O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse hoje, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, que o único que pode decidir se ele deve ficar no governo é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em resposta ao deputado Fernando Coruja (PPS-SC), que indagou o ministro se ele seria substituído pelo senador Aloízio Mercadante (PT-SP), conforme rumores em Brasília, Palocci disse que gostaria de continuar no governo.
“Tenho um relacionamento muito próximo com Lula. O presidente olhou com atenção para a política econômica e buscava resultados para que ela refletisse na vida das pessoas. É um projeto do qual tenho orgulho de participar”, afirmou Palocci.
O ministro falou da política cambial durante a gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que, em seu primeiro mandato, manteve a paridade do dólar e do real. “O próprio FHC reconheceu que a âncora cambial foi um erro”, afirmou. Ele, no entanto, preferiu poupar o governo tucano das críticas.
Palocci disse que é mais fácil reconhecer hoje os erros da política econômica anterior, pois é possível perceber o que não deu certo. “É mais fácil dizer hoje que a âncora cambial não deveria durar tanto tempo, mas na época era muito mais complicado”, afirmou.
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Em relação à atual política econômica, Palocci disse que a história do país mostrou que não há outro caminho para desenvolver a macroeconomia senão a diminuição da dívida externa com o esforço fiscal. “Eu tenho a humildade de aprender com os próprios erros. Vimos que o câmbio fixo não foi bom, então há certas coisas que não é preciso experimentar. O caminho é conter gastos e manter o esforço fiscal. Não tem como escapar”, reforçou.
O ministro reclamou que os parlamentares discutem apenas a macroeconomia e deixam de lado bons projetos em tramitação no Congresso que podem interferir no mercado interno. “Eu passei nove horas aqui na semana passada e todos só falavam de superávit, de juros. Parece que ninguém gosta de microeconomia. Tem projetos bons aqui, mas ninguém quer discutir”, disse.
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