Os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, das Relações Institucionais, José Múcio, e da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, estão reunidos neste momento no Palácio do Planalto em busca de alternativas para desanuviar o clima com o Congresso.
Além de discutir estratégias para evitar que os cortes no orçamento contaminem de vez as relações com os parlamentares, os três ministros também analisam reivindicações de cargos e liberações de emendas feitas por deputados e senadores da base aliada.
Ainda hoje, Paulo Bernardo deve se encontrar com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para tratar de eventuais cortes no aumento que o Executivo negocia com os militares.
O governo pretende compensar, com cortes no orçamento, ao menos R$ 20 bilhões dos R$ 40 bilhões que deixará de arrecadar este ano por causa da extinção da CPMF no último dia 31. Os ajustes devem atingir, sobretudo, as emendas coletivas, de bancadas e de comissões da Câmara e do Senado.
PAC ameaçado
Ontem, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e o presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador José Maranhão (PMDB-PB), admitiram que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deve sofrer cortes.
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Na avaliação dos dois senadores, o PAC deverá sofrer cortes para evitar o acirramento dos ânimos no Congresso com o eventual enxugamento das emendas parlamentares individuais. "O PAC não é intocável”, avisou Jucá (leia mais).
Parlamentares da base aliada e da oposição já sinalizaram descontentamento com a possibilidade de a tesoura avançar sobre suas emendas. É que as emendas individuais são importante instrumento político em suas bases eleitorais, sobretudo, em um ano em que cerca de um quarto dos deputados é pré-candidato a prefeito. (Edson Sardinha)
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