O Estado de S. Paulo
Arruda licitou panetones no dia da operação da PF
Para sustentar a versão de que a quantia de R$ 50 mil recebida em 2006 era uma contribuição para a compra de panetones, o governador José Roberto Arruda (DEM) montou uma licitação na sexta-feira passada, no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. O governo do Distrito Federal vai comprar 120 mil panetones no próximo dia 10, segundo edital aberto naquele dia. Em vídeo gravado na campanha de Arruda, em 2006, o então candidato aparece recebendo R$ 50 mil, em notas de R$ 100, do caixa de campanha, Durval Barbosa – que assumiria a Secretaria de Relações Institucionais no governo. Por meio do secretário de Ordem Pública, Roberto Giffoni, Arruda disse que os R$ 50 mil eram colaborações de empresários para a compra de panetones e brinquedos que seriam distribuídos no Natal entre as crianças carentes. Para tentar documentar essa defesa, o próprio Arruda disse em entrevista ao Correio Braziliense, na edição de ontem, que havia sido alertado para “os problemas (vídeos)” criados por Barbosa e, por isso, fez “um registro oficial”, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de todas as doações recebidas nos últimos anos a título de contribuição para as “campanhas sociais”. Esses recibos estão sendo periciados pela PF – há indícios de que tenham sido forjados para justificar a suposta propina.
DF contratou Uni Repro com ata de preços de Kassab
O governo do Distrito Federal contratou pela primeira vez, em 2007, a Uni Repro Serviços Tecnológicos Ltda. – uma das empresas que alimentavam o suposto esquema do “mensalão do DEM” -, usando como base o contrato e o registro de ata de preços com ela firmados pela Prefeitura de São Paulo um ano antes. A contratação direta (que dispensou licitação) foi considerada ilegal pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal em três pareceres aos quais o Estado teve acesso. Os pareceres, contudo, foram ignorados pela Secretaria de Saúde, que decidiu dar prosseguimento ao contrato firmado naquele ano pelo valor global de R$ 65 milhões para o prazo de 36 meses.
DEM quer livrar vice para ter plano B na disputa de 2010
O vice-governador Paulo Octávio não deverá sofrer punições do partido por seu envolvimento no chamado “mensalão do DEM” no Distrito Federal. Poderá, ao contrário, até se transformar numa espécie de plano B da legenda para candidatura ao governo local, caso consiga sobreviver ao desgaste político provocado pelo escândalo. Caso a expectativa de expulsão do governador José Roberto Arruda no dia 10 se confirme e, assim, fique sem legenda para disputar a reeleição, Paulo Octavio herdaria o apoio para se candidatar. Enquanto isso, Arruda tentaria manter o comando do governo até o final do mandato.
Lula ”ressuscita” Constituinte para reforma política
Três anos e quatro meses depois de ter lançado a ideia no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o escândalo do “mensalão do DEM”, no Distrito Federal, para ressuscitar a proposta de convocar uma Constituinte só para fazer a reforma política e eleitoral. Lula considerou “deploráveis” as imagens dos políticos embolsando maços de dinheiro no esquema montado na gestão de José Roberto Arruda (DEM-DF). Segundo ele, as siglas deveriam defender agora, para levar adiante após as eleições de 2010, “uma Constituinte específica para fazer uma legislação eleitoral para o Brasil”.
No PSDB, aumenta pressão por ”chapa puro-sangue”
O escândalo envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), deflagrou no PSDB uma corrida para fortalecer a tese da chamada chapa puro-sangue. Com o DEM no centro da crise, engrossou o coro dos defensores da tese de o PSDB blindar a chapa que disputará a eleição presidencial de 2010, formatando-a apenas com nomes tucanos. Em jantar com 36 deputados anteontem, na casa do deputado Rômulo Gouveia (PB), em Brasília, cresceu o discurso favorável ao desenho que traz o governador de São Paulo, José Serra, como candidato a presidente, e o governador de Minas, Aécio Neves, na vice. A Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que investigou pagamento de propinas para deputados e integrantes do governo Arruda, enfraqueceu o poder do DEM nas negociações e deslegitimou a pressão de parte da cúpula do partido para que os tucanos definam logo o candidato.
