Começou há pouco a audiência pública conjunta das comissões de Turismo e Desporto (CTD) e Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) com o ministro do Esporte, Orlando Silva. Ele comparece à Câmara para responder às recentes denúncias de um suposto esquema de desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo. A reunião foi pedida pelo próprio ministro aos líderes partidários.
A principal denúncia foi veiculada pela revista Veja na sua última edição. De acordo com a revista, o policial militar João Dias Ferreira acusa o ministro de comandar um esquema de desvio de dinheiro do Segundo Tempo. Filiado ao PCdoB, mesmo partido de Silva, Ferreira é responsável pela Federação Brasiliense de Kung Fu e pela Associação João Dias de Kung Fu, organizações não governamentais (ONGs) com as quais o ministério firmou dois convênios.
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Ferreira e um de seus funcionários, Célio Soares Pereira, garantem que Silva recebeu pessoalmente, na garagem do ministério, parte do dinheiro obtido com o esquema. Na manhã desta terça-feira (18) o policial militar iria prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. No entanto, ele pediu adiamento da oitiva. A assessoria da PF informou que o policial passou mal, de acordo com seu advogado, e que uma nova data será marcada. Neste momento, João Dias encontra-se no gabinete da Liderança do PSDB no Senado.
O ministro do Esporte se defendeu ontem (17) das recentes denúncias veiculadas contra a sua gestão. Ele prometeu entrar na Justiça com uma ação contra os autores da acusação de que participou de um esquema para desviar dinheiro do programa Segundo Tempo. “Estou confiante de que a verdade será restabelecida, não é possível que um criminoso se converta numa fonte de verdade”, disse, em entrevista coletiva. “Vou até as últimas consequências para defender minha honra.”
Orlando Silva nega irregularidades no Ministério do Esporte
Hoje pela manhã, líderes da oposição defenderam o afastamento de Silva do ministério. Para os parlamentares, a saída do cargo é essencial para que as investigações do caso, tocadas pela Polícia Federal e Procuradoria Geral da República, ocorram com total isenção. “Se o governo fosse sério, a presidente Dilma (Rousseff) teria afastado ele de imediato. O ministro insiste em ficar no cargo para apagar impressões digitais (do esquema de corrupção)”, afirmou o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR).
A intenção da oposição era ouvir o policial militar autor da denúncia antes do ministro. Porém, como o próprio Silva pediu para ser ouvido na Câmara, os planos foram frustrados inicialmente. “Não basta o ministro vir aqui para montar palanque e plateia”, resumiu o líder do DEM, deputado ACM Neto (BA).
Senado
Pela manhã, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou requerimentos dos senadores Ana Amélia (PP-RJ), Inácio Arruda (PC do B-CE) e Alvaro Dias (PSDB-PR) para convidar o ministro dos Esportes, Orlando Silva, a prestar esclarecimentos sobre supostas irregularidades em convênios realizados pelo programa Segundo Tempo. Essa audiência deverá ser feita em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), amanhã (19), a partir das 14h.
Com informações das agências Brasil e Senado
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