Folha de S. Paulo
Aprovação de Dilma tem a 1ª queda, de oito pontos, e vai a 57%
A popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu pela primeira vez desde o início de seu mandato, há dois anos. Pesquisa Datafolha realizada quinta e sexta-feira mostra que 57% da população avalia seu governo como bom ou ótimo. São oito pontos a menos que no levantamento anterior, feito em março.
A presidente perdeu popularidade entre homens e mulheres, em todas as regiões do país, em todas as faixas de renda, idade e escolaridade, segundo o Datafolha.
As maiores oscilações foram verificadas entre brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos (queda de 24 pontos), entre os que têm ensino superior (16 pontos), moradores da região Sul (13 pontos) e pessoas que têm entre 25 e 34 anos (13 pontos).
Os números do Datafolha indicam que a deterioração da imagem de Dilma é um reflexo do aumento do pessimismo dos brasileiros com a situação econômica do país e mostram que a população está mais preocupada com a inflação e o desemprego. Ainda que apenas 11% avaliem a atuação de Dilma como ruim ou péssima na economia, todos os indicadores de expectativa pioraram.
Com 51%, Dilma continua favorita na corrida eleitoral
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Apesar da queda de popularidade, a presidente Dilma Rousseff continua sendo a favorita para vencer a eleição presidencial do ano que vem. No cenário mais provável da disputa, Dilma teria 51% das intenções totais de voto, segundo pesquisa Datafolha finalizada sexta-feira com 3.758 entrevistas.
São sete pontos a menos que o verificado no levantamento anterior, de março. Mas ainda assim é o suficiente para liquidar a eleição já no primeiro turno. Em segundo lugar, com os mesmos 16% da última pesquisa, aparece a ex-senadora Marina Silva, atualmente engajada na criação de um novo partido político, a Rede Sustentabilidade.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi o único que subiu em relação ao levantamento de março. Ele tem agora 14% das intenções de voto, quatro pontos a mais que na pesquisa anterior.
Congresso prepara armadilhas a Dilma
Depois de semanas colecionando más notícias na articulação política e no desempenho da economia, Dilma Rousseff se prepara para enfrentar o que chama de “cilada” no Congresso Nacional.
Trata-se do projeto que permite derrubar, com facilidade, vetos presidenciais e da proposta que obriga o Tesouro Nacional a liberar R$ 10 milhões a R$ 15 milhões por ano a cada parlamentar. O “Orçamento impositivo” tira do Executivo a prerrogativa de barrar liberações de recursos e de definir para qual congressista a verba é destinada por meio de emendas parlamentares.
Pai de oito filhos, índio baleado pode ficar paraplégico
Baleado nas costas na terça-feira, o índio terena Josiel Gabriel Alves, 34, corre o risco de ficar paraplégico e continua internado na Santa Casa de Campo Grande. Ontem, sua família decidiu aceitar a oferta do governo federal para transferi-lo a Brasília.
“O médico disse que a chance é muito pouca de ele andar”, explica o pai, o trabalhador braçal Saturnino Gabriel, 59, um dos familiares que se revezam na vigília diante do hospital –eles dormem sob a marquise da entrada.
Fazendeira vira antropóloga e faz laudos contra índios
Roseli Ruiz tem diploma de antropóloga e faz perícias em terras em litígio. Sua filha, Luana, dirige a ONG Recovê –“conviver”, em guarani. Mas ambas estão entre os mais ferrenhos defensores dos proprietários rurais de Mato Grosso do Sul na disputa de terras com indígenas.
“Fui invadida em 1998 e, no ano seguinte, fui fazer direito para entender esse desmando. No decorrer do curso detectei que o que estava fundamentando não era a legislação, e sim um relatório antropológico”, explica Roseli, que fez uma pós-graduação na Universidade Sagrado Coração, em Bauru (SP).
MS responde por 57% dos índios mortos em todo o país
Maior foco de tensão entre fazendeiros e indígenas hoje no país, Mato Grosso do Sul concentra mais da metade (57%) dos assassinatos de índios em todo o Brasil.
