Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento de Apoio ao Trabalhador Rural (MATR) ocupam, desde as 5h da manhã, a sede da Caixa Econômica Federal (CEF) em Brasília.
Os manifestantes querem uma audiência com a presidente da Caixa, Maria Fernando Coelho, e o ministro das Cidades, Márcio Fortes, para cobrar o cumprimento de um acordo feito entre o banco e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para a construção de 31 mil moradias em assentamentos.
Após a ocupação, uma reunião foi marcada para as 14h, no Ministério das Cidades, com representantes da pasta e da CEF. Os manifestantes alegam que, em 2007, um grupo de trabalho formado por governo e movimentos sociais foi criado para atender uma demanda inicial para habitação rural de 100 mil unidades.
Pelo acordo, 31 mil unidades seriam construídas até o fim do ano passado. Mas, segundo o MST, apenas 8 mil foram entregues. Dessas, só 2 mil beneficiaram o movimento.
Nas contas da Polícia Militar do Distrito Federal, 300 sem-terra ocupam o saguão principal do prédio, impedindo o acesso de funcionários. De acordo com o MST, cerca de mil trabalhadores rurais participam do ato, que faz parte da jornada nacional de lutas pela reforma agrária, que cobra o assentamento das 150 mil famílias acampadas no país e investimentos públicos em assentamentos já existentes.
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Por causa da ocupação, a polícia fechou a quadra onde está localizada a sede da Caixa. O trânsito nas imediações ficou congestionado, prejudicando as principais vias de acesso do Plano Piloto.
Os sem-terra também pedem a criação de um programa específico de habitação do campo que atenda as especificidades do meio rural, coordenado pelo Incra em parceria com os movimentos sociais camponeses e a Caixa Econômica Federal para suprir a demanda total de habitação no meio rural.
Os protestos, segundo o movimento, são realizados em memória dos 19 trabalhadores rurais sem-terra assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás, em operação da Polícia Militar, em Eldorado dos Carajás (PA) em 1996, no dia 17 de abril. (Edson Sardinha e Lúcio Lambranho)
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