Época
O choque de gestão de Dilma
As duas primeiras semanas da presidenta Dilma Rousseff no gabinete mais importante do país revelaram nítidas diferenças de estilo em relação ao antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. A presidenta se distingue de Lula pelo temperamento sóbrio e reservado. Evita se expor sem motivo e não tem a vocação do ex-presidente para subir em palanques e dar declarações polêmicas. Na percepção dos assessores palacianos, saiu um animal político e entrou uma gerente. Dilma toma decisões com base em argumentos técnicos, em um modo de agir completamente diferente de Lula, definido pelos mais próximos como um homem que resolve as questões por instinto, depois de ouvir alguns auxiliares. Consciente de que o estilo de Lula é inimitável, Dilma quer deixar, com seu governo, a marca da gestora eficiente, que governa o país como uma empresa privada, cobra dos ministros resultados e cumprimento de metas, controla rigorosamente os gastos públicos e combate a ineficiência da máquina federal.
Na semana passada, Dilma recebeu um grupo de jornalistas para uma conversa no Palácio do Planalto e anunciou uma iniciativa que, se der certo, poderá se transformar em uma das principais novidades de seu governo. A presidenta aceitou uma sugestão do empresário Jorge Gerdau e vai criar, em março, um Conselho de Gestão e Competitividade, ligado à Presidência da República. Inspirado em experiências implantadas por países como Austrália e Nova Zelândia, o conselho vai acompanhar o desempenho dos ministérios, o cumprimento de metas e examinar a eficiência dos gastos públicos em saúde, educação e outras áreas prioritárias. Dilma instituiu desde já a expressão “fazer mais com menos” como uma espécie de lema de seu governo. Em sua primeira reunião ministerial, realizada na sexta-feira, Dilma anunciou cortes no Orçamento e cobrou de cada ministro uma meta de redução de despesas – em outra mudança de atitude importante em relação ao governo Lula, marcado em seus dois últimos anos pela expansão dos gastos.
Condenado pelo governo
A presidenta Dilma Rousseff estabeleceu critérios rígidos para o preenchimento dos principais cargos de confiança do governo. Antes de qualquer nomeação, os indicados devem receber o sinal verde dos órgãos de informação da Presidência da República de que não têm, por exemplo, condenações por desvio de dinheiro público. Na segunda-feira, em reunião com o vice-presidente, Michel Temer, e o chefe da Casa Civil, ministro Antonio Palocci, Dilma foi informada de que ocorreu uma falha nesse filtro: com o apoio do PMDB, Frederico Silva da Costa foi por ela nomeado secretário executivo do Ministério do Turismo sem que houvesse nenhum alerta de que ele está com os bens bloqueados pela Justiça Federal no Tocantins. Como ÉPOCA revelou na semana passada, Frederico é acusado de praticar fraudes na empresa Forasa Indústria Alimentícia para desviar recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Nem era preciso ter acesso ao processo no Tocantins para constatar os problemas de Frederico da Costa. Bastaria uma consulta ao Diário Oficial da União, onde foi publicado, em janeiro do ano passado, o resultado de um processo administrativo aberto pelo Ministério da Integração Nacional para apurar fraudes atribuídas à Forasa. Para o Ministério da Integração, que durante parte da investigação era comandado pelo PMDB, ficou comprovado que a Forasa e seus administradores desviaram dinheiro da Sudam. Frederico da Costa era presidente da Forasa e de seu conselho administrativo quando a empresa obteve o financiamento federal.