Temer aparece na lista de empreiteira
O nome do deputado Michel Temer (SP), presidente da Câmara e do PMDB, aparece no arquivo secreto da Construtora Camargo Corrêa – documento com 54 planilhas que sugerem contabilidade paralela da empreiteira. Temer é citado 21 vezes, entre 9 de outubro de 1996 e 28 de dezembro de 1998, ao lado de quantias que somam US$ 345 mil. Ele refutou com veemência a citação ao seu nome. O documento que aponta o parlamentar foi recolhido pela Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Castelo de Areia, na residência de Pietro Bianchi, executivo da construtora. A busca, realizada no dia 25 de abril, foi autorizada pelo juiz Fausto De Sanctis (6.ª Vara Criminal Federal). As planilhas constam dos autos da Castelo de Areia, missão integrada da PF e Procuradoria da República.
Maluf e Tuma viram réus por ossadas
A Justiça Federal recebeu a ação civil pública proposta pela Procuradoria da República contra o senador Romeu Tuma (PTB-SP) e o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) para que eles sejam declarados responsáveis pela ocultação de corpos de presos políticos mortos durante o regime militar e enterrados nos cemitérios de Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, e de Perus, na zona oeste.
PMDB baiano revida e processa Wagner
O PMDB ingressou com ação contra o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), na Procuradoria-Geral da República, em Brasília. O partido o acusa de “prevaricação” e “condescendência criminosa” no caso da investigação, por parte da Polícia Civil baiana, de um suposto esquema de corrupção na Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba). A investigação culminou na Operação Expresso, que prendeu 7 pessoas em 24 de novembro, entre elas o ex-diretor executivo do órgão Antônio Lomanto Netto, indicado pelo PMDB ao cargo.
O Globo
Arruda era chamado de ‘big boss’
Uma das gravações do escândalo do mensalão do DEM mostra que o governador José Roberto Arruda era tratado como o “big boss” (grande chefe) do suposto esquema de repasse de propina a deputados aliados. No vídeo em poder da PF, o então secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, e o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, negociam como direcionar licitações. Tudo, segundo o próprio Maciel, a mando de Arruda. A gravação desmonta a defesa apresentada pelo governador, que alega ter deixado Durval num cargo sem poder e sem orçamento após ter recebido uma “herança maldita” do governo anterior. No vídeo, Maciel diz que foi o próprio governador quem pediu que Durval participasse de uma tentativa de favorecimento ao Grupo Brasif numa licitação, e que decidisse como proceder em outro caso, no qual um deputado distrital planejava interferir numa concorrência pública. Durval pede a Maciel que converse com a Arruda sobre a divisão de R$ 200 mil pagos a título de “reconhecimento” por empresas. Maciel mostra familiaridade com o assunto e chega a questionar quanto sobraria para o governador.
Escândalo do painel ainda não foi julgado
Envolvido numa série de denúncias de corrupção em sua gestão, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), também terá de prestar contas à Justiça, nos próximos dias, sobre o primeiro grande escândalo de sua carreira política: o episódio da violação do painel do Senado. Quase dez anos depois do caso, o governador foi intimado a prestar depoimento sobre o assunto ao juiz Alexandre Vidigal, da 20ª Vara Federal. O depoimento estava marcado para hoje. Mas, ontem, a defesa de Arruda pediu adiamento, e o interrogatório foi remarcado para quarta-feira, às 9h, na residência oficial em Águas Claras.