Balanço do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), órgão de defesa dos índios ligado à Igreja Católica, mostra que 319 dos 564 casos registrados na última década no Brasil ocorreram no Estado.
Desde 2005, o número de mortes em MS é maior que no restante do Brasil. O Estado tem a segunda maior população indígena do país (77.025).
Ruralistas querem R$ 1 bilhão para desocupar as áreas
Índios e fazendeiros de Mato Grosso do Sul concordam num ponto: a paz no Estado tem preço, a ser pago pelos governos federal e estadual. No Estado onde ao menos 320 índios foram mortos nos últimos dez anos, ruralistas calcularam o valor para deixar as áreas: R$ 1 bilhão por 72 mil hectares em 65 fazendas –área equivalente à metade da cidade de São Paulo.
Grupo JBS anuncia amanhã compra da marca Seara
A JBS, maior empresa de proteína animal do mundo, deve anunciar amanhã a compra da Seara, divisão de aves, suínos e de produtos processados do grupo Marfrig, segundo a Folha apurou com fontes do setor.
O valor ainda não foi definido. Além da Seara, o negócio pode incluir a unidade de couro da Marfrig. Procuradas, as empresas não se manifestaram.
Barulho no Tribunal
Antes de tomar posse como presidente do Tribunal de Justiça, em janeiro de 2012, o desembargador Ivan Sartori tinha dois apelidos que tentavam capturar seu estilo: “bolha assassina”, por se imiscuir em áreas em que não entendia nada, e “menino maluquinho”, pela sem-cerimônia com que tratava desembargadores mais velhos.
“Tinha um problema na construção, eu ia dar uma olhada. Tinha problema no patrimônio, eu ia ver. Me chamavam de bolha assassina”, contou à Folha, com voz tonitruante e gestos largos.
PSDB teme que Afif explore violência em SP
A principal preocupação no Palácio dos Bandeirantes em relação ao período em que o ministro e vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD) assumirá a chefia do Executivo paulista é com a possibilidade de ele promover compromissos públicos ligados à área da segurança, tema sensível à administração Geraldo Alckmin (PSDB).
O tucano embarca hoje à noite para a França para representar a candidatura da capital paulista a cidade-sede da Expo 2020. Amparado por um parecer da Advocacia-Geral da União, Afif comandará o Estado em sua ausência até a próxima quarta.
Marcha da Maconha ocupa vias e reúne ao menos mil pessoas
Cerca de 1.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram da Marcha da Maconha em São Paulo, que partiu na tarde de ontem da av. Paulista em direção à praça da República, ocupando faixas das vias pelo percurso.
Segundo os organizadores, a caminhada chegou a reunir em torno de 10 mil pessoas. Apesar do clima de festa no ato a favor da legalização da droga (que seria encerrado à noite com shows), houve confusão entre alguns manifestantes e policiais militares.
Homem é queimado em SP após afirmar que só tinha R$ 100
Um analista financeiro de 41 anos teve seu corpo queimado na cidade de São Paulo após dizer a dois assaltantes que tinha apenas R$ 100. Segundo a polícia, Marcelo Gonçalves da Silva contou ter sido abordado às 21h30 de anteontem em uma rua paralela à av. Engenheiro Luiz Carlos Berrini, na zona sul.
Disse ter sido mantido refém em seu Mitsubishi Pajero TR4. Os ladrões jogaram um líquido inflamável na roupa e, com um isqueiro, atearam fogo nele –que pulou do carro em movimento.
Empresas aceitaram vigilância dos EUA
As maiores companhias de internet reagiram mal quando autoridades do governo dos Estados Unidos foram ao Vale do Silício, na Califórnia, lhes cobrar meios facilitados para acessar dados de usuários, como parte de um programa de monitoramento. No fim, porém, a maioria cooperou ao menos um pouco com a Casa Branca.
