mais um beneficiário do esquema de corrupção que atingiu o governo, deputados distritais e outros políticos. Durval, que delatou as negociatas, disse aos procuradores do Ministério Público que parte do dinheiro embolsado pelo empresário Alcir Colaço, flagrado pelas imagens guardando maços de notas de R$ 100 na cueca, foi destinado a Carvalho e ao seu então subsecretário, Fernando Antunes, presidente do PPS no DF.
PSDB decide deixar governo do DF
Preocupada com a contaminação do partido pelo escândalo do mensalão envolvendo seu principal aliado, o DEM, a executiva nacional do PSDB determinou ontem o afastamento imediato de todos os tucanos da equipe do governador José Roberto Arruda (DEM-DF). Os dirigentes tucanos classificaram como “gravíssimas” as denúncias de corrupção no GDF. Mas não se manifestaram, na nota da executiva, sobre o suposto envolvimento do presidente do PSDB no Distrito Federal e secretário de Obras de Arruda, Márcio Machado, no esquema de propina investigado pelo Ministério Público. O tucano, que não entregar o cargo, deverá ser expulso do PSDB.
Deputado que escondeu dinheiro na meia se afasta
Um dia após dizer que escondeu o dinheiro na meia “por questão de segurança” e afirmar que não deixaria o cargo, o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Leonardo Prudente (DEM), pediu afastamento por 60 dias. Os deputados distritais decidiram também eleger amanhã um novo corregedor da Casa, que ficará encarregado de analisar as representações por quebra de decoro contra oito parlamentares citados no inquérito do mensalão do DEM, incluindo Prudente e a líder do governo, deputada Eurides Brito (PMDB).
Sem licitação, um contrato de presente
A empresária Cristina Boner, dona do Grupo TBA, aparece num dos vídeos do escândalo negociando facilidades em contratos públicos do setor de informática com Durval Barbosa. A TBA é apontada como uma das supostas financiadoras do mensalão no DF. O subsecretário de Justiça e Cidadania do DF, Luiz França, foi flagrado recebendo R$ 38,4 mil de propina atribuída à B2Br, do grupo TBA. No vídeo, gravado em 2006 na Secretaria de Assuntos Sindicais do DF, Durval diz a Cristina que honrará o compromisso e anuncia que dará a ela um contrato emergencial. A empresária tenta convencer Durval a dar à TBA a concessão do Na Hora, serviço de atendimento ao cidadão.
Requião sobre o mensalão do DEM: ‘Muita gente faz’
Cercado por um grupo de peemedebistas históricos que estão fora do comando do partido, o governador do Paraná, Roberto Requião, oficializou ontem, junto ao diretório nacional, sua inscrição como candidato a presidente da República ano que vem. Após o ato — em que Requião criticou o comando do partido por já acertar aliança para apoiar a petista Dilma Rousseff —, o governador minimizou o escândalo do propinoduto do governo do Distrito Federal dizendo que muita gente faz igual. Requião disse que o DEM deveria ter tomado uma medida para afastar Arruda, lembrando a frase de Stanislaw Ponte Preta: “Ou restauramos a moralidade ou nos locupletemos todos”.
— Não é um mensalão do DEM, é captação de recurso externo para campanha. Isso é horrível, mas muita gente faz.
Vídeo mostra ação de empresários do esquema
Um vídeo que integra o inquérito da PF sobre desvios de dinheiro no governo do Distrito Federal mostra três representantes de uma empresa entregando R$ 298 mil para o então secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, Durval Barbosa. Segundo Durval, o dinheiro seria dividido entre a cúpula do governo, inclusive o governador José Roberto Arruda. O vídeo foi gravado em outubro passado por Durval. Na conversa, foram mencionados os nomes do secretário de Educação, José Luiz Valente, e do subsecretário de Finanças da pasta, Gibrail Hassan, como destinatários de parte do dinheiro.