Arruda se defende, mas cai em contradições e não esclarece fatos
Em entrevista aos jornais “Correio Braziliense” e “Folha de S.Paulo”e, publicadas ontem, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), não esclareceu vários fatos que aparecem nas gravações em poder da Polícia Federal sobre suposta distribuição de propina em sua gestão. Arruda negou as acusações sobre o mensalão de seu governo e acusou o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) de estar por trás da trama. Quando confrontado com os diálogos nos quais ele próprio pergunta sobre despesas com políticos, ou se seu exsecretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, o responsável pela denúncia, já havia retirado sua parte, Arruda alega apenas que a fita tem falhas. O governador diz que as imagens de deputados distritais recebendo dinheiro foram gravadas antes de ele tomar posse e, portanto, são referentes a um esquema de propina de Roriz. Mas não explica por que, em algumas cenas, aparece ao fundo sua foto oficial pendurada na parede de um gabinete. Ao ser confrontado com o fato, Arruda diz que Durval queria vender a empresários um poder que não tinha e obter vantagens pessoais.
Mensalão do DEM: agora PT pede impeachment
Seis pedidos de impeachment já foram protocolados na Câmara Legislativa do Distrito Federal contra o governador José Roberto Arruda (DEM) e o vice Paulo Octávio (DEM). Após a leitura em plenário ontem, o presidente em exercício, deputado distrital Cabo Patrício (PT), deu prazo de 24 horas para que a Procuradoria Geral da Casa emita parecer técnico sobre as solicitações. Desta vez, o PT, que no seu próprio mensalão, em 2005, fez de tudo para evitar as investigações no Congresso, é um dos autores dos pedidos de impeachment. A leitura dos pedidos é o primeiro passo para dar início ao processo que, em tese, pode levar ao impeachment de Arruda. O problema, do ponto de vista da oposição, é que a bancada governista tem folgada maioria. Até a semana passada, os oposicionistas somavam apenas seis deputados, os mesmos que compareceram ontem para dar quórum e permitir a leitura dos pedidos de impeachment.
‘Cenas são chocantes’
Pré-candidato do PSDB que tem a simpatia de boa parte dos parlamentares do DEM, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que as imagens de corrupção no governo do Distrito Federal são chocantes e desgastam a relação com o partido, mas defendeu a administração de José Roberto Arruda. Perguntado, durante evento no Palácio Liberdade, sobre sua boa relação com o governador do DEM, marcada por elogios, o mineiro respondeu: — Não escondo isso. O governador Arruda, do ponto de vista da gestão, faz um governo que é reconhecido pela população de Brasília como extremamente eficiente.
Aécio se disse “violentamente” surpreso com a Operação Caixa de Pandora, que trouxe à tona o esquema de pagamento de propina a parlamentares da base aliada de Arruda. Ele classificou como importante o trabalho do democrata no aspecto administrativo, mas ponderou que as denúncias contaminam julgamentos sobre suas ações.
DEM propõe que Arruda se desfilie
Emissários do DEM iniciaram ontem operação para evitar que o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, saia atirando para todos os lados, como ameaçou. A primeira proposta é que ele peça desfiliação da legenda para evitar um desgaste político maior de sua imagem, que seria o anúncio de sua expulsão pelo DEM, o que é dado como certo.
Há também um movimento para tentar salvar o vice-governador Paulo Octávio (DEM), que até agora não apareceu em nenhuma gravação ou imagem, para evitar que o GDF passe para as mãos do PT, que tem o vice-presidente da Câmara Legislativa.
‘É deplorável para a classe política’, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou ontem contornar o mal-estar provocado pelas declarações a respeito do escândalo de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). Durante visita à capital da Ucrânia, Lula afirmou não ter feito juízo de valor ao comentar que as imagens de pessoas ligadas ao governador recebendo propinas não falavam por si só. Em seguida, ao ser perguntado se as denúncias eram mais um golpe para a classe política, ele reagiu: — É deplorável para a classe política porque nós já mandamos duas propostas de reforma política para o Congresso Nacional e as pessoas não se importam em votar. Se fosse o Jânio Quadros, diria que tem um inimigo oculto que não deixa os projetos serem votados. Não tem um ser vivo no Brasil que não entenda que tem de ter reforma política — disse Lula, que defendeu a realização de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a legislação eleitoral.