A maior tragédia do Brasil
Vista aérea de um dos vales na região serrana, coberto por detritos. Terra, vegetação e entulho formaram uma avalanche “É lá que está brotando corpo”, dizia a guarda municipal em Teresópolis, apontando para os bairros da Posse e de Campo Grande. Ela tentava, com o apito, controlar o trânsito dos carros numa rua que quase não existe mais. Não havia nervosismo em sua voz. E os carros andavam lentos como numa cidade fantasma. Como o dos quase 670 mil habitantes da região serrana do Rio de Janeiro – e um pouco como o de cada um de nós na semana que passou –, o rosto da guarda era uma máscara de tristeza, os olhos velados por dias e noites de perplexidade desde a tragédia da madrugada da quarta-feira. Em mês de verão e férias escolares, quando muitos correm para as cidades montanhosas de Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis em busca de temperaturas mais amenas e banhos de rio num cenário de montanhas magníficas, tudo virou lama, destruição e desespero. Foi o maior desastre natural do país. A contagem de mortos chegava a 537 até a noite da sexta-feira.
A água que caiu do céu em trombas raivosas produziu um cenário que se assemelha às devastações provocadas por terremotos e furacões. Em frente às janelas das casas que resistiram, o que antes era rua tornou-se rio caudaloso, e por ali, segundo relatos de sobreviventes traumatizados, passaram corpos, bichos, pedras, geladeiras, carros, igualados na vulnerabilidade diante de cachoeiras descendo a 100 quilômetros por hora. Tudo era levado pela correnteza. Na escuridão, ouviam-se gritos. Muitos morreram afogados.
O drama dos resgates quase impossíveis
Eram 4 da madrugada da quarta-feira quando o músico George Israel, saxofonista do Kid Abelha, recebeu uma ligação do filho, Leonardo, de 15 anos. O adolescente e a irmã, Catarina, de 11, estavam na casa da família, no condomínio Fazenda da Paz, no bairro da Posse, em Teresópolis. Além deles, estavam na casa primos e uma tia, mãe de um bebê. A água já invadira todo o 1º andar, e eles não tinham como sair. Israel alugou um helicóptero. Quando chegou, na manhã da quarta-feira, a água já atingia o 2º andar. A família estava sem luz e enlameada. Todos foram salvos. Além de helicópteros particulares, foram usados seis aparelhos da Marinha e do governo do Estado nos resgates.
No caso da dona de casa Ilair Pereira de Souza, de 53 anos, de São José do Vale do Rio Preto, o resgate foi feito no braço. Na manhã da quarta-feira, ela acabou ilhada na parte mais alta de sua casa, que foi sendo desmanchada como papel pela força das águas. As imagens assustadoras foram registradas pela televisão. “Pensei que ia morrer. Pedi a Deus que não me deixassem ali”, disse ela. O vizinho Daniel Lopes lançou uma corda, ela agarrou-a e saltou valentemente na corredeira, tentando levar um cachorro. “Eu me agarrei como nunca na corda.” O cão foi levado. Ela salvou-se.
A bravura encontra a solidariedade
“Não somos heróis”, diz o subcomandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel José Paulo Miranda de Queiroz. “Somos capacitados para exercer nossa profissão e sabemos que corremos risco de morte.” Na madrugada da terça-feira, três bombeiros morreram em Nova Friburgo, quando se deslocavam para ajudar no salvamento a vítimas. Foram soterrados por uma encosta que deslizou. Muitos mais estão expostos. Quase 600 bombeiros foram acionados para atuar no resgate das vítimas. Além deles, voluntários anônimos tiveram seus dias de heroísmo ao ajudar com poucas ferramentas e muita coragem na busca de sobreviventes. Alguns salvaram pessoas que estavam ilhadas. Outros precisaram remover os corpos de amigos e parentes soterrados. Sem essa determinação, o saldo da enchente poderia ter sido ainda mais dramático. “Para viver em sociedade, o homem aprendeu a criar laços de solidariedade”, afirma o psiquiatra Daniel de Barros, da Universidade de São Paulo (USP). O altruísmo, que produz gestos espontâneos de amparo, foi praticado de diferentes maneiras no país. No Rio de Janeiro, postos de coleta de sangue estiveram lotados. Os doadores esperaram mais de duas horas nas filas. Famosos como o ex-tenista Gustavo Kuerten fizeram doações em dinheiro. Pelo Twitter, o jogador Petkovic anunciou a abertura de uma conta bancária voltada para arrecadar fundos que serão doados às vítimas.
