Quando as suspeitas de que o ministro do Turismo, Álvaro Antonio, estava por trás de um esquema de candidaturas laranjas vieram à tona, o presidente Jair Bolsonaro indicou que demitiria o ministro caso a irregularidade fosse confirmada pela Polícia Federal (PF). Com o indiciamento de Álvaro Antonio nesta sexta-feira (4), a oposição começou, então, a cobrar que Bolsonaro tire Álvaro Antonio dos quadros do Executivo. Também já há articulações para que o ministro seja convocado para prestar esclarecimentos das candidaturas laranjas no Congresso. O pedido de convocação deve ser apresentado já na próxima terça-feira (8).
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Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) explicou que a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor já fez alguns convites para que o ministro Álvaro Antonio fosse ao Senado falar das candidaturas laranjas, que na época ainda eram tratadas como suspeitas. O ministro, contudo, cancelou a ida ao colegiado em três situações diferentes. Por isso, agora que ele foi indiciado pela PF, Ranfolde promete partir para a convocação. “Transformarei o convite em convocação terça-feira. E, como Bolsonaro prometeu, aguardaremos a exoneração imediata do ministro”, informou Randolfe nas redes sociais.
“Esperamos uma resposta imediata do governo sobre mais este escândalo”, acrescentou o senador Paulo Rocha (PT-PA), que é suplente da Comissão de Transparência. Ele ainda destacou que o inquérito da Polícia Federal acusa o ministro de “comandar esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas femininas de fachada nas últimas eleições”. “O laranjal tá pra lá de confirmado. Mas o ministro continua no posto. Esse é um governo abraçado com o crime”, acrescentou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), titular da comissão.
Líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ) também foi às redes sociais criticar a permanência de Álvaro Antonio no governo. “O ministro do Turismo é indiciado pela PF pelo laranjal do PSL. Bolsonaro vai continuar segurando seu ministro? Ou, se espremer mais, outras laranjas cairão?”, escreveu. Até o MBL, que apoiou a eleição de Bolsonaro, cobrou a demissão de Álvaro Antonio: “Não dá pra entender como esse cara ainda está no cargo”, escreveu o movimento na sua conta oficial no Twitter.
Já o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) aproveitou a ocasião para atacar o governo do antigo partido, PSL. “Como Bolsonaro está mexendo na PF pra livrar a cara do filho pode ser que consiga livrar também a cara do ministro do Turismo não vamos nos preocupar. O Bonde tá formado”, escreveu Frota no Twitter.
Agora é que a hora da onça beber água! Bolsonaro ainda insistirá em manter no cargo esse sujeito? São intrigantes os motivos que levaram Bolsonaro a mantê-lo, porque deste o início haviam evidências muito grandes de que Álvaro Antônio não era flor que se cheirasse. Aliás, verdade seja dita, a despeito de o governo Bolsonaro mostrar vários aspectos positivos, adota procedimentos bem contrários ao seu discurso de campanha. Isso se daria por amor aos filhos atolados na lama ou ele mesmo, o Bolsonaro, tem alguma pendenga que não sabemos (mas suspeitamos)?