Dentre as grandes empresas, o Twitter se recusou a colaborar, mas outras foram mais receptivas. De acordo com participantes dessas negociações, a lista das que aceitaram conversar inclui Google, Microsoft, Yahoo, Facebook, AOL, Apple e Paltalk. Elas foram legalmente requisitadas a compartilhar seus dados com base na Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa, em inglês).
O Globo
Família S/A: políticos empregam parentes até em partidos
Se fosse possível resumir em uma mesma denominação todas as siglas partidárias em atividade atualmente no país, talvez um bom nome fosse Partido da Família S/A. De Norte a Sul do país, os partidos políticos brasileiros de todos os tamanhos são dominados por grupos familiares que, em muitos casos, são bem remunerados para comandar essas legendas e fazer todo tipo de negociação – da política a arranjos financeiros. Levantamento realizado pelo GLOBO nos 30 partidos registrados oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encontrou pelo menos 150 parentes em cargos de direção nas legendas.
São cônjuges, irmãos, pais, tios, primos que ocupam os principais postos de comando, como presidentes, vice-presidentes, secretários-gerais e tesoureiros. E muitos deles fazem dos partidos sua principal fonte de sustento, tornando-se políticos profissionais. Nos partidos menores, com pagamento em dinheiro público do Fundo Partidário, clãs familiares tornam-se os verdadeiros donos das siglas, dominando-as por mais de 20 anos.
Políticos usam parentes para levar influência a várias legendas
Melhor do que mandar em um partido político é mandar em dois ou mais. Pode parecer contraditório, uma vez que o que se espera de uma agremiação política é a disputa pelo poder com outras siglas. Mas, no Brasil, os caciques políticos mandam em sua aldeia e exercem influência também sobre a tribo vizinha. De preferência, administrada por um parente bem próximo.
A extensão do poder por outras legendas tem uma explicação simples: ao dominar mais de um partido, a família passa a ter mais influência na hora da formação das alianças eleitorais em seus estados, negociando com quem quiser o tempo de TV. Além disso, o clã engorda a própria renda, e as chances de uma família de políticos ocupar espaço em governos aumentam consideravelmente.
No Ceará, irmãos Gomes dominam PSB local
Desde que deixou a cadeira na Câmara dos Deputados, no início de 2011, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes tem outro emprego: presta assessoria política para o PSB do Ceará, cujo presidente é seu irmão, o governador Cid Gomes. Pela função, é muito bem pago: R$ 26,7 mil brutos por mês, o mesmo que um deputado federal. Atualmente, ele não é mais integrante da direção estadual da legenda, de acordo com dados do no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PSB do Ceará também já teve na sua executiva outro dos irmãos Gomes: o deputado estadual Ivo Ferreira Gomes, que foi secretário de governo de Cid.
A fada madrinha de Marina Silva
Reservada, fala pausada, estatura alta (1,76 metro) e elegante, Maria Alice Setubal também é conhecida por Neca, de “boneca”. O apelido foi dado pelo pai, o falecido dono do Banco Itaú, Olavo Setubal, encantado pela única filha mulher, nascida em 1951, a segunda de outros seis, todos homens. Maria Alice não nega suas origens de herdeira – a fortuna da família é avaliada em mais de R$ 5 bilhões -, mas procura ir além disso. Dirige uma fundação, a Tide Setubal, e fundou o Centro de Pesquisa para Educação e Cultura (Cenpec), entidade de referência no setor. Doutora em Psicologia da Educação pela PUC de São Paulo, ela também administra, ao lado do marido, um hotel-fazenda no interior paulista chamado Capoava (diárias a partir de R$ 1 mil). Atualmente, tem se dedicado a ajudar a ex-senadora Marina Silva a construir seu novo partido: a Rede Sustentabilidade.
Mercadante aumenta cacife junto a Dilma
Em dezembro do ano passado, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, acompanhava a presidente Dilma Rousseff em uma exposição do pintor americano Edward Hopper, no museu Grand Palais, em Paris, em uma saída da comitiva presidencial para um passeio fora da agenda oficial. Todos contemplavam a pintura “Nighthawks”, quando Mercadante escapou para pedir informações a uma funcionária do museu e voltou dando uma aula completa para a presidente sobre a obra.
