Depois de participarem da primeira reunião ministerial realizada este ano pelo presidente Lula, os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Fazenda, Guido Mantega, negaram hoje que o encontro tenha tido caráter eleitoral. "Qualquer governo pode fazer uma avaliação positiva de si mesmo sem nenhum problema. Se a oposição fizer isso (acusar a reunião de eleitoreira) estará fazendo um argumento eleitoral contra uma atividade de governo. Me desculpem, mas o governo governará até o dia 31 de dezembro", disse a ministra.
Os ministros deixaram o Palácio do Planalto munidos de dados positivos do governo após seis horas de reunião. Os números comparam a gestão petista com a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Dilma afirmou que o fato de o encontro ter ocorrido a dois meses e meio das eleições não tem relação com a campanha. E ressaltou: "Foi uma reunião de administração do governo, de comunicação sobre o que está sendo feito".
Ela disse que o governo não precisa fazer uma reunião para abastecer os ministros de dados que "eles mesmos produzem". Dilma afirmou ainda que vai participar da campanha "se for convidada" porque não é uma "extraterrestre", mas uma "cidadã" e tem direito a subir em palanques. Mantega afirmou que ainda não sabe se irá participar da campanha de Lula à reeleição.
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O encontro começou com uma exposição do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, sobre os limites da lei eleitoral. O ministro orientou os colegas a tomar cuidado com as regras para evitar questionamento da oposição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A avaliação no governo é que o tribunal tem sido rígido na interpretação da lei, mesmo que elas não sejam tão duras.
A orientação é para que os ministros não façam comparações do governo Lula com o passado, mas com períodos. Os eventos políticos também estão proibidos durante o expediente. Somente depois do horário de trabalho.
O presidente Lula fez intervenções durante toda a reunião, mas não discursou. No final ele teria reiterado o pedido para que os ministros não deixem de trabalhar em função do clima de final de governo.
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