Edson Sardinha
O Ministério Público Federal do Distrito Federal fixou até o próximo dia 21 o prazo para que a empresa Projeto, do ex-ministro Antonio Palocci, entregue uma série de documentos exigidos pelo procurador Paulo José Rocha Júnior. Os advogados da empresa se comprometeram a enviar, até essa data, comprovantes da prestação de serviços, cópia de contratos e escrituração contábil.
Os documentos são considerados importantes para esclarecer a natureza do trabalho prestado pelo ex-chefe da Casa Civil. O procurador Paulo José abriu uma investigação preliminar para apurar se Palocci praticou improbidade administrativa ao multiplicar seu patrimônio por 20 vezes no período em que foi deputado.
No último dia 9, a Receita Federal entregou ao Ministério Público do DF cópia de todas as declarações do Imposto de Renda da Projeto desde sua criação. A investigação corre sob sigilo.
Palocci deixou a Casa Civil no último dia 7 após ser pivô de uma intensa crise política que se arrastou por quase um mês. Nesse período, foi bombardeado pela oposição e perdeu apoio da base aliada. Em nota à imprensa, ele afirmou que deixava o ministério para evitar que o ?embate político? atrapalhasse o governo. A oposição chegou a aprovar um requerimento para que ele prestasse esclarecimentos na Comissão de Agricultura e Pecuária na Câmara. Ele foi substituído no cargo pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Antonio Palocci pede demissão do governo
Um dia antes de Palocci deixar o governo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, arquivou as quatro representações apresentadas contra o petista pela oposição. Para Gurgel, não havia indícios de que a evolução patrimonial de Palocci tenha ocorrido de maneira criminosa.
O ex-ministro admitiu ter recebido cerca de R$ 20 milhões por trabalhos por ele classificados como de ?consultoria?. Mas alega que cláusulas de confidencialidade em contratos com empresas o impedem de dar mais detalhes sobre suas atividades ? como a lista de clientes e os valores pagos à Projeto. Segundo ele, toda a sua movimentação financeira com a Projeto está devidamente declarada à Receita Federal. Palocci nega ainda ter feito tráfico de influência, como suspeita a oposição.
PGR arquiva investigação sobre Palocci
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