Eduardo Militão
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, revelou há pouco que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, solicitou ao governo brasileiro um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para que ele pudesse voltar ao país, três meses antes de ocupar a embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O ministro fez a revelação para tentar exemplificar como o governo brasileiro não tinha a intenção de ser protagonista na volta de Zelaya ao seu país.
Em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Amorim contou que negou o pedido, feito pelo presidente hondurenho logo após o golpe, e que sequer consultou a FAB sobre o assunto.
O ministro afirmou que, dias antes, o governo brasileiro havia oferecido um avião para levar o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, até Honduras. A aeronave acabou sendo emprestada.
“O presidente Zelaya talvez então tenha se entusiasmado”, contou Amorim. “Eu avisei o presidente Lula e disse ‘não’.”
Meia hora antes
Amorim afirmou que, na segunda-feira 21, a embaixada brasileira foi procurada uma hora antes da chegada do presidente deposto para saber se poderia receber a primeira-dama do país, a esposa de Zelaya. O pedido de abrigo para Zelaya, segundo o chanceler, foi feito meia hora depois. Segundo ele, o Brasil decidiu receber o presidente deposto para lutar, de maneira pacífica, pelo restabelecimento da democracia em Honduras e na América Central.
Leia também
Deixe um comentário