Ministro vira negociador preferencial do PMDB
O ministro Aloizio Mercadante, que historicamente não era bem visto entre os peemedebistas, acabou virando a melhor alternativa de acesso ao Planalto, diante da pouca habilidade política de Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti. Integrantes da cúpula do PMDB dizem hoje, reservadamente, que é melhor negociar com Mercadante do que com a ministra da Casa Civil. O ministro, que foi deputado e senador, tem conversado com o vice-presidente Michel Temer e com os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Assembleia de Alagoas dá calote em servidores
Campeão de analfabetismo e com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, Alagoas tem um dos Legislativos mais caros do país. Apesar disso, os deputados estaduais reajustaram em 2012 o próprio salário em 108% para R$ 20 mil, valor pago sem atrasos. Os servidores da Casa não podem dizer o mesmo. A Assembleia Legislativa alagoana é acusada de não pagar há mais de dez anos férias aos funcionários concursados. Depois de acordos de pagamento não cumpridos, o calote virou no início deste ano assunto da Justiça. Só com um grupo de 46 servidores a dívida é estimada em R$ 18 milhões, e uma liminar pede o bloqueio das contas do parlamento para quitar os débitos.
Direção dribla Lei de Acesso ao divulgar salários
O Portal da Transparência dos gastos públicos da Assembleia Legislativa de Alagoas na internet é um drible à Lei de Acesso à Informação. Não existe prestação de contas sobre despesas, e a relação de salários divulgada não tem o nome dos funcionários. Enquanto isso, apesar de um veto do governo estadual, os deputados reajustaram, no fim de 2012, os próprios subsídios em 108%, de R$ 9.600 para R$ 20 mil.
Fraude volta a vitimar famílias no programa Minha Casa Minha Vida
Famílias pobres de pequenas cidades do Pará viram o sonho de receber a escritura da casa própria adiado. Foram cadastradas no programa Minha Casa Minha Vida, mas não receberam as moradias prometidas. A empreiteira responsável pela construção fica há centenas de quilômetros. Numa casa em uma favela na periferia de Brasília está registrada a sede da Madeireira Construtora Incorporadora Castor. Ela teria de tocar as obras que, segundo os próprios gestores, não foram concluídas.
Mensalão: aberto mais um processo contra Dirceu
A Justiça Federal em Brasília abriu o primeiro processo de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu por conta do escândalo do mensalão. A ação, proposta pelo Ministério Público Federal em 2007, tem como objetivo recuperar valores desviados para favorecer parlamentares durante o governo Lula. Além de Dirceu, outras 20 pessoas são acusadas na denúncia do MP, entre elas, o deputado federal e ex-presidente do PT José Genoino (SP) e o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.
Datafolha: aprovação a Dilma tem a maior queda
Pesquisa do instituto Datafolha divulgada ontem pelo site do jornal “Folha de S. Paulo” informa que a popularidade da presidente Dilma Rousseff caiu oito pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, realizado em março. É a maior queda desde o início do mandato de Dilma, há dois anos. Anteriormente, só tinha ocorrido, em agosto de 2012, uma pequena redução de dois pontos percentuais, dentro da margem de erro da pesquisa.
Herança indesejada de R$ 50 bi
Os incentivos dados pelo governo da presidente Dilma Rousseff para turbinar a economia – ainda sem muito efeito – vão custar caro para o próximo governo. As sucessivas desonerações e repasses para o BNDES têm impacto sobre as arrecadação para além de 2014 e, segundo especialistas, quando combinados com despesas elevadas, podem se transformar numa herança indesejada. Cálculos feitos pelo GLOBO, com base nas principais renúncias fiscais e nos custos com o BNDES, mostram que o novo governo deixará de contar com cerca de R$ 50 bilhões em seu primeiro ano. Assim, a piora nas contas públicas, um dos motivos citados pela agência de classificação de riscos S&P para pôr a avaliação do Brasil em perspectiva negativa, tende a se acentuar.
