O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o ministro Eros Grau foram vítimas da máfia das passagens aéreas da Câmara. É o que constatou uma comissão de sindicância da casa legislativa nesta sexta-feira (24).
Conforme antecipou o Congresso em Foco, Gilmar Mendes e Eros Grau aparecem como beneficiários da cota de passagens de dois deputados. Os dois ministros, no entanto, apresentaram documentos para comprovar que não tiveram viagens pagas pela Câmara. (confira a íntegra dessa reportagem)
De acordo com a sindicância da Câmara, agências de viagem tinham acesso direto às passagens de parlamentares. O esquema funciona da seguinte maneira: um cliente pagava normalmente por uma passagem aérea em uma agência de viagem, que ficava com o dinheiro e não emitia o bilhete.
Um funcionário da agência entrava em contato com o gabinete do deputado, que emite a passagem na cota aérea do parlamentar em nome do comprador do bilhete. Ou seja, a Câmara paga a passagem, mas o dinheiro da compra é dividido entre a agência e o gabinete parlamentar.
Ao Jornal Nacional (Rede Globo), o empresário Márcio Bessa, dono da Agência Infiniti (de Brasília) admitiu que sua empresa emitiu passagens na cota do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). Contudo, Bessa destacou que o peemedebista estava pagando uma dívida com sua agência, e que essa era a única forma encontrada para saldar a dívida.
O corregedor da Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), afirmou ao telejornal que todos os casos serão analisados. “Caso fique comprovado que algum parlamentar participou da venda de passagens não há outro caminho a não ser configurar a quebra de decoro parlamentar e evidente que esse deputado responderá conforme as leis do código de ética.”
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