Caso Arruda vira munição para PT
A aprovação do aumento de até 45% no IPTU em São Paulo virou munição para ataques do PT à gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM). O presidente nacional do partido, Ricardo Berzoini, fez no Twitter ligações entre o reajuste do imposto e o escândalo no governo José Roberto Arruda (DEM) no Distrito Federal.
— Contra aumento do IPTU em SP, trabalhadores distribuem arruda — escreveu Berzoini no Twitter, ao se referir a um protesto de militantes petistas que aconteceu em São Paulo na terçafeira, dia da votação do aumento do IPTU na Câmara Municipal.
Padilha: escândalo polariza eleição
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse ontem que o mensalão do DEM, exibido em imagens que mostram deputados distritais recebendo dinheiro e colocando-o até em meias, reforçará o caráter plebiscitário da eleição presidencial do ano que vem. O raciocínio desenvolvido por alguns petistas no Congresso é que, a partir do momento em que os principais partidos — PT, PSDB e DEM — têm problemas semelhantes no trato do dinheiro público, o eleitor poderá se fixar no debate sobre o melhor governo.
Manifestantes invadem e depredam Câmara
Manifestantes que pedem o impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), invadiram ontem o plenário da Câmara Legislativa. Carregando um caixão, cerca de 150 estudantes, sindicalistas e dirigentes de partidos de oposição forçaram a entrada, passaram pelos seguranças e tomaram conta do plenário, onde não havia deputados. A ocupação ocorreu às 15h. No tumulto, um segurança ficou ferido e foi levado de ambulância.
Em 2006, Linknet doou R$ 2 milhões para candidatos
Dono de um contrato de R$ 223 milhões com o governo do Distrito Federal, o proprietário da empresa Linknet Tecnologia e Telecomunicações, Gilberto Lucena, investiu oficialmente mais de R$ 2 milhões, em 2006, nas campanhas de políticos do DF e de Goiás.
Em um vídeo gravado pelo exsecretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, Lucena reclama que o governador José Roberto Arruda (DEM) estava exigindo um alto valor de propina de sua empresa.
Além de supostamente alimentar o esquema de caixa dois no DF, Lucena fez doações legais, contabilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que totalizaram R$ 2.011.922,14 em 2006. Arruda não está entre os beneficiados. Lucena doou, por exemplo, R$ 400 mil para o candidato do PP ao governo de Goiás, Alcides Rodrigues, e R$ 600 mil para a tucana Maria de Lourdes Abadia, derrotada por Arruda. A Linknet doou ainda pouco mais de R$ 58 mil para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), um dos mais enfáticos defensores da expulsão sumária de Arruda do partido. Demóstenes confirmou que recebeu a doação da Linknet durante sua campanha ao governo de Goiás em 2006. E admitiu conhecer Lucena: — Não há nada de irregular. A doação foi legal e está registrada em minha prestação de contas.
Empresas têm negócios com o governo do Rio
Acusadas de pagar propina para vencer concorrência pública no governo do Distrito Federal, as empresas Linknet Tecnologia e Adler Empreendimentos realizaram negócios com órgãos públicos no Rio. Dados do Sistema de Acompanhamento Financeiro do Estado (Siafem) mostram que o governo do estado assinou contratos no valor de R$ 30 milhões com a Linknet para o desenvolvimento de sistemas de informática. Este ano, um dos contratos, o 387/08, foi aditivado em R$ 5 milhões e, esta semana, uma comissão foi criada pelo governo para acompanhar os serviços.
Para Temer, denúncia é acusação de ‘gente vil’
O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), disse ontem estar indignado com a denúncia de que seu nome aparece em documento da construtora Camargo Corrêa, que seria uma planilha paralela de gastos na qual o parlamentar é citado ao lado de valores.
O documento faria parte do material recolhido pela Polícia Federal na Operação Castelo de Areia. Irritado, Temer disse que se trata de uma acusação de “gente vil” e que recebeu doações dentro da lei na última campanha.