Por que não para de alagar?
Obras preventivas custam caro, mas os prejuízos das enchentes são maiores. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima em R$ 3,4 bilhões as perdas materiais provocadas pelas cheias no Estado. O governador Geraldo Alckmin prometeu milhões de reais em investimentos “para o próximo verão”. No âmbito municipal, pelo terceiro ano consecutivo o prefeito Gilberto Kassab (DEM) responsabilizou o excesso de chuvas pelo caos na cidade. De fato choveu muito. Entre 1º de janeiro e o dia 13, o volume de chuvas em São Paulo ultrapassou a quantidade prevista para todo o mês: um total de 247,54 milímetros de água, ou 103% da média histórica para janeiro, de 239 milímetros.
Mas a ideia não é rezar para chover menos, e sim estar preparado para quando chove demais. A administração municipal não investiu tudo o que estava previsto no orçamento. Em vez de R$ 504 milhões destinados a obras de prevenção, foram gastos R$ 430 milhões. A prefeitura afirma que as obras não entregues estão em fase de projeto, licitação ou em construção. As obras estaduais também estão paralisadas. Dos 41 piscinões previstos para diminuir as cheias em Franco da Rocha e Francisco Morato, na Grande São Paulo, e na Zona Norte da capital, apenas um foi construído. Outro projeto essencial não finalizado é o plano antienchentes da Bacia do Tamanduateí. Dos 37 piscinões previstos em 1998, só 15 funcionam, diz o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).
Uma família dizimada pela chuva
A festa era para celebrar a vida, mas terminou com 14 mortes. O sítio no Vale do Cuiabá, região nobre de Itaipava, em Petrópolis, foi alugado para que a família e alguns amigos comemorassem o aniversário do empresário Armando Erick de Carvalho, ex-diretor da seguradora Atlântica Boavista. Na madrugada da quarta-feira, com as chuvas, um rio transbordou, invadiu a casa, derrubou paredes e matou o homenageado e parte de seus parentes. Morreram sua mulher, Kitty, a filha, Daniela Conolly, estilista de 39 anos, o marido dela, Alexandre França, e o filho do casal, João Gabriel, de 2. Erick Conolly, filho de Carvalho e executivo do grupo Icatu, não estava mais na festa, mas havia deixado lá a mulher, Isabela, e os quatro filhos. Dois deles, Igor, de 10 anos, e Nina, de 8, morreram na casa. O caçula, Axl, de 2 anos, continuava desaparecido até a tarde da sexta-feira. Erick voltou ao local de helicóptero e conseguiu resgatar com vida a mulher, Isabela, e a filha mais velha, Laila, de 14 anos, além do sogro. As duas foram internadas num hospital do Rio, em estado de choque. A família alugara o sítio, que pertence ao empresário Antônio Alberto Gouvêa Vieira, no início de dezembro.
Uma esperança em meio às aflições
Pode ser impreciso, mas não há palavra melhor que milagre para descrever o acontecimento. Na noite da quarta-feira, em Nova Friburgo, o resgate do pequeno Nicolas, de apenas 6 meses, comoveu quem estava no local e deu esperanças a quem acompanhava as imagens da tragédia pela televisão. Os bombeiros vibraram quando conseguiram retirar o bebê dos escombros – um desfecho emocionante para um resgate que durou quatro horas. Nicolas sobreviveu abraçado ao pai, Wellington da Silva Guimarães, de 25 anos. Ambos ficaram 15 horas sob o que restou da própria casa, destruída. O pai foi salvo meia hora depois de Nicolas. O avô do menino, Ademilson Guimarães, chorou e agradeceu a Deus pelo milagre. “Agradeço a Deus, não estou acreditando”, disse. O bebê saiu sem arranhões e, de forma surpreendente, não chorou em nenhum momento. Os corpos da mãe e da avó de Nicolas, que também estavam na casa, foram encontrados na manhã da quinta-feira. Em Teresópolis, 1.200 desabrigados se instalaram no ginásio de esportes, nos prédios de três escolas e até no galpão de uma cervejaria. O trabalho de identificação dos corpos desafiou a estrutura do Instituto Médico-Legal (IML) da cidade. Feito para receber até dez corpos por mês, o IML ficou abarrotado com 175 cadáveres, que precisaram ser acomodados num caminhão frigorífico. Parentes tentavam identificar os corpos olhando fotografias, em mais um capítulo do drama.
