A mulher do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), Elza Pereira, cancelou o depoimento que faria na tarde desta quarta-feira (15) ao Conselho de Ética da Câmara. Elza, que é presidente da ONG Meu Guri, alegou motivos de saúde para cancelar a oitiva com os parlamentares.
O colegiado pretende esclarecer a razão de um cheque de R$ 37,5 mil que a ONG teria recebido de João Pedro de Moura, ex-conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Paulinho da Força, como é conhecido o deputado ex-presidente da Força Sindical, responde a um processo no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar. O deputado é acusado de participar de um esquema de desvio de recursos do BNDES.
Por sua vez, João Pedro de Moura foi um dos presos na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal (PF), que desbaratou um esquema de fraudes envolvendo licitações.
"Embaraço feio"
Ao Congresso em Foco, o deputado Paulo Piau (PMDB-MG), relator do processo contra Paulinho, defendeu mudanças no Conselho de Ética. De acordo com o peemedebista, uma denúncia publicada num jornal não pode virar uma ação no colegiado. "Os processos chegam com recortes de jornais", critica.
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Além disso, Piau também defende a possibilidade de o Conselho de Ética poder convocar testemunhas. Atualmente, o colegiado tem a prerrogativa de apenas convidar testemunhas. "O Conselho de Ética não pode funcionar do jeito que está. O relator fica num embaraço feio", lamenta. Piau explicou que o colegiado tentará ouvir a mulher de Paulinho até o final deste mês. Ontem, o congressista adiantou que, até o momento, não há nada que possa incriminar Paulinho da Força. (leia mais)
Entenda o caso
O processo contra Paulinho é resultado da Operação Santa Tereza, iniciada em dezembro de 2007 pela Polícia Federal e que tinha por
objetivo apurar denúncias de exploração de prostituição e tráfico de pessoas.
Ao longo das investigações, a PF interceptou ligações de integrantes do grupo que negociavam a cobrança de uma porcentagem sobre o valor liberado pelo BNDES para a realização de financiamentos.
Segundo a PF, o prefeito de Praia Grande repassou R$ 2,6 milhões à suposta quadrilha em troca da aprovação de financiamento de R$ 124 milhões para o município. Por sua vez, Paulinho nega qualquer participação no caso e se diz vítima de perseguição política. (Rodolfo Torres)
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