Fundadores da Renascer condenados por evasão
O juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6aVara Criminal Federal de São Paulo, condenou ontem o casal Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho, fundadores da Igreja Renascer em Cristo, a quatro anos de reclusão pelo crime de evasão de divisas. Em janeiro de 2007, o casal tentou entrar nos Estados Unidos com US$ 56,4 mil não declarados à alfândega americana. A sentença do juiz brasileiro, no entanto, substitui a reclusão pela pena de prestação de serviços a entidades filantrópicas e por outra pena restritiva de direito. Os réus podem recorrer em liberdade da sentença.
Folha de S. Paulo
Lula agora vê caso “deplorável’; PT pede impeachment no DF
Com alguns de seus principais líderes como réus na ação do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o PT ingressou ontem com pedido de impeachment contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e seu vice, Paulo Octávio, por conta do chamado mensalão do DEM. A ofensiva do PT-DF coincidiu com uma mudança de tom do presidente Lula, que, um dia depois de ter dito que as imagens de Arruda e aliados pegando dinheiro no DF “não falavam por si”, classificou ontem o escândalo como “deplorável”. A denúncia é assinada pelo presidente do PT-DF, Chico Vigilante, que integra a corrente interna petista CNB (Construindo um Novo Brasil), a mesma de Lula e de vários réus do mensalão, entre eles o ex-ministro José Dirceu.
Caso de Arruda é “abacaxizinho de Natal”, diz relator
Relator do processo disciplinar de expulsão do governador José Roberto Arruda do DEM, o ex-deputado federal José Thomaz Nonô (DEM-AL) classificou a sua nomeação como um “abacaxizinho”. “Era melhor um pernil, mas enviaram esse abacaxizinho de Natal.” Ele afirmou, no entanto, que aceitou a função pensando nos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL). “Aqui [em Alagoas] enfrento pessoas como o Collor e o Renan, por isso não seria uma postura correta não aceitar esse desafio”, disse Nonô.
No 1º mandato, petista assume Câmara do DF
Empossado como presidente interino da Câmara Legislativa do DF, o deputado Sidney da Silva Patrício, o Cabo Patrício (PT), 43, está em seu primeiro mandato. Ele já foi líder da bancada petista na Câmara. Nascido na cidade-satélite do Gama, Cabo Patrício é fundador e atual presidente da Associação dos Policiais e dos Bombeiros Militares do Distrito Federal. Também preside a Associação Nacional dos Praças. Como cabo da PM e filiado ao PT há 16 anos, liderou greves e reivindicações da categoria. Em 2000, foi preso acusado de usar farda enquanto comandava uma assembleia realizada na praça do Relógio, em Taguatinga.
Invasão e tumulto adiam pedido de CPI na Câmara
Cerca de 200 manifestantes invadiram por duas vezes o plenário da Câmara Legislativa do DF para pedir a saída do governador José Roberto Arruda e do vice Paulo Octávio por conta do mensalão do DEM. Houve quebra-quebra e confusão, o que atrasou a leitura dos seis pedidos de impeachment contra ambos. O grupo -formado por sindicalistas, estudantes e integrantes de movimentos sociais- saiu do local para início da sessão, mas voltou após a leitura dos processos. A confusão começou perto das 15h, quando um pequeno grupo passou à força pela portaria principal com um caixão representando a “morte política” de Arruda. Uma porta de vidro e um detector de metais foram destruídos.
Empresas doaram R$ 5,6 mi a campanhas
As principais empresas citadas no inquérito que investiga o “mensalão do DEM” doaram oficialmente, desde 2002, R$ 5,6 milhões a candidatos de quase todos os partidos. O financiamento das campanhas não se resume ao Distrito Federal, palco do atual escândalo. Atinge comitês nacionais de campanha, como o do presidente Lula, que recebeu R$ 100 mil da TBA Holding em 2002. A empresa aparece na investigação da Polícia Federal como fonte da suposta propina de R$ 50 mil entregue ao governador José Roberto Arruda (DEM-DF), que nega irregularidade, afirmando que a quantia seria usada na distribuição de panetones a crianças pobres do DF.