IstoÉ
Temer, o equilibrista
Nas duas últimas semanas em que despachou no Palácio do Jaburu, em Brasília, Michel Temer viveu uma experiência inusitada em seus 27 anos de vida pública. Acostumado ao papel de “interlocutor” entre base aliada e governo, ele especializou-se em lidar com pressões partidárias que repassava – devidamente empacotadas e bem coloridas – à Presidência da República. Agora é diferente. Temer não pode exibir a velha desenvoltura porque tem que se equilibrar entre dois papéis: o de vice-presidente, a quem cabe defender os interesses do governo, e o de principal comandante do PMDB, embora esteja licenciado da presidência da legenda. Não tem sido um malabarismo simples. Com agenda cheia, algumas vezes ele vem cumprindo um expediente mais atribulado que o da própria presidente Dilma Rousseff. Houve dias nesta semana em que, entre telefonemas e audiências, Temer conversou com mais de 30 políticos.
Quando o assunto é a disputa de seu partido por cargos no governo, os papéis de Temer tendem a se fundir em um só. Ele tem sido fortemente pressionado a atender a banda fisiológica da legenda e dá vazão a estes movimentos. Parlamentares do PMDB admitem que é impossível para Temer manter a liturgia do cargo de vice nesse período de divisão de espaços no governo. “Não tem como esse assunto não passar pelo Temer. Ele é o expoente maior da legenda”, diz o presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). “Só depois dessa fase de nomeações vai dar para o Temer desempenhar um papel mais de estadista”, acredita.
Defesa de longo prazo
No Brasil, planos de expansão e modernização das Forças Armadas costumam ser tão grandiloquentes quanto vagos. Não foi diferente há dois anos, quando o governo Lula lançou a ambiciosa Estratégia Nacional de Defesa. Tratava-se de um projeto cheio de metas ousadas, mas que não explicava como as Forças Armadas poderiam alcançá-las na prática. Agora, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, acredita que pode resolver a parada com seu chamado Plano de Articulação e Equipamento da Defesa (Paed), que entregará à presidente Dilma Rousseff até o final do mês. O documento propõe triplicar a capacidade militar do País nos próximos 20 anos, a um custo estimado em R$ 60 bilhões. Além de comprar mais equipamentos e veículos, Jobim diz que pretende elevar o nível tecnológico das operações militares ao “estado da arte”. Assim, acredita que o Brasil teria condições de proteger seus recursos naturais, como o pré-sal, e assumir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. “Não há como agir em crises internacionais sem ter poder militar”, avalia o ministro.
O caos paulista
O trovão virou toque de recolher. Na falta de qualquer ação preventiva do poder público, os paulistas, resignados, prestam atenção aos sinais da natureza para enfrentar mais um verão de enchentes. A situação é recorrente. Como num roteiro cumprido a cada ano, o mês de janeiro em São Paulo foi marcado pela forte chuva. Na segunda-feira 10, foram contabilizados 127 pontos de alagamento na capital, um recorde desde 2005. Durante a semana, os rios Tietê e Pinheiros transbordaram, famílias perderam tudo com suas casas inundadas, carros submergiram, ruas importantes foram interditadas por árvores caídas e a cidade parou. Seis pessoas morreram e centenas já estão desalojadas. A Defesa Civil começa a contabilizar os estragos que só devem cessar no final de março, com o início do outono.