Os sobreviventes de uma guerra
Em cinco anos, o número de acidentes com vítimas no Rio aumentou 62%. Vinte ruas concentram quase a metade das colisões e atropelamentos. O primeiro sinal de que algo mais grave havia acontecido veio em segundos. Estirado sobre a calçada, André tenta se levantar, mas não sente as mãos. Instintivamente, procura movimentar as pernas. Elas não respondem. O sentimento de impotência se mistura à ausência de dores. Ele pensa que todo o corpo abaixo do pescoço fora decepado. Impaciente, grita pelo amigo, que levava na garupa da moto, e pede que aperte suas pernas, seus braços, suas mãos. Quer ter certeza de que eles estão ali. Eles estavam, mas não atendiam mais a qualquer comando do cérebro. Diagnóstico: lesão da medula. Efeito: perda parcial dos movimentos dos membros superiores e inferiores.
Conflito indígena: lentidão para julgar ocupações
Cenário de seguidos conflitos de terra, a região de Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, há anos arrasta, sem solução, um problema que coloca em lados opostos índios e fazendeiros. Muitas vezes, os casos de ocupação de fazendas não terminam em reintegração de posse. Há exemplos de propriedades ocupadas há mais de uma década. Com processos que se estendem há anos na Justiça, algumas dessas áreas já se transformaram em aldeias, apesar de os índios não terem a posse definitiva do terreno.
Madeiras da Amazônia: exportações sem chancela legal
Preservar a biodiversidade da Amazônia é tema constante nas discussões sobre meio ambiente, mas produtos da área de floresta inundam o mercado consumidor brasileiro e recheiam a pauta de exportações do país sem que se tenha certeza da legalidade da extração. O Brasil é o segundo maior produtor de toras do mundo e o primeiro de madeira serrada. Com um mercado interno gigantesco, as exportações representam no máximo 20% da produção.
Mesmo assim, as vendas externas são consideráveis. Em 2012, os nove estados da Amazônia Legal exportaram cerca de US$ 625 milhões em diversos tipos de madeira ou produtos feitos a partir dela. Espécies nobres, como ipê, cedro, cerejeira, imbuia ou outras descritas apenas como “madeiras tropicais” são exportadas por estados como Acre, Rondônia e Mato Grosso.
De cara nova: Harlem, o bairro da moda em NY
Com novos moradores de classe média (muitos deles brancos), empreendimentos comerciais e restaurantes, o Harlem deixou para trás a fama de perigoso e virou região cobiçada.
O Estado de S. Paulo
‘Alckmin politiza a questão da segurança’, diz Cardozo
Depois de passar uma semana às voltas com invasões de índios em Mato Grosso do Sul, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mexeu em outro vespeiro. Cansado de ser responsabilizado pelo aumento da violência em São Paulo, Cardozo disse que o governador Geraldo Alckmin está “politizando” a segurança pública, de olho na eleição do ano que vem.
“Infelizmente eu acho que é isso, que ele está politizando”, afirmou o ministro ao Estado. Ao garantir que o programa federal de policiamento das fronteiras tem dado resultados positivos, Cardozo apontou o dedo para Alckmin e falou em “hipocrisia” na política. “Vamos deixar a disputa para o palanque”, reagiu. “Querer atribuir a subida da violência a algo que está melhorando é querer se isentar de um problema sobre o qual poderíamos pensar em conjunto, sem politizar nem jogar a responsabilidade para o outro.”
Com discurso de candidato, o ministro do PT negou que pretenda enfrentar o tucano Alckmin nas urnas, em 2014, mas foi enfático ao dizer que a população de São Paulo precisa de pessoas “à altura” de seus desafios, “Já passou o tempo do quanto pior, melhor”, resumiu. Para Cardozo, só com “varinha de condão” seria possível resolver todos os problemas do ministério.