Ministério Público faz nova denúncia contra construtora Camargo Corrêa
Partidos políticos, agentes públicos, parlamentares e chefes de estatais teriam recebido propinas que somam pelo menos R$ 4 milhões em três obras públicas da construtora Camargo Corrêa, segundo nova denúncia oferecida à Justiça pelo Ministério Público Federal, que atua na Operação Castelo de Areia. Entre os partidos, PT e PMDB teriam recebido R$ 260 mil e R$ 130 mil, respectivamente, por obras de hospitais no Pará, segundo as investigações. O dinheiro era transferido para contas bancárias em nome de offshores nos Estados Unidos, Andorra, Suíça e Taiwan.
Folha de S. Paulo
Gravação da PF mostra que Arruda gerenciava mensalão
Análise da gravação feita com autorização judicial e monitorada pela Polícia Federal mostra José Roberto Arruda reorganizando pessoalmente o mensalão do DEM em outubro deste ano, contradizendo a versão do governador do DF de que foi vítima de uma trama. Ao ler seu comunicado de defesa, Arruda disse que o diálogo gravado em 21 de outubro foi “conduzido para passar uma versão previamente estudada”. Mas, nos trechos transcritos no inquérito que apura montagem de caixa dois em campanha eleitoral e distribuição de propina, o governador aparece perguntando como está “a despesa mensal com político”. Questiona ainda quem pega e quem entrega a suposta propina e orienta a unificar os pagamentos. “Tem que unificar tudo!”, diz Arruda, após ouvir nomes de seis deputados distritais e um administrador regional de partidos da base (PMDB, PP, PRP, PMN) que estavam sendo beneficiados com valores distintos, entregues por mais de um integrante do primeiro escalão do governo do Distrito Federal.
Polícia quer demolir versão do panetone
A Polícia Federal acha possível derrubar a versão dos panetones apresentada pelo governador José Roberto Arruda (DEM) para justificar o destino do dinheiro que aparece recebendo num vídeo. Os policiais se baseiam em depoimentos de Durval Barbosa, autor da gravação, e em recibos assinados por Arruda agradecendo a doação de recursos para comprar panetones: os recibos referentes aos anos de 2004, 2005, 2006 e 2007, que constam no inquérito, serão periciados pelo Instituto de Criminalística.
Sem “clima”, mulher de Arruda cancela jantar para doadores de seu instituto
A crise gerada pela divulgação do suposto esquema de pagamento de propina a políticos do Distrito Federal fez a primeira-dama do DF, Flávia Péres, suspender jantar de confraternização exclusivo para empresários que, neste ano, contribuíram com ao menos R$ 10 mil para o Instituto Fraterna, que ela dirige. Flávia, casada com o acuado governador José Roberto Arruda (DEM), se nega a tratar a quantia como o valor “cobrado por um convite”, que daria direito, a 250 casais, de participar da recepção inicialmente marcada para 11 de dezembro, em um salão do Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Arruda diz ter recebido dinheiro só uma vez
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), disse ontem que só recebeu dinheiro uma vez diretamente de Durval Barbosa, seu ex-secretário de Relações Institucionais – no vídeo já mostrado amplamente na mídia. Recebeu outras contribuições de Barbosa, mas por meio de “outras pessoas”. Arruda faz sempre questão de mencionar que os vídeos agora divulgados foram gravados quando ele ainda não era governador de Brasília. Ele considera tudo uma trama engendrada por seu adversário político local, Joaquim Roriz (PSC).
Ex-secretário diz que gravou porque foi traído
Ex-colaborador do governador José Roberto Arruda (DEM-DF), Durval Barbosa disse que gravou deputados recebendo dinheiro porque “foi avisado por amigos que iria ser traído por Arruda, o que realmente aconteceu”. Ele resolveu revelar o esquema após crise conjugal causada pela descoberta de que era investigado. Em depoimento ao Ministério Público do DF em setembro, Barbosa disse que foi procurado por Arruda na gestão de seu antecessor, Joaquim Roriz (então no PMDB, hoje no PSC).
PT evita ataque a mensalão do DEM para zerar jogo em 2010
A cúpula nacional do PT, num discurso afinado, decidiu evitar ataques explícitos à oposição ou um tratamento revanchista por conta do escândalo de corrupção do governo do Distrito Federal, já batizado de “mensalão do DEM”. Internamente, porém, os petistas afirmam que o episódio enterra a possibilidade de o PSDB ou o DEM fazerem, na campanha presidencial de 2010, qualquer menção ao mensalão petista.