Há décadas, a população ouve os mesmos argumentos, duvidosos e gastos, das autoridades para justificar os estragos. “Chuva histórica”, “tempestade atípica”, “temporada excepcional”. O prefeito Gilberto Kassab tentou explicar, na terça-feira 11, o motivo da versão atual do drama reincidente. “Cada vez mais, chove mais”, declarou ele, quatro meses depois de ter afirmado que a cidade “está mais bem preparada para as enchentes.” Confuso e evasivo também se mostrou o governador Geraldo Alckmin. Singelamente, ele disse não ser possível “fazer obra em 24 horas” contra enchentes, sem justificar por que nenhum projeto consistente foi feito pelo seu partido, o PSDB, há 16 anos no comando do Estado de São Paulo. A complexidade da cidade e a ocupação de áreas irregulares estimulada pelo crescimento populacional, somada a outros problemas estruturais e à ausência de um projeto de longo prazo, produzem uma bomba-relógio que explode ano após ano na capital.
A mesma cena. E cada vez mais dor sob os destroços – Parte 2
“É preciso criar os agentes comunitários, as brigadas locais em cada distrito, em cada município. São essas pessoas que dão as diretrizes em situações como essa e mostram o que fazer até a chegada do socorro oficial”, diz a vereadora Andréa Gouveia Vieira (PSDB/RJ). A família do marido de Andréa é proprietária do sítio que fora alugado para a estilista e designer Daniela Conolly e parentes. Invadida por água, lama e entulho, a casa foi soterrada junto com Daniela e mais sete membros de sua família (leia quadro). “A casa existia há mais de 70 anos. Nunca aconteceu algo dessa magnitude lá. O rio subiu em uma velocidade enorme, foi um volume de água impossível de ser contido. Havia 18 pessoas na casa, 14 morreram”, disse a vereadora. Embora seja política, seu discurso é o mesmo de qualquer cidadão comum: cansaço com as promessas nunca cumpridas de reflorestamento, limpeza dos rios, remoção de pessoas de áreas de risco.
Como em qualquer acidente, a causa não é uma só. É uma soma de erros de várias origens, entre as quais o inaceitável descaso com o meio ambiente. “Gerações foram criadas sem que houvesse uma preocupação ambiental. Houve uma ocupação desordenada com construção de residências em encostas”, aponta Luís Eduardo Peixoto, presidente do comitê de ações emergenciais de Petrópolis.
Sonho brasileiro
Há décadas brasileiros migram em busca de oportunidades em outros países. Mas o mundo mudou e hoje já se vê uma versão verde-amarela do “american dream”. A força da economia brasileira passou a atrair a mão de obra estrangeira como não se via desde o pós-guerra. Ao contrário da década de 1950, quando o País incentivava a entrada de trabalhadores com pouca qualificação, hoje chegam cada vez mais profissionais experientes vindos dos Estados Unidos, da Europa e de outros países da América do Sul. “Observamos um aumento significativo de pedidos de visto de trabalho, muito ligado ao aumento dos investimentos e da expansão da indústria. O desempenho da economia brasileira está projetando o País. Temos uma imagem diferente do passado”, diz o presidente do Conselho Nacional de Imigração, Paulo Sérgio de Almeida.
Nos últimos cinco anos, o Ministério do Trabalho concedeu quase 190 mil autorizações de trabalho. E os pedidos só crescem. Apenas nos primeiros nove meses de 2010 foram 39.057 vistos emitidos. Estima-se que a cifra atinja a casa dos 46 mil quando for fechado o balanço do ano. O holandês Maarten Markink, 43 anos, está entre os estrangeiros que acabam de desembarcar a trabalho no Brasil. Diretor financeiro da Pearle Latam, especializada em equipamentos óticos, Markink assumiu em agosto passado o escritório da empresa em São Paulo, aberto no ano anterior. “A combinação do desenvolvimento econômico com a estabilidade política faz as oportunidades”, afirma o executivo. “E a classe média brasileira está crescendo cada vez mais.” Depois de viver quatro anos na Dinamarca e sete na Itália, Markink conta que o processo de adaptação dele e da família em São Paulo foi muito tranquilo. Com mulher e três filhos, o executivo já faz planos de passar os próximos anos no País.
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