Aécio inicia ‘caçada’ na coalizão de Dilma
A insatisfação de partidos da base aliada com o governo da presidente Dilma Rousseff levou o PSDB a sair à caça dê legendas aliadas ao Palácio do Planalto com o objetivo de montar palanques para a provável candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência da República em 2014.
Nas últimas semanas, os tucanos, entre os quais Aécio, intensificaram as conversas com “aliados” de Dilma, cortejando parlamentares, presidentes de partidos e governadores. O alvo são siglas como PMDB, PP, PTB, PSD e PDT, que têm em comum a afinidade com o governo do PT e com administrações tucanas pelo País.
Sem emendas e sem cargos, deputados do PSD ameaçam sair
Fruto de insatisfações de parlamentares com seus partidos, o PSD corre o risco de ser vítima do mesmo processo que viabilizou sua criação. Sem emendas liberadas e sem espaço no governo, deputados da legenda questionam promessas feitas há dois anos, na ocasião da fundação, por líderes da legenda presidida pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
Integrantes do próprio PSD estimam que 10 a 20 dos 51 deputados fundadores deixem o partido até o fim de setembro, quando encerra o prazo de filiação para as próximas eleições. O líder na Câmara, Eduardo Sciarra (PR), admite dissidências, mas acredita que outros deputados irão para o PSD.
Para Mantega, nota de risco do País vai melhorar
Um dia depois de a agência de classificação de risco Standard & Poors ter anunciado que pode rebaixar a nota do Brasil, o ministro da Fazenda, Guído Mantega, sustenta o discurso otimista de sempre. “Se depender do desempenho da economia brasileira, a S&P terá de mudar o viés da nota para alta”, disse, na sexta-feira.
Mantega diz que em abril e maio a economia ganhou velocidade e a inflação começou a cair. Ele defendeu ainda a política fiscal do governo, em resposta às críticas do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, conselheiro da presidente Dilma Rousseff. Delfim disse que o mercado acha que há uma “esculhambação” nas contas públicas e recomendou austeridade ao governo “para recuperar credibilidade”. Em sua crítica, Delfin vocalizou uma queixa que vem sendo feita privadamente entre empresários e economistas. “Temos uma política fiscal sólida”, diz Mantega.
EUA não analisam dados que coletam
Em sua justificativa para o que potencialmente representa uma invasão maciça na vida privada de bilhões de usuários da internet em todo o mundo, o presidente Barack Obama aíirmou, na sexta-feira: “Não se pode ter 100% de privacidade e 100% de segurança”.
Parece lógico, mas o que especialistas em defesa observam é que os americanos estão longe de ter “100% de segurança” no que se refere às ameaças terroristas, em troca da sensação geral de perda de privacidade.
Orgulho que virou decepção
Uma em cada dez brasileiras contaminadas por HIV, o vírus causador da aids, é prostituta. Desde o início da epidemia no País, o grupo apresenta uma alta taxa de prevalência da doença: cerca de oito vezes maior do que entre a população em geral.
Embora seja apenas uma estimativa, os números demonstram as razões da preocupação de especialistas com o impacto da proibição feita na semana passada pelo Ministério da Saúde de campanhas de prevenção com linguagem que vai além do “use preservativo”.
“Prevenção é muito mais do que isso”, diz a diretora da Coordenação do Programa Estadual de DST/Aids, Maria Clara Gianna. E ela já avisa: materiais voltados para população específica, com linguagem própria e procurando ressaltar a autoestima, vão continuar. “Esse sempre foi o modelo usado no País. Ele é bem sucedido e não há razões para querer alterá-lo”, diz.
Fazendeiros vivem há 12 anos em clima de tensão
O desespero e a revolta tomaram conta de produtores rurais do município de Sidrolândia (MS) nos últimos dias. Em meio à indecisão do governo federal e do Judiciário em resolver a posse de 17,3 mil hectares que os terenas reivindicam, pelo menos 12 proprietários e arrendatários vivem aos sobressaltos, Terenas, amparados pela Funai e pelo Ministério Público Federal, conforme determina a Constituição, ocupam áreas, expulsam moradores, queimam sedes e seqüestram equipamentos depois que a desocupação judicial terminou em tragédia no dia 30, com a moite do índio Oziel Gabriel.
