O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, terá de responder a duas investigações do Ministério Público de São Paulo por suposta improbidade administrativa (má gestão pública). O tucano terá de explicar a eventual participação dele em dois casos: no uso de verba publicitária da Nossa Caixa em benefício de deputados da base governista e no patrocínio feito por empresas estatais à revista presidida pelo acupunturista Jou Eel Jia, que atende o ex-governador.
A mulher dele, Lu Alckmin, é alvo de uma terceira investigação, também aberta ontem. Ela teria recebido, na forma de doação, 400 peças do estilista Rogério Figueiredo. Um vestido assinado por ele custa em torno de R$ 3 mil. A ação contra a ex-primeira-dama, que presidia o Fundo Social de Solidariedade, será conduzida por promotores da Cidadania.
Os pedidos de investigação contra o tucano foram feitos pelo deputado estadual Romeu Tuma Júnior (PMDB). As apurações contra Alckmin serão comandadas diretamente pelo procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho.
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Para a denúncia de uso ilegal de verba publicitária do banco já há uma apuração em andamento na Promotoria da Cidadania, mas os alvos são a direção da Nossa Caixa e as agências de publicidade. No novo procedimento, o foco é Alckmin. O procurador-geral quer saber se o então governador, em algum momento, atuou ou ordenou a transferência de verbas para aliados políticos. Somente a Procuradoria Geral tem poderes para investigar o tucano.
No segundo caso, Pinho irá apurar se Alckmin participou da ajuda financeira à revista do acupunturista Jou Eel Jia. A revista especializada em medicina chinesa recebeu R$ 60 mil da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep).
O ex-governador de São Paulo afirmou ontem estar sendo "injustiçado" com as denúncias contra ele e sua mulher. Ele disse que "estão procurando pêlo em ovo" para atingi-lo. "Não vejo nenhum problema em você ter publicidade em revistas sérias, boas, revistas que têm até caráter educativo. Estão procurando pêlo em ovo", disse.
Apesar de reconhecer "um erro" na doação de 400 vestidos à sua mulher, Alckmin minimizou o caso. "É um episódio ocorrido há três anos. O número divulgado não é verdadeiro e esses vestidos foram doados a uma entidade filantrópica."
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