Arruda injetou R$ 24 mi em firma de aliado
O governo de José Roberto Arruda (DEM-DF) injetou sem licitação ao menos R$ 24 milhões numa empresa de segurança ligada ao presidente licenciado da Câmara Legislativa do DF, Leonardo Prudente (DEM), que aparece em vídeo colocando notas de dinheiro na meia. Desde 2007, a G6 Sistema de Segurança Integrada recebeu do governo R$ 60 milhões em contratos com o Detran e a Secretaria da Educação do DF para fazer vigilância armada e desarmada. Além de receber o mensalão, Prudente exigiu de Arruda, em troca de apoio na Câmara, a contratação da G6, afirmou Durval Barbosa, o ex-secretário de Relações Institucionais do DF.
Elite do PMDB é citada em novo vídeo
Integrantes da cúpula do PMDB são citados como beneficiários do mensalão do DEM em diálogo gravado por Durval Barbosa, o colaborador da PF na Operação Caixa de Pandora, com o empresário Alcyr Collaço, flagrado em vídeo colocando dinheiro na cueca. A Folha teve acesso ao vídeo no qual Collaço fala sobre uma suposta propina paga a caciques peemedebistas na Câmara: o presidente da Casa, Michel Temer (SP), o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e os deputados federais Eduardo Cunha (RJ) e Tadeu Filippelli (DF).
DF ignorou alerta e copiou contrato de SP
Envolvida no escândalo de suposto pagamento de propinas do governo do Distrito Federal, a empresa Uni Repro Serviços Tecnológicos é um elo incômodo entre Brasília e São Paulo num momento de tensão e crise do DEM. Contratos da empresa com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal -sob investigação da Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora, que envolveu o governador José Roberto Arruda e seus principais aliados políticos- foram feitos a partir de uma “carona” em licitação realizada em São Paulo. A Secretaria de Saúde do DF, comandada pelo PPS, contrariou orientação do órgão de controle interno do próprio governo ao contratar a Uni Repro pelo método utilizado.
Para Kassab, crise não afeta seu governo
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse ontem que não teme que as investigações envolvendo o governo do Distrito Federal resvalem em sua gestão, que mantém contratos com empresas apontadas como fonte de parte do mensalão pago a deputados distritais.
“É caso de polícia. A prefeitura sempre esteve aberta e propensa a colaborar com todas as ações do Ministério Público ou qualquer outro órgão […] Qualquer contratação feita na cidade de SP é com muita transparência. Estamos prontos a colaborar para que fique claro que é um governo transparente”, disse o prefeito.
Temer nega ter recebido doação ilegal
O presidente da Câmara, deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), classificou ontem de uma “infâmia sem tamanho, feita por gente vil, que se utiliza das pessoas para chamuscar o nome dos outros”, a informação de que seu nome aparece em uma lista de políticos beneficiados por doações supostamente ilegais da empreiteira Camargo Corrêa.
A construtora está sendo investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal por supostos crimes financeiros e pagamento de propina a políticos. A empresa nega as acusações e reclama da falta de acesso à documentação.
Correio Braziliense
Durval acusado de desviar R$ 432 mi
O homem por trás dos grampos ilegais e dos contratos sem licitação nos dois mandatos do último governo de Joaquim Roriz (PSC) responde a mais de 30 processos cujos valores das causas são de proporções milionárias. Juntas, as ações abertas contra Durval Barbosa no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), além daquelas movidas pela Corregedoria-Geral do DF, reclamam uma quantia de quase meio bilhão de reais. O valor refere-se à estimativa dos órgãos de controle para as movimentações supostamente ilegais. De acordo com as denúncias, apuradas desde 2000, pelo menos R$ 432 milhões teriam sido desviados a partir de cargos estratégicos assumidos por Durval no Governo do Distrito Federal (GDF). Ele foi presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) de 1999 a 2006, durante os dois governos Roriz.
