O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), voltou a criticar hoje (12), durante sessão do Congresso convocada para votar o orçamento, a excessiva edição de medidas provisórias. Para o peemedebista, as MPs atacam a “soberania do Legislativo”, “atravancam a pauta da Câmara e do Senado” e só não piores "do que o trabalho escravo".
Garibaldi respondeu a um pronunciamento do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que criticou a edição exagerada de medidas provisórias. O tucano atacou a atitude do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que retirou nesta madrugada, durante sessão do Senado, a urgência de uma MP que tratava do crédito rural.
A manobra irritou os oposicionistas, que abandonaram o plenário, deixando que apenas os governistas apreciassem mais uma MP, a que cria a TV Brasil. A medida foi aprovada sem maiores dificuldades (leia mais).
Em relação a tumultuada sessão desta madrugada, que resultou na aprovação da MP que cria a TV Brasil, Garibaldi não poupou críticas. "Atire a primeira pedra quem se julgar totalmente isento. Todos nós pecamos. Não é só o presidente que conduz a sessão, mas também o Plenário, os líderes, os que têm mais responsabilidade", disparou o peemedebista.
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Virgílio também voltou a afirmar que Garibaldi deveria ter encerrado a sessão de ontem, após a retirada da urgência da MP. “Se o senador Arthur Virgílio não quiser entrar mais em meu gabinete, eu vou chamar ele para fora ou para dentro do gabinete e, junto com ele, combater o excesso de MPs”, declarou Garibaldi.
Ao lado do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), Garibaldi defende a mudança no trâmite das MPs. O objetivo central de uma comissão especial, já instalada na Câmara, é mudar a Constituição para que as medidas provisórias não passem mais a trancar a pauta de votações quando perderem a validade.
Independência
Garibaldi tornou a repetir que não está na presidência do Congresso Nacional "para fazer o jogo de ninguém". "Pretendo continuar a ser um presidente independente. Não vou me submeter nem à exorbitância, como a oposição se comportou ontem [leia mais], nem às ameaças e recados do presidente da República", destacou. (Fábio Góis e Rodolfo Torres)
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