Pesquisa aponta queda de 8 pontos na aprovação de Dilma
Pela primeira vez, desde o início de seu mandato, há dois anos, caiu a popularidade da presidente Dilma Rousseff. O porcentual de brasileiros que avaliam seu governo como ótimo e bom passou de 65% no mês de março para 57% neste mês, segundo pesquisa realizada na quinta e sexta-feira pelo Datafolha.
Dirceu sofre 1° processo por improbidade
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu sofreu mais um revés. Depois de seis anos, a Justiça Federal em Brasília abriu o primeiro processo de improbidade administrativa contra ele. A peça inclui mais outros 20 réus do mensalão.
Terra Terena, sonho que vem do Império
Na última quinta-feira, o índio terena Jabez Gabriel, de 41 anos, voltou ao local no qual, uma semana antes, perdera o irmão Oziel Gabriel, baleado durante ação da polícia que cumpria despejo na Fazenda Buriti, a cerca de25 quilômetros de Sidrolândia (MS). Professor de português, fala mansa, mas firme, Jabez estava a 200 metros do local onde Oziel foi baleado.
Correio Braziliense
Filho de general que chefiou DOI-Codi é diretor da Abin
O atual diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ronaldo Martins Belham, com acesso direto, pela natureza do cargo que ocupa, a informações que ainda não vieram à tona sobre desaparecidos políticos da ditadura, é filho do general da reserva José Antônio Nogueira Belham. O militar era o chefe do DOI-Codi do Rio de Janeiro na época em que ex-deputado-federal Rubens Paiva foi assassinado, em 1971, após ser preso e levado para o departamento. Ao saber da informação por meio do Correio, o filho de Rubens Paiva, o escritor Marcelo Rubens Paiva, afirmou que a relação de parentesco entre o número 2 da Abin e o general da reserva causa estranheza e extremo desconforto para a família. “O governo brasileiro precisa saber o que quer de verdade”, disse.
Debandada sela fim de supersecretários
A saída de cabeças coroadas do segundo escalão que estavam no governo desde o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva — os ex-poderosos secretários executivos da Fazenda (Nelson Barbosa), das Comunicações (Cezar Alvarez), da Casa Civil (Beto Vasconcelos) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Alessandro Teixeira) — sinaliza o fim de um ciclo marcado por pastas com “dois” ministros. Que foi alimentado pela presidente Dilma Rousseff, que tinha o costume de ligar ou despachar diretamente com eles no Palácio do Planalto, à exceção de Alvarez. O excesso de poder dos secretários gerou atritos com os respectivos chefes.
Servidor: juventude invade o setor público
O funcionalismo público rejuvenesceu como nunca na última década. De 2003 para cá, a idade média dos servidores do Executivo na ativa despencou de 56 para 46 anos. A queda livre — média de um ano por ano — reflete uma cultura em que o primeiro emprego tem nome: estabilidade. Hipnotizados pela promessa de ganharem bem, não serem explorados e terem uma carga horária muito bem definida, milhares de jovens têm ignorado qualquer outra possibilidade que não seja trabalhar para o Estado, escasseando a oferta de mão obra estratégica para o crescimento econômico do país.
Levantamento feito pelo Correio com base nos boletins estatísticos de pessoal do Ministério do Planejamento confirma a invasão jovem nas repartições. Em 10 anos, o número de servidores com até 30 anos de idade quase triplicou, pulando de 26,4 mil para 71,9 mil, uma variação de 171%. A proporção desse grupo no universo de funcionários públicos, no mesmo período, cresceu de 5,8% para 13,5%, enquanto a faixa etária entre 40 e 50 anos apresentou redução de 44,6% para 22,5%
Parlamentares pressionam por ingressos
Acostumados a desviar a atenção das votações para dar uma espiada na tevê, ligada em jogos de futebol no cafezinho da Câmara Federal, os deputados já se movimentam para acompanhar — de preferência de camarote — a Copa das Confederações, que começa no próximo sábado. A chamada bancada da bola, que costuma lidar com assuntos esportivos, tem sido assediada pelos colegas que ainda esperam conseguir ingressos para a primeira partida da Seleção Brasileira, em Brasília. O segundo jogo, marcado para a tarde de uma quarta-feira, em Fortaleza, promete paralisar as atividades parlamentares no plenário.