Ocupação da Câmara
Nem mesmo os manifestantes previam o desfecho do protesto marcado para as 14h, em frente à sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Representantes de diversas entidades sindicais e de partidos, além de estudantes, bradavam contra o suposto esquema de propinas no governo de José Roberto Arruda (DEM). A manifestação era bem-humorada, com direito a dinheiro nas meias e, claro, muito panetone. Às 14h45, no entanto, o ânimo mudou. Com um caixão nas mãos, eles resolveram invadir o prédio. Os cinco vigilantes da portaria não conseguiram conter a multidão. Houve confronto e um funcionário da Polícia Legislativa ficou ferido. Até o fechamento desta edição, o plenário continuava ocupado por 74 manifestantes, que prometem dormir na Câmara até Arruda deixar o governo.
Caciques falam em expulsão
Aexpulsão do governador José Roberto Arruda de seu partido, o Democratas, é dada como certa pelos líderes da legenda em Brasília. Pressionados pela opinião pública, desde ontem parlamentares da sigla engrossaram o discurso. Nos bastidores, dizem que o prazo de oito dias dado ao chefe do Executivo no DF para apresentação de defesa foi o cumprimento de uma formalidade — “uma satisfação” ao único governante eleito pelo DEM em 2006 — e que não há condições de manter o homem apontado como pivô de um suposto esquema de distribuição de propina entre os filiados.
Planilha relaciona Temer a empreiteira
O nome do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), estava em um suposto arquivo sigiloso da Construtora Camargo Corrêa, apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Castelo de Areia(1), realizada em março deste ano. O parlamentar teria recebido variadas quantias de dinheiro entre outubro de 1996 e dezembro de 1998, que totalizaram US$ 345 mil. Na planilha, aparecem nomes de outros políticos e de partidos, mas não há nada que indica que sejam de doações ilegais de campanha. Ontem, Temer refutou as acusações de que recebera dinheiro da empresa, qualificando o fato como uma “infâmia”. Na planilha apreendida na casa de Pietro Bianchi, um executivo da construtora, o nome de Temer começa a aparecer em 9 de outubro de 1996 e vai até dezembro, o nome do presidente da Câmara aparece por três vezes associado a determinados valores.
Duas cabeças, uma sentença
A imparcialidade da Justiça é o principal argumento de senadores para incluir na reforma do Código de Processo Penal a inusitada figura do “juiz das garantias”. A proposta — considerada utópica por especialistas — é uma das principais mudanças do atual texto, de 1941. A ideia é que haja dois magistrados nos processos: um responsável pela investigação policial e o outro, pela sentença. Principal alvo das críticas, a magistratura é contra. “O modelo atual não contamina o magistrado, não tira a imparcialidade dele”, diz o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares Pires.
Recesso sufoca os reajustes
Depois de passar alguns sustos com as ameaças do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), de colocar em votação a proposta (1)que vincula os reajustes dos aposentados ao percentual concedido ao salário mínimo, o governo já respira aliviado e concentra esforços nas articulações para aprovar o Orçamento e os projetos referentes ao pré-sal antes do recesso. A oposição até tentou mudar o cenário e obstruiu a pauta. Nem mesmo os interessados na proposta dos aposentados, porém, acreditam que alguma coisa caminhe este ano. “Vi pela televisão que as votações na Câmara estão difíceis e o tempo é curto. Vamos esperar o projeto ser pautado para retomar as manifestações”, comenta o presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap), Warley Martins.
Mais rico e mais impopular
Ao aumentar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) da maior cidade do país, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) teve de rasgar uma das maiores bandeiras de seu partido, a da luta contra a pesada carga tributária que massacra o cidadão e afeta, principalmente, o orçamento dos mais carentes. Kassab enviou para a Câmara Municipal um projeto que previa reajuste de até 40% no IPTU, sendo que os mais afetados seriam os moradores de bairros periféricos. Sob pressão política, recuou e conseguiu aprovar um aumento de até 30% para os imóveis residenciais e de 45% para os não residenciais.
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