O ministro das Cidades, Mário Negromonte, entregou à presidenta Dilma Rousseff sua carta de demissão na tarde de hoje (2). Negromonte será substituído pelo líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB). A demissão já estava prevista desde antes da viagem que a presidenta fez a Cuba e ao Haiti, como já havia adiantado a Coluna Esplanada, de Leandro Mazzini, publicada pelo Congresso em Foco. A situação de Negromonte vinha se desgastando desde o ano passado. O ministro não tinha sequer o apoio de seu próprio partido, o PP, para permanecer no cargo. Denúncias sobre a gestão da pasta já haviam levado à exoneração de dois outros integrantes da cúpula do ministério.
Com a saída, Negromonte reassume o mandato de deputado federal pelo PP da Bahia. Ele é o nono ministro que sai do governo Dilma – o sétimo envolvido em acusações de irregularidades. Por denúncias de corrupção, deixaram, além dele, o governo Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Orlando Silva (Esporte), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Carlos Lupi (Trabalho). Nelson Jobim (Defesa) foi demitido por divergências com Dilma. E Fernando Haddad (Educação) saiu para disputar as eleições para a prefeitura de São Paulo.
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Em sua carta de demissão, Negromonte sustenta sua inocência com relação às denúncias contra ele. Segundo ele, nada do que foi denunciado ficou comprovado. O ministro, repetindo o que fizeram outros que caíram antes dele, atribuiu sua queda à imprensa, ao que chamou de “batalha na mídia”.
Mas a principal razão para a queda do ministro foi a falta de apoio dentro do PP. Ele, inclusive, atribui boa parte das denúncias a fogo amigo do próprio partido.
Em novembro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem em que dizia que Negromonte pressionou funcionários do ministério para fraudar um parecer técnico que recomendava um sistema de transporte mais caro para a cidade de Cuiabá, uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. O jornal Folha de S. Paulo publicou que Negromonte e dois de seus assessores participaram de reuniões com o dono de uma empresa de informática, que estaria interessado num contrato de informatização do ministério. Essas foram as principais denúncias. Por conta das denúncias, dois assessores do ministério, João Ubaldo Coelho Dantas e Cássio Peixoto, já haviam sido exonerados.
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