Se a eleição fosse hoje, a inflação influenciaria o voto
Na mesa do jantar, nos churrascos de fim de semana, no elevador do prédio, em todo o lugar a inflação tem dominado as conversas. Preocupados com a disparada de preços que anda derretendo o salário real e o poder de compra das famílias, os brasileiros seguem atentos ao monstro inflacionário. Se as eleições fossem hoje, dizem os consumidores, não há dúvidas de que o tema seria determinante na hora de eles depositarem os votos nas urnas para a escolha do futuro presidente da República.
Os EUA são alvo de nova denúncia de espionagem
Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reunia com o colega chinês, Xi Jinping, para discutir, entre outros temas, uma cooperação contra ciberespionagem, o jornal britânico The Guardian publicou uma nova denúncia de monitoramento de comunicações privadas pelo governo americano. O periódico teve acesso a mais um documento ultrassecreto, segundo o qual a Agência de Segurança Nacional (ANS, na sigla em inglês) dos Estados Unidos teria desenvolvido uma ferramenta para rastrear e identificar o número de dados monitorado em cada país. Ao Congresso, membros da ANS negaram por diversas vezes terem condições de rastrear as comunicações dos americanos. A ferramenta chamada Boundless Informant mostraria em um mapa-múndi o volume de informações coletadas ao redor do planeta. A notícia chega depois das revelações sobre o programa de espionagem Prism, que vasculha ligações e trocas de informações em nove gigantes da internet, como Microsoft, Yahoo!, Google, Facebook e YouTube.
Índios disputam terra em 17 estados
A morte do índio terena Oziel Gabriel em uma operação de reintegração de posse de uma fazenda em Mato Grosso de Sul, há pouco mais de uma semana, deu contornos trágicos a uma realidade que vai além das divisas daquele estado. Os conflitos envolvendo comunidades indígenas estão presentes em pelo menos 16 unidades da Federação. Em 76 municípios espalhados por todas as regiões do país, populações de diversas etnias disputam áreas com madeireiros, fazendeiros, garimpeiros, empresas, assentados e até imobiliárias. A área disputada pelas comunidades tradicionais com não índios no Brasil corresponde a 35 mil quilômetros quadrados — seis vezes o tamanho do Distrito Federal.
Medicina no banco dos réus
Solução encontrada por muitos brasileiros para ter acesso a medicamentos e tratamentos específicos, a judicialização dos casos relacionados à saúde tem se tornado cada vez mais frequente nos tribunais brasileiros. Também não são raras as vezes em que juízes têm que julgar processos que tratam de denúncias de erros médicos. A falta de especialização dos magistrados é vista no próprio meio jurídico como o principal problema para a tomada desse tipo de decisão. Nesta terça-feira, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve retomar a apreciação da proposta do presidente da Embratur, o ex-deputado federal Flávio Dino, de criação de varas judiciais exclusivas para a área de saúde.
“Esse dano tem que ser ressarcido”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello destacou ontem que tem “importância inafastável” o processo aberto pela Justiça Federal do Distrito Federal para cobrar a devolução dos valores desviados no mensalão. “Se houve dano ao erário, esse dano tem que ser ressarcido”, afirmou o magistrado, ressaltando que esse processo não tem relação direta com a Ação Penal 470, julgada pelo STF no ano passado, e que atualmente encontra-se na fase recursal. “As responsabilidades são distintas no campo penal e no campo da improbidade”, explicou Marco Aurélio.
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