“Enterrou definitivamente a possibilidade de o suposto mensalão do PT virar tema de campanha em 2010. Nem PT, nem PSDB, nem DEM vão poder reprisar o mensalão em 2010”, disse ontem um integrante da cúpula partidária.
DEM pede expulsão, mas dá prazo a Arruda
Após uma série de reuniões nas últimas 48 horas e com o partido rachado, a Executiva Nacional do DEM decidiu ontem dar uma sobrevida ao governador José Roberto Arruda (DF) e submetê-lo a um processo interno de expulsão com votação marcada para o dia 10 deste mês, o que contraria ala da legenda que defendia a sua desfiliação imediata.
“Tem que ter coragem. E ela faltou”, disse o senador Demóstenes Torres (GO) na saída da reunião, que contou com a presença de 37 dos 45 integrantes da cúpula do DEM. Demóstenes liderou, ao lado dos líderes das bancadas na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e no Senado, José Agripino (RN), a ala pró-expulsão imediata.
Acusado pediu ajuda a Aécio, diz Barbosa
Em depoimento à Polícia Federal em 13 de novembro, o pivô das denúncias do mensalão do DEM, Durval Barbosa, disse ter ouvido de um colega de primeiro escalão que José Roberto Arruda teria procurado o governador Aécio Neves (PSDB-MG) para pedir ajuda na Operação Caixa de Pandora.
“Arruda entrou em contato com o governador Aécio Neves em razão do ministro Fernando Gonçalves [que autorizou a operação] ser oriundo de Minas Gerais”, disse Barbosa. A assessoria de Aécio nega que Arruda tenha feito o pedido e qualquer intervenção no STJ.
Camargo deu propina a 200 políticos, diz PF
A relação de políticos suspeitos de terem recebido propina da empreiteira Camargo Corrêa já ultrapassa 200 nomes, segundo relatórios da Operação Castelo de Areia da Polícia Federal. Estão na lista deputados federais, secretários municipais e conselheiros e ministros de Tribunais de Contas, segundo a Folha apurou. Esses nomes estão sendo separados do processo sobre a empreiteira porque os supostos envolvidos gozam de foro privilegiado e não podem ser investigados por procuradores nem julgados pela primeira instância da Justiça.
Centrais sindicais criticam o artigo de César Benjamin
Seis centrais sindicais do país divulgaram ontem uma declaração na qual criticam a publicação do artigo “Os Filhos do Brasil”, de César Benjamin, na edição de 27/11 da Folha. O manifesto é assinado por Antonio Neto (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Artur Henrique (Central Única dos Trabalhadores), José Calixto Ramos (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Paulo Pereira da Silva (Força Sindical), Ricardo Patah (União Geral dos Trabalhadores) e Wagner Gomes (Central de Trabalhadores do Brasil).
O Estado de S. Paulo
CNJ apura ligação entre Arruda e desembargadores
A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu ontem um procedimento para investigar se três desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) do Distrito Federal participaram do esquema que ficou conhecido como “mensalão do DEM” no governo de José Roberto Arruda. Em nota divulgada no início da noite, o CNJ afirmou que o conselheiro Ives Gandra encaminhou ofício ao presidente do TJ, Nívio Gonçalves, determinando que os desembargadores Getúlio Pinheiro Sousa, Romeu Gonzaga Neiva e José Cruz Macedo prestem informações num prazo de 15 dias. Os nomes dos três foram citados em gravações da Operação Caixa de Pandora.
Lula evita polêmica: ‘A imagem não fala por si’
As imagens do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, de integrantes do seu governo e de parlamentares recebendo propina em dinheiro vivo não convenceram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva da culpabilidade dos envolvidos no escândalo. “A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de apuração e de investigação”, afirmou. Em entrevista concedida instantes antes de deixar Estoril, em Portugal, onde participou da Cúpula Íbero-Americana, o presidente disse que não cabe ao chefe de Estado se manifestar sobre investigações da Polícia Federal.
