O deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), escalado pelo partido para substituir Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) no Conselho de Ética, renunciou à sua vaga no colegiado nesta terça-feira (16). No ofício enviado ao presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), Capixaba não deu qualquer justificativa para a sua desistência. A indicação do deputado de Rondônia fez parte de uma manobra dos aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em dezembro, Arnaldo Faria de Sá votou pela continuidade do processo de cassação contra o peemedebista.
Indicado pelo líder do PTB, Jovair Arantes (GO), Capixaba era considerado voto certo contra o processo de Cunha. Jovair é um dos mais próximos aliados do presidente da Câmara. A liderança do PTB ainda não informou qual nome será indicado para substituir Capixaba. A vaga, no entanto, será preenchida por algum integrante do bloco do qual o PTB faz parte, juntamente com o PMDB, entre outras legendas. Caso não seja feita uma indicação imediata, assumirá a cadeira o suplente do bloco que primeiro registrar a presença na reunião.
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O Conselho de Ética se reunirá hoje, às 14h30, para dar prosseguimento à análise do processo de cassação do presidente da Casa. O Conselho analisará novamente o parecer preliminar do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pela continuidade da representação contra Cunha, que havia sido aprovado por 11 votos a 9 em 15 de dezembro. A pedido do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), a votação foi anulada pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).
Máfia das ambulâncias
Capixaba responde a dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados à Operação Sanguessuga, da Polícia Federal. Em 2006, o deputado virou alvo de pedido de cassação no próprio Conselho de Ética, acusado de integrar a chamada máfia das ambulâncias, desarticulada pela PF.
O esquema consistia no uso de emendas parlamentares para a compra de ambulâncias superfaturadas. Naquele ano, por oito votos favoráveis e duas abstenções, o colegiado aprovou o parecer do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), para quem Capixaba recebeu vantagens indevidas da Planam, empresa investigada à época, “no curso e no desempenho de suas funções eletivas”. Mas o petebista, que não se reelegeu para mais um mandato, beneficiou-se com o fim daquela legislatura (2003-2006) sem que o Conselho tivesse concluído o processo.
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