Reportagem do jornal Estado de S. Paulo de hoje (12) revela que o Movimento dos Sem-Terra (MST) diminuiu o número de invasões em todo país. Segundo levantamento do próprio movimento, entre janeiro e abril, o MST patrocinou 134 ocupações em 21 estados. Já de maio a agosto, houve somente 46 ações em 11 estados.
De acordo com a reportagem, de José Maria Tomazela, em julho, foram registradas 12 invasões e, em agosto, apenas 7, "todas elas pontuais, realizadas para atender a circunstâncias locais". Na última ação, realizada na quarta-feira da semana passada, quando 200 sem-terra invadiram a sede do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), em Presidente Prudente, o coordenador José Aparecido Maia pediu cuidado aos militantes: "Não quebrem, não estraguem nada."
A coordenadora nacional do MST, Marina dos Santos, disse que as invasões diminuíram porque, em ano eleitoral, faltam interlocutores para as negociações. "Não é uma trégua. É que, nesse período, a reforma não avança e seria gastar fichas à toa." A mobilização maior no início do ano, afirma, foi prevista em virtude das eleições. "Sabemos que, durante a campanha, pára tudo."
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Na avaliação de Marina dos Santos, o movimento não tomou partido nas eleições, "mas a maioria (dos militantes) vai votar no Lula". Ela acredita que será um voto "crítico", porque há muita insatisfação com o ritmo da reforma agrária. "A expectativa era de 1 milhão de famílias assentadas durante os 4 anos, mas não se chegou a 400 mil assentados."
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