PF tem indícios de que recibos de panetones foram forjados
Estão sob suspeita os recibos da compra de panetones, principais documentos da defesa do governador José Roberto Arruda para justificar a imagem do vídeo em que aparece recebendo R$ 50 mil, em notas de R$ 100, das mãos de seu ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa. O vídeo foi gravado em 2006, quando Arruda ainda era candidato ao governo do DF, e Barbosa seu caixa de campanha. Sem data de emissão, sem timbre e escritos em linguagem que foge aos padrões dos recibos, os documentos apresentam indícios de que foram produzidos às pressas e em data recente, depois que a investigação da Operação Caixa de Pandora havia vazado.
DEM marca a expulsão de Arruda para 10 de dezembro
O DEM abriu ontem formalmente o processo de expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. A Comissão Executiva Nacional deu prazo de oito dias para que ele apresente a sua defesa e mais dois para o relator definir o seu parecer, mas a decisão política do partido está tomada. Arruda será expulso no dia 10 de dezembro. Mesmo assim, o processo começou com dificuldades. O primeiro relator, deputado José Carlos Machado (DEM-SE), recusou a tarefa. Em seguida, foi escolhido o ex-deputado José Thomaz Nonô (AL).
Grupos de Serra e Aécio trocam farpas
O escândalo do mensalão do governo do Distrito Federal deflagrou um jogo de empurra nos bastidores do PSDB. Aliados dos dois pré-candidatos à Presidência, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), tentam debitar – um na conta do outro – o prejuízo político da ligação com o DEM do governador José Roberto Arruda. Os serristas dizem que Arruda pertence ao grupo do mineiro. Acusam também o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), de ter “se escudado” no governador do DF para “alardear” sua preferência por Aécio como forma de fazer frente à influência do ex-presidente do partido Jorge Bornhausen e se afirmar no comando da legenda.
PSDB abandona governo e DEM cobra caso Yeda
A decisão do PSDB de abandonar o governo de José Roberto Arruda irritou o comando nacional do DEM. Os tucanos aderiram à debandada em massa dos aliados do governador e anunciaram sua saída, em reunião de sua Comissão Executiva Nacional. Para o DEM, o PSDB, como principal aliado nacional, poderia ter esperado o resultado do processo de julgamento interno de Arruda para tomar sua decisão. Na avaliação dos dirigentes do DEM, a decisão tucana serviu para aumentar o desgaste político do partido, que ficou isolado na administração do escândalo. Foi o suficiente para que o presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ), atacasse o PSDB, fazendo referências às denúncias contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, que precisou usar sua força política regional para evitar o sucesso de uma CPI contra seu governo.
Arruda imita PT ao falar em doação para campanha
A versão contada pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e pelos deputados distritais de que o mensalão do DEM não passa de crime eleitoral repete as justificativas usadas tanto pelo PT – para responder às denúncias de que o governo Lula pagaria mesada aos integrantes da base aliada – como pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), denunciado por ter implantado em sua campanha para o governo de Minas o que seria o embrião do mensalão. Ao admitir o crime eleitoral, como caixa 2 ou distribuição de panetones durante a campanha, os envolvidos buscam se livrar das suspeitas de corrupção, formação de quadrilha, desvio de dinheiro público e recebimento de propina.
Alvo de suspeita, PPS desqualifica antigo aliado
Suspeito de cobrar propina no governo do Distrito Federal, o PPS optou por desqualificar o governo de José Roberto Arruda (DEM) e Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais. O partido evitou responder ao conteúdo do vídeo – revelado ontem pelo Estado – em que uma empresária acusa a cúpula da sigla de chantagear e pedir propina para manter um contrato de R$ 19 milhões com a Secretaria de Saúde, comandada pela legenda por meio do deputado federal Augusto Carvalho. De acordo com a gravação, a empresária Nerci Bussamra, diretora da Uni Repro Serviços Tecnológicos Ltda, diz a Barbosa que o dinheiro seria enviado a São Paulo para ajudar o presidente do PPS, ex-deputado